Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 21 de abril de 2015

São Tomé e Príncipe - Vai lançar um concurso internacional para a recuperação das casas das antigas roças

É nas antigas “roças”, antigas explorações agrícolas do tempo colonial, que estão as melhores e mais produtivas terras agrícolas de São Tomé e Príncipe. Ao longo dos anos, têm vindo a ser concessionadas a políticos – e desaproveitadas. Agora, o governo são-tomense quer rentabilizá-las.

Estas grandes extensões de terra, desde há muito improdutivas ou não aproveitadas para os fins agrícolas a que foram destinadas, deverão reverter num futuro próximo para a posse do Estado, segundo medidas que o governo está a preparar, noticia o Africa Monitor Intelligence.

São Tomé e Príncipe dispõe de condições para produzir café e cacau de excecional qualidade. Estes dois produtos têm vindo a valorizar significativamente nos últimos meses. A redução das áreas de cultivo está apontada como uma das causas-chave do declínio porque tem passado a agricultura no arquipélago.

As terras consideradas improdutivas são, no essencial, parcelas de antigas roças. A título não oneroso ou em condições simbólicas, foram nos últimos anos atribuídas em regime de concessão a dirigentes políticos – na sua maior parte do MLSTP/PSD e PCD/GR. O rendimento que obtêm provém em larga escala do plantio de árvores de corte, vendida em toros.

Muitas das roças, de alto valor arquitectónico, estão em estado de degradação bastante avançado. O governo anterior analisou o aproveitamento do património para alojamentos turísticos, para desenvolver o turismo rural e ecológico. O objetivo era criar de postos de trabalho para a população local, e aumenta a entrada de divisas.

Em 1989, no âmbito de um Programa de Ajustamento Estrutural, imposto pelo Fundo Monetário Internacional e financiado pelo Banco Mundial, o governo são-tomense executou um programa de reforma fundiária e privatizou as 14 empresas agrícolas do país, retalhando as suas terras. As casas mantiveram-se na propriedade do Estado mas foram-se degradando.

O Governo de São Tomé e Príncipe vai lançar um concurso internacional para a recuperação das casas das antigas roças, porque quer "preservar o aspeto arquitetónico dessas casas coloniais e, ao mesmo tempo, permitir um desenvolvimento do turismo rural e do turismo ecológico", disse o primeiro-ministro, Gabriel Costa. In “Africa Monitor” - Portugal

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