Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 31 de agosto de 2013

Hangzhou

 
Universidade chinesa em Hangzhou abre licenciatura em português
 
Mais uma universidade chinesa, situada em Hangzhou, costa leste do país, terá uma licenciatura em português a partir de Setembro, ilustrando o crescente interesse pela língua portuguesa.
 
Não contando com Macau e Hong Kong, passará a haver 18 universidades chinesas com licenciaturas em português, contra apenas duas no final da década de 1990. O português é ensinado em duas outras universidades, uma em Pequim, outra em Cantão, mas como língua de opção.
 
A nova licenciatura será ministrada na Universidade de Estudos Estrangeiros de Zhejiang (ZESU), uma das províncias mais prósperas da China, com cerca de 52 milhões de habitantes.
 
Criada em 1955 em Hangzhou e contando actualmente com cerca de 6.000 alunos, a ZESU tem um acordo de cooperação com a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (BEIWAI), onde desde há 62 anos funciona a mais antiga licenciatura de português do país.
 
A maioria das licenciaturas apareceu na última década, coincidindo com a criação do Fórum Macau para a Cooperação e Comercial entre a China e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2003.
 
Segunda economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil e centenas de empresas chinesas operam em Angola.
 
Em 2012, a China Three Gorges pagou 2.700 milhões de euros por 21,3% do capital da EDP, tornando-se o maior accionista da eléctrica portuguesa. Foi uma das maiores aquisições feitas pela China na Europa.
 
A presença chinesa em Moçambique, Timor-Leste e outros países da CPLP é também cada vez mais forte.
 
Xangai, Cantão, Tianjin, Xian, Jilin, Dalian, Harbin, Haikou, Chongqing e Shijiazhuang são as outras cidades chinesas onde há licenciaturas em português. In “Diário Notícias Madeira” - Portugal


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Brasil em números

Ontem foram apresentados no Brasil dois indicadores que importa realçar. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a publicação “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 2000/2060 e Projeção da População das Unidades da Federação por Sexo e Idade para o período 2000/2030”, que poderá aceder aqui.

Nesta publicação constata-se que a população brasileira projectada para este ano de 2013 ultrapassou pela primeira vez os 200 milhões de habitantes, chegando ao fim do período com 201 milhões, atingirá 212,1 milhões em 2020, até alcançar o máximo de 228,4 milhões em 2042, quando começará a decrescer, atingindo o valor de 218,2 em 2060, nível equivalente ao projetado para 2025 (218,3 milhões).

Por estes números apresentados pelo organismo brasileiro de estatística, poder-se-á avaliar que andará próximo dos 300 milhões de falantes, a população mundial de língua portuguesa.

Do Brasil veio também ontem a divulgação de acessos de celulares (telemóveis) pela entidade reguladora a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que apresentou um total de 267 milhões de acessos de celulares até ao mês de Julho de 2013, o que corresponde a mais de um telemóvel por habitante. Baía da Lusofonia

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Contentores

Movimento de contentores nos portos de Leixões e Sines

A César…

Num país com a dimensão de Portugal, em que todos os intervenientes devem trabalhar para o bem comum, aparecem notícias na comunicação social que são normalmente apoiadas por lóbis regionais.

Citando um estudo feito por uma entidade espanhola, vem o porto de Leixões anunciar que é um dos 125 principais portos do mundo com maior volume de movimentação de contentores, sendo o único porto nacional a figurar nessa lista e ocupando o 5º lugar na Península Ibérica, após Valência, Algeciras, Barcelona e Las Palmas, curiosamente portos situados no mar Mediterrâneo.

De uma maneira falaciosa e sabendo que o mundo está em rápida mudança, vem o porto de Leixões, tentando salvaguardar-se, afirmar e passo a citar: “…é ainda o que maior índice de crescimento conseguiu…”. Na realidade, os números demonstram outros factos e no que concerne ao movimento de contentores, o porto de Sines já ultrapassou o de Leixões no 1º semestre de 2013.

Todos os portos nacionais são importantes, cada um tem a sua própria vocação, cabendo ao porto de Leixões a extraordinária tarefa de movimentar contentores, tanto no lado das exportações, como do lado das importações, pois a sua situação geográfica é de uma importância vital para as empresas industriais sediadas e concentradas no norte do país, sendo por isso de relevante importância para o comércio internacional português.

O porto de Sines tem essencialmente uma vocação diferente por ser de águas profundas dispondo de excelentes acessibilidades marítimas, com fundos naturais e não sujeitos a assoreamento, estando vocacionado para receber navios de grande porte dada a não existência de restrições de fundos de serviço.

A funcionalidade do porto de Sines no que se refere a contentores é principalmente para toda a mercadoria que se encontra em trânsito, como tal concorrente dos portos espanhóis do mar Mediterrâneo e principalmente dos grandes portos como Antuérpia, Roterdão e Hamburgo que se encontram juntos aos grandes centros industriais e pólos logísticos europeus.

Estudos já realizados aferem que uma mercadoria vinda de outro continente e entre na Península Ibérica por Sines com destino a Madrid, ganha dois dias em relação a qualquer porto do mediterrâneo, desde que a linha férrea esteja construída, com um percurso lógico, o mais directo entre o porto e a fronteira e com a funcionalidade de passar pelo aeroporto de Beja.

Sines está cada vez mais no centro do mundo, pois mercadorias oriundas de África, América ou Ásia, no seu percurso de ou para a Europa passarão sempre ao largo de Sines, transportadas por navios postpanamax, que só neste porto da faixa atlântica conseguem acostar, após a abertura do novo canal do Panamá.

No futuro, que esperamos seja mais breve possível, mercados como Madrid, Sevilha, Lyon, Milão e tantos outros no centro da Europa, quando Portugal conseguir e decidir criar as condições necessárias, optarão pelo porto de Sines como principal porto europeu, deixando royalties que actualmente enriquecem outros povos.

Voltando à reflexão inicial, apresento os dados de movimentação de contentores dos dois portos nacionais nos últimos cinco anos, tendo como origem a informação apresentada pelos sítios dos respectivos portos. Baía da Lusofonia

Movimento de Contentores nos portos de Leixões e Sines
Portos
2008
2009
2010
2011
2012
Jan - Jun
2012
2013
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
Mil TEU’s
VH (%)
Leixões
450
3,7
455
1,0
482
5,7
514
6,3
633
18,7
283
297
4,8
Sines
233
35,6
253
8,0
382
33,7
447
14,6
553
19,1
260
422
38,3





















 
       TEU’s – Unidade de medida de um contentor (twenty foot equivalente United)

Na beira do cais

                      Na beira do cais, o caos
                                                                                                                                            
                                                          
Como o poder público movimenta-se a passos paquidérmicos, a iniciativa privada, diante das necessidades que se levantam, é obrigada a fazer o que seria de competência do governo. Um exemplo da lentidão com que atua o governo do Estado é a Rodovia dos Imigrantes, que teve a sua pista Norte inaugurada em 1976 e a Sul liberada em 2002, mas ainda não apresenta concluídas as obras complementares de acesso às cidades do Litoral. Ora, essa é a principal razão para o caos logístico que se observa nas vias de acesso ao Porto de Santos. Quer dizer, planejamento houve, o que não houve foi a execução de todas as obras planejadas. E, depois de quatro décadas, não se pode alegar que foi por falta de tempo.

Veja-se o que ocorre na margem esquerda do Porto de Santos, em Guarujá, onde a Rua Idalino Pinez, mais conhecida como Rua do Adubo, uma via sem asfalto e sem calçadas e meio-fio, constitui talvez o ponto mais crítico de acesso ao cais. Sem manutenção e sem capacidade de fluxo – até porque não foi aberta para esse fim –, a Rua do Adubo, com pouco mais de mil metros, não suporta o excesso de caminhões e acaba estendendo o congestionamento para a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e demais rodovias regionais.

Como entra ano e sai ano e a situação não sofre alteração, algumas empresas portuárias, em parceria com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estão dispostas a custear a construção de uma via paralela à Rua do Adubo num terreno que pertence às empresas Fassina e Dow Química. O novo acesso terá 600 metros de extensão por 50 metros de largura, com pistas de entrada e saída do cais. Mas não se pense que será a solução para o caos que se registra no local. Na realidade, a via alternativa deverá reduzir em apenas 40% o fluxo de caminhões na Rua do Adubo, atraindo principalmente os veículos carregados com grãos, conforme os planos que por enquanto estão no papel.

Para o mesmo local, estão previstas obras do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), que deverão segregar definitivamente o trânsito urbano do trânsito em direção ao porto. Mas o término dessas obras, que também estão apenas no papel, está previsto para 2017. Quer dizer: haverá pelo menos mais quatro anos de caos logístico naquela região.

Até porque o que se prevê para os próximos anos são sucessivas quebras de recorde de safras agrícolas exportadas pelo Porto de Santos. Portanto, se não houver por parte do governo do Estado uma estratégia efetiva para a utilização de áreas na região da Grande São Paulo, ao longo do Rodoanel, para a implantação de estacionamentos de caminhões e um monitoramento para regular a descida desses veículos pela Via Anchieta, rumo ao porto, o caos poderá ganhar proporções ainda mais dramáticas. Mauro Dias - Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Siscoserv

 Siscoserv: não há tempo a perder
                                                                                                                                            

Em novembro, todas as empresas deverão estar com seus processos registrados no Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variação de Patrimônio (Siscoserv) e, portanto, não há mais tempo a perder para aquela pessoa jurídica ou mesmo física que fez operações com pessoas ou empresas estrangeiras. Até porque qualquer informação omitida, incompleta ou inexata poderá redundar em pagamento de multa elevada, já que o cálculo é feito sempre com base no faturamento total da empresa.

E não é só. As informações que são fornecidas com atraso também resultam em multa cumulativa, mês a mês, o que significa a possibilidade de ocorrência de um vendaval nas contas da empresa ou mesmo da pessoa física. Portanto, não é recomendável que se tenha uma visão displicente em relação a essa nova lei, imaginando-se que talvez seja mais uma formalidade que “não vai pegar” ou que o governo federal possa dilatar o prazo para o seu cumprimento. Mesmo porque o Siscoserv já está definitivamente implantado, com mais de 100 mil registros. E já não há como voltar atrás.

Para tanto, o governo federal criou a Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS), que codifica todo e qualquer serviço que possa ser comprado ou vendido no exterior. E definiu as áreas que estão sujeitas aos registros, compreendendo desde serviços de construção civil, financeiros e casos mais generalizados, inclusive itens como empréstimos e mesmo viagens.

É de lembrar que apenas as empresas optantes do Simples estão livres dessa obrigação fiscal, que entrou em vigor em agosto de 2012, quando a portaria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nº 113/12 completou a Lei nº 12.546/11, que instituiu a obrigação da prestação de informações para fins econômico-comerciais ao MDIC relacionadas com as transações de compra e venda de serviços entre pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no País e as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior.

A exemplo do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), que abrange o comércio de bens e mercadorias com empresas estrangeiras, o Siscoserv é uma ferramenta que procura mensurar o setor de serviços. Aliás, como já mostram os primeiros levantamentos, a diversidade de serviços importados é maior do que a exportada, indo desde o arrendamento de máquinas e equipamentos a serviços em transporte e construção civil. Já na exportação o País tem significativa participação em serviços empresariais, como consultorias jurídicas, de engenharia, arquitetura, saúde, construção civil e de tecnologia da informação, entre outros.

A dificuldade maior está em saber se uma operação feita com estrangeiros deve ou não ser registrada no Siscoserv. Em primeiro lugar, é preciso ver se houve remessa de recursos para o exterior ou recebimento de dinheiro do exterior, o que, necessariamente, não significa que possa ter entrado no País, pois pode ficar depositado lá fora, de acordo com a lei.

Em outras palavras: são tantas as exigências e os detalhes que só mesmo uma consultoria com larga experiência em comércio exterior pode auxiliar a empresa ou a pessoa física que faz operações com serviços no exterior a cumprir suas obrigações com o Siscoser. Mauro Dias – Brasil
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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Gulbenkian abre concurso

Gulbenkian abre concurso para 20 bolsas de doutoramento dirigidas aos PALOP e Timor

Desafio África: colocar a ciência e o ensino pós-graduado ao serviço do desenvolvimento

Passados 20 anos do primeiro programa de doutoramento estruturado em Portugal (Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biologia e Medicina), o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), inicia um novo e ambicioso Programa de Pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento (PGCD) que pretende formar uma nova geração de cientistas em ciências da vida e professores universitários de excelência nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor Leste.

"Existe uma enorme necessidade de formação de recursos humanos qualificados que permitam, a curto prazo, contribuir para melhorar a qualidade da educação e investigação científicas e, a médio e a longo prazo, atenuar o diferencial científico, tecnológico e económico entre os PALOP e Timor-Leste e o resto da lusofonia. Como antigos estudantes dos programas de doutoramento do Instituto Gulbenkian de Ciência, sentimos a responsabilidade de dar o nosso contributo e oferecer a estes estudantes africanos e timorenses oportunidades semelhantes às que nós tivemos e com isso ajudar no desenvolvimento dos seus países", diz Joana Gonçalves Sá, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento (PGCD).

Este programa, que conta com o apoio do Ministério do Ensino Superior Ciência e Inovação (MESCI, Cabo Verde), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, Brasil) e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, Portugal), irá admitir 20 estudantes de doutoramento por ano, nacionais de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe ou Timor-Leste, ao longo de quatro edições. Os estudantes serão formados em várias áreas das ciências da vida, principalmente nas áreas de Biologia Molecular, Biologia de Plantas e Solos, Biologia de Mares e Biologia das Doenças Tropicais e Saúde Pública. A estrutura do programa será definida em dois períodos: a primeira fase de aulas, ao longo de 8 meses, com início em janeiro de 2014, terá lugar em Cabo Verde. As aulas serão lecionadas por especialistas mundiais nas várias áreas e que permitirão que os estudantes tenham bases sólidas para iniciarem os seus percursos científicos. A segunda fase, irá decorrer ao longo de 40 meses, em que os estudantes irão desenvolver os seus projetos de investigação em centros de excelência em Portugal ou no Brasil. Pretende-se que no fim deste período, os estudantes regressem aos seus países de origem e aí prossigam as suas carreiras científicas.

O PGCD conta ainda com um conjunto de cientistas e intelectuais de renome internacional, como Sidney Brenner, Craig Mello, Lídia Brito, Jorge Sampaio, Fernando Henrique Cardoso, entre outros, que constituem o Conselho Consultivo do programa, cujo Presidente é António Coutinho, antigo Diretor do IGC e responsável pelos programas de doutoramento da Gulbenkian entre 1993 e 2000.

Joana Gonçalves Sá acrescenta: "Este é um projeto ambicioso, mas que será possível graças ao empenho de muita gente e graças à dedicação extraordinária da comunidade científica e académica de língua portuguesa. Temos já o compromisso de mais de 200 cientistas, espalhados por mais de 60 instituições de todo o mundo, de darem aulas no PGCD em regime de voluntariado. Com o apoio de todos iremos ajudar a formar uma nova geração de cientistas timorenses e africanos de expressão portuguesa, dando-lhes a oportunidade de estudar e praticar ciência moderna, melhorando assim a qualidade da investigação científica e do ensino das ciências nos PALOP e em Timor-Leste e de usarem a ciência e a tecnologia como ferramentas para o desenvolvimento." Instituto Gulbenkian de Ciência - Portugal

Mais informações:
Candidaturas abertas até 30 de Setembro.
O anúncio do concurso está disponível aqui: http://pages.igc.gulbenkian.pt/pgcd/files/anuncio.pdf
Website do Programa de Pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento (PGCD):
http://pages.igc.gulbenkian.pt/pgcd/pt/

Joana Gonçalves Sá, Coordenadora do PGCD.
Para além de coordenadora do PGCD, Joana Gonçalves de Sá é investigadora independente no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) desde 2011. Licenciou-se em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, Lisboa, tendo trabalhado em projetos na interface entre a matemática, a física e a biologia. Em 2003 entrou para o Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina e desenvolveu a sua tese de doutoramento na Universidade de Harvard, nos EUA. No Instituto Gulbenkian de Ciência, o seu grupo de investigação dedica-se a tentar perceber como utilizar o método científico, incluindo técnicas experimentais e computacionais, para melhorar o processo decisório, principalmente em política. Gostava muito de descobrir como se desenvolve uma sociedade mais crítica e participativa.


Pensões

Está há muito estabelecida na jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e do Tribunal Constitucional alemão a doutrina de que as pensões beneficiam da protecção constitucional da propriedade, pelo que os pensionistas não podem ser delas privados sem indemnização.

No seu Acórdão 187/2013, o Tribunal Constitucional português, na sua habitual jurisprudência complacente, recusou-se a seguir essa doutrina, o que deixou o governo de mãos livres para atacar os pensionistas do Estado. Pessoas que descontaram para o Estado durante décadas verão assim cortados 10% das suas pensões, na mais vergonhosa quebra de contrato alguma vez verificada em Portugal.

Um governo deve governar para o bem do seu povo. Este governo, porém, preocupa-se mais com o interesse dos credores estrangeiros. Para que estes recebam até ao último cêntimo o dinheiro que apostaram em operações especulativas, o governo confisca os bens dos seus cidadãos.

Ontem foram os salários, hoje são as pensões, amanhã serão provavelmente os depósitos bancários. Tudo para que possam florescer os swaps, o BPN e as PPP. Os que serviram o Estado durante décadas são assim sacrificados a benefício de privados que hoje vivem à conta do Estado. Enquanto os pensionistas vão sofrer, transformados em cidadãos de segunda classe, os vendedores de swaps prosperam. Só se ouvem os seus pregões: “Olha o swap fresquinho! Baunilha, complexo ou tóxico! Ó freguês, fique-me lá com um.” Menezes Leitão – Portugal in “APRe! Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados”

Luís Menezes Leitão - Doutor em Direito (1998) e Agregado em Direito (2005) pela Universidade de Lisboa. É Professor Catedrático da Universidade de Lisboa e da Universidade Autónoma de Lisboa. Tem leccionado no curso de licenciatura as disciplinas de Direito das Obrigações, Direitos Reais, Direito dos Contratos e Direito do Trabalho: No âmbito do curso de Mestrado regeu igualmente as disciplinas de Responsabilidade Civil, Garantias das Obrigações, Direito da Insolvência, Direito da Sociedade da Informação e Direito da Propriedade Industrial. Realizou investigação em Universidades estrangeiras, designadamente na Alemanha, na Itália, em França e nos Estados Unidos.
Participou em congressos e seminários e realizou cursos e conferências nos Estados Unidos da América (Washington D.C.), Índia (Goa), Brasil (Brasília, Olinda, Recife e Porto Alegre), Angola (Luanda), Moçambique (Maputo e Beira), Guiné-Bissau (Bissau) São Tomé e Príncipe (São Tomé) e Timor-Leste (Díli).
É membro de várias associações científicas nacionais e estrangeiras. Foi Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Direito de Lisboa (2002-2004).É advogado e jurisconsulto desde 1988. Foi árbitro em diversas arbitragens. Foi Vice-Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados (2005-2007). Foi membro do Conselho Pedagógico do Centro de Estudos Judiciários. Foi membro do Centro de Estudos Fiscais da Direcção-Geral dos Impostos.

Porto da Baía de Tibar

Termina no próximo dia 05 de Setembro de 2013 o prazo para apresentação de propostas não vinculativas de uma Parceria Público-Privada (PPP) para desenvolver o projecto do Porto de “Tibar Bay” situado a 10 km de distância da capital de Timor-Leste, Dili.

Dirigida a empresas com experiência em projectos portuários, a proposta tem como destinatários os investidores/operadores que estejam interessados em projectar, construir, cofinanciar e por fim operar o futuro porto de Timor-Leste.

Baía de Tibar


O início da construção do porto está previsto para 2015 e para mais informações, os contactos deverão ser dirigidos ao Sr. José Abel (jabel@mof.gov.tl) Coordenador da Unidade de MPS, Ministério das Finanças, Edifício 5, Dili, Timor-Leste. Para mais informações aceda aqui. Baía da Lusofonia

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nacala

Portos do Norte aumentou manuseamento de carga no porto de Nacala

A empresa Portos do Norte, nova gestora do porto de Nacala, província de Nampula, anunciou hoje um aumento de 40 por cento da carga manuseada, prevendo atingir um milhão de toneladas até ao final do ano.

Citada pela Port Strategy, o portal de notícia sobre portos marítimos, Elsa Silindane, da empresa Portos do Norte, afirmou que a nova operadora, que assumiu a liderança do porto de Nacala em março, está a fazer "bons progressos" no manuseamento de cargas, devendo tornar-se um ponto de referência da logística portuária do país.

Segundo Elsa Silindane, em cinco meses, a empresa "alcançou um aumento de carga em cerca de 40 por cento, que é 22 por cento superior ao do ano passado, o que poderá antecipar o seu rendimento já este ano, ultrapassando um milhão de toneladas movidas pela marca".

Os aumentos têm sido amplamente conseguidos pelo incremento da eficiência, nomeadamente o tempo máximo de paragem dos camiões nos postos obrigatórios, que foram reduzidos significativamente, disse Elsa Silindane.

Dados da empresa que administra o porto de Nacala, na província de Nampula, indicam que o período de entrada e saída de camiões reduziu de cinco para dois minutos, o que melhorou consideravelmente a produção.

A movimentação dos contentores também aumentou de 13 para 35 por cento, o que representa um bom ritmo de manuseio e coloca o Porto do Norte em boa posição no futuro, referiu a responsável pela empresa Portos do Norte.

A empresa Portos do Norte, detida maioritariamente pela estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, é constituída por capitais moçambicanos, resultado da fusão de seis empresas nacionais. In “Rádio Moçambique” - Moçambique

Exemplos

                       Exemplos que vêm de fora
                                                                                                        
Ao que tudo indica, em 2014, o Porto de Santos terá 11 terminais arrendados em dez instalações, que já são exploradas e cujos contratos de arrendamento estão prestes a vencer ou com prazo vencido, além de uma que será implantada. Se tudo correr bem, o Porto, com certeza, continuará a bater recordes de movimentação de carga.

Mas a pergunta que se impõe é: com os investimentos privados esperados, o complexo santista estará em condições de se rivalizar com seus congêneres chineses, norte-americanos e europeus? A resposta só pode ser negativa porque, a curto e médio prazo, o Porto de Santos não deixará de depender de caminhões para que a carga chegue e saia dos terminais.

E, mesmo que o gargalo representado por acessos viários deficientes seja superado com obras de infraestrutura, não haverá futuro para esse tipo de modal, ao menos em condições majoritárias. É o que se conclui quando se vê de perto a eficiência de portos como os de Xangai e Hong Kong, na China, Houston, nos Estados Unidos, Roterdã, na Holanda, e Antuérpia, na Bélgica.

Dados da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e do Banco Mundial mostram que, enquanto o Porto de Santos, responsável por 26% do comércio exterior brasileiro, movimenta 8 milhões de contêineres por ano, Hong Kong opera 23,7 milhões e Xangai 29 milhões. Já o custo para embarcar um contêiner em Santos está ao redor de US$ 2.215, ao passo que em Hong Kong sai por US$ 575 e em Xangai por US$ 560. Com isso, o preço do produto que entra ou sai do País fica bem mais alto do que na China. Esse pormenor é fatal em termos de competitividade.

Diante disso, a única saída que resta é investir cada vez mais em ferrovias e hidrovias, até porque em Santos há um grande potencial hidroviário pouco explorado e que pode atender a todo tipo de mercadoria. É de lembrar que esse sistema hidroviário já era explorado, nas devidas proporções, ao tempo do Brasil colônia no século XVIII, quando a carga descia a Serra do Mar em lombo de muares e era levada em barcaças de Cubatão até o porto do Valongo, em Santos.

Ao mesmo tempo, não se pode deixar de investir em serviços de dragagem porque quem acompanha as tendências mundiais sabe que os navios continuarão a crescer em tamanho e calado, exigindo cada vez mais profundidade dos canais de navegação. É o que se vê, por exemplo, no Porto de Houston, no Texas, que permite o escoamento com rapidez e custos baixos por uma infraestrutura logística multimodal. Esse porto opera 150 mil barcaças por ano, acompanhadas por um sistema de monitoramento em tempo real que permite a visualização e agendamento das embarcações. Sem contar que dispõe de uma malha ferroviária que atinge, praticamente, todo o território dos Estados Unidos e alcança o Canadá e o México. Milton Lourenço - Brasil
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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.