Portugal está hoje, 27 de Junho de 2013, em
greve geral promovida em conjunto pelas duas centrais sindicais, CGTP e UGT.
Ontem no Parlamento, o Primeiro-ministro
português, abordando o tema da greve afirmava “o país precisa menos de greves e
mais de trabalho e de rigor”, esquecendo-se que é o grande responsável pela
destruição de 459 800 postos de trabalho, que o país perdeu desde o 3º
trimestre de 2011.
Em 2001, no início do séc. XXI e antes da
entrada na Zona Euro, Portugal tinha uma taxa de desemprego das mais baixas da
Europa, 4,1% de taxa média nesse ano. Hoje, tem a 3ª taxa de desemprego mais
elevada da União Europeia, 17,8% segundo dados do Eurostat para o mês de Abril
de 2013, somente ultrapassado por Grécia e Espanha.
Que pensarão os cidadãos portugueses quando
ouvem um governante afirmar que é preciso trabalhar, mas só vêem desemprego e
mais desemprego, nos seus amigos, nos seus vizinhos, na sua família, dentro da
própria casa.
No longínquo ano de 1985, é preciso recordar
que a memória é curta, os políticos anunciavam que a futura entrada na
Comunidade Económica Europeia (CEE), seria um sinal de conforto para os
portugueses, que em dez anos estariam a viver como a maioria da população do
centro e norte da Europa.
Para tal propósito, consideraram ser
necessário abater a frota de pesca, acabar com a agricultura, reduzir ao
essencial a indústria, porque os serviços seriam a grande aposta para Portugal.
O resultado está à vista de todos.
Sinto-me envergonhado, hoje, quando assisto nos
diversos órgãos de comunicação social, a um pedido de solidariedade para
aqueles que em 2013 nada têm, como a situação mais natural, como um fado. Recordo-me dos tempos de aluno na escola primária, em que o colégio solicitava aos
familiares dos alunos para levarem produtos de mercearia para distribuir pelos
mais carenciados. Hoje, passados mais de cinquenta anos, depois de tantas
promessas não cumpridas, de tão farta vilanagem, presencio a vivências de todo
impensáveis, após o 25 de Abril de 1974. Baía
da Lusofonia
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