Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Não ao silêncio não ao medo

Apesar de anos de doutrinação, os casamanceses descobrem a cada dia que passa, as mentiras insinuadas na escola e nos meios de comunicação, e rejeitam fortemente a ideia de uma serenidade senegalesa em Casamansa.

Os casamanceses exorcizaram o medo inspirado pelo Senegal, apoiados pelo direito do povo às suas terras.

O reconhecimento da Casamansa como um território ocupado pelo Senegal é assumido com coragem pelos independentistas incarnados pelo Movimento das Forças Democráticas da Casamansa (MFDC).

A longa marcha que os conduziu, hoje, a tomar posição pelo seu povo oprimido principiou por estudos aprofundados sobre a questão e numa realização passo a passo, que muitos são por vezes enganados para toda a vida e no lado errado da história.

Em relação à hostilidade dos senegaleses doutrinados pelo seu governo, recusamos deixarmos intimidar ou trair as convicções que assentámos em tempo para as construir, graças a uma longa busca pela verdade. Muito lúcidos, não queremos de forma alguma colocar em questão o nosso justo direito à independência.

Passando em revista os acontecimentos que pontoaram a nossa história, face à colonização de Portugal, da Inglaterra e da França, estamos fortalecidos na ideia que podemos a todo o momento opor uma enorme resistência política, económica e militar para alcançar a segurança e a confiança do povo.

Durante anos, sofremos uma lavagem ao cérebro pelas cadeias de televisão, rádios, jornais, livros e mesmo os manuais escolares, todos pertencentes ao Estado do Senegal, mas nada nos pode recuar.

Quiseram-nos fazer crer que a Casamansa, a terra dos nossos antepassados era uma terra senegalesa; mas quem determina ou determinou a senegalidade da Casamansa? Mesmo o presidente do Conselho em 1960 Mamadou Dia o Grande Maoudo o reconhecia: “ o colonizador jamais integrou a Casamansa na colónia do Senegal.”

Fieis e consequentes no nosso apoio à democracia, aos direitos do homem e à igualdade do género, nós casamanceses condenamos a ocupação e dizemos não ao silêncio e não ao medo. Bintou Diallo – Casamansa

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