Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 3 de março de 2013

Garantias

 
            As palavras que ontem trouxemos aqui pela pena de Torquato da Luz eram românticas. Um outro cidadão que acabou de afirmar que um relógio parado acertava na hora duas vezes ao dia expressava palavras verdadeiras, mas o governo de Portugal cada vez que declara qualquer resultado, mesmo que lhe seja favorável, só exprime palavras erradas.
 
            Que garantias pode dar alguém que só afirma erros, mesmo quando lhe é desfavorável? Nas projecções para o ano de 2012 o governo acenava com um saldo negativo para a Balança de Bens e Serviços, mas agora que conhecemos os resultados do ano eles foram positivos, com uma taxa de cobertura de 100,2%. Distraídos que os governantes andam, nem repararam que erraram mais uma vez, obtendo um importante resultado, a segunda na história das trocas com o exterior, sendo a primeira em plena segunda guerra mundial, graças às exportações de volfrâmio. Desta vez foram os serviços que permitiram haver uma balança positiva.
 
            Poderíamos ficar satisfeitos com este resultado, se fosse sinal que a nossa produção estava a substituir as importações e que os nossos produtos estavam mais competitivos e ganhavam novos mercados. A realidade é outra, o mercado interno afundou-se e deixou-se de importar produtos e principalmente serviços, os primeiros por não haver compradores e os segundos porque as empresas estão a paralisar por falta de encomendas.
 
            O governo, cada semana que passa está a alterar os últimos resultados apresentados, dando sinais evidentes de incapacidade perante os cidadãos e entidades colectivas. Os próprios comentadores ligados à área do poder, coçam a cabeça, sem saber o que dizer e o que fazer. Depois lá afirmam…”não se pode fazer nada, eles têm a legitimidade democrática”.
 
            Será que é assim?
 
           Evidentemente que não! Como pode haver legitimidade democrática quando toda a prática governativa é contrária ao programa apresentado a sufrágio eleitoral? Os eleitores foram enganados no acto de votar e agora assistem impotentes a um golpe de estado palaciano, sem que os mecanismos de defesa da democracia funcionem para restabelecer o projecto que os votantes consideraram na altura, ser o melhor para o seu futuro e dos seus familiares. Baía da Lusofonia

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