Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ferroanel

                        A questão das supersafras
                                                                                                                                            

O embarque das safras de açúcar e milho, que teve início em maio, está chegando ao fim, depois de muitos sobressaltos e transtornos não só para a população das cidades da Baixada Santista como para as demais empresas intervenientes no processo logístico ligado ao Porto de Santos. Agora, fica a expectativa para 2014, com a esperança de que as dificuldades surgidas neste ano tenham servido para acumular experiência que possa evitar a repetição dos problemas. Ou ao menos para minorá-los.

Sabe-se que o problema dos gargalos no Porto de Santos se dá antes da chegada da carga. Ou seja, está na insuficiência de silos para a armazenagem das safras nas regiões produtoras e nas usinas de origem, já que os produtores e traders não se preocupam – nem foram estimulados pelo governo – em construir infraestrutura de armazenagem em quantidade suficiente. A alegação é que as linhas de crédito oferecidas pelos bancos oficiais não são acessíveis.

Como essa solução parece que começa agora a ser bem encaminhada, espera-se, por outro lado, que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) venha a adotar em 2014 um rígido esquema de gerenciamento que leve em conta a capacidade de recebimento e estocagem de cargas nos terminais e nos bolsões e pátios reguladores dos operadores portuários.

Ou seja, é preciso que funcione com pontualidade um sistema compulsório para a chegada de caminhões ao Porto, de modo que o veículo não deve sequer se aproximar da área portuária e, se o fizer, o operador portuário a que se destina deve sofrer severa punição. Ao mesmo tempo, é preciso que União e Estado apressem a implantação do Ferroanel, projeto que tem como objetivo a interligação das principais ferrovias que cortam a região metropolitana de São Paulo, sem cruzar mais com trens urbanos nem entrar na capital paulista.  Quando concluído, o Ferroanel terá capacidade para movimentar 40 milhões de toneladas, das quais 24 milhões com destino ao Porto de Santos.

Com o Ferroanel pronto, não haverá mais sentido em continuar escoando as cargas de grãos e açúcar por caminhões, modal que encarece o frete, causa desgastantes jornadas aos motoristas e aumenta o risco de acidentes nas rodovias, além de provocar congestionamentos.

Por fim, no que toca ao Porto de Santos, a Codesp precisa rediscutir a questão da transferência dos armazéns reservados aos granéis da Ponta da Praia para a área continental, na outra margem, como defendem a Prefeitura santista e o Conselho de Autoridade Portuária (CAP). O problema é que, de acordo com o novo marco regulatório, o CAP deixou de ser um órgão executivo para se tornar apenas consultivo. E a decisão depende agora totalmente de Brasília. Mauro Dias – Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pequenas e Médias Empresas

O Banco Mundial apresentou ontem, 29 de Outubro de 2013, o relatório “Doing Business 2014” que caracteriza a regulação sobre as pequenas e médias empresas (PME) privadas. Este ano estão analisadas 189 economias, mais quatro que o ano anterior e a classificação apresentada tem como objectivo medir e identificar as regulações que incidem sobre as PME, pretendendo ser um indicador de uma melhor regulação que facilite a interacção no mercado, que protejam importantes interesses públicos sem necessidade de prejudicar o desenvolvimento do sector privado.

Numa classificação liderada por Singapura, seguida de Hong Kong e Nova Zelândia, os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apresentam-se em diversos patamares da classificação com Portugal a ser o melhor classificado, 31º lugar, piorando dois lugares em relação ao último relatório revisto, sendo o 12º de entre os países da União Europeia, aparecendo melhor classificado que Espanha (52º), Itália (65º) ou Grécia (72º).

O Brasil é o segundo país de língua portuguesa, no 116º posto, melhor que a vizinha Argentina (126º), Bolívia (162º), Venezuela (181º), mas pior que o Uruguai (88º), no entanto subiu duas posições em relação ao último relatório, seguindo-se Cabo Verde na terceira posição, classificada no 121º lugar.

Em Singapura demora-se dois dias e meio a constituir-se uma empresa, no Brasil esse tempo aumenta para 107,5 dias, mas o que agrava a posição brasileira são os impostos sobre as pequenas e médias empresas.

No terceiro terço da classificação encontramos Moçambique, na posição 139, São Tomé e Príncipe no 169º lugar, Timor Leste em 172º, Angola, 179º, seguida da Guiné Bissau no posto 180. Os últimos três países são, Líbia, República Centro Africana e Chad.

Dos países observadores associados da CPLP a Ilha Maurício encontra-se no 20º lugar, a Guiné Equatorial em 166º e o Senegal na posição 178. Os países que pretendem aderir a membros observadores associados da CPLP, a Geórgia está num excelente 8º lugar e a Namíbia em 98º. Para melhor conhecer o relatório aceda aqui. Baía da Lusofonia

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Falantes de Português

Língua - Falantes de Português ascendem a 244 milhões em todo o mundo

Falado por 244 milhões de pessoas em todo o mundo, o Português é a sexta língua mais falada do globo, mas é a quinta mais usada na Internet e a terceira nas redes sociais como o Facebook e Twitter.

As estatísticas são do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e divulgadas pela presidente, Ana Paula Laborinho, a propósito da II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorre nos dias 29 e 30 de Outubro, em Lisboa.

Também o site do Observatório da Língua Portuguesa, que reúne diversas fontes para construir as suas estatísticas, aponta para 244,392 milhões de falantes de português em todo o mundo, mas coloca o Português como a quarta língua mais falada do mundo, atrás do mandarim, do espanhol e do inglês.

Com efeito, a posição do português nas listas das línguas com maior número de falantes varia conforme os critérios das organizações que as elaboram.

No site do Observatório da Língua Portuguesa, é explicado como se chega aos 244 milhões de falantes. Falado nos cinco continentes, o português é a língua oficial de oito países: Angola (19,8 milhões de habitantes), Brasil (194,9 milhões), Cabo Verde (496 mil), Guiné-Bissau (1,5 milhões), Moçambique (23,3 milhões), Portugal (10,6 milhões), São Tomé e Príncipe (165 mil) e Timor-Leste (1,1 milhões).

Contudo, só nos casos de Portugal e do Brasil é contabilizada toda a população como falante de português. Em Timor-Leste, por exemplo, apenas 20% dos habitantes falam português, enquanto na Guiné-Bissau são 57%, em Moçambique 60%, em Angola 70%, em Cabo Verde 87% e em São Tomé e Príncipe 91%, revelam os dados do observatório.

Por outro lado, é preciso contabilizar também as diásporas, que todas juntas ascendem a quase dez milhões de falantes de português, incluindo os 4,8 milhões de emigrantes portugueses e três milhões de brasileiros, segundo dados de 2010.

A língua portuguesa é ainda falada em locais por onde os portugueses passaram ao longo da História como Macau, Goa (Índia) e Malaca (Malásia).

Segundo o Observatório da Língua Portuguesa, o português é a língua mais falada no hemisfério sul, com 217 milhões de falantes em Angola, Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Entre as línguas europeias, o português surge como a terceira mais falada e um estudo da Bloomberg considera-o a sexta língua do mundo mais utilizada nos negócios.

Na Internet, a importância do português tem vindo a crescer, sendo hoje o quinto idioma mais utilizado, por 82,5 milhões de cibernautas, segundo o site Internet World Stats.

O número de utilizadores da Internet em português aumentou 990% entre 2000 e 2011, mas nesse ano ainda só representava 3,9% do total de cibernautas e 32,5% do total de falantes de português no mundo, o que permite antecipar que ainda tenha muito por onde aumentar.

Já no Facebook, o português é a terceira língua mais usada, por 58,5 milhões de utilizadores, a seguir ao inglês (359 milhões) e ao espanhol (142 milhões). Além disso, a língua portuguesa foi a que mais cresceu naquela rede social, com um aumento de mais de 800% entre 2010 e 2012.

Também no Twitter, o português é a terceira língua mais usada, representando 12% do total de tweets enviados, a seguir ao inglês (39%) e ao japonês (14%).

Todos estes números tenderão, no entanto, a mudar, à medida que muda o mapa do português no mundo. Segundo estimativas do Governo português, tendo em conta a evolução demográfica, até 2050 o número de pessoas no mundo a falar a língua de Camões deverá aumentar para 335 milhões. in “Café Portugal Net” - Portugal

Suape: exemplo do novo Nordeste

Suape - Pernambuco

RECIFE – Há pelo menos uma década, Pernambuco vem apresentando um crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) superior ao PIB brasileiro. Em 2012, o PIB do Estado cresceu 2,3%, enquanto o do País foi de pífios 0,9%. Para este ano, a previsão é que chegue a 5%, enquanto o do Brasil deve ficar em torno de 4%, segundo estimativas de técnicos do próprio governo federal. Esse desempenho explica por que Pernambuco tem atraído tantos investimentos para a região.

Montadoras, estaleiros, fabricantes de cerveja, fabricantes de equipamentos para captar energia eólica, indústria siderúrgica e empresas varejistas, entre outros setores, têm ampliado sua presença em Pernambuco, que, a exemplo dos demais Estados nordestinos, também recebe investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No complexo industrial junto ao porto de Suape, está instalado um polo de empresas da cadeia de petróleo, gás offshore e naval.

Porto de Suape

Aliás, o porto de Suape, na região metropolitana do Recife, é um exemplo desse novo Nordeste que está em construção. Em 2012, Suape movimentou cerca de 11,2 milhões de toneladas, dos quais 50% de granel líquido, 42% de carga conteinerizada, 6% de granel sólido e 2% de carga geral solta. A projeção é que Suape alcance 50 milhões de toneladas movimentadas em 2016 e 90 milhões em 2020.

Com uma extensão de 14 mil hectares e seis quilômetros de cais, Suape figura entre os maiores portos do mundo em extensão e vem atraindo a atenção de investidores nacionais e internacionais, principalmente em razão de sua curta distância em relação à costa norte-americana e ao Leste Europeu, de apenas oito dias de viagem.

A sua concepção de porto-indústria oferece condições ideais para a instalação de empreendimentos dos mais diversos segmentos. Recentemente, ganhou novos berços e, além disso, conta com fornecimento de gás natural, energia elétrica, água bruta e água tratada. Com mais de uma centena de empresas instaladas e mais de 20 novas plantas em construção, o complexo industrial-portuário de Suape constitui o motor econômico da região metropolitana do Recife, gerando 40 mil empregos para trabalhadores dos municípios de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, principalmente.

Porto de Suape - cais de contêineres

Porto de águas profundas, Suape tem registrado, todos os anos, crescimento no fluxo de navios porta-contêineres, o que confirma a retomada do movimento do comércio internacional e a superação da crise financeira de 2008. Embora seja marcadamente um porto importador, ao contrário do porto de Pecém, no Ceará, Suape tem contribuído, de maneira efetiva, no escoamento não apenas das exportações de Pernambuco como de outros sete Estados da região, que representam juntos 90% do PIB do Nordeste.

Se em 1983, quando começou a operar efetivamente, apresentava movimentação pouco expressiva e vivia cercado por pouca credibilidade, hoje esse cenário mudou completamente, a ponto de o porto de Suape ter recebido epítetos que vão de “locomotiva” à “jóia da coroa” pernambucana. Quem apostar hoje no crescimento de Suape só terá a ganhar. Mauro Dias - Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sete letras

Esta palavra saudade
sete letras de ternura
sete letras de ansiedade
e outras tantas de aventura.

Esta palavra saudade
a mais bela e mais pura
sete letras de verdade
e outras tantas de loucura.

Sete pedras, sete cardos,
sete facas e punhais
sete beijos que são nardos
sete pecados mortais.

Esta palavra saudade
dói no corpo devagar
quando a gente se levanta
fica na cama a chorar.

Esta palavra saudade
sabe a sumo de limão
tem o travo de amargura
que nasceu do coração.

Ai! Palavra amarga e doce
estrangulada na garganta
palavra como se fosse
o silêncio que se canta.

Meu cavalo imenso e louco
a galopar na distância
entre o muito e entre o pouco
que me afasta da infância.

Esta palavra saudade
é a mais prenha de pranto
como um filho que nascesse
por termos sofrido tanto.

Por termos sofrido tanto
é que a saudade está viva
são sete letras de encanto
sete letras por enquanto
enquanto a gente for viva.

Esta palavra saudade
sabe ao gosto das amoras
cada vez que tu não vens
cada vez que tu demoras.

Ai! Palavra amarga e doce
debruçada na idade
palavra como se fosse
um resto de mocidade.

Marcada por sete letras
a ferro e a fogo no tempo
ai! Palavra dos poetas
que a disparam contra o vento.

Esta palavra saudade
dói no corpo devagar
quando a gente se levanta
fica na cama a chorar.

Por termos sofrido tanto
é que a saudade está viva
são sete letras de encanto
sete letras por enquanto
enquanto a gente for viva.

Ary dos Santos – Portugal



domingo, 27 de outubro de 2013

O Brasil que queremos

 
É um hábito arraigado entre brasileiros atribuir a outros a culpa pelos próprios males. Se se pode atribuir sentimentos a entes coletivos, esse é também um hábito da Nação brasileira, pois estamos sempre procurando encontrar nas outras nações a origem dos nossos fracassos. É o que está por trás da noção de opção “equivocada” pelo modal rodoviário que o Brasil fez ao tempo do governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), que teria-se deixado levar pelos interesses da indústria automobilística norte-americana.
 
Naquele tempo, é certo, o Brasil precisava abrir rodovias para desbravar o seu território, o que aceleraria o crescimento das montadoras de automóveis e caminhões. Mais que isso: o País precisava crescer. Mas daí a concluir que o sucateamento da rede ferroviária e dos portos e aeroportos tenha-se dado, de maneira proposital, para favorecer interesses norte-americanos é um exagero. Ora, isso se deu por culpa mesmo de administradores públicos mequetrefes ou porque poucos foram os presidentes da República que desde então tiveram visão de estadista.
 
Também não se pode dizer que portos e aeroportos tenham sido sucateados porque isso pressupõe que, algum dia, estiveram dentro de padrões de Primeiro Mundo. Já o modal ferroviário – pelo menos no Estado de São Paulo – funcionou bem à época dourada da produção do café, como ainda se pode perceber pelas antigas estações que viraram centros culturais.
 
Deficiente como tudo que funciona nas mãos do Estado, o modal ferroviário foi desativado por incompetência administrativa mesmo. Nem se pode dizer que, na década de 1970, ninguém poderia imaginar que haveria pela frente a revolução do contêiner. Criado ao final da década de 1930, desde a década de 1950, o contêiner passou a ser utilizado em larga escala nos Estados Unidos, a ponto de hoje ser responsável por 95% das cargas gerais transportadas em navios pelo mundo.
 
Pois bem. Optamos pelo modal rodoviário como condutor do desenvolvimento e acabamos reféns das crises do petróleo. Mas tampouco desenvolvemos uma rede viária nas proporções que o País precisa – ainda hoje constitui uma aventura viajar por terra de Cuiabá-MT a Santarém-PA ou trafegar na Transamazônica ou chegar a Roraima sem passar por sobressaltos.
 
O novo modal rodoviário chegou a uma situação tão caótica que governantes de mentalidade estatizante viram-se obrigados a privatizá-lo, com mais um ônus para a sociedade que é a cobrança de pedágios, já que a taxação dos demais impostos não foi reduzida. Resultado: sair do Interior paulista em direção ao Porto de Santos significa passar por cinco ou seis pedágios, o que contribui decisivamente para que o preço do transporte rodoviário seja de 25 a 40% mais caro do que para outros portos do País, como mostrou recente estudo do grupo Maersk.
 
Por que não se opta, então, por outros portos?, perguntaria, por certo, o conselheiro Acácio. Ora, é que, apesar de tudo, o Porto de Santos ainda é o mais eficiente e mais bem aparelhado de que dispomos, embora lá um contêiner demore 21 dias para ser liberado, enquanto em Roterdã, na Holanda, a média é de dois dias.
 
Para piorar, o Brasil está entre os piores do mundo em termos de serviços alfandegários. Basta ver que ocupa a 123ª posição no ranking com 185 países do Ease of Doing Business Index do Banco Mundial, de 2013, que leva em conta tempo, custo e documentação  para a exportação ou importação.
 
Obviamente, nada disso pode ser atribuído a um plano maquiavélico de estrangeiros para nos condenar ao atraso eterno. Por isso, está na hora de assumirmos a responsabilidade por nossos próprios erros. A partir daí, ficará mais fácil definir o modelo de país que queremos construir e deixar para as próximas gerações. Mauro Dias - Brasil
 
 
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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br


sábado, 26 de outubro de 2013

Fala português?

 
“Até 1979, eu nunca tinha ousado expressar-me em espanhol. Lia muito bem a língua, percebia-a falada, mas eu próprio falá-la era bem diferente. Daí que raramente ousasse pedir mais do que "un solo"... Quando fui viver para a Noruega, o meu primeiro grupo de amigos era composto por diplomatas espanhóis, brasileiros e latino-americanos. Com algum esforço, tive de começar a "aculturar-me" ao espanhol, que era a língua franca nesse meio. A curiosidade fez-me mesmo comprar uma gramática e livros de exercícios de espanhol. Mas nunca fui muito longe, confesso... Logo nas primeiras férias em Portugal, numa deslocação a Verín, na Galiza, entrei numa loja e teimei em testar o meu espanhol. O comerciante galego sorriu para mim, com um ar piedoso, e disse-me: Por que não fala português? Percebemo-lo melhor..." Seixas da Costa – Portugal


No futuro

“No futuro, Portugal e Brasil têm de fazer aquilo que não fizeram no passado. Ou seja, estreitar ainda mais as suas relações. Não basta sermos irmãos. Não basta sermos duas pátrias irmãs. É preciso que a gente transforme essa irmandade – Brasil e Portugal – na geração de riqueza, parceria entre empresários e construção de salários. Fazer com que o progresso seja a razão maior da nossa aliança. Há uma nova oportunidade” Lula da Silva - Brasil


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

APLOP

Na semana passada, dias 17 e 18 de Outubro de 2013, realizou-se na cidade do Lobito, Angola, o VII Congresso da Associação dos Portos de Língua Oficial Portuguesa (APLOP).

Neste Congresso, assumiu a presidência da organização, o angolano Anapaz de Jesus Neto, presidente da Empresa Portuária de Lobito, enquanto não se conclui a Associação dos Portos de Angola (APANG). A vice-presidência coube ao Porto de Itajaí do Brasil e o lugar de vogal à Associação de Portos de Portugal, que anteriormente detinha a presidência.

Na Assembleia Geral, a presidência ficou a cargo da Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), enquanto a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Brasil, assumiu a vice-presidência e o lugar de secretário foi atribuído à Administração do Porto de Sines, Portugal.

A presidência do Conselho Fiscal foi entregue à Empresa Nacional de Administração de Portos (ENAPOR) de Cabo Verde, sendo os lugares de vogais atribuídos à Administração dos Portos da Guiné Bissau (APGB) e à Empresa Nacional de Administração de Portos (ENAPORT) de São Tomé e Príncipe.

Salientamos as palavras do presidente cessante, José Luís Cacho:

"Vincamos a importância da aposta na economia desde o período pré-fundacional da nossa associação. Natural se torna, pois, que nos orgulhemos de ter, hoje em dia, a CPLP a acompanhar-nos na defesa desse objectivo.

São recentes - da semana passada -, as declarações do Secretário Executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, defendendo a necessidade de se criar um ambiente propício para que os empresários possam fazer negócios dentro da comunidade. Cito Murade Murargy:

'Os Estados têm que acordar num leque de medidas que permita que os empresários possam desenvolver os seus negócios neste grande espaço que é o nosso'.

Depois dos inestimáveis contributos dados pela CPLP ao fomento da língua comum, aos projectos de índole cultural e solidária, temos hoje a CPLP a constatar a necessidade de dar um passo em frente, incluindo a economia na agenda”, referiu José Luís Cacho.



Recordemos as palavras de Xanana Gusmão em Bissau: "A presidência da CPLP em Timor (2014) vai ter um cariz mais económico".

São membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. São países Observadores Associados a Guiné Equatorial, Ilha Maurício e Senegal. Países que estão em negociações para aderir ao estatuto de Observador Associado, Namíbia e Geórgia. Baía da Lusofonia

Porto de Suape



Grupo Fiorde amplia atuação no Nordeste

RECIFE - Com seis meses de funcionamento, a unidade da Fiorde Cargo e Armazéns Gerais, empresa do Grupo Fiorde, no município de Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife, vem ampliando a sua área de atuação no Nordeste, colocando à disposição de vários clientes seus serviços de transporte rodoviário de DTA, ou seja, trânsito aduaneiro nas zonas primária e secundária. Localizado a 9 quilômetros de Suape, a unidade da Fiorde Cargo ocupa lugar estratégico na distribuição das mercadorias que chegam àquele que é hoje o grande porto concentrador de cargas (hub port) do Nordeste e está interligado a mais de 160 portos em todos os continentes.

“Além de estar situado em águas profundas, Suape destaca-se como porto importador, aproveitando-se de sua curta distância da costa norte-americana e do Leste Europeu, de apenas oito dias. Por isso, o seu hinterland vem atraindo empresas nacionais e internacionais, que exigem infraestrutura e serviços adequados para os seus negócios”, ressaltou Mauro Lourenço Dias, vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, empresa-líder do Grupo Fiorde.

Dias destacou também os benefícios fiscais que o governo de Pernambuco vem oferecendo para atrair empresas que ajudem a incrementar a economia regional e gerar empregos. “Há reduções de 75% nos impostos federais, por meio da Sudene, e de até 50% nos tributos municipais e programas estaduais”, disse, citando especificamente o Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de Mecânica Pesada Associada do Estado de Pernambuco (Prodinpe) e o Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe). “Pernambuco está se transformando num grande polo provedor de bens e serviços e, hoje, ocupa lugar de destaque na economia brasileira”, disse.

Para atender ao Nordeste, a Fiorde Cargo e Armazéns Gerais mantém moderna frota moderna de caminhões, todos rastreados via satélite, equipados com travas automáticas gerenciadas 24 horas por dia, que proporcionam aos clientes tranqüilidade e segurança no transporte de suas cargas. “Nossa equipe é composta por profissionais que acompanham o monitoramento nas dependências da Fiorde Cargo, com follow-up on-line das entregas e coletas, através do nosso sistema ERP”, disse o diretor.

Desde maio de 2012, o Grupo Fiorde mantém filial no Recife, localizada à Rua Ribeiro de Brito, 830, salas 701/702, no bairro da Boa Viagem, que conta com uma equipe altamente especializada para atender a seus clientes no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Porto do Recife, no complexo industrial portuário de Suape e outros portos da região. “Nossa filial fica a apenas 15 quilômetros do Aeroporto Internacional de Guararapes e, por isso, estamos em condições de oferecer infraestrutura adequada e pessoal técnico para a movimentação e armazenagem de cargas no menor prazo e menor custo”, disse.

Soluções integradas para movimentação e transporte de cargas
O Grupo Fiorde dispõe de profissionais também treinados para terceirizar o departamento de comércio exterior de seus clientes, fazendo o serviço in house. “Dependendo do projeto aplicado e do estudo de viabilidade para a operação, podemos terceirizar setores do cliente, desinflando sua estrutura sem perda na qualidade do processo”, ressaltou Dias.
A Fiorde Cargo e Armazéns Gerais oferece soluções integradas com transporte terrestre de carga fechada, carga solta, granel, paletizada, unitizada e conteinerizada no Brasil e no Mercosul, além de agenciamento internacional e desembaraço aduaneiro, pois atua dentro do Grupo Fiorde, que conta com 28 anos de experiência no mercado. “Esta unificação na cadeia de serviços torna o controle e o acompanhamento dos processos muito mais fáceis e dinâmicos”, disse o vice-presidente.
Com mais de 700 funcionários, o Grupo Fiorde, com sede em São Paulo, mantém filiais em Santos, Campinas, Jacareí, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Manaus e nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, além de agentes subcontratados nos principais portos e aeroportos do País, dispondo também de centros de distribuição em Santos, Guarulhos e Belo Horizonte. Fiorde Cargo – Brasil


O Complexo de Suape dispõe de uma completa estrutura de estradas, cais e terminais para abrigar e garantir o pleno funcionamento dos empreendimentos instalados e em fase de implantação. Com cinco cais internos, três terminais externos e um píer petroleiro com dois terminais de atracação em construção, o porto destaca-se pelo variado perfil de suas cargas. Com 15,5 metros de profundidade no porto interno e mais de 20 metros em sua bacia de evolução, torna-se o principal concentrador de cargas da Região Nordeste. A operação de navios ocorre nos 365 dias do ano sem restrições de marés e condições climáticas. Para auxiliar as operações de acostagem de navios, as manobras são acompanhadas por práticos da empresa Pernambuco Pilots, e o certificado internacional do ISPS Code garante a segurança de todas as operações portuárias no local. Os acessos rodoviários e as vias internas de Suape são duplicados, e o fornecimento de água bruta e tratada, gás natural, telefonia e energia elétrica em 69 KW e 13.8 KW garante o funcionamento e a produção das empresas instaladas dentro do Complexo. Complexo de Suape - Brasil

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Malagrida

             Malagrida: o último supliciado pelo fogo
                                                                                                                                

                                                           I

O confronto entre Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), conde de Oeiras e, depois, marquês de Pombal, secretário de Estado dos Negócios do Reino, com os jesuítas teve o seu epílogo com a condenação do padre Gabriel Malagrida (1689-1761) ao garrote e à fogueira da Inquisição na Praça do Rossio, em Lisboa. Um ato de barbárie explícita que, mesmo no século XVIII, horrorizou o mundo civilizado, que já havia ficado chocado com a morte dos Távoras em 1759, acusados de tramar um atentado contra a vida do rei d. José I (1714-1777).

Os Távoras  e demais acusados  foram executados por quebra de ossos das pernas e dos braços e, finalmente, por esmagamento do tórax num pátio armado em Belém. Com Malagrida, ainda houve certa “complacência”, pois não teria sido atirado vivo ao fogo. De qualquer modo, sua execução foi uma exibição da mais completa selvageria, no dizer do filósofo francês François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (1694-1778) que, embora anti-jesuíta, definiu assim o episódio: “Juntou-se o excesso de ridículo e de absurdo ao excesso de horror”.

Reconstituir esse episódio foi o que levou o pesquisador Daniel Pires (1951) a escrever Padre Gabriel Malagrida: o último condenado ao fogo da Inquisição (Setúbal: Centro de Estudos Bocageanos, 2012), que jorra luz a um acontecimento singular na vida política portuguesa do século XVIII, livro que, de certo modo, tem a sua sequência com O Marquês de Pombal, O Terramoto de 1755 em Setúbal e o Padre Malagrida, que, a exemplo do anterior, acaba de ser editado pelo Centro de Estudos Bocageanos, dentro da Coleção Clássicos de Setúbal.

De nacionalidade italiana, Malagrida em 1721 radicou-se no Brasil, fazendo um trabalho de catequese com os índios guaranis, caiacazes, tabajaras, gamelas e barbados, além de fundar colégios, casas de retiro e um asilo, à época em que os jesuítas tinham apoio da monarquia portuguesa. A derrocada dos jesuítas – que, de início, até apoiaram a nomeação de Sebastião José de Carvalho e Melo para o ministério de D. José I – deu-se a partir de 1753, quando os guaranis começaram a resistir à demarcação de fronteiras estabelecida em 1750 pelo Tratado de Madri em que Espanha e Portugal definiram aleatoriamente as fronteiras entre a província espanhola do Paraguai e a capitania de Mato Grosso, sem levar em consideração os interesses dos índios guaranis.

Como os índios rebelados contavam com o apoio dos jesuítas, que tinham também interesses econômicos na questão, a atitude despertou a ira do conde de Oeiras, então uma estrela em ascensão no reinado de D. José I que começou a partir da morte de D. João V a 31 de julho de 1750.

                                               II

O mais notável dos jesuítas de sua época, Malagrida passou a ter a sua vida confundida com a da própria Companhia de Jesus. Com admiradores e seguidores na monarquia, o padre seria chamado de volta pela rainha Mariana Ana da Áustria (1683-1764) para viver na Corte, onde estava quando ocorreu o terremoto de 1º de novembro de 1755 que destruiu boa parte de Lisboa, chegando a causar danos também em Setúbal e outras vilas d´além Tejo.

Talvez porque se sentisse protegido pela nobreza tradicional, Malagrida escreveu e publicou no ano seguinte a obra Juízo da verdadeira causa do terremoto que padeceu a Corte de Lisboa no primeiro de novembro de 1755 em que considerava o cataclismo um castigo de Deus, que teria ficado revoltado com toda sorte de iniqüidades e licenciosidade que grassariam nas altas esferas do Reino. Sua publicação com a licença necessária do governo seria uma prova de que à época Malagrida desfrutava de grande prestígio na Corte.

O terremoto, porém, favoreceria a ascensão do conde Oeiras a ministro de D. José I com plenos poderes. Obviamente, o recado que trazia a obra seria endereçado também ao conde de Oeiras e talvez fizesse parte de um plano que pretendia levar ao seu afastamento do governo. Mas o tiro acabaria saindo pela culatra porque o conde de Oeiras, fortalecido cada vez mais, depois de “enterrar os mortos e tratar dos vivos”, acabaria por obrigar Malagrida a se exilar na vila de Setúbal, com residência fixa.
                       
                                                            III

Em 1758, ocorreria a tentativa de assassinato do rei D. José I, o que daria ao conde de Oeiras a oportunidade de se vingar e livrar-se da nobreza tradicional que nunca vira com bons olhos a sua ascensão a ministro plenipotenciário, até porque não o considerava um dos seus, mas de uma nobreza subalterna. Como muito bem mostra Daniel Pires, o conde de Oeiras aproveitaria a ocasião para acusar os jesuítas da autoria moral do atentado.

Como se sabe, na noite de 3 de setembro de 1758, D. José I, quando voltava para as tendas armadas próximas ao Palácio na Ajuda, então em reconstrução, depois de uma visita a sua amante, Teresa de Távora, seria alvo de tiros, mas, mesmo ferido, conseguiria escapar. Os jesuítas, então, seriam perseguidos no Reino e nas colônias e a Companhia de Jesus extinta. Em janeiro de 1759, na seqüência desses episódios, Malagrida seria encarcerado no Forte da Junqueira, depois de processo aberto pela Inquisição. Só que, gênio irrequieto, nunca silenciaria e, sempre que podia, avançaria contra o conde de Oeiras, denunciando a podridão moral do reinado de D. José I.

A rigor, teria uma atitude suicida que só pode ser explicada pelo depoimento que D. João de Almeida Portugal, o Marquês de Alorna (1726-1802), detido então na Junqueira, acusado também de envolvimento no regicídio, deu a respeito do comportamento de Malagrida na prisão, dizendo que o padre ficava horas em oração com a cabeça postada no chão, “no tempo em que estas casas de paredes tão grossas, acabadas de fazer, continham em si um frio e uma umidade insuportáveis”. Isso teria perturbado o seu entendimento, o que o levava a dizer que ouvia vozes.

Familiar do Santo Ofício, o conde de Oeiras, obviamente, teve participação decisiva no julgamento que condenaria Malagrida, sem levar em conta que sua conduta podia estar ligada à insanidade mental. Também maçom, o conde de Oeiras disse que Malagrida “obrava por se venerar como santo e para estabelecer o fanatismo na crudelidade e leveza do povo ignorante”. Para o ministro, o padre teria sido o “diretor espiritual dos réus que haviam fomentado e dirigido o insulto praticado contra D. José”. Contra Malagrida, constavam ainda acusações de que costumava extorquir famílias nobres – especialmente senhoras, que pediam suas orações – sob o pretexto de devotos fins. O padre, porém, acabaria condenado pela Inquisição por heresia.

Nas conclusões, Daniel Pires observa que o conde de Oeiras encenou, de forma extremamente inteligente e metódica, uma acusação que não refletia a realidade, atribuindo aos jesuítas a autoria moral da tentativa de regicídio. Lembra ainda que Malagrida viveu seus últimos 30 meses em condições subumanas, nas prisões da Junqueira e da Inquisição, convivendo com ratos e sujeira, o que, com certeza, contribuiu para lhe agravar o estado de demência.

Todos esses episódios com requintes de detalhes podem ser acompanhados neste livro de Daniel Pires, que passa a fazer parte de uma extensa obra que inclui livros sobre Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805), Camilo Pessanha (1867-1926), Wenceslau de Moraes (1854-1929) e Raul Proença (1884-1941), entre outros.

                                                           IV
Doutor em Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa, Daniel Pires é mais conhecido por suas pesquisas sobre Bocage, sua paixão literária, o que o levou a fundar o Centro de Estudos Bocageanos, em Setúbal, além de defender tese de doutoramento a respeito da obra do poeta. Foi responsável pela edição da Obra Completa de Bocage, publicada pela Edições Caixotim, do Porto, entre 2004 e 2007.

Licenciado em Filologia Germânica, já deu aulas de inglês no ensino secundário e foi professor em Setúbal. Sua paixão pela pesquisa e seu gosto pelo conhecimento já o levaram a trabalhar em São Tomé, Angola, Moçambique, Macau, China, Goa e Escócia. Em Macau viveu por três anos, entre 1987 e 1990, onde atuou na Universidade local, e, mais tarde, ensinou na Universidade de Cantão, a cerca de 120 quilômetros de Hong Kong.

É autor de importantes trabalhos de divulgação da obra de Bocage, como o livro Fábulas de Bocage (Setúbal, Centro de Estudos Bocageanos, 2000) e a organização e publicação da brochura da Exposição Biobibliográfica comemorativa dos 230 anos de nascimento e dos 190 anos da morte de Bocage (Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal/Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, 1995). Com Fernando Marcos, preparou a edição de uma pasta com 15 belos postais (sépia) sobre Bocage na Prisão (Setúbal, CEB, 1999). 

Publicou ainda o Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa no Século XX (Lisboa, Editora Grifo, 1996), constituído por três volumes.  Colaborou no Dicionário de História de Portugal e no Dicionário de Fernando Pessoa, além de fazer parte da comissão que organizou as comemorações do bicentenário da morte de Bocage, em 2005. Tem pronto para publicação o Dicionário da Imprensa de Macau do Século XIX,  trabalho iniciado em 1990 em que descreve todos os periódicos que foram publicados em Macau no século XIX, incluindo os jornais ingleses que, durante a Guerra do Ópio, saíram simultaneamente em Macau e em Cantão. Adelto Gonçalves - Brasil

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PADRE GABRIEL MALAGRIDA: O ÚLTIMO CONDENADO AO FOGO DA INQUISIÇÃO, de Daniel Pires. Setúbal: Centro de Estudos Bocageanos, 136 págs., 2012. Preço do exemplar: 10 euros mais portes de correio. E-mail: danielspires@netcabo.pt


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Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo e autor de Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho, 2003) e Tomás Antônio Gonzaga (Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012). E-mail: marilizadelto@uol.com.br

Foto: Luiz Nascimento



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Catandica

Município de Catandica recebe doações para investir na Biblioteca infantil

As crianças do Município de Catandica receberam, no passado dia 10 de Outubro de 2013, doações de livros, graças ao projecto Clube de leitura, com apoio financeiro de Lena and Alden Fund, em parceria com Corpo da Paz e Books for kids Africa – uma Organização dos Estados Unidos da América, que apoia nas áreas de Educação e Saúde.

A entrega oficial dos livros foi realizada pelo Presidente do Conselho Municipal da Vila de Catandica, Eusébio Lambo Gondiwa. Trata-se de mais de 200 livros com temas diversos: Científicos, histórias, dicionários e saúde, com uma linguagem compreensível para as crianças.

Parte das crianças presentes na entrega dos livros mostrou – se muito satisfeita com este apoio dos parceiros Corpo da Paz, Lena and Alden Fund e Books for Kids Africa. O facilitador das crianças no projecto Clube de leitura, Ernesto Maibeque, disse que mais de 60 crianças já estão a participar neste projecto.

Sheila Helena Chuela, voluntária do projecto, apelou as crianças para tirarem mais proveito nestes livros e usar com muito carinho. Também pediu aos pais e encarregados de educação que acompanhem os seus filhos na biblioteca para o uso destes livros. A nossa fonte disse ainda que qualquer criança deve ter acesso aos livros neste clube, desde que esteja a frequentar 1ª à 7ª classe, para melhorar a qualidade de leitura.



Joana Farley, uma das voluntárias do mesmo projecto, diz que foi investido mais de 60 mil meticais na compra destes livros e agradece todos que estão a apoiar no andamento dos trabalhos naquele clube de leitura.

O Vereador de Educação e Desportos no Município de Catandica, Marcelino Pereira, louvou bastante a iniciativa do Projecto Clube de Leitura, acreditando que é o início de desenvolvimento.

O representante do Serviço de Educação Juventude e Tecnologia em Báruè (SDEJT), Celestino Niquisse, diz que já é um passo no Distrito e apela a colaboração de todos no uso e divulgação da existência desta biblioteca. Niquisse avançou que no Distrito de Báruè todas escolas secundárias têm bibliotecas e, para as Escolas Primárias existe uma biblioteca móvel, que desloca mensalmente às escolas para melhorar a qualidade de ensino no Distrito.

Por seu turno, o presidente do Conselho Municipal da Vila de Catandica – Eusébio Lambo Gondiwa também louvou este projecto dizendo que vai aumentar conhecimentos nas crianças. Para Lambo Gondiwa, os livros ajudam as crianças na transformação dos seus sonhos em realidade, bem como no saber da história de Moçambique. John Chekwa – Moçambique in “Baruemozambique”