Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Portugal – O aeroporto internacional de Beja faz hoje quatro anos

O antigo presidente da Câmara Municipal de Serpa e actual líder da autarquia de Beja, João Rocha, referindo-se ao aeroporto internacional de Beja afirmou: "O processo de desenvolvimento do aeroporto está aquém das expectativas, não só da autarquia, mas também das instituições representativas da comunidade local".

Foto: Hugo Rainho
Entre os constrangimentos que considera estarem a afetar o desenvolvimento do aeroporto, o presidente da autarquia capital do Baixo Alentejo, salienta “a falta de interesse efetivo manifestado pela entidade gestora” a ANA - Aeroportos de Portugal. Refira-se que já foi chamada a atenção por passageiros estrangeiros utilizadores da aviação executiva, para o elevado custo da utilização do aeroporto de Beja, não tornando viável qualquer uso pelas companhias aéreas de voos regulares.

A ANA – Aeroportos de Portugal, uma antiga empresa pública, na altura da privatização foi adquirida pela Vinci, uma empresa francesa, em Dezembro de 2012, que investiu para ganhar dinheiro, aliás muito dinheiro, com os aumentos sucessivos das taxas aeroportuárias que tem praticado nos principais aeroportos portugueses. Enquanto os aumentos no aeroporto de Lisboa são motivados pelo aumento do tráfego aéreo, em Beja acontece o contrário.

Na realidade a Vinci não está apenas para ganhar dinheiro, aliás muito dinheiro, está também para defender os interesses franceses na Europa e para tal é necessário “matar pela raiz” o aeroporto internacional de Beja que começou a operar há precisamente quatro anos, a 13 de abril de 2011.

Para a França, o aeroporto internacional de Beja representa dois factores concorrenciais, o primeiro no sector do transporte de passageiros, pois o aeroporto tem a capacidade para se tornar numa nova centralidade turística, para uma área que abrange cerca de 1/3 do território continental português, desviando para Portugal turistas que apreciem a paisagem, a história, a gastronomia, a caça, o artesanato, a cultura, as actividades radicais, a praia, o desporto. Recorde-se que esta região, a do Alentejo, gere apenas 3% das receitas nacionais de turismo. O segundo, no sector de transportes de mercadorias, com a sua proximidade ao porto de águas profundas de Sines, uma porta de entrada e saída para os portos dos continentes americano, africano, asiático, permitindo um ganho substancial de tempo, para as mercadorias que passam pelo canal do Panamá e que passarão no futuro canal da Nicarágua.

Perante a gestão inútil da ANA – Aeroportos de Portugal, caberá ao futuro governo de Portugal saído da próxima eleição a realizar neste ano de 2015, reverter para o Estado português esta infraestrutura e colocá-la ao serviço de Portugal e dos portugueses.

Já no passado fizemos referência ao aeroporto internacional de Beja, para ler o que então escrevemos, aceda ao texto Aeroportos. Baía da Lusofonia

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