Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 21 de setembro de 2013

Casamansa - Governo no exílio?

John Stuart Mill
Casamansa: Porque não um governo no exílio?
 
“A única liberdade que merece o nome é a de buscar nosso próprio bem à nossa maneira, sem privar os outros de buscar a deles”, escreveu John Stuart Mill (1806 – 1873).
 
Desde 1960, a Casamansa nunca foi submetida a um referendo. A Constituição do Estado do Senegal foi imposta de forma autoritária e este facto não foi democrático. Alguns professores, como Emile Badiane e companhia, ansiosos de um poder elitista, afastam-se do Movimento das Forças Democráticas da Casamansa (MFDC) e arrogam-se de todos os direitos, incluindo o de nunca consultar os cidadãos casamanseses sobre as principais questões que se colocam numa união com o Senegal de Léopold Sédar Senghor. Eles são culpados de validar à sua maneira uma entidade perigosa que nega o direito da soberania do povo de Casamansa. Eles estão envolvidos numa Constituição que se aplica por defeito de não ser submetida pelo referendo. Estavam com medo da democracia directa? Então, não seriam democratas. Foram roubados os direitos do povo? Então, eles seriam usurpadores.
 
Sim, as mulheres e homens de Casamansa têm o desejo da grandeza democrática e é preciso ser suficientemente grande para reconhecer e aceitar as falhas dum Estado senegalês que até hoje nega os direitos de soberania e independência do povo da Casamansa.
 
Pois se o Senegal não mexe sobre este dossier, então será preciso conceder a oportunidade a este povo soberano da Casamansa de usar incondicionalmente e sem demora, os plenos poderes democráticos que são os seus? É possível se o MFDC, quer dizer todas as forças democráticas, cidadãos e forças políticas, concordem em formar um governo, porque não no exílio.
 

Além disso, não precisamos de nenhuma constituição, nenhum referendo para continuar a nossa marcha pela independência. Como prova, graças à nossa vontade de não ceder em nada de essencial, vamos realizar uma paz por todo o tempo com a Gâmbia, a Guiné-Bissau, a República da Guiné e o Mali. Quanto ao Senegal, nos impôs a guerra e a violência no nosso espaço territorial, contrariamente aos nossos costumes e às nossas leis.
 
Nossos “amigos” do outro lado da Gâmbia, nós demonstramos deste modo o que eles entendiam por Estado de direito, nós vamos agora demonstrar-lhes que existe uma auto-estima, que vem em completa contradição com a sua visão de opressão.
 
O pacto que vincularia os dois povos, diga-se, é para quebrar, porque nós não adicionámos a nossa assinatura ao documento que concede a administração ao Senegal. E isso, graças a um dos nossos, professor que seja, Emile Badiane, de farejar uma enorme intrujice para nos escravizar. A Casamansa e as suas valentes filhas e filhos não se deixam enganar. Bintou Diallo – Casamansa - Casamance


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