Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Paderne

Hoje, dia 10 de Junho de 2013, comemora-se o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, sendo a cidade de Elvas a eleita para os actos solenes que registam o dia.
 
Normalmente nesta época, muitos portugueses rumam a sul para passarem alguns dias no Algarve e quando chegam ao final da auto-estrada e viram à esquerda para Faro, encontram ao seu lado direito umas ruínas, imperceptível para a maior parte dos portugueses, que são as ruínas do castelo de Paderne que no fundo espelham a realidade a que chegou Portugal e por duas razões, retractam a ignorância de uma população e o desinteresse pela riqueza cultural nacional.
 
Segundo alguns historiadores o castelo de Paderne está representado no escudo português da bandeira nacional, sendo uma das sete fortalezas algarvias conquistadas por Afonso III, sendo as outras Albufeira, Aljezur, Cacela, Castro Marim, Estombar e Sagres.
 
A história deste castelo remonta ao séc. XII quando os Almóadas criaram uma linha defensiva para suster o avanço cristão que vinha do norte. A construção foi em taipa, característico deste povo muçulmano e controlava a antiga estrada romana que atravessava a ribeira de Quarteira.
 
D. Sancho I conquistou este castelo em 1189 com o sacrifício de vidas que lutaram com bravura para a consolidação do território português. Foi uma conquista efémera, pois só durou dois anos, tendo regressado ao domínio português apenas em 1248 por Afonso III, que conquistou Faro em 1249, terminando com a ocupação muçulmana do Algarve.
 
Infelizmente, a democracia portuguesa preocupa-se muito pouco com a sua identidade histórica e com a preservação dos seus monumentos, embora este castelo tenha já tido o início de recuperação neste século, praticamente tudo ficou por fazer e a estrutura em taipa do que resta do lado norte, este e oeste, qualquer dia desaparecerá.
 
Há que reconhecer que os principais monumentos nacionais, os mais procurados pelos turistas estrangeiros que nos visitam e onde Portugal consegue obter melhores receitas, foram recuperados durante a ditadura, embora por vezes sem grandes preocupações de manter a traça original, mas sim de embelezar para agradar o visitante. Baía da Lusofonia
 

 
Vista observada da Via do Infante (A22)
 
 
 


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