Crescer numa situação de
pobreza pode ter repercussões durante toda a vida. A pobreza infantil é uma
realidade na União Europeia: uma em cada quatro crianças vive em risco de
pobreza e de exclusão social. Os eurodeputados debateram ontem, 23 de novembro
de 2015, e votam hoje, um relatório em que urgem os Estados-Membros a reforçar
o combate à pobreza infantil e às desigualdades sociais.
Segundo a Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças, todas as crianças têm direito à
educação, aos cuidados de saúde, alojamento, ao lazer e a uma alimentação
equilibrada. No entanto, na Europa isto nem sempre acontece. De acordo com o
Eurostat, em 2014, cerca de 26 milhões de crianças e jovens (menores de 18
anos) viviam em risco de pobreza e de exclusão social, ou sejam 27,7% de todas
as crianças que vivem na UE.
Há crianças a viver em risco
de pobreza em todos os Estados-Membros. Os países com maior percentagem de
crianças a viver em risco de pobreza são a Roménia (51%), a Bulgária (45,2%) e
a Hungria (41,4%). Em Portugal são quase um terço das crianças: 31,4%. Os
países com as percentagens mais baixas são a Dinamarca (14,5%), a Finlândia
(15,6%) e a Suécia (16,7%)
A subnutrição também está a
crescer entre as crianças europeias. De acordo com a UNICEF, na Estónia, Grécia
e Itália, a percentagem de crianças que não pode permitir-se a comer carne ou
peixe de dois em dois dias duplicou desde 2008.
Pobreza
infantil é um fenómeno multidimensional
A pobreza não é apenas uma
questão de dinheiro. Para além de incluir a incapacidade de assegurar despesas
básicas como a alimentação, o vestuário e a habitação; a pobreza também está
ligada à exclusão social e à falta de acesso a cuidados de saúde e educação de
qualidade.
As crianças que vivem em
famílias monoparentais, especialmente com as mães, também se encontram em maior
risco de pobreza.
Na segunda e na terça-feira,
os eurodeputados debatem e votam o relatório da comissão parlamentar do Emprego
e dos Assuntos Sociais. O relatório elaborado pela eurodeputada portuguesa Inês
Zuber (CEUE/EVN) faz uma série de recomendações aos Estados-Membros e à
Comissão Europeia para combater "as alarmantes taxas de pobreza infantil
na Europa".
"As políticas de
austeridade criaram esta situação e o problema está a piorar. Os
Estados-Membros têm que assegurar às crianças e às suas famílias o acesso à
educação, à saúde, à segurança social e é necessário fazer face ao desemprego,
promover a segurança do emprego e redes parentais-educacionais e sociais,
alimentação equilibrada e alojamento adequado", defende Inês Cristina
Zuber. Comissão Europeia
Sem comentários:
Enviar um comentário