Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CE-CPLP - Encontro de Negócios CE-CPLP & JETRO - Japan External Trade Organization

A Diretora Geral da CPLP, Georgina Benrós de Mello, sublinhou a importância de criar "uma Comunidade de pessoas em vez de uma Comunidade de Estados e Governos".

Realizou-se no passado dia 29 de Outubro de 2014 um Encontro de Negócios entre uma delegação de empresários japoneses e Associados da CE-CPLP, num evento organizado em conjunto com a JETRO - Japan External Trade Organization. Estiveram presentes o Presidente da CE-CPLP, a Diretora-Geral da CPLP, o Embaixador do Japão em Portugal e o Diretor Geral do Escritório da JETRO em Paris.

No encontro, o Presidente da CE-CPLP, Salimo Abdula, proferiu um breve discurso de abertura sublinhando a importância de alargar e aprofundar as relações económicas entre os países membros da CPLP e os países observadores, focando o Japão como um pólo de desenvolvimento económico e tecnológico com capacidades para ajudar o desenvolvimento da economia da CPLP.


A Diretora Geral da CPLP, Georgina Benrós de Mello, sublinhou a importância de criar "uma Comunidade de pessoas em vez de uma Comunidade de Estados e Governos". No breve discurso que proferiu no início do Encontro, Georgina Benrós de Mello destacou também a entrada da Guiné Equatorial enquanto país membro da CPLP e o alargamento dos países destacados com a posição de Países Observadores, dos quais fazem parte o Japão. "Acreditamos que o Japão tem muito a trazer ao Mundo da Língua Portuguesa, com a perspicácia, experiência, tecnologia, o know-how e os recursos que mostraram ao mundo e fizeram do Japão referência em todo o planeta", concluiu a Diretora-Geral da CPLP.

Salimo Abdula apresentou ainda à delegação japonesa as oportunidades de negócio e investimento em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, explorando os mercados destes quatro países da CPLP. A Guiné Equatorial, membro mais recente da Comunidade, mereceu também a atenção do Presidente da CE-CPLP, sobretudo pelos recursos naturais de que dispõe e pelas "excelentes oportunidades de negócios" que podem ser encontradas no país.

No final, houve ainda tempo para alguns encontros B2B entre Associados da CE-CPLP e membros da delegação japonesa liderada pela JETRO, durante os quais surgiram trocas de contactos e de informações sobre empresas e possíveis investimentos que reforcem as relações entre os vários países. CE-CPLP


Brasil - Hidrovias: por enquanto, só planos

SÃO PAULO –   Com 41.635 quilômetros de vias navegáveis, o Brasil só utiliza cerca de 21 mil quilômetros, ou seja, metade de seu potencial, ainda que disponha de 12 grandes bacias hidrográficas.  Se o País tivesse tido homens de visão na administração pública ao longo de sua história, essa teria sido uma questão considerada prioritária há muitas décadas. No entanto, só nos últimos meses o assunto surgiu na pauta de prioridades dos candidatos presidenciais. Seja como for, antes tarde que nunca.

A título de comparação, pode-se lembrar que, no primeiro semestre de 2014, o volume de mercadorias transportadas por vias navegáveis ​​interiores na Alemanha foi de 112,8 milhões de toneladas, segundo o Escritório Federal de Estatística (Destatis) alemão, registrando um crescimento de 1,3 milhão de toneladas, ou 1,1% a mais que no mesmo período de 2013. Já nas vias interiores brasileiras foram transportados 38 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2014, enquanto, nos primeiros meses de 2013, esse número foi de 39,1 milhões de toneladas, ou seja, houve um decréscimo de 3%.

Quem percorre os principais países da Europa percebe que há muito tempo seus administradores públicos planejaram e construíram uma infraestrutura que liga todo o continente de uma maneira ágil e eficiente, ainda que dispusessem de menos condições geográficas, ou seja, tiveram de enfrentar obstáculos da natureza maiores que aqueles que se apresentam aos administradores brasileiros. Diferentemente da Europa, há aqui numerosos rios navegáveis, onde podem ser construídas hidrovias,

No Brasil, como já se tornou tradição, estudos não faltam. O problema é a viabilização desses estudos.  Há planejamentos para viabilizar pelo menos oito hidrovias. Só em Mato Grosso os projetos incluem as hidrovias Teles Pires-Tapajós, Arinos-Juruena-Tapajós, Tocantins-Araguaia e Paraguai-Paraná. Somente a hidrovia Juruena, via Juara, chegando até a Vila do Conde, no Pará, irá contribuir com uma economia anual de R$ 3,3 bilhões para Mato Grosso, segundo dados do estudo “Centro-Oeste Competitivo”, preparado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Já o estudo “Hidrovias no Brasil: perspectivas históricas, custos e institucionalidade”, de 2014, dos pesquisadores Fabiano Mezadre Pompermayer, Carlos Álvares da Silva Campos Neto e Jean Marlo Pepino de Paula, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, reconhece que o hidroviário é o modal que recebe menos investimentos públicos, embora haja grande número de órgãos envolvidos, com diversos planos em andamento, mas sem a devida integração.

A análise dos técnicos do Ipea recomenda que a implantação e a operação de hidrovias sejam transferidas à iniciativa privada, por meio de concessão simples, com cobrança de pedágio, permitindo agilizar as obras necessárias e dando perspectivas de continuidade das operações aos transportadores, já que a manutenção das condições de navegabilidade das hidrovias não dependerá de recursos públicos. Quer dizer, o governo sabe o caminho. O que não se entende é por que hesita e demora tanto a percorrê-lo. Mauro Dias - Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

Portugal - Os gatos não têm vertigens: os homens vencem-nas

O que mais me prendeu no filme – e quero aqui salientar – é a expressão explícita e dolorosamente real da crueldade que a sociedade actual dirige à velhice

1. O último filme de António Pedro Vasconcelos parece não ter agradado a alguns críticos. Percebe-se.

O filme - reconheça-se - fala de assuntos e sentimentos intelectualmente pouco elaborados. Exibe a banal, mas revoltante, miséria de uma sociedade marginal - na verdade, discriminada - e da juventude urbana que ela gerou: uma juventude sem passado, sem presente e, provavelmente, sem futuro.

Mostra, por outro lado, a atitude confiante de uma mulher mais velha, ainda militante de ideias antigas, mas hoje acintosamente incómodas: uma mulher de uma geração capaz de actos de uma generosidade transformadora e não apenas conformada e conivente com a injustiça reinante.

Transmite-nos, de choque, uma certa linguagem juvenil, que rebenta directa na nossa cara - e não só por causa do magnífico som do filme - mas que só espanta quem, porventura, não usa transportes públicos.

Conta-nos, na verdade, uma estória com princípio, meio e fim que, em vez de nos deixar desesperados e sem rumo, contém em si mesma o fermento da esperança na humanidade.

É, portanto, um grande filme!

2. Não é, todavia, minha intenção converter-me, agora, em crítico de cinema. Gosto muito de cinema, mas, em rigor, nada sei sobre a sua arte.

O que mais me prendeu no filme - e quero aqui salientar - é a expressão explícita e dolorosamente real da crueldade que a sociedade actual dirige à velhice.

Não falo já da situação económica da velhice mais desprotegida, que nele apenas aparece retratada em personagens laterais. Falo da velhice enquanto circunstância de vida de muita gente de todas as condições sociais.

O que o filme denuncia é a atomização e a desumanidade da vida das pessoas engendrada por uma sociedade frenética, desequilibrada, doente e doentia, e muitas vezes amoral, que dificulta a comunicação dos mais velhos com os mais novos, dos filhos com os pais, enfim, das pessoas, umas com as outras.


A "coisificação" das pessoas, a tentativa de as tornar descartáveis - desprovidas de alma e sentimentos - não é, sabemos, um fenómeno inteiramente recente ou original.

Em todo o caso, apesar de todas as vicissitudes, a humanidade tinha vindo, nos últimos séculos, a conseguir amaciar um pouco as esquinas mais afiadas da sua maneira de viver junta, da sua convivialidade.

Ora, o que hoje nos querem fazer crer é, precisamente, que esse caminho de humanização das relações sociais deve ser interrompido - e pode mesmo ter de regredir - em nome de um almejado, mas sempre distante, progresso económico.

Só que, por fim, ninguém tem a amabilidade de nos dizer quem beneficiará com ele: serão os velhos, os novos, a maioria, ou apenas uma cada vez mais pequena minoria?

O que constatamos é que o tal progresso económico não tende já a tornar menos agreste a vida dos muitos - designadamente a dos mais velhos - e aí reside o paradoxo atroz desse discurso.

E, todavia, têm sido esses velhos que, com as suas pequenas reformas, com o pouco que lhes resta da sua estabilidade material e emocional, têm conseguido acudir aos sobressaltos diários dos mais novos, garantindo uma réstia de humanidade à vida social.

Só que esses velhos têm alma, têm vida, têm aspirações e esperanças próprias e não podem ser tratados apenas como caixa de previdência dos mais novos, e só enquanto como tal puderem funcionar.

A humanização da vida pode, se todos quisermos, continuar a ser um sonho e também uma realidade que construímos diariamente.

Não lhe criem falsos obstáculos.

Os gatos podem não ter vertigens: os homens sim, mas com coragem, podem vencê-las. António Cluny – Portugal in "Jornal I"

António Cluny – Jurista e presidente da MEDEL

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Noruega – Empresa petrolífera norueguesa adopta português como língua oficial

A Statoil, com sede na Noruega, vai passar a disponibilizar toda a documentação oficial em norueguês, inglês e português.

A multinacional, com sede na Noruega, é uma das grandes referências mundiais da indústria petrolífera. Segundo o Observatório da Língua Portuguesa, a empresa atua na produção de petróleo, gás e biocombustíveis, tem operações em 36 países do mundo – incluindo Angola e Brasil – e conta com cerca de 23 mil funcionários.

Este ano, a Statoil foi considerada pela revista Forbes como a décima maior empresa de petróleo e a 26.º multinacional mais lucrativa. in”Diário Notícias” - Portugal

Portugal – Pastéis de nata

Universidade de Aveiro «exporta» pastéis de nata

Departamento de Química põe-nos em qualquer ponto do mundo como se tivessem sido acabados de fazer.

Era uma das receitas de Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia, para o combate ao défice e dívida externos: exportar o pastel de nata. Mas, sujeitos a ultracongelação e reaquecimento em micro-ondas, os pastéis de nata adquirem uma textura diferente da dos acabados de sair do forno e a massa folhada deixa de ser crocante. O mercado já tem disponíveis pastéis de nata ultracongelados. No entanto, estes são vendidos como produto cru ou semi-cru, necessitando ainda de confecção demorada em forno convencional e a temperaturas elevadas.

O problema foi agora resolvido pelo Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro, que desenvolveu um pastel de nata que pode ser ultracongelado depois de pronto e ser consumido em qualquer ponto do mundo, como se tivesse sido acabado de fazer, após um minuto no micro-ondas. Mais, os investigadores da UA desenvolveram-no com menos calorias do que o pastel de nata tradicional.

“Os pastéis de nata confeccionados que existem actualmente no mercado, se sujeitos a ultracongelação e reaquecimento em forno de micro-ondas, adquirem uma textura diferente da do pastel de nata tradicional e com uma massa folhada não crocante”, aponta Manuel António Coimbra, investigador do DQ. O coordenador da equipa - composta por Rita Bastos e Elisabete Coelho - desvenda que este foi desenvolvido com base na incorporação de um ingrediente alimentar à base de polissacarídeos, que foi adicionado à massa folhada e ao creme de nata.

“Este ingrediente permitiu obter um produto que pode ser congelado e reaquecido em forno de micro-ondas, preservando as características do pastel de nata tradicional”, diz Manuel António Coimbra. Nutricionalmente, adianta o investigador, “a adição dos polissacarídeos na formulação levou a um aumento do teor de fibra dietética e a uma diminuição do teor de gordura, obtendo-se um pastel de nata com apenas 184 calorias, menos do que as do tradicional”.

Parceria com a empresa Mealfood

O pastel de nata prepara-se para ser vendido como produto ultracongelado e totalmente confeccionado, bastando um minuto de aquecimento num forno de micro-ondas para ser saboreado. “Com este novo produto, o consumidor pode desfrutar de todo o sabor e qualidade de um pastel de nata tradicional, a qualquer hora do dia no conforto da sua casa”, garante Manuel António Coimbra. Mais, com a nova receita, “será possível exportar e alargar mercados para este produto tipicamente português com preservação das suas características sui generis”.

A receita, sublinha Manuel António Coimbra, foi desenvolvida por solicitação da Mealfood “em que o saber fazer do mestre pasteleiro Francisco Santos daquela empresa se associou à ciência da Universidade”. Após seis meses de trabalho, o pastel de nata já se encontra com pedido de patente efectuado e os consumidores poderão encontrá-los brevemente no mercado. In “Ciência Hoje” - Portugal

Mealfood Lda - Rua do Cubo, Edf. das Pedreiras, Rc, B 3850-626 Frossos ( Albergaria-A-Velha) - Portugal

Brasil - Drawback: as últimas mudanças

SÃO PAULO –  Não se pode deixar de reconhecer que as últimas mudanças feitas pelo governo federal na concessão de drawback serviram como estímulo aos exportadores brasileiros para a utilização dos benefícios oferecidos por esse regime. Uma dessas mudanças veio com a portaria de 3 de setembro de 2014 da Receita Federal e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que prevê uma série de medidas que simplificam a utilização do drawback, tanto na modalidade isenção como na de suspensão.

Uma dessas medidas elimina a obrigação das empresas de controlar estoque físico de insumos importados. Na verdade, agora, o exportador só precisa comprovar documentalmente a quantidade de vendas que se comprometeu na operação drawback. Valendo-se dessa medida, as empresas poderão substituir os insumos adquiridos com o benefício por mercadorias equivalentes compradas no mercado interno ou externo sem o benefício.

Outro ponto importante que se deve destacar é a possibilidade de vinculação do Registro de Exportação (REs) após o embarque em um ato concessório, o que não era permitido anteriormente. Isso dificultava nos comprimentos dos volumes de exportação, provocando erros de confecção dos REs e de notas fiscais de exportação.

Por outro lado, foi publicado o decreto nº. 8304, de 12/09/2014, que disciplina o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que constitui um incentivo às empresas exportadoras que poderão se creditar de até 3% do valor de seu volume de exportação em impostos administrados pela Receita Federal. Isso significa que a empresa exportadora poderá solicitar 3% do seu volume de exportação em compensação de impostos devidos, o que gerará uma redução de custos.

É de lembrar que o Reintegra permite solicitar a compensação do volume de exportação efetuado desde 2011, já que existe uma regra de utilização de produtos importados na fabricação da mercadoria exportada. Ou seja, o valor da mercadoria exportada poderá ter até 40% no valor da exportação, valor este que pode variar, chegando até a 60%, dependendo da indústria.

É de destacar ainda que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) colocou em fase de testes, através da versão de treinamento, desde 13 de outubro, o Siscomex Drawback Isenção Web, ferramenta on line que informatiza os procedimentos de solicitação, análise, concessão e controle das operações de comércio amparadas pelo benefício.  Com o novo regime de solicitação do drawback isenção, que deve entrar em vigor a partir de 1º de dezembro deste ano, as empresas não precisarão mais pagar para obter o benefício. Já para as operações de drawback suspensão existe um sistema informatizado e sem custo às empresas.

Com essas mudanças, espera-se que maior número de empresas venha a recorrer à utilização do regime de drawback, pois, fatalmente, conseguirão reduzir os custos de fabricação de seus produtos. Em conseqüência, a capacidade produtiva do País poderá ganhar um novo impulso, afastando de vez a ameaça de “desindustrialização” que paira sobre o parque fabril nacional. Mauro Dias - Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Banco Mundial – Facilidade de fazer negócio - 2015

O Banco Mundial apresentou hoje, 30 de Outubro de 2014, o relatório “Doing Business 2015” que caracteriza a regulação sobre as pequenas e médias empresas (PME) privadas. Como no ano passado, estão analisadas 189 economias e a classificação apresentada tem como objectivo medir e identificar as regulações que incidem sobre as PME, pretendendo ser um indicador de uma melhor regulação que facilite a interacção no mercado, que protejam importantes interesses públicos sem necessidade de prejudicar o desenvolvimento do sector privado.

O relatório Doing Business foca em 11 áreas de regulação de negócios, divida em dois sectores, a complexidade e os custos dos processos regulatórios e a força das instituições jurídicas. No primeiro sector encontramos como começar um negócio, a obtenção de alvarás de construção, o registro de propriedades, a obtenção de eletricidade, pagamento de impostos e o comércio internacional. No segundo sector, a obtenção de crédito, proteger os investidores minoritários, cumprimento de contractos, resolução de insolvência e regulação do mercado de trabalho.

Numa classificação liderada novamente por Singapura, seguida de Nova Zelândia que trocou de posição com Hong Kong, os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apresentam-se em diversos patamares da classificação com Portugal a ser o melhor classificado, 25º lugar, melhorando seis lugares em relação ao último relatório, sendo o 11º de entre os países da União Europeia, superior à Holanda (27º), França (31º), Espanha (33º), Itália (56º) ou Grécia (61º).

Para o resultado de Portugal contribui positivamente a classificação dos indicadores “começar um negócio” (melhorou 22 posições da 32ª para a 10ª), “obtenção de alvarás de construção” (ascendeu 18 posições da 76ª para a 58ª), “registro de propriedades” (subiu 5 posições da 30ª para a 25ª), “obtenção de crédito” (progrediu 20 posições da 109ª para a 89ª), “pagamento de impostos” (melhorou 17 posições da 81ª para a 64ª) e “resolução de insolvência” (passou da 23ª posição para a 10ª).


O Brasil é o segundo país de língua portuguesa membro da CPLP, no 120º posto, melhor que a vizinha Argentina (124º), Bolívia (157º), Venezuela (182º), mas pior que o Uruguai (82º) e Paraguai (92º). O Brasil no último relatório ocupava a posição 116ª.


Para uma melhor análise, o blogue “Baía da Lusofonia” apresenta um quadro com as posições relativas de todos os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e Observadores Associados. Na parte final, poderá encontrar os quadros individualizados dos nove países membros retirados do relatório, que poderá aceder ao mesmo, em língua inglesa aqui. Baía da Lusofonia


















Holanda - Portos de trânsito para os produtos japoneses na Europa

De acordo com um estudo recente realizado pela Statistics Netherlands, as importações de bens provenientes do Japão atingiram 8,4 mil milhões de euros em 2013. Três quartos destes bens foram quase de imediato reexportados. A Holanda é principalmente um país de trânsito para os produtos japoneses para a Europa.

O Japão é a terceira maior economia do mundo. O seu comércio internacional totalizou 1800 mil milhões de dólares em 2013. Os valores da Holanda são residuais. O Japão exportou 9,3 mil milhões de euros em bens e serviços para a Holanda em 2013, e importou bens e serviços no valor holandeses para 4,5 mil milhões de euros. Isso coloca a Holanda em décimo segundo como país de destino das exportações e perto do 30º lugar como país fornecedor.

Nos últimos vinte anos as importações japonesas subiram quase 70%, as reexportações representaram três quartos.

A Holanda é o décimo segundo parceiro de exportação mais importante do Japão, e - depois da Alemanha - o segundo na Europa. Os Estados Unidos e a China estão no topo da lista. A Holanda é principalmente um país de trânsito para os produtos japoneses para a Europa. Três quartos dos bens importados foram reexportados novamente quase de imediato. A Holanda importa do Japão principalmente máquinas de escritório, equipamentos de telecomunicações (incluindo partes) e máquinas de movimentação de terras, obras públicas e construção civil. Em 1996, o valor das importações do Japão era apenas 4,9 mil milhões de euros. O Japão é o nono maior fornecedor da Holanda de bens.

Importação e exportação de mercadorias do e para o Japão
Exportações: produtos farmacêuticos e tabaco

A Holanda exportou 3,2 mil milhões de euros de mercadorias para o Japão em 2013. Estas consistiram principalmente em produtos farmacêuticos e produtos do tabaco. O valor dos bens exportados para o Japão aumentou em 1,5 mil milhões de euros desde 1996. Apesar deste aumento, o Japão não é um grande mercado de destino das exportações holandesas. Em 2013, foi o vigésimo terceiro maior parceiro de exportações de bens.

Mais serviços exportados que importados

A Holanda exportou 1,4 mil milhões de euros de serviços para o Japão em 2013. As importações de serviços do Japão totalizaram 0,9 mil milhões de euros. CBS Statistics Netherlands - Holanda

Importação e exportação de serviços do e para o Japão


Brasil - Uma nova estratégia comercial

SÃO PAULO – Estudo preparado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados da Organização Mundial de Comércio (OMC), levando em conta as correntes de comércio de 2008 e 2013 dos países que formam o G-20, apontou o Brasil na penúltima colocação no segmento de bens industriais, à frente apenas da Arábia Saudita. O déficit brasileiro no comércio de produtos manufaturados aumentou 150% entre 2008 e 2013. Outros 12 países também registraram déficit, ou seja, importaram mais do que exportaram, mas só a Arábia Saudita apresentou resultado negativo maior que o do Brasil.

Esses dados constituem um argumento irrespondível e refletem com fidelidade o que foi a política de comércio exterior colocada em prática pelos últimos governos. Em outras palavras: são o retrato fiel do fracasso de uma estratégia que está levando o País a uma situação de crise, que custará muitos anos de sacrifício para ser revertida, se o novo (velho) governo que saiu das urnas não reformular sua estratégia para o comércio exterior.

Os números da OMC mostram que o Brasil vem perdendo eficiência exatamente nos bens manufaturados, que têm maior valor agregado, em razão de um processo que já ficou consagrado como “desindustrialização”. Se já não exporta tanto bens manufaturados como antes, o Brasil ampliou o seu déficit de US$ 35 bilhões para US$ 88 bilhões no período de 2008 a 2013. Isto porque suas exportações também não acompanharam a tendência das nações mais desenvolvidas: enquanto as exportações mundiais de manufaturados chegaram a US$ 11,8 trilhões em 2013, registrando um crescimento de 13,4% em relação a 2008, as do Brasil caíram 1% no período.

O que explica esse fracasso já se sabe há muito tempo. São causas que até já ganharam um termo apropriado: custo Brasil, que inclui dificuldades de logística, burocracia alfandegária e um elevado peso tributário que tornam os produtos brasileiros pouco competitivos, inclusive os do agronegócio, que precisam viajar dias e dias em cima de carretas por estradas nem sempre asfaltadas. Além disso, o Brasil, nos últimos tempos, insistiu em fechar-se para o mundo, deixando de firmar acordos de preferências com países e blocos, limitando-se a participar do Mercosul, que, até agora, não conseguiu fechar um tratado de livre-comércio com a União Europeia, depois de mais de uma década de negociações.

A rigor, a única conquista política no setor do governo que se encerra foi a eleição há um ano do brasileiro Roberto Azevêdo para a direção-geral da OMC, em Genebra. Mas, se Azevêdo tem se saído bem no desafio de lutar em favor do multilateralismo e da liberalização do comércio, razão de ser da OMC, o que lhe tem rendido elogios dos jornais econômicos do Primeiro Mundo, para o Brasil em termos práticos pouco significou até agora.

Em dezembro de 2013, em boa parte, graças aos esforços de Azevêdo, chegou-se na OMC ao acordo de Bali, que então foi considerado o relançamento da Rodada de Doha, que estabelece dezenas de medidas para facilitar o fluxo de bens nas alfândegas e para reduzir a burocracia. Mas, desde então, os países-membros não conseguiram aprovar um protocolo técnico, o que praticamente levou as negociações outra vez à estaca zero. Milton Lourenço - Brasil

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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

Moçambique - Elefantes a caminho da extinção

Conservacionistas nacionais estimam que nos próximos cinco anos não existirão mais elefantes no nosso país, caso os índices de abate ilegal de animais desta espécie se mantiverem altos, como acontece actualmente.

Um novo alerta foi lançado recentemente, em Maputo, no decurso de uma marcha em protesto contra a matança indiscriminada do elefante e do rinoceronte por caçadores furtivos, no território nacional.

O evento juntou cerca de três mil pessoas, entre representantes de diversas organizações da sociedade civil moçambicana, de instituições académicas, artistas e público em geral, preocupados com a crescente matança destes paquidermes.

Segundo os organizadores da marcha, caçadores furtivos matam, em média, entre quatro a cinco elefantes por dia nas diferentes áreas de conservação criadas no país ou fora destas.

Só no ano passado, estima-se que tenham sido abatidos entre mil e quinhentos a mil e oitocentos elefantes em todo o território nacional.

A informação foi avançada pelo biólogo, Carlos Lopes Pereira, da Agência de Conservação da Fauna Bravia (Wildlife Conservation Society), durante um seminário organizado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), dias antes da realização da marcha contra a caça furtiva do elefante e do rinoceronte.

Nos últimos anos, a caça furtiva do elefante em Moçambique assumiu contornos alarmantes e provou ser uma acção do crime organizado, protagonizada por cidadãos nacionais e estrangeiros, tendo como fim último o comércio ilegal do marfim.

O mesmo acontece em relação ao rinoceronte, que não é somente caçado ilegalmente em Moçambique, como também na vizinha África do Sul. E neste país vizinho dezenas de pessoas, alguns dos quais moçambicanos, que se dedicavam à caça furtiva, foram mortos pelas autoridades policiais locais.

O marfim e os cornos de rinocerontes gerados pela caça furtiva em Moçambique têm como principais mercados alguns países asiáticos.

A marcha em protesto contra o abate ilegal de elefantes e rinocerontes no território nacional surgiu no âmbito das celebrações do Dia Mundial do Animal, que se assinala a 4 de Outubro de cada ano.

No mesmo dia, eventos similares tiveram lugar em cerca de 100 cidades do mundo, com o objectivo de alertar aos cidadãos sobre o perigo de extinção do rinoceronte e do elefante africanos, devido à caça furtiva. In “Realmoz” - Moçambique

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Macau - Ensino de português criticado em debate na Universidade de São José

A académica Maria José Grosso considerou ontem que os professores chineses que ensinam português em Macau têm um “baixo nível de proficiência” e ensinam a língua com métodos desactualizados, durante um debate na Universidade de São José em Macau.

A professora da Universidade de Lisboa e da Universidade de Macau participou num debate sobre “Políticas da Lusofonia, Políticas da Língua”, integrado numa conferência de dois dias em torno da Lusofonia.

Traçando um cenário sobre a situação e as dificuldades do ensino da língua portuguesa em Macau, Maria José Grosso alertou para o “baixo nível de proficiência dos professores” que não têm o português como língua materna. “Eu própria assisti a casos em que um professor pronunciava uma palavra mal e escrevia também mal no quadro, [palavra] que as crianças copiavam”, descreveu.

Além desta dificuldade, a académica chamou também a atenção para os métodos de ensino usados no território que “já são considerados pouco motivantes” e que “muitas vezes têm que ver com a representação que esse professor tem do que é aprender uma língua”.

Também a gramática é ensinada não tendo em conta “a experiência linguística da criança, a sua língua materna”, disse a professora.

Como resultado, a língua portuguesa, que é uma das duas oficiais no território, “é geralmente limitada à sala de aula”.

Crítica também para os professores portugueses

Agendado para participar no debate estava Carlos André, director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, que acabou por não poder comparecer, mas fez-se ouvir através de uma comunicação lida pela professora Rosa Bizarro.

As características do ensino em Macau foram também alvo de críticas, desta vez igualmente dirigidas aos professores portugueses, com o académico a sublinhar que “não basta ser português e ter formação superior” para ensinar o idioma. “O ensino como língua estrangeira é um domínio de especialização. A lusofonia deve ter especialistas nessa área. Quantos existem em Macau? Certamente muito poucos”, referiu.

Carlos André destacou que o Governo de Macau “tem feito bastante pela língua portuguesa”, mas que “é a Portugal que esse papel cabe”.

Na sua comunicação, o académico defendeu que uma “política da língua” deve ir além da simples oferta do seu ensino em diferentes instituições – o que já acontece em Macau.

“É preciso um estudo de mercado competente, que permitisse saber qual é o interesse pelo português nos diferentes grupos etários, que tipo de português se procura, qual o nível de proficiência linguística de quem comanda o português”, explicou. In “Ponto Final” - Macau

Portugal – Terminal XXI em Sines inaugura scanner de contentores marítimos

O Terminal XXI do Porto de Sines, em colaboração com a Alfândega, estreou na semana de 20 de Outubro de 2014 um novo equipamento que permite detectar a presença de mercadoria contrafeita ou perigosa no interior de contentores movimentados para importação e exportação.

O novo equipamento (uma unidade móvel com scanner de RX), que será utilizado em parceria pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e Administração do Porto de Sines, destina-se a melhorar as atividades de controlo aduaneiro, reforçando o combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiras.
 
Metade do investimento realizado no equipamento (1,5 milhão e meio de euros) foi suportado por um programa europeu e a outra metade foi custeada pela administração do Porto de Sines. In “Portos de Portugal” - Portugal


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Cabo Verde – Casa dos Estudantes do Império, contributo de Tomás Medeiros

Já dizia o célebre escritor e pensador francês, Camus que “não existe a verdade. Só existem verdades” Comungo por inteiro desta forma de pensar e de raciocinar, pois tudo é relativo, e sujeito a diversas e variadas leituras, diferentes ângulos de abordagem e de interpretações.

Tomás Medeiros
Ora bem, tudo isto vem a propósito de ter ouvido aqui há dias numa estação de rádio, a entrevista dada pelo médico e poeta santomense, Tomás Medeiros, a pretexto e à volta das comemorações dos 70 anos da antiga e já há muito extinta, Casa dos Estudantes do Império em Portugal, CEI. (1944-2014).

O que se segue deverá ser lido como uma espécie de transcrição por outras palavras, daquilo que disse sobre o assunto, Tomás Medeiros, no alto dos seus experientes e sabedores anos de vida. Conhecido pensador, escritor e antigo poeta militante. Ele fez parte do núcleo inicial dos fundadores do MPLA, do MLSTP. Dirigente estudantil, e activista político, Medeiros participou, colaborou com os outros movimentos e grupos que surgiram em Portugal, após a II Grande Guerra Mundial, com aspirações independentistas das então Colónias e Províncias Ultramarinas portuguesas de África.

Esclareceu que a CEI foi fundada em 1944. Salazar tinha então como ministro da Educação, Vieira Machado e como Comissário da Mocidade Portuguesa Marcelo Caetano, estes dois últimos foram o executivo e o legislador da recém-institucionalizada CEI. Esta albergaria os estudantes universitários africanos em Portugal que deviam estar juntos e não, em reuniões separadas e assim melhor controlados, o que, ao fim e ao resto, era o pretendido pelo regime.

Tomás Medeiros foi um dos dirigentes da CEI.

Existiam na altura, e muito antes do aparecimento da CEI, várias e importantes Associações de jovens estudantes vindos de Angola, da Guiné, de Cabo Verde, de Moçambique, de São Tomé e da Índia.

As palavras conhecedoras de Tomás Medeiros, cujo conteúdo foi por ele vivido em directo, afirmaram que no que respeitava aos estudantes africanos, não todos, é certo, muitos andavam à procura, a indagar sobre quem eram? De onde provinham? E porque se sentiam diferentes? Estas questões existenciais sobre a procura da verdadeira identidade haviam sido começadas a debater, nas diferentes associações já referidas e em actividade, antes da CEI e continuariam nela a ser discutidas.

Daí que o entrevistado, considerou ser a Casa de Estudantes do Império, o verdadeiro aglutinador e um importante germinador de ideias e de estratégias para as lutas futuras pelas independências das Colónias portuguesas africanas. Por outro lado, a CEI foi também uma casa acolhedora, de convívio, de solidariedade, de tertúlias literárias que revelaram e descobriram poetas e escritores, os quais mais tarde, entre nós, consagrados.

O interessante, é que a determinada altura, a conversa radiofónica de Tomás Medeiros, foi muito esclarecedora quando afirmou que de entre os estudantes que – logo de início – frequentaram a CEI, exceptuaram-se os estudantes cabo-verdianos pois estes últimos – continuou Tomás Medeiros – viviam já e possuíam já plena consciência da sua caboverdianidade. Logo, da sua identidade e celebravam-na na Estrela (Bairro lisboeta) entre palestras, análises, “mornas e cachupa”…

Agora, volto a um dos últimos livros sobre A. Cabral. Este não havia ainda arribado a Lisboa. Tal só viria a acontecer em 1949. E por mão de Marcelino dos Santos, (moçambicano) ele entrou na Casa de Estudantes do Império. Nessa altura já faziam parte da direcção da CEI, dois outros ilustres estudantes universitários cabo-verdianos: Aguinaldo Veiga e Humberto Duarte Fonseca.

Retomando a entrevista escutada do poeta santomense, devo dizer que o que atraiu mais a minha atenção, foi a afirmação de que nos anos 30 e 40 do século XX – décadas de significativo número e de boa frequência de estudantes universitários cabo-verdianos, em Portugal – era já sólida e bem expressada e revelada, a consciência da caboverdianidade, entre esses mesmos estudantes oriundos destas ilhas, na antiga Metrópole. Embora se trate de matéria bem conhecida e de tese já há muito demonstrada, tornou-se-me em contexto, mais iluminadora por ter sido proferida por uma testemunha intelectualmente válida a todos os títulos, e coeva desses tempos. A pessoa e a voz do poeta Tomás Medeiros. Ondina Ferreira Cabo Verde in “Coral Vermelho”

Brasil – Índios botocudos com origem na Polinésia

Índios botocudos de Minas Gerais têm DNA de polinésios

Após análise de dois crânios encontrados em Minas Gerais, grupo de cientistas descobriu que eles tinham genôma totalmente polinésio, sem traços americanos.

Preservados desde o século 19 no Museu Nacional, no Rio, dois crânios de índios botocudos, encontrados em Minas Gerais, se tornaram um mistério para a ciência. A partir de uma análise genômica completa, um grupo internacional liderado por cientistas dinamarqueses e brasileiros descobriu que os dois botocudos tinham genoma inteiramente polinésio, sem nenhum traço de ancestrais das Américas.

O estudo foi publicado na última quinta-feira na revista Current Biology. Em 2013, os mesmos pesquisadores haviam encontrado trechos de DNA de populações da Polinésia no genoma dos dois indivíduos. Agora, com a análise do genoma completo, foi possível confirmar a ausência de assinaturas genéticas de povos nativos das Américas.

O estudo revelou ainda que os crânios eram mais antigos do que se pensava: os dois índios viveram antes do início do século 19. Os autores, no entanto, não sabem explicar como os polinésios chegaram ao Sudeste brasileiro.

— Com o novo estudo, o que já era surpreendente se tornou realmente intrigante. Os polinésios, em sua dispersão pelo Oceano Pacífico, navegaram para lugares distantes como a Nova Zelândia, o Havaí e a Ilha de Páscoa. Esse e outros de nossos estudos indicam que eles também chegaram à América do Sul. Mas como esses dois indivíduos vieram parar no Brasil realmente é um mistério — disse um dos autores do estudo, Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

Segundo o autor principal, José Víctor Mayar, do Museu de História Natural da Dinamarca, o primeiro estudo tinha foco no DNA mitocondrial, muito usado em estudos de arqueologia molecular por apresentar centenas de cópias em uma única célula. Mas o novo estudo analisou o DNA nuclear, extraído dos dentes dos botocudos.

— O resultado é muito mais confiável, pois, enquanto o DNA mitocondrial tem apenas 16 mil pares de bases, o DNA nuclear tem cerca de 3 bilhões. Agora sabemos que esses botocudos eram quase 100% polinésios — conta Mayar.

Os cientistas levantaram algumas hipóteses para explicar a presença dos descendentes dos polinésios no Brasil: eles teriam sido trazidos como escravos da Polinésia para o Peru ou de Madagáscar diretamente para o Brasil; poderiam ainda ter vindo em navios europeus como tripulantes ou clandestinos.

— Mas com os dados sobre a idade dos indivíduos, nenhuma das hipóteses parece fazer sentido. Achamos mais plausível que os polinésios tenham navegado sozinhos até a costa oeste da América do Sul. Mas a "questão de um milhão de dólares" continua sendo como eles atravessaram os Andes e foram quase até o Atlântico — disse Willerslev.

Para Sérgio Pena, geneticista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos líderes dos dois estudos, nenhum cenário pode ser descartado, mas todos são improváveis.

— Pessoalmente, não creio que nenhum dos cenários seja convincente. Acho que vamos ficar com este achado empírico surpreendente muito bem trabalhado e esperar que, no futuro, o mistério se desfaça. In  “ZH” - Brasil

Cabo Verde – Germano Almeida “Do Monte Cara Vê-se o Mundo”

No passado dia 21 de Outubro de 2014, a Ilhéu Editora com o apoio do Centro Cultural Português / Polo do Mindelo e do Centro Cultural do Mindelo divulgou o livro de Germano Almeida, “Do Monte Cara Vê-se o Mundo” com a apresentação a cargo do Dr. Manuel Brito Semedo.

Germano Almeida nasceu na ilha da Boa Vista em 1945. Licenciou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Vive em São Vicente onde, desde 1979, exerce a profissão de advogado. Publica as primeiras Estórias na revista Ponto & Vírgula, assinadas com o pseudónimo de Romualdo Cruz. Estas «estórias», depois de revistas e reescritas, às quais se acrescentaram algumas inéditas, foram publicadas em 1994 com o título A Ilha Fantástica que juntamente com A Família Trago, 1998. Mas o primeiro romance publicado por Germano Almeida foi O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, em 1989. Todas as suas obras confirmam o título que desde sempre reclamou, o de contador de «estórias».

Sinopse:

“Mas quem diabo é este fulano? Somos amigos antigos, apressa-se Pepe a dizer-lhe, companheiros de passeios matinais da Laginha à Enacol, ando a instrui-lo sobre S. Vicente, ele quer ser escritor, vai escrever um livro sobre nós. Nós quem, estranha Guida. Nós todos de S. Vicente…”

Nós todos de S. Vicente, ou melhor, da cidade do Mindelo, em Cabo Verde, cidade que é o verdadeiro herói deste novo romance de Germano Almeida. Dezenas de personagens – homens e mulheres, novos e velhos – de que se destacam o velho Pepe, filho do João Serralheiro, Júlia, que poderia ser sua filha e foi o grande amor da sua vida, Guida, cujo marido se perde na emigração, enfim a D. Aurora, a Professora Ângela, o Trampinha e uma multidão de outros personagens, cada um com a sua história, todos aqui reunidos num extraordinário romance que é também um retrato de todos nós, sob o olhar complacente e divertido do Monte Cara, lá no alto, em frente à cidade. Caminho Editora

domingo, 26 de outubro de 2014

UCCLA - Governo da Província do Zaire em Lisboa


O Governador Provincial do Zaire, José Joana André «Joanes», desloca-se a Portugal, com uma comitiva do Governo da Província para, expressamente, outorgar o protocolo de adesão à União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), por ocasião da homenagem que esta instituição vai fazer à Casa dos Estudantes do Império.

Esta homenagem - cuja cerimónia inaugural ocorrerá na próxima terça-feira, dia 28 de outubro, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra - contará com a presença de várias individualidades, entre as quais o Secretário-Executivo da CPLP, vários embaixadores e presidentes das câmaras municipais do mundo lusófono, como Luanda, Maputo, São Tomé e Príncipe (Água Grande), Príncipe, Nampula, Cazenga, Praia, Lisboa, Coimbra, Almada, entre muitas outras, estando também presente um representante do Senhor Presidente da República de Portugal.

Relembra-se que a Província do Zaire é uma das províncias com maior capacidade de exploração petrolífera e que a cidade de Mbanza Kongo (capital da província) vai, brevemente, apresentar a sua candidatura a Património Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

A UCCLA que integra várias cidades, que são património mundial, prestará todo o apoio à candidatura. UCCLA