Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Mamarracho


            Lisboa é hoje uma cidade onde ancoram diariamente cruzeiros trazendo milhares de turistas de todas as partes do mundo. O Terreiro do Paço, uma praça construída após o terramoto de 1755, com os seus 36 mil metros quadrados, é uma das mais imponentes da Europa e porta de entrada na Lisboa pombalina, para os turistas que acabam de desembarcar dos cruzeiros, para passarem um dia na capital mais antiga deste velho continente.

            Nestes últimos dias, todos aqueles que entram nesta bela praça pelo lado do rio, esbarram num mamarracho, composto por três panos brancos em forma de pirâmide, que não ocultam uma estrutura metálica de andaimes a que pomposamente chamam de árvore de natal. Mais grave é que este mamarracho, encobre, da parte nascente do terreiro, o belo Arco da Rua Augusta, que qualquer turista, deseja fotografar, dos mais diversos ângulos e se possível captando um carro eléctrico dos antigos, embora muitos dos modelos que outrora circulavam pelas colinas lisboetas, tenham desaparecido.

          Infelizmente o património arquitectónico português, tem sido desprezado pelos governantes, nos seus diversos patamares de governação, esquecendo-se que ele representa a história de um povo, é um legado das gerações que contribuíram para construir um país e que no fundo, ajudam através do turismo, a criar receitas para o bem-estar da população.

     O que neste momento interessa realçar é que os políticos eleitos democraticamente por um período transitório de tempo, devem exercer as suas funções, gerindo melhor possível o bem público, como se estivessem a governar a sua própria casa, não gastando de qualquer forma o dinheiro que não lhes pertence. No acto da inauguração deste mamarracho, o responsável pela obra, a uma pergunta dum jornalista, sentiu-se incomodado e respondeu, no fundo assumindo a sua responsabilidade, que os governantes anteriores tinham gasto ainda mais dinheiro. Uma bela justificação para se continuar a esbanjar o erário público! Baía da Lusofonia

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