Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Macrolínguas

“De macrolínguas e microlínguas

Fala-se que o chinês é a língua mais falada no mundo porque conta com mais de 1 300 milhões de habitantes. Mas isso é falaz. O chinês diz que é uma “macrolíngua” dividida em (13) sublínguas com uma distância importante entre elas e de difícil intercomprensão. É como se nós disséssemos que entre a Península Ibérica e a Roménia falamos todos uma única língua chamada LATIM dividida em nove sublínguas maiores (galego-português, castelano, catalão, ocitano, francês, retoromânico, italiano, sardo e romeno…) e mais outras tantas menores (astur-leonês, aragonês, arpitão, Vêneto, siciliano…).

A sublíngua mais falada de entre as variantes do chinês é a chamada “mandarim” uns 836 milhões de falantes, nome que os portugueses lhe deram à que falavam os funcionários que comerciavam  com eles nas suas viagens em épocas das descobertas (“mantri” significa em malaio “funcionário” e daí deu “mandarim”). Quer dizer é a língua dos funcionários de Pequim porque o povo não tinha licença para tratar com os visitantes europeus. Mas é que o “mandarim” também está dividido em aproximadamente uns oito (8) dialectos algumas vezes também ininteligíveis entre si… Que é o chinês, então? O chinês é um código escrito que conhecem e percebem todos os falantes da “macrolíngua” que por serem LOGOGRAMAS todos reconhecem, desde os falantes dos diferentes dialetos do mandarim, até os falantes do min ou do cantonês, do gan ou do hui…

Desde os anos em que governava o “brilhante camarada” Mao Tse Tung, o mandarim de Pequim é a língua oficial de toda a China, nem sequer é o mandarim Ji Lu, nem o mandarim Zhongyuan nem o mandarim Jianhuai… Esse mandarim Beijing ou de Pequim também chamado Min-Nam, que não chega nem por proximidade aos 100 milhões de falantes, é aquilo que nós incorretamente chamamos chinês. Complica-se mais o assunto se quisermos apreender chinês ao nos vermos com a existência de duas normativas, vamos chamar-lhes…oficiais: a tradicional na que escreviam os grandes ilustrados chineses das grandes dinastias históricas e nas que elaboraram e construíram a poderosa civilização do passado; e a simplificada, esta última criada pelas autoridades da República Popular Chinesa botando-lhe a culpa “às massas populares” para unificar toda China e as suas diferentes sublínguas… como uniformaram a todos com o mesmo fato e um livro vermelho que havia que apreender como o “catecismo” na Espanha franquista.

E digo eu… Que fariam os do ILG e os da RAG num caso como este? O dialeto Jiao Liao já não seria mandarim …O cantonês já não seria chinês é a normativa haveria que cumpri-la porque foi igualmente elaborada pelas autoridades da “Xunta” botando-lhe a culpa “ao povo galego” embora a versão “tradicional-reintegracionista” estivesse proibida…sob pena de tortura chinesa. Olha cá, que os chineses, com todo o enredo que têm dão-lhe mil voltas no que diz respeito da flexibilidade linguística aos diferentes governos da “Xunta”…

Outra diferença é que as autoridades maoístas criaram o chinês simplificado para todos se entenderem…mas as autoridades político-linguísticas galegas elaboraram o “galego normativo” (como se o reintegrado ou o Acordo Ortográfico não fosse também um “galego normativo”) para não percebermos o português… e assim complicarem mais as cousas aos galegos. Com toda essa leia de conceitos que quereríamos extrapolar para a nossa língua, temos. a) o de “macrolíngua” que nos dão os linguistas para o chinês e nos fica um bocado grande de mais para o que nos ocupa… b) o de “sublíngua” que também não nos dá jeito, porque de termos uma “sublíngua” esta seria todo o diassistema galego-português, como seria o castelhano, o francês ou o romeno a respeito do latim, que seria em realidade a macrolíngua… o que sim daria finalmente se olharmos para o que nos deixam nas mãos, nos ensinam nas escolas e nos incutem nas Universidades é muito pior que tudo isso… é um galego autoidentificado como uma “microlíngua”. E isso que o partido que nos dirige desde a dinastia Franco é o Partido POPULAR… como a China!" José Barbosa – Galiza in “Desperta do Teu Sono”

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