Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Hidrovias

                 Hidrovias: faltam investimentos
                       
Não se pode deixar de reconhecer que o governo federal tem investido no aperfeiçoamento da rede de escoamento dos produtos. Só para os serviços de dragagem estão previstos recursos da ordem de R$ 54 bilhões nos próximos cinco anos. Em ferrovias, o investimento no mesmo período é estimado em R$ 10 bilhões, com a abertura de novas linhas para as ferrovias Leste-Oeste, Norte-Sul, Transnordestina e outras, além de investimentos em conservação e pavimentação de rodovias.

O problema é que nem 50% dos recursos previstos em orçamento chegam a ser utilizados dentro do prazo. E essas obras seguem a passo de tartaruga enquanto a economia desce a vôo de águia. O resultado, por exemplo, é que hoje, para levar minério, bauxita e grãos para os portos – de Santos e Paranaguá, notadamente –, gasta-se mais de US$ 100 por tonelada quando o custo médio internacional situa-se ao redor de US$ 20 por tonelada.

Uma boa saída para essa questão seria o governo federal investir mais no sistema hidroviário do País. Estudo recente da Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostrou que o Brasil dispõe de uma das maiores redes hidrográficas do mundo, mas que é pouco utilizada. Dos 63 mil quilômetros de extensão, apenas 41,6 mil são de vias navegáveis e, destas, pouco menos de 21 mil quilômetros podem ser economicamente utilizados.

Os restantes 50% não são navegáveis porque não recebem manutenção: há locais em que a profundidade é insuficiente, em outros os berços estão assoreados e não há sinalização nem balizamento. Para piorar, algumas usinas hidrelétricas foram construídas sem eclusas que permitam a navegação dos rios. Além disso, boa parte da frota – que já não é muito extensa – apresenta precárias condições de uso. Acrescente-se a isso o valor do combustível que pesa em demasia na atividade.

O estudo da CNT só comprova o que já se sabe, ou seja, a administração pública tem sérios problemas de gestão que a impedem de aplicar os recursos disponíveis em orçamento: entre 2002 e junho de 2013, o governo destinou para o setor R$ 5,24 bilhões, mas apenas R$ 2,4 bilhões foram, de fato, aplicados. Se a totalidade dos recursos tivesse sido aplicada, ainda assim seriam atendidas apenas 10% das necessidades, pois o estudo da CNT mostra que são necessários investimentos de R$ 50 bilhões em melhorias da infraestrutura hidroviária.

Diante desses números, não se pode ser muito otimista quanto a um aproveitamento melhor do transporte hidroviário. O que é lamentável, pois se trata de um modal que gera redução de custos na movimentação de carga, aumentando a competitividade dos produtos nacionais. Sem contar que oferece maior segurança e reduz o consumo de combustíveis, tirando muitos caminhões das rodovias, o que significa menos danos ao meio ambiente e menos acidentes nas estradas. Mauro Dias - Brasil
____________________________________________________________________ 
Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

Chuva

Outrora
Quando a chuva vinha
Era a alegria que chegava
Para as árvores
O capim
E para a gente.
Era a hora do banho sob a chuva
Meninos sem chuveiro
A água regateada na cacimba
Muitas horas de pé esperando a vez.
Era a alegria de todos, essa chuva:
Porque então fiz o primeiro poema triste?
Hoje ela veio
Veio sem o encanto de outras eras
E ergueu na minha frente o tempo ido.
Porque estou triste?
Porque estou só?
A canção é sempre a mesma
Mesmos os fantasmas, meu amor:
Inútil o teu sol ante os meus olhos
Inútil teu calor nas minhas mãos.
Essa chuva é minha amante
Velho fantasma meu:
Inútil, meu amor, tua presença.


Mário António - Angola

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Propostas

Propostas para pôr em andamento a ILP Valentim Paz Andrade

Ainda não sabemos como vai ser a redação final da Lei derivada da iniciativa legislativa popular ILP Valentim Paz Andrade que, entre outras cousas, promove a progressiva incorporação do estudo do Português no ensino obrigatório. E, portanto, ainda também não conhecemos o suposto decreto (ou decretos) que permitirá desenvolver e pôr em marcha os principais elementos da dita Lei. No entanto, é importante discutirmos e falarmos de propostas concretas, algo que já se está a fazer no âmbito do reintegracionismo, e que não é outro que o propósito deste artigo. Antes de nada queria dar os parabéns a todas e todos aqueles que ajudaram a levar a bom porto esta ILP, uma das iniciativas mais transversais, em termos políticos, da nossa história recente. Mesmo a minha mãe, fervorosa votante do partido popular, é uma das 17.000 assinantes.

Ao respeito da parte da iniciativa ligada ao tema do ensino, esta-se a falar de duas propostas concretas: por um lado, introduzir o Português no ensino secundário, e talvez no primário, como língua segunda obrigatória e, por outro, introduzir unidades de Português nas aulas de língua galega. Desde o princípio, pensei que a primeira proposta era mais realista e eficiente. Certo é que, desde uma perspectiva idealista, isso significa que estamos a tratar o Português como uma língua estrangeira e não como uma variante da nossa língua comum. Mas também é certo que, desde um ponto de vista utilitário, conseguimos mais conhecimento e mais visibilidade do Português ao pô-lo em contato direto com milhares de estudantes. E eu acredito na equação 'mais Português na Galiza é igual a mais Reintegracionismo'. O principal receio que tinha para a segunda proposta, a introdução do Português nas aulas de Galego, derivava da minha pouca fé no professorado. Fazer depender o ensino do Português em professores de língua galega é uma aposta demasiado arriscada se não se desenha, organiza e leva a cabo um protocolo bem ajeitado de formação.

Nestes momentos, penso que as duas propostas poderiam levar-se a cabo conjuntamente. De facto, cada vez vejo mais fácil a introdução do Português em aulas de Galego. Para além de existirem excelentes manuais didáticos de fácil consumo por parte de estudantes e professores, como 'Do Ñ para o NH', 'Manual galego de língua e estilo', as unidades didáticas dos cursos OPS, etc., vou propor a seguir uma metodologia ou estratégia complementária, ligada à linguística de corpus e às novas tecnologias da língua.

Todos sabemos que o passo do Galego ao Português não é um processo cognitivo complexo de tradução senão uma função mecánica simples de transliteração ortográfica com alguma adatação lexical. Deste jeito, um galego pode escrever Português padrão se conhece as regras ortográficas do padrão português. Em função do interesse, tempo e energia da pessoa, a maioria destas regras podem aprender-se em um dia, uma semana, um mês, ... não muito mais tempo. Mas também podemos tornar ainda mais eficiente o ensino das regras se estas se ordenam e organizam em função de critérios de produtividade e cobertura. É aqui onde entram as novas tecnologias. Podemos conhecer com bastante exatidão quais as regras que se aplicam com mais frequência em textos reais. Uma vez identificadas as regras mais frequentes, estas poderiam ser as primeiras em ensinar-se e aprender-se, o que ajudaria a motivar os estudantes, pois com 5 minutos de estudo conseguiriam produzir textos ortograficamente muito próximos (80-90% de similaridade) de textos em Português padrão. Temos de ter em conta que todo produto de natureza linguística segue a Lei de Zipf (instância da Lei de Potência), e neste caso, a lei manifesta-se assim: muito poucas regras ortográficas aplicam-se a quase todos os casos de transliteração, enquanto que a maioria das regras são marginais e com pequena cobertura. Devemos, portanto, conhecer quais são essas regras de grande cobertura e fomentar que se aprendam primeiro para motivar aos estudantes a escrever. Depois, pouco a pouco, podem ir aprendendo as regras com menos cobertura.

A jeito de brincadeira, fiz um pequeno estudo quantitativo do processo inverso: a partir de um texto português e de um conjunto de regras de transliteração, geramos um texto em galego RAG e medimos o grau de eficiência desse processo. Para levar a cabo este estudo, utilizei o, já velho, transliterador port2gz (que é uma versão ampliada do software inicial por2gal de Alberto Garcia), os léxicos do Galego e Português do projeto FreeLing e mais dous corpus de textos de notícias tirados de Galicia-Hoxe e do Jornal de Notícias, com 50.000 palavras cada corpus. O método é o seguinte. Calculo primeiro a percentagem de palavras do corpus galego que se encontra no léxico galego e também no português, tirando os nomes próprios, números, símbolos, etc. A seguir, translitero esse corpus e volto a calcular agora a percentagem de palavras do corpus transliterado que aparece no léxico português. O resultado que obtenho é uma aproximação ao Português a partir das regras de transliteração. Quanto mais próximo estiver do Português, mais eficientes são as regras utilizadas. Estes foram os resultados concretos:

O 96% das palavras do texto original galego encontram-se no léxico galego. O 4% restante são, em geral, neologismos, erros ortográficos, castelhanismos, etc. Por outro lado, o 69% das palavras do texto original galego estão contidas no léxico português. O objectivo da transliteração é portanto, partir desse 69% e achegar-se o máximo possível ao patamar do 96%. Uma vez feita a transliteração a partir do corpus português, a percentagem de palavras que se encontra no léxico galego é do 94%, só 2 pontos de distância ao respeito do texto original galego. Como era esperado, o conjunto de regras ortográficas tem uma grande eficiência em termos de adaptação da norma escrita portuguesa para a norma da RAG.

O que precisamos fazer para desenvolver a minha proposta é, no entanto, justo o contrário: definir as regras ortográficas que produzam Português padrão a partir de Galego RAG. Este processo é algo mais complexo do que o inverso pois a letra 'x' da norma RAG é muito ambígua. Mas é possível definir um conjunto de regras, desde as mais produtivas até as menos abrangentes, utilizando a estratégia quantitativa que acabei de descrever no parágrafo acima. Não se trata de desenvolver um método de tradução em base a um léxico e regras léxico-sintáticas, como faz muito bem o motor de tradução OpenTrad, senão de operar com regras ortográficas simples e comparar os resultados utilizando o léxico. O objectivo é descobrir as regras mais frequentes para assim elaborar uma primeira lista de regras eficientes de grande abrangência. Com médio fólio de regras, e mais o Galego que já conhecem, as estudantes poderão escrever um texto com mais do 90% de palavras em bom Português.

Se ainda assim, as nossas estudantes seguem sem motivar-se, sempre podemos recorrer ao Plano B: um vídeo de Elis Regina a cantar Águas de Março. Paulo Gamalho – Galiza in “Portal Galego da Língua”

Sementeira

Cresce a semente
lentamente
debaixo da terra escura.

Cresce a semente
enquanto a vida se curva no chicomo
e o grande sol de Africa
vem amadurecer tudo
com o seu calor enorme de revelação.

Cresce a semente
que a povoação plantou curvada
e a estrada passa ao lado
macadamizada quente e comprida
e a semente germina
lentamente no matope
imperceptível
como um caju em maturação.

E a vida curva as suas milhentas mãos
geme e chora na sina
de plantar nosso suor branco
enquanto a estrada passa ao lado
aberta e poeirenta até Gaza e mais além
camionizada e comprida.

Depois
de tanga e capulana a vida espera
espiando no céu os agoiros que vão
rebentar sobre as campinas de África
a povoação toda junta no eucalipto grande
nos corações a mamba da ansiedade.

Oh! Dia de colheita vai começar
na terra ardente do algodão!

José Craveirinha - Moçambique

domingo, 29 de dezembro de 2013

Pirataria no golfo

Depois da Guiné Equatorial, o primeiro país da região do Golfo da Guiné, a preparar a marinha para o combate à pirataria marítima que tem aumentado na região, cabe agora a Angola preocupar-se com as ameaças reais às plataformas petrolíferas, ao tráfego comercial, às capturas ilegais de pescado e o mais preocupante, o despejo de resíduos tóxicos nas águas próximas da sua costa marítima.

Barra do rio Dande
Para tal, Angola vai construir um complexo portuário que contempla, um porto comercial para descongestionar o porto de Luanda, um estaleiro e uma base naval na barra do Dande, província do Bengo, que dista cerca de 50 quilómetros a norte da capital.

Angola tem em carteira a compra de vários navios de guerra e segundo o sítio brasileiro Defesa Aérea e Naval que passamos a citar: “Ao que tudo indica, a Angola fechou a compra do porta-aviões Príncipe de Asturias com o Governo espanhol, e ainda se comprometeu em adquirir navios patrulhas que também deram baixa da Armada espanhola (P-27 Ízaro, P-61 Chilreu, F-32 Diana) e o navio de desembarque de carros de combate L-42 Pizarro (ex-USS Harlan County LST-1196). A venda se concretizou após a visita de uma delegação composta por almirantes angolanos, que foram conhecer o estado em que se encontra o navio. Esta mesma delegação foi recepcionada pela Navantia, com o objectivo de apresentar como e onde seriam feitas as adaptações e a modernização do porta-aviões.”

Príncipe de Asturias
O porta-aviões Príncipe de Asturias encontrava-se ao serviço da armada espanhola desde 30 de Maio de 1988 onde esteve em missão durante 24 anos. Tem a capacidade para transportar 29 aeronaves. 

Conforme afirmámos no texto Golfo da Guiné o problema da pirataria marítima obriga a uma intervenção conjunta de diversos países que tenham como objectivo comum, em primeiro lugar, a preservação do mar e depois o combate a todos os actos que decorrem de actividades ilegais. Esse conjunto de países, devido à sua especificidade, podem através da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), iniciar uma fiscalização preventiva sobre as águas territoriais e adjacentes em águas internacionais, dando um novo e oportuno sentido a esta Organização.

Contudo, é necessário uma frota composta de navios com alguma agilidade, rápidos, de fácil manutenção (custos de pessoal e material), com possibilidade de intervenção aérea, principalmente de helicópteros, de poucos mas eficientes efectivos, tudo aquilo que não se espera do porta-aviões Príncipe de Asturias. Baía da Lusofonia

Nem botas nem canhões

Trago no corpo
as marcas da vida
no coração
os sonhos abortados
na pele as chagas do sofrimento

Meus olhos cegaram
de tanta dor enxergarem
meus ouvidos ensurdeceram
com o choro da criança faminta
minha boca se calou
para não mais clamar minha dor

Mas no âmago do meu ser
na minha essência mais profunda
guardei a força do querer
e nem ventos nem marões
nem botas nem canhões
nem sórdidas tentações
minha marcha travarão

Sigo em busca da verdade
novos sonhos brotarão
novos mundos se abrirão
em cada riso de criança acalentada
colherei um pedaço de vitória
e de riso em riso
de vitória em vitória
se vai edificando um mundo melhor!

Filomena Embaló – Guiné Bissau

sábado, 28 de dezembro de 2013

O futuro do Mercosul


De 2000 até 2013, as exportações mundiais passaram de US$ 6 trilhões para US$ 20 trilhões e a tendência é que continuem subindo, como consequência da formação de grandes blocos comerciais. O Brasil também se aproveitou muito desse crescimento. Tanto que nesse período as exportações brasileiras, que eram de US$ 55 bilhões, passaram para US$ 200 bilhões.

É um resultado significativo, ainda que esses números tenham sido impulsionados principalmente pela venda de soja e minério para a China e de carne e açúcar para o Oriente Médio. Melhor seria se tivessem sido impulsionados não por commodities, mas por produtos manufaturados de alto valor agregado.

Esses números só não são mais significativos porque o Mercosul não acompanhou esse crescimento, embora o Brasil tenha acrescentado combustíveis e aço à pauta tradicional, que incluía veículos e máquinas e equipamentos. De fato, o Mercosul, que já representou 17% do valor total do comércio exterior de seus associados, hoje está limitado a 12%. 

O que fazer para alterar esse quadro? Uma saída é acolher as sugestões do Conselho de Comércio Exterior do Mercosul (Mercoex), que reúne entidades representativas do setor privado dos quatro países que constituíram o bloco: Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Cámara de Exportadores de la República Argentina (Cera), Cámara de Importadores del Paraguay (CIP) e Unión de Exportadores del Uruguay (UEU).

Entre várias medidas, o Mercoex sugere que sejam levantadas as barreiras comerciais que ainda permanecem dentro dos parceiros do bloco. Muitas dessas barreiras nascem de uma visão excessivamente nacionalista dos governos e não refletem o que pensa a parte diretamente interessada, ou seja, o setor privado.

Outra sugestão do Mercoex é que sejam aceleradas as negociações com a União Europeia para a assinatura de um acordo comercial, o que se persegue há mais de uma década. Além disso, a entidade defende medidas que melhorem a competitividade das empresas que se valem das facilidades que o bloco oferece.

É de ressaltar que o Mercosul, 22 anos depois da assinatura do Tratado de Assunção, se ainda não alcançou a integração prevista à época de sua criação, vem desempenhando um papel fundamental, pois tem constituído uma espécie de “incubadora” para que pequenas e médias empresas tenham a sua primeira experiência em comércio exterior. Muitas delas a partir dessa “iniciação” têm conseguido abrir as portas de outros mercados no mundo.

O Mercoex defende ainda que seja firmado um acordo de proteção de investimentos do Mercosul e que o Paraguai seja reintegrado de forma plena ao bloco, inclusive assumindo o próximo mandato da presidência da entidade. Se Brasil e Argentina deixarem de lado divergências históricas e seguirem à risca as sugestões do Mercoex, com certeza, o Mercosul passará a ter um peso maior na pauta de exportações/importações de seus países-membros. Mauro Dias - Brasil

 ___________________________________________________________________
Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

Poema salgado

Eu nasci na ponta-da-praia
por isso trago dentro de mim
todos os mares do Mundo

Meu correio são as ondas
que me trazem e levam
recados e segredos

E meus bilhetes
(meus bilhetinhos de saudade)
são suspiros salgados
que as sereias recolhem
da crista das ondas

Nas conchas e búzios
de todos os mares do Mundo
ficaram encerradas
minhas canções de amor

Que eu nasci na ponta-da-praia
Por isso trago dentro de mim
todos os mares do Mundo.

Ovídio Martins – Cabo Verde

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Porto de Valência

Espanha: Contentores em Valência em queda pela primeira vez em 22 anos

O porto de Valência deverá registar uma quebra de 3,5% na movimentação de contentores anual. A confirmar-se, será a primeira vez que o segmento cai em Valência desde 1991 e poderá levar à perda da liderança no que toca a movimentação de contentores em portos do Mediterrâneo. Foi o próprio presidente da Autoridade Portuária de Valência, Rafael Aznar, quem antecipou os números.

Assim, Algeciras deverá passar a ser o primeiro porto mediterrânico no segmento dos contentores, depois de em novembro já ter números ao nivel de Valência e de andar com um crescimento a rondar os 6%.

Segundo Rafael Aznar, a grande causa destas perdas em Valência está relacionada com os custos de estiva, que baixaram noutros portos mas não neste, devido a divergências entre armadores e estivadores.

"Não estamos a ser competitivos nos custos de transhipment", alertou o presidente do porto de Valência. Recorde-se que em Valências os contentores de transhipment representam 50 do total, enquanto em Algeciras a quota chega aos 90%. Cargo edições Lda - Portugal

Enfim, um pátio regulador

Embora dificilmente venha a estar em funcionamento até março, mês em que ocorre o pico dos congestionamentos provocados pelos caminhões que levam a safra agrícola para o Porto de Santos, a iniciativa do grupo interministerial – formado por representantes da Secretaria Especial de Portos (SEP), Ministério dos Transportes e Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – de estimular a criação de um pátio regulador na região do Planalto paulista é muito bem-vinda, pois, como se sabe, já vem tarde.

Nos próximos dias, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) deverá publicar edital com o objetivo de atrair empresas interessadas em viabilizar o empreendimento. É inquestionável que o pátio regulador deve ser construído fora da Baixada Santista para que os veículos sejam retidos antes de descer a Serra do Mar pela velha e decrépita Via Anchieta.

A ideia é que o caminhão não desça para o Litoral sem que haja prévio agendamento, o que significa que o veículo só vai se aproximar da zona portuária se houver capacidade para recebê-lo. Com isso, evitar-se-á que acostamentos de rodovias e ruas e acessos viários ao porto sejam transformados em estacionamentos improvisados.

Como já percebeu que não é possível administrar o porto de um escritório em Brasília, o governo federal pretende instalar em Santos, na segunda semana de janeiro de 2014, uma filial da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Portanto, caberá à Antaq não só estabelecer as normas para a entrada dos caminhões nos terminais como multar os responsáveis pelos veículos infratores e arrendatários dos terminais que não cumprirem as determinações.

Aliás, a Codesp que, a exemplo do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), teve o seu poder de decisão ainda mais esvaziado pela nova Lei dos Portos (nº 12.815/13), só poderá exercer a fiscalização, sem competência para aplicar multas e muito menos suspender o arrendamento das instalações.

Outra iniciativa da recém-revigorada Antaq será firmar um convênio com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a fiscalização da segurança nas ferrovias que dão acesso ao Porto de Santos, avaliando os serviços das concessionárias. Mas não basta fiscalizar. O que se espera é que a Antaq e a ANTT estabeleçam a obrigatoriedade da construção de pátios ferroviários nos novos terminais de uso privativo (TUPs) para viabilizar a integração e o escoamento de cargas por empreendimentos públicos como o Ferroanel, o que, lamentavelmente, não está devidamente contemplado na nova Lei dos Portos, por falha ou esquecimento dos legisladores.

Como se vê, os congestionamentos frequentes nas rodovias são resultado de uma prática que leva os terminais a deixar de utilizar as ferrovias. Obviamente, se assim agem, é porque têm razões para fazê-lo. Ou seja, o desempenho do modal ferroviário estaria aquém das necessidades. Portanto, é preciso buscar também soluções para aumentar a eficácia logística ferroviária. Mauro Dias - Brasil

____________________________________________________________________
Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

Mensagem do terceiro mundo

Não tenhas medo de confessar que me sugaste o sangue
e engravataste chagas no meu corpo
e me tiraste o mar do peixe e o sal do mar
e a água pura e a terra boa
e levantaste a cruz contra os meus deuses
e me calaste nas palavras que eu pensava.
Não tenhas medo de confessar que te inventaste mau
nas torturas em milhões de mim
e que me davas só o chão que recusavas
e o fruto que te amargava
e o trabalho que não querias
e menos da metado do alfabeto.

Não tenhas medo de confessar o esforço
de silenciar os meus batuques
e de apagar as queimadas e as fogueiras
e desvendar os segredos e os mistérios
e desrruir todos os meus jogos
e também os cantares dos meus avós.

Não tenhas medo, amigo, que não te odeio.
Foi essa a minha história e a tua história.
e eu sobrevivi
para construir estradas e cidades a teu lado
e inventar fábricas e Ciência,
que o mundo não pode ser feito só por ti.

Fernando Sylvan – Timor Leste

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Afroinsularidade

Deixaram nas ilhas um legado
de híbridas palavras e tétricas plantações

engenhos enferrujados proas sem alento
nomes sonoros aristocráticos
e a lenda de um naufrágio nas Sete Pedras

Aqui aportaram vindos do Norte
por mandato ou acaso ao serviço do seu rei:
navegadores e piratas
negreiros ladrões contrabandistas
simples homens
rebeldes proscritos também
e infantes judeus
tão tenros que feneceram
como espigas queimadas

Nas naus trouxeram
bússolas quinquilharias sementes
plantas experimentais amarguras atrozes
um padrão de pedra pálido como o trigo
e outras cargas sem sonhos nem raízes
porque toda a ilha era um porto e uma estrada sem regresso
todas as mãos eram negras forquilhas e enxadas

E nas roças ficaram pegadas vivas
como cicatrizes — cada cafeeiro respira agora um
escravo morto.

E nas ilhas ficaram
incisivas arrogantes estátuas nas esquinas
cento e tal igrejas e capelas
para mil quilómetros quadrados
e o insurrecto sincretismo dos paços natalícios.
E ficou a cadência palaciana da ússua
o aroma do alho e do zêtê d'óchi
no tempi e na ubaga téla
e no calulu o louro misturado ao óleo de palma
e o perfume do alecrim
e do mlajincon nos quintais dos luchans

E aos relógios insulares se fundiram
os espectros — ferramentas do império
numa estrutura de ambíguas claridades
e seculares condimentos
santos padroeiros e fortalezas derrubadas
vinhos baratos e auroras partilhadas

Às vezes penso em suas lívidas ossadas
seus cabelos podres na orla do mar
Aqui, neste fragmento de África
onde, virado para o Sul,
um verbo amanhece alto
como uma dolorosa bandeira.

Conceição Lima – São Tomé e Príncipe

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Chove. É Dia de Natal

Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
e o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
o Natal da convenção,
quando o corpo me arrefece
tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
e o Natal a quem o fez,
pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa - Portugal

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Golfo da Guiné

A Paramount Group a maior empresa privada de segurança e defesa a trabalhar em África, estima que durante o ano de 2013, tenha ocorrido um acto de pirataria por dia no Golfo da Guiné, em áreas tão distintas como o transporte de crude e gás, o tráfico de drogas, contrabando de armas, despejo de resíduos tóxicos, abastecimento ilegal ou pesca ilegal.

A empresa prevê que os números dupliquem para 2014, principalmente devido ao desvio deste tipo de actividades do oceano Índico para o Atlântico, mais principalmente para o Golfo da Guiné, onde também têm aumentado os movimentos de terrorismo e de tráfego humano.

Países como a Namíbia, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Cabo Verde e Guiné Bissau estão no centro deste problema, que pode causar danos irreparáveis e irreversíveis, se não forem tomadas posições conjuntas para debelar a actividade da pirataria.

Uma das situações mais graves, o despejo de resíduos tóxicos que já minou as águas da Somália e que tem levado ao aumento de casos de cancro nos países desenvolvidos devido ao consumo de peixe contaminado, obriga que estes países comecem rapidamente a realizar reuniões concertadas para debelar tais situações e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), pode vir a ser a organização que mais depressa pode dar a resposta adequada, com países como Brasil, Portugal e Moçambique, com vastas áreas marítimas, a terem também de se preocupar com esta nova realidade no Atlântico. Acrescente-se às boas intenções de actividades culturais e sociais, situações económicas concretas, como o desígnio “Mar” comum a todos os países da CPLP, países associados ou que se pretendem associar. Baía da Lusofonia

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Reformados portugueses

Nestes últimos dias, Dezembro de 2013, cruzei-me com vários portugueses reformados, nas lojas, nas ruas, estavam tristes, uma revolta em surdina, indignados, pois mais uma vez sentiam-se enganados.

Tinham passado pelo banco para verem o extracto da conta, onde pensariam eles estaria depositado a reforma de Dezembro, mais o acostumado e necessitado subsídio de Natal, que serve normalmente para equilibrar as contas que foram ficando deficitárias durante o ano.

Devido à idade avançada e ao não perceberem a linguagem utilizada pelos jornalistas, comentadores, políticos, através da televisão, linguagem demasiada técnica e erudita, não se aperceberam que o ligeiro aumento, uma mão cheia de nada de euros que recebiam mensalmente, era o subsídio, ou o que restava dele, após os descontos para os impostos que entretanto foram aplicados a quem já recebe tão pouco.



Frustrados, cabisbaixos, envergonhados, encolhiam os ombros, marcados pelo triste fado de uma vida de enganos, quando há trinta anos atrás lhes prometeram a terra prometida, a Europa, recheada de bons vencimentos, boas reformas, saúde, segurança, bem-estar, em três décadas, o que viram foi o desaparecimento da indústria, da agricultura, da pesca, a troco de esmolas que encheram os bolsos de alguns.

Ao contrário de moldavos e romenos, cidadãos que vivem há mais de um ano, debaixo dos viadutos do eixo norte-sul em Campolide, desafiando as leis de Portugal no que diz respeito à cidadania, calcorreando as ruas de Lisboa pedindo esmolas, transmitindo doenças devido à falta de higiene, os reformados portugueses, após uma vida de trabalho, ao serviço do seu país, vêem-se condenados a fecharem-se em casa, sempre envergonhados pela falta de dinheiro, preferindo morrer com dignidade, longe dos olhares dos seus compatriotas, reflectindo uma educação recebida durante a longa noite de obscurantismo que viveram no século passado. Baía da Lusofonia

domingo, 22 de dezembro de 2013

Emprego pelo mundo

O site Emprego pelo Mundo divulga em português ofertas de trabalho em diferentes países. Diogo Lino Ribeiro, fundador, cresceu em Macau e estuda na República Checa. O projecto é seguido por mais de 172 mil pessoas no Facebook e recebe em média um milhão de visitas mensais online.

As boas ideias às vezes aparecem sem querer. Foi assim com Diogo Lino Ribeiro, jovem de 25 anos que em Fevereiro fundou o site Empregos pelo Mundo (www.empregopelomundo.com). Hoje, o portal recebe largos milhares de visitas todos os dias porque oferece, em português, informação sobre muitos postos de trabalho para aqueles que queiram largar mundo fora.

Diogo Lino Ribeiro
Diogo Lino Ribeiro, que passou parte da infância e adolescência em Macau, olhou para o desemprego jovem em Portugal, leu os sinais que lhe foram trazidos por um projecto familiar e resolveu avançar. Hoje conta com uma equipa de dez pessoas, divulga milhares de ofertas de emprego e, acredita, ajuda pessoas. Mesmo assim, continua os estudos no Instituto de Química de Praga, na República Checa. Não vê grandes melhorias para os portugueses nos próximos tempos.

- Como surgiu a ideia de criar o site Emprego pelo Mundo?

Diogo Lino Ribeiro – A ideia de criar este grupo de partilha de informações de emprego no estrangeiro e em Portugal, que ganhou visibilidade no Facebook, surgiu a partir de um pedido da minha família, para que colocasse para arrendar, em sites especializados, uma casa localizada em Búzios, no Brasil. Nessa altura, resolvi criar um blogue onde também promovia aquele destino. Inesperadamente, comecei a receber currículos de pessoas que me pediam emprego, pensando que se tratava de um resort ou de uma guest house. Muitos eram jovens que pediam com uma humildade, um desespero e uma vontade de trabalhar que não podiam deixar ninguém indiferente. Como tinha experiência na área da pesquisa, adquirida numa empresa onde trabalhei na República Checa, comecei a publicar no meu blogue oportunidades de emprego. O reconhecimento foi tal que o passo seguinte foi criar o Emprego pelo Mundo.

- Dê-nos alguns números do projecto. Quantas visitas recebe o site em média? E quantas ofertas de trabalho já publicou?

D.L.R. – O portal Emprego Pelo Mundo recebe em média um milhão de visitas e cerca de três milhões de visualizações por mês. Já publicámos milhares de ofertas de emprego dependendo das empresas e das áreas, publicamos cerca de 30 mil oportunidades por mês. Formamos uma equipa de dez jovens que trabalham segmentos de mercado diferentes. Uns mais vocacionados para as ofertas de trabalho individualizadas, outros em ofertas mais gerais que abarcam várias áreas numa só empresa, normalmente multinacionais. Não conseguimos ter uma estimativa das pessoas que já conseguiram oportunidades através do site, mas até hoje e desde que o site está activo já recebemos milhares de agradecimentos.

- Falemos da Ásia. Há muitas ofertas de trabalho para esta zona do globo? É um mercado com potencial para a mão-de-obra lusófona?

D.L.R. – Sendo nós portugueses um povo universalista, com uma história de relacionamento pacífico e mesmo amistoso com todos os povos do mundo, e tendo nós também das melhores universidades europeias que têm formado nas últimas décadas jovens comprovadamente talentosos, reconhecidos em todo o mundo, não será descabido pensar que esses jovens muito qualificados poderão ser uma mais-valia, em qualquer parte do mundo e aí também. Basta que lhes sejam oferecidos lugares onde possam não só desenvolver as suas capacidades criativas e o seu talento, como também colaborar através da troca de conhecimentos e visões do mundo, favorecendo a criação de soluções inovadoras e permitindo àqueles que neles confiam o acompanhamento eficaz das mudanças num mundo que anda cada vez mais veloz.

- Concretamente em relação a Macau, há oportunidades para portugueses que podem ser encontradas através do seu site? Alguns exemplos específicos?

D.L.R. – Apresento no meu site um link dedicado completamente a Macau. Como viver e trabalhar aí. Como procurar emprego. Tem sido muito visitado. Como esta crise veio para ficar e há cada vez mais desempregados, os portugueses têm tendência a procurar emprego nos países cujos povos partilharam connosco partes da sua história e que por isso lhes oferecem mais confiança por os julgarem amigos.

- Viveu em Macau. Quer recordações guarda desses tempos? Ainda é um lugar que o atraia, também do ponto de vista profissional?

D.L.R. – Vivi em Macau dos três aos 14 anos. Cresci em Macau. Passei a minha infância a percorrer as suas ruas, a correr para as suas escolas, a casa na Taipa. Os meus amigos de infância são daí, ou passaram por aí e continuam a estabelecer contactos regulares comigo. Macau faz parte de mim, dos meus sonhos, dos meus desejos, das minhas memórias, do meu ser. Será um lugar onde sempre voltarei… onde espero encontrar sempre símbolos dessas vivências que tive. Ou até personalidades que me tornaram feliz em criança pela amizade que me dedicaram. Por exemplo, o Domingos, ex-motorista do meu pai e meu grande amigo, que fazia comigo o totoloto de Hong Kong em sociedade. Mas não sei se voltarei para trabalhar aí. Por enquanto não faz parte dos meus planos. O meu projecto de vida não se encaminha para ser realizado por esses lados. Porém, como se costuma dizer, ‘o futuro a Deus pertence’.

- Considera que, regra geral, os portugueses que trabalham no estrangeiro são apreciados ou nem tanto?

D.L.R. – Acho que os portugueses são apreciados em todo o mundo. Como dizia um escritor inglês, “toda a gente gosta dos portugueses com excepção deles próprios”. Os portugueses são um povo bom, tolerante, com capacidade de se entregar a causas. São um povo leal, solidário e com uma capacidade de sofrimento e de resignação emocionantes. Veja o que está a acontecer nesta crise. As reacções dos portugueses e de outros povos são muito distintas. Só um povo muito bom é capaz de suportar com paciência isto e aguentar tanto sofrimento de modo resignado.

- Qual é o destino preferencial do português qualificado e sem emprego neste momento?

D.L.R. – As preferências dos portugueses são regra geral os países de língua portuguesa. Brasil e Angola têm sido grandes receptores do trabalho dos nossos imigrantes. Mas o maior número de jovens qualificados tem ido para a Europa, com a Alemanha, Noruega, Dinamarca, Inglaterra e Irlanda a aproveitarem esses talentos que Portugal desperdiça neste momento.

- Como olha para a situação actual em Portugal?

D.L.R. – Portugal vive um período muito crítico da sua história e não se vislumbra uma saída para a crise a curto prazo. Não temos indústria, agricultura, pescas. O comércio tornou-se monopólio de poucos. Sinceramente vejo tudo muito mal.

- Acaba por ser também um empreendedor, ao lançar este projecto. O site é já lucrativo para si, que o fundou?

D.L.R. – Para já o site paga-se a si próprio, pago o trabalho dos colaboradores e tenho estado a investir o resto. Vamos apresentar muito em breve uma nova versão mais moderna e prática que permitirá a empregadores e candidatos funcionalidades que facilitam o recrutamento. Hélder Beja – Macau in “Ponto Final”

sábado, 21 de dezembro de 2013

Jogos da Lusofonia - Goa 2014


Aceda aqui ao sítio dos Jogos da Lusofonia – Goa 2014

18 de Janeiro a 29 de Janeiro de 2014 – A Festa da Lusofonia

Jojo, o Galo Majestoso

Baía da Lusofonia 

Balança Comercial Angolana

Nos primeiros nove meses de 2013, a balança comercial angolana teve um saldo positivo de $31688 milhões de dólares, segundo cálculos “Baía da Lusofonia” baseados na informação trimestral provisória divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística de Angola.

As exportações angolanas ascenderam no período de Janeiro a Setembro de 2013, a $51120 milhões de dólares, um ligeira quebra de -3,7%, referente ao período homólogo de 2012. Os combustíveis corresponderam a 98,3% do total das exportações, sendo por isso, o crude praticamente o único produto comprado por alguns países, onde se destaca como principal importador desta matéria-prima, a China com $23000 milhões de dólares, 45% do total das vendas angolanas, registando uma diminuição de -9,2% face ao mesmo período do ano anterior. Índia, Estados Unidos da América, Taiwan, Canadá e no 3º trimestre de 2013 a Espanha, são os outros principais compradores no mercado angolano.



Para o mesmo período de Janeiro a Setembro de 2013, as importações angolanas registaram um valor de $19432 milhões de dólares, um acréscimo de 8,6%, quando comparado com igual período de 2012. Os veículos e outro material de transporte, 23,3% do total, as máquinas e aparelhos eléctricos, 20,9%, são os dois grandes grupos de mercadorias importados por Angola, evidenciando-se no 3º trimestre de 2013, uma grande importação de combustíveis, o segundo grupo mais elevado neste espaço de tempo, fazendo com que este conjunto, no período acumulado de Janeiro a Setembro equivalha a 7,5% do total das importações.

Portugal é o principal fornecedor de Angola, 16,6% do total, mantendo o mesmo nível de valor do ano anterior, a China com 11,4% do total, teve um crescimento nas vendas a Angola de 8,6%, enquanto os Estados Unidos da América, terceiro fornecedor, 6,5% do total, teve uma quebra de -10,6%, o Brasil o quarto, 4,8% do total, teve um acréscimo nas vendas de 3%, ultrapassando a África do Sul que passou a ser o quinto vendedor de mercadorias com 4,7% do total. Baía da Lusofonia