Canção ao Menino
Vi
O pranto
Secar
No calor
Do teu sorriso
A mágoa afogar
Ao clamor
Da tua bonança
E escrever
No ar que te rodeia
Amor, poesia
E esperança
Vejo
Nos teus olhos
O dó
Desta ventura
Alheia mas tua
E descubro
Na clara pousada
Do teu olhar,
Recôndito na tua alma
Fugaz e evanescente
Nos teus murmúrios
O secreto convite
À ceia da vida
E da eternidade
És
Canção
E harmonia perdida
No desencanto
Deste universo
E fonte
A que entregamos
Desesperançados
A nossa sede
Para eternizar
O que de melhor
Escondemos
No âmago do nosso ser
E satisfazer
Através de ti, Menino
A nossa ânsia
De viver.
Jorge
Cabral – Guiné-Bissau
Sem comentários:
Enviar um comentário