Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Brasil - Corredor Norte, a saída

SÃO PAULO – Não se pode deixar de reconhecer o esforço dos governos federal e estadual para dotar o Porto de Santos, com a participação da iniciativa privada, de uma infraestrutrura viária e ferroviária capaz de suportar as projeções que indicam para 2024 uma movimentação de 230 milhões de toneladas. É claro que isso só será possível se houver um significativo incremento da participação do modal ferroviário no transporte de cargas, hoje limitada a 15% da matriz de transporte.

Para tanto, é fundamental implantar plataformas logísticas ao longo da malha viária e ferroviária do País, sem esquecer de aumentar a participação do sistema hidroviário, aproveitando-se as oportunidades que a natureza oferece. Tais plataformas precisam ser construídas dentro de um espírito de multimodalidade, sem levar em conta a segregação entre ferrovias e rodovias.

De certo modo, essa descentralização já vem ocorrendo mais em função das necessidades da iniciativa privada do que por parte de uma ação planejada do governo federal. É o caso do movimento que se dá no Norte do País com a criação do futuro corredor logístico multimodal formado pela estrada BR-163 e pela hidrovia Tapajós-Amazonas.

Essa alternativa para o escoamento dos produtos do agronegócio da região Centro-Oeste, há tanto tempo defendida pelas ruralistas, só não está mais avançada por causa da demora do governo federal para asfaltar a BR-163 entre Mato Grosso e Pará, que no período de chuvas de janeiro a junho transforma-se num lamaçal em meio a crateras de dimensões lunares. É de lembrar que foi em 1997 que a Cargill arrendou um terminal público no porto de Santarém e a Bunge comprou um terreno em Barcarena, aguardando o asfaltamento completo da BR-163, o que, infelizmente, não ocorreu.

Agora, essas e outras empresas do agronegócio que apostam no chamado corredor Norte aguardam as licitações para novos terminais portuários de grãos no Pará que a Secretaria de Portos (SEP) pretende fazer, mas que há um ano estão sob análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Milton Lourenço - Brasil


 __________________________________________________________
Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis).

Sem comentários:

Enviar um comentário