Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 19 de março de 2024

Suíça - Horários escolares prejudicam saúde dos adolescentes

Na Suíça, os horários de início das aulas variam bastante entre escolas e cantões. De modo geral, vários estudos demonstraram que aulas que começam muito cedo não estão adaptadas às necessidades fisiológicas dos adolescentes.

Os horários das aulas estão longe de serem uniformes e frequentemente dependem dos transportes escolares. Segundo o programa On en Parle, da emissora RTS, existem diferenças significativas entre cantões e até mesmo entre diferentes escolas dentro de um mesmo cantão.

É entre as crianças mais jovens (4-8 anos) que se encontra a maior variedade de horários escolares. No cantão de Neuchâtel, o horário de início das aulas pode ser às 7h35 ou às 8h15 da manhã. Em Friburgo, algumas aulas começam às 7h40. Em Genebra, há escolas onde a primeira aula do dia começa apenas às 8h45.

As crianças entre 8 e 12 anos muitas vezes precisam de se levantar ainda mais cedo. É o caso em Berna e Neuchâtel, onde o toque que marca o início das aulas frequentemente ressoa às 7h25. Nos cantões de Vaud e do Jura, as aulas começam às 7h30 e, em Friburgo, às 7h40. Os alunos dos cantões de Genebra e do Valais são os que dormem mais: no Valais, aqueles entre 7 e 12 anos jamais começam as aulas antes das 8h da manhã.

Quanto mais velhos, mais cedo nos levantamos

Essa variedade de horários diminui entre os 12 e 15 anos. Nessa idade, todos começam as aulas bem cedo, por volta das 7h30 da manhã. O horário de início varia entre 7h25, em Nauchâtel e em Berna, e 7h40, em Genebra.

Estes horários não estão adaptados às necessidades fisiológicas dos pré-adolescentes e adolescentes, destaca Virginie Bayon, médica no Centro de Investigação e Pesquisa do Sono, da Universidade de Lausanne.

Na sua entrevista ao programa On en Parle, a especialista salientou que, por causa das mudanças hormonais, os adolescentes têm uma tendência natural a deitar-se e a levantar-se mais tarde. A natureza do sono também muda a partir dos 13 anos de idade. Começar a estudar cedo pode causar fadiga, falta de concentração e queda no desempenho escolar.

Apelo à mudança

Pesquisas mostram que iniciar as aulas mais tarde melhora o sono, a concentração e a saúde mental dos jovens na puberdade.

E isso foi comprovado por experiências práticas: em 2020, a escola privada Ardévaz, no cantão do Valais, mudou o horário do início das aulas para 8h55. O seu diretor, Alexandre Moulin, confirma que a alteração trouxe benefícios tanto para os alunos quanto para o corpo docente. Esse é um caminho que vale a pena ser explorado pelas autoridades públicas, principalmente neste momento, no qual a saúde mental dos adolescentes vem se deteriorando desde a pandemia do coronavírus. In “Swissinfo” - Suíça


Cabo Verde - Candidatura do Campo de Concentração do Tarrafal a património mundial será entregue em 2025

Cidade da Praia - A candidatura do Campo de Concentração de Tarrafal a património da humanidade da Unesco vai ser entregue em 2025, anunciou a presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Ana Samira Baessa.


O anúncio foi feito em conferência de imprensa, realizada para apresentação do programa de celebração dos 50 anos do 25 de Abril e do encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal.

“Como é do conhecimento público, há vários anos se discute a questão da candidatura do Campo de Concentração de Tarrafal como património da humanidade. O campo tem sido valorizado ao longo dos anos, com a expectativa de avançar para este título”, disse a presidente do IPC quando instada sobre o andamento do processo.

Desde 2006, o espaço está classificado como património nacional, e está na lista indicativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde 2003.

Conforme explicou Ana Samira Baessa, a lista indicativa é um dos pré-requisitos estabelecidos pela UNESCO para a classificação dos sítios como património mundial. E, a candidatura do Tarrafal ainda não foi submetida devido a uma directiva do Centro do Património Mundial que limitava as candidaturas de sítios de memória até 2022.

“Isso porque nas considerações feitas pelos peritos do património mundial em algumas situações a classificação destes sítios poderia reacender os conflitos, naturalmente não é o caso do Campo de Concentração do Tarrafal, mas a convenção e as orientações técnicas para a sua aplicação são um instrumento bastante abrangente, portanto não há excepções”, enfatizou.

Em 2022, o Centro do Património Mundial foi aberto para a inclusão desses sítios na lista de património mundial, e, desde então, o IPC vem trabalhando para isso, sendo que, entre outros investimentos, o Campo de Concentração do Tarrafal foi totalmente reabilitado e musealizado em 2021, já pensando na sua candidatura.

“Estamos agora trabalhando na preparação do dossiê técnico, que deverá ser submetido à UNESCO em 2025. Todos os especialistas da UNESCO consultados até ao momento estão fortemente encorajando a conclusão deste trabalho técnico e a submissão desta candidatura”, anunciou, Ana Samira Baessa. In “Inforpress” – Cabo Verde


Cabo Verde e Guiné-Bissau defendem criação "urgente" de uma rede lusófona dos defensores de direitos humanos

Cidade da Praia – Os presidentes das Redes de Defensores dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde defenderam a necessidade da criação de uma rede lusófona visando dar respostas aos desafios em matéria dos direitos humanos na lusofonia.


Em declarações à Inforpress, o coordenador da Rede de Defensores dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau (RDDH), Vitorino Indeki, que chefia uma delegação que está de visita, por seis dias, a Cabo Verde destacou a importância desta parceria no fortalecimento dos laços entre as duas nações no que diz respeito aos direitos humanos.

“Estamos cá durante seis dias para podermos discutir e passar em revista informações importantes relativamente à experiência que Cabo Verde tem no domínio da protecção dos defensores de direitos humanos e também nós trazemos connosco a nossa própria experiência do trabalho no terreno”, salientou.

Lembrou que a Guiné-Bissau é um país de instabilidade que enfrenta vários desafios em matéria de protecção e garantia dos direitos humanos, daí a importância da criação de uma plataforma lusófona dos defensores dos direitos humanos.

“Essa plataforma é importante não só no aspecto da coordenação, mas no aspecto da pressão quando os defensores estão em uma situação difícil. E pode ser estratégia a contar não só o aspecto de disseminação dos mecanismos internacionais de protecção dos defensores de direitos humanos que é uma coisa relevante para a nossa actuação”, reforçou.

O presidente da RDDH da Guiné-Bissau destacou, por outro lado, os avanços que Cabo Verde tem alcançado em matéria de protecção e garantia dos direitos humanos através da implementação de algumas iniciativas ressaltando que o seu país tem todo interesse em beber da experiência e melhores práticas de Cabo Verde.

Por seu turno, o presidente da Rede Cabo-verdiana de Defensores de Direitos Humanos (Recaddh), Felisberto Moreira, explicou que ao promover um projecto de intercâmbio, ambas as redes têm como intuito aprimorar as suas capacidades institucionais e colaborar de forma mais eficaz na promoção e protecção dos direitos humanos em suas respectivas regiões.

“Acreditamos que juntos vamos poder visualizar os desafios e ver até que ponto nós poderemos mobilizar também recursos para implementar projectos conjuntos, que permitam reforçar a capacidade dos membros da rede e reforçar a nossa capacidade de intervenção, por forma a que possamos influenciar as decisões públicas na perspectiva da melhor protecção e defesa dos direitos humanos”, afirmou.

Declarou ainda que esta iniciativa marca um passo significativo no fortalecimento dos laços entre as duas nações no que diz respeito aos direitos humanos, e que estão comprometidos em trabalhar para que todos possam ter acesso aos bens básicos, fundamentais para a garantia da qualidade de vida.

Destacou a necessidade de criação de uma rede de defensores de direitos humanos nos países de língua oficial portuguesa, afiançando que estão a envidar os esforços para que a curto prazo este projecto seja uma realidade.

A Rede Cabo-verdiana dos Defensores de Direitos Humanos (Recaddh) foi oficializada em Agosto de 2022 e projectada para zelar pela defesa e protecção dos direitos dos defensores dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

A referida rede é constituída por um grupo de cidadãos cabo-verdianos, activistas sociais dos direitos humanos, enquanto membros e representantes das organizações da sociedade civil e parceiros regionais. In “Inforpress” – Cabo Verde


Turquia - Oferece três embarcações para patrulha do mar à Guiné-Bissau

Bissau – O Governo da Turquia disponibilizou três embarcações para ajudar a Guiné-Bissau a patrulhar as suas costas marítimas no âmbito do combate à pesca ilegal e ao tráfico de drogas.


O embaixador de Turquia na Guiné-Bissau, Ali Sait Akim procedeu à entrega das referidas embarcações ao governo guineense, através do Estado-maior da Armada, na presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, Chefe de Estado-maior General  das Forças Armadas, Biaguê NTan e do ministro da Defesa Nacional, Nicolau dos Santos.

As três embarcações dispõem de equipamentos para vigilância marítima.

Na ocasião, o embaixador da Turquia no país declarou a disponibilidade de seu país continuar a apoiar a Guiné-Bissau no processo de desenvolvimento, principalmente, na requalificação e na construção das infraestruturas marítimas.

“É neste quadro que o Governo da Turquia doou estas embarcações ao governo guineense para reforçar a sua capacidade de fiscalização marítima”, disse o diplomata turco.

O Presidente da República agradeceu ao seu homólogo da Turquia pela doação das embarcações ao país, destinadas ao reforço das suas  capacidades de fiscalização, através do Estado-maior da Armada (Marinha).

Umaro Sissoco Embaló disse que, para além destas embarcações, o país vai ainda beneficiar da Turquia, de cinco embarcações de transporte de passageiros, por forma a reduzir as dificuldades de ligação  entre a capital Bissau e as ilhas.

Estas jangadas, segundo o chefe de Estado, serão colocadas na travessia de Tchetchi, Farim, Cubumba e de Bissau para Ntchudé.

Umaro Sissoco Embaló anunciou ainda para breve a recepção do Governo português de um navio de transporte de cargas e passageiros.

Disse que essas ações se enquadram nas celebrações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e de 60 anos da criação das Forças Armadas.

O chefe de Estado Guineense lamentou a situação da Força Aérea, em termos de materiais, por isso assegurou que vai diligenciar junto dos parceiros, equipamentos para este ramo das Forças Armadas.

“Temos uma Força Aérea na teoria, mas na prática nada existe, porque uma Força Aérea tem que ser adoptada de meios, sobretudo de aviação, não só para garantir a segurança territorial, mas também ajudar na questão de evacuação sanitária”, afirmou.

Para que isso aconteça, segundo o chefe de Estado, é preciso que haja estabilidade no país.

O chefe de Estado Guineense recomendou ao chefe de Estado-maior da Armada a fazer o bom uso das embarcações recebidas do Governo da Turquia.

O Presidente guineense afirmou que as embarcações não servem só para fiscalização marítima, mas também para combate ao tráfico de drogas no mar. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau


segunda-feira, 18 de março de 2024

Macau - Universidade de São José espera atrair alunos da República Popular da China com protocolos de cooperação

O recente acordo firmado entre a Universidade de São José e a Universidade Católica Portuguesa, que vai possibilitar que os alunos das duas instituições obtenham um grau duplo de licenciatura em Comunicação e Media, pode ajudar “a uma futura possibilidade de recrutamento de alunos da China Continental para a USJ”, segundo referiu à Tribuna de Macau o vice-reitor Álvaro Barbosa. Ao protocolo com a Católica vão suceder-se outros intercâmbios do género, como por exemplo no Vietname


O desenvolvimento de graus duplos de licenciatura está a ser cada vez mais uma aposta das instituições de ensino superior e o acordo recentemente assinado entre a Universidade de São José (USJ) e a Universidade Católica Portuguesa (UCP) é disso exemplo.

Na sequência de protocolos semelhantes, a USJ terá a possibilidade de recrutar alunos no Interior da China. “O desenvolvimento de graus duplos é algo que nós ainda não tínhamos começado a fazer com a nossa universidade parceira em Portugal e que, na verdade, foi espoletado por uma visita que a USJ fez à Católica em Lisboa, na sequência da qual lhe sugeriu a ideia de desenvolver graus duplos connosco, como algo que seria do interesse local, nomeadamente até no que diz respeito à nossa futura possibilidade de recrutarmos alunos da China Continental”, disse Álvaro Barbosa.

Sobre o acordo propriamente dito, o Jornal Tribuna de Macau tinha já registado as declarações de um representante da UCP, concretamente o director da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, Nelson Ribeiro, e ouviu agora o vice-reitor da USJ, que destaca a importância deste tipo de colaborações.

“Este sistema é uma espécie de intercâmbio que as universidades começam cada vez mais a desenvolver e é do interesse dos alunos, sendo uma boa prática, perfeitamente dentro da legalidade de reconhecimento de créditos e dentro daquilo que são as legislações de cada um dos territórios ou países”, referiu. Por isso, a USJ está a desenvolver graus duplos com várias universidades, “nomeadamente no Vietname, e vamos anunciar isso muito proximamente”.

Este protocolo estabelecido com a UCP resulta, ainda segundo Álvaro Barbosa, “de uma colaboração a vários níveis com aquela universidade, mas o desenvolvimento de ‘double degrees’ ainda não tinha começado a ser feito com a UCP”, acrescentando que “este é o primeiro dos programas que nós desenvolvemos, porque havia realmente uma grande afinidade e proximidade até na participação e colaboração entre os professores e intercâmbio de alunos na área da Comunicação e Media”.

O protocolo rubricado terá ainda “um processo de acerto dos mecanismos de reconhecimento de créditos”, que é um processo administrativo. “Mas a nossa expectativa” – prossegue o vice-reitor da USJ – “é de, quanto antes, podermos oferecer esta possibilidade a todos os alunos, tanto da Católica em Portugal como da USJ em Macau, sendo realmente um mecanismo extraordinário para os estudantes terem uma formação internacional e uma experiência diferente do que é a formação tradicional”.

Esta parceria, “estruturada ao nível institucional e reconhecida até mesmo a nível de diplomas”, permitirá aos alunos de licenciatura da área de Ciências da Comunicação a obtenção de um grau duplo, recebendo diplomas de ambos os estabelecimentos de ensino quando finalizarem os cursos.

Ao abrigo do acordo, os alunos de Macau terão de estudar dois anos no curso de Comunicação e Media da USJ e outro período de dois anos na licenciatura da UCP. Isso possibilitará que os estudantes realizem aprendizagens em dois continentes e estudem diferentes áreas da Comunicação em contextos geográficos e culturais diversos, o que constitui uma mais-valia para a sua formação, segundo disse Nelson Ribeiro a este jornal.

Este tipo de colaboração, conclui o professor Álvaro Barbosa, “é um mecanismo cada vez mais utilizado no intercâmbio e na internacionalização, porque tem a vantagem de não obrigar a criar um programa novo”. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


Internacional - Investigadora do CIIMAR dá o nome a nova espécie de esponja marinha

Joana Xavier foi surpreendida pela equipa que atribuiu o seu nome a uma nova espécie de esponja marinha redescoberta numa amostra com mais de 15 anos


Uma equipa internacional acaba de publicar um artigo científico no qual descreve oito espécies de esponjas marinhas, uma das quais foi “batizada” em homenagem à investigadora Joana Xavier, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP). Esta espécie foi descrita com base num exemplar recolhido pela cientista da U.Porto numa gruta subaquática em Tenerife em 2007, quando ainda estava a fazer o seu doutoramento.

Apesar de estarem interessados em esponjas das ilhas Baleares no Mediterrâneo, os investigadores do Centro Oceanográfico das Baleares e do Museu da Evolução da Universidade de Uppsala acabaram por comparar amostras com outros locais e encontrar oito novas espécies para a ciência. Uma vez que uma delas tinha sido recolhida pela investigadora do CIIMAR Joana Xavier, e em reconhecimento da sua dedicação a avançar o conhecimento de espécies em mar profundo, resolveram atribuir-lhe o seu nome – Caminus xavierae.

Segundo Joana Xavier, “apesar de nessa altura mergulhar muito para recolher amostras para o meu doutoramento, não era costume fazer mergulhos em grutas. E este mergulho em específico foi feito precisamente para recolher um exemplar daquela que julgávamos ser Caminus vulcani, a pedido do meu colega Paco Cárdenas, último autor deste artigo, e que na altura também estava a fazer o seu doutoramento sobre a sistemática e evolução deste grupo taxonómico.”

Hoje, passados vários anos, e no seguimento da recolha de novas amostras nas Baleares pelos investigadores envolvidos neste estudo, percebeu-se que afinal esta amostra correspondia na realidade a uma nova espécie para a ciência que agora puderam descrever.

Um novo olhar sobre Caminus xavierae

A Caminus xavierae é uma esponja marinha em forma de almofada de cor castanha clara, e que possui um ósculo central (por onde sai a água) com margens elevadas, e inúmeros poros mais pequeninos (por onde entra a água) que formam um padrão estrelado na superfície da esponja.

Os elementos estruturais que constituem o seu esqueleto, são espículas siliciosas com morfologias distintas: algumas de maiores dimensões (estrôngilos e ortotrienas) e outras de menores dimensões (esterrasters, oxyasters e esférulas) que formam um córtex, uma espécie de “casca” superficial.

Para já, esta espécie só é conhecida desta gruta em específico pelo que seria importante perceber quão restrita é a sua distribuição.  

Um novo nome

Atribuir o nome de alguém a uma espécie é uma prática relativamente comum entre a comunidade de taxonomistas. Contudo, nunca estas escolhas são casuais.

“É obviamente uma grande honra termos uma espécie cujo nome nos é dedicado. É uma forma de homenagear alguém que admiramos pelas contribuições que têm feito neste campo do conhecimento – a taxonomia – que é tão importante e, no entanto, tão pouco valorizado” refere Joana Xavier, que já conta com mais duas espécies a ela dedicadas: a primeira – Calthropella (Calthropella) xavierae van Soest, Beglinger & de Voogd 2010, foi “batizada” pelo seu orientador de doutoramento, Rob van Soest. do Museu Zoológico de Amesterdão; e a segunda – Hymedesmia (Hymedesmia) xavierae Goodwin, Picton & van Soest 2011, por uma colega irlandesa, Claire Goodwin, também investigadora neste grupo.

Avançar o conhecimento sobre esponjas marinhas

Joana Xavier coordena a equipa de Biodiversidade e Conservação do Mar Profundo no CIIMAR que se dedica ao estudo de padrões de diversidade, distribuição e conectividade de espécies e habitas bentónicos de mar profundo, em particular os que são dominados por esponjas marinhas.

A equipa tem de momento a decorrer projetos dedicados a esta temática, que vão desde o desenvolvimento de uma base de conhecimento sobre as esponjas e corais da plataforma e talude de Portugal continental em colaboração com comunidades piscatórias locais no projeto o DEEPbaseline, ou a identificação dos principais hotspots de biodiversidade de espécies e habitats de esponjas em todo o Atlântico e Mediterrâneo no projeto SponBIODIV.

Dentro de alguns meses, abraçará mais três projetos que permitirão expandir estes estudos, nomeadamente para o desenvolvimento e aplicação de metodologias de baixo custo para melhor mapear, monitorizar e até restaurar estes habitats. Universidade do Porto - Portugal


Internacional - Estudo sugere que pré-tratamentos à base de fungos podem tornar a produção de pasta para papel mais sustentável

Um estudo liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) sugere que pré-tratamentos à base de fungos lenhinolíticos podem auxiliar na produção de pasta para papel sem comprometer a sua qualidade.


Ricardo da Costa, investigador do Departamento de Química, e Maria da Graça Carvalho, professora do Departamento de Engenharia Química, são os autores principais do artigo “Reduced Recalcitrance and Improved Pulp Properties in Eucalypt Woods Pretreated with White-Rot Fungi and Mild Alkali”, publicado na revista Industrial & Engineering Chemistry Research da American Chemical Society.

«Certos pré-tratamentos da madeira mediados por fungos lenhinolíticos (White-Rot Fungi) têm o potencial de permitir a redução de energia e/ou da quantidade de reagentes químicos utilizados durante a produção de pasta para papel. No entanto, estas são metodologias que ainda não foram suficientemente exploradas, particularmente no contexto português», revela Ricardo da Costa.

Assim, «o nosso objetivo principal foi abordar esta lacuna e desenvolver metodologias biotecnológicas que possam ser utilizadas como auxiliares na produção de pasta para papel, sem afetar a qualidade das pastas produzidas», conta Maria da Graça Carvalho, explicando que os pré-tratamentos da biomassa envolvem a aplicação de fungos lenhinolíticos, nomeadamente Ceriporiopsis subvermispora, Ganoderma lucidum, Phanerochaete chrysosporium, Pleurotus ostreatus, e Trametes versicolor, em aparas de madeira de eucalipto antes do cozimento para produção de pasta para papel.

A docente elucida ainda que os pré-tratamentos, utilizados durante a investigação, reduziram substancialmente a resistência que a madeira apresenta aos processos de cozimento e melhoraram as propriedades da pasta. Também o teor residual de lenhina foi substancialmente reduzido nas pastas cruas produzidas a partir da madeira tratada, bem como o consumo de reagentes de branqueamento.

Portanto, de acordo com o investigador do Departamento de Química, «estes processos, depois de avaliada a sua viabilidade técnico-económica em contexto industrial, poderão resultar na melhoria da eficiência do processo de produção de pasta para papel», conclui.

Este estudo é o resultado de uma colaboração entre os departamentos de Química, Engenharia Química e de Ciências da Vida (DCV) da FCTUC, no âmbito do projeto “Inpactus”, incluindo o contributo de vários parceiros internacionais, nomeadamente as universidades de York e do País de Gales, no Reino Unido. Universidade de Coimbra - Portugal