Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

CAL – Missão Empresarial à República da Guiné-Bissau

A CAL – Câmara Agrícola Lusófona está a organizar uma Missão Empresarial à República da Guiné-Bissau entre 13 a 20 de Janeiro de 2016 que se insere no Programa de Internacionalização do Setor do Agronegócio para CPLP, no âmbito do Programa Portugal 2020 e Compete 2020.

A comitiva beneficiará de um amplo acesso de informações sobre o mercado-alvo, participando em reuniões bilateriais com entidades governamentais e empresariais e visitas a empresas locais.

Esta missão pretende fortalecer as relações de negócio entre Portugal e a República da Guiné-Bissau para as organizações do agro-negócio, num país onde o sector agroalimentar é considerado como prioritário no quadro da sua política de desenvolvimento. Estima-se que o potencial agrícola guineense seja de 1.100.000 ha, ou seja, 30% da superfície total do país.


Brasil – Cresce a atividade de manutenção de aviões

A aviação está em crise no Brasil, registrando os piores indicadores de tráfego desde 2003, mas o segmento de manutenção dessa indústria está aquecido. Enquanto as companhias TAM, Gol e Azul aprovam projetos de expansão em hangares e oficinas da ordem de R$ 250 milhões para 2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) negocia um acordo bilateral com o órgão regulador dos Estados Unidos, maior mercado aéreo do mundo, que deve ampliar o universo de potenciais clientes para o país.

"O dólar mudou substancialmente a competitividade dos centros de manutenção no Brasil", diz Ruy Amparo, vice presidente de operações da TAM, maior companhia aérea do Brasil, dona de 36% do mercado.

Como as peças usadas na aviação são cotadas em moeda americana, a desvalorização do real em mais 50% desde 2014 reduziu em proporção similar os custos dos serviços de vistorias e trocas de equipamentos no Brasil.

Isso explica porque hoje o grupo Latam, que opera 349 aeronaves nas frotas das controladas TAM e LAN, realiza hoje no Brasil 65% da manutenção do grupo. Apenas 25% das checagens são realizadas em Santiago, no Chile, e 10% fora da América do Sul. Há dois anos, os hangares brasileiros da holding respondiam por 40% da manutenção da Latam.

Essa tendência vai ser acentuada a partir de 2016. O grupo Latam já tomou a decisão de investir R$ 10 milhões no centro de manutenção de São Carlos (SP), onde está o maior parque industrial da holding, que vai crescer em 25% a capacidade.

Mas o principal projeto está orçado em R$ 100 milhões, que serão aportados no complexo de hangar, oficinas e depósitos que a Latam vai erguer no aeroporto de Guarulhos (SP).

Lá, serão realizadas as vistorias leves de rotina - os chamados checks A - de grande parte da frota de aviões de dois corredores (wide body) do grupo, além de parte das revisões leves dos aviões menores, de um corredor (narrow body) que passam por Guarulhos como destino final ou para conexões.

"Até meados do ano teremos concluído o projeto executivo. Então começam as obras, depois chegam os equipamentos e, na sequência tem o processo de certificação", adiantou ao Valor o vice presidente da TAM, Ruy Amparo.

Mas esse ganho de competitividade proporcionado pelo câmbio é conjuntural e apenas estimulou uma tendência que já é estrutural no Brasil desde os anos 1990. "Diminuição de custos é uma característica marcante da globalização. E não há setor mais engajado na globalização do que o da aviação há muito tempo", afirma Fulvio Delicato, sócio e presidente da Aerospace Brazil Certifications, empresa brasileira especializada em certificações. Delicato atua há três décadas nesse setor, tendo passado por grupos como Vasp, Transbrasil, Embrear e Accenture.

Segundo ele, nas décadas de 1980 e 1990 as empresas brasileiras enviavam quase todos os itens para manutenção no exterior - Estados Unidos, Alemanha e Canadá principalmente - por causa do baixo desenvolvimento tecnológico do país de então.

"Mas a coisa mudou muito nos últimos anos", conta Delicato. Segundo ele, foram protagonistas nesse processo além da fabricante de aviões Embraer - ao redor da qual se formou um cluster aeronáutico -, a nova geração de aéreas do país, TAM, Gol, Azul e Avianca, que substituiu as finadas Varig, Vasp, Transbrasil.

Desde meados dos anos 1990, o Brasil passou a desenvolver competência em centros de manutenção para revisões mais complexas, de grandes motores a complexos rádios e computadores de bordo, por exemplo. Assim, mesmo a chamada "heavy-maintenance" - ou manutenção pesada, realizada a cada dois anos e que dura de uma a duas semanas - passaram a ser feitas em solo brasileiro.

Centros de manutenção pesada foram construídos em Belo Horizonte, pela Gol, e aperfeiçoados em São Carlos, sede de manutenção da TAM. Oficinas de empresas multinacionais, como Parker, Honeywell, GE e Rolls-Royce foram estabelecidas aqui.

"No início da operação, não faz sentido investir em indústria [centro de manutenção]. Mas na medida em que o negócio ganha escala, faz sentido econômico e operacional ter uma estrutura própria", diz o diretor-executivo de operações da Gol, Sérgio Quito. "A Gol, por exemplo, passou a ser a principal operadora de Boeing na América do Sul".A Gol investiu em 2006 mais de R$ 30,5 milhões no centro de manutenção de Confins, em Belo Horizonte, onde construiu uma infraestrutura de 17,3 mil metros quadrados. Desde então, vem economizando R$ 2 milhões ao ano por fazer em casa a manutenção das aeronaves.

A empresa se prepara agora para voltar a aportar recursos, dessa vez no Rio de Janeiro, o aeroporto do Galeão. O plano é atender a demanda por manutenção das aeronaves da Delta Air Lines, a companhia americana que também é sócia minoritária da aérea brasileira.

Para aproveitar o investimento na estrutura, a Gol está buscando ampliar as certificações junto a órgãos reguladores estrangeiros para começar a fazer outros tipos de revisões, como alguns procedimentos de motores, evitando custos relacionados à necessidade de levar equipamentos para fora do país. Também poderemos ampliar nosso escopo de atendimento a terceiros", diz Quito, que já atende revisões de empresas como Copa e Aerolineas Argentinas.

O mesmo caminho está sendo percorrido pela Azul, que começa em 2016 o projeto de R$ 120 milhões que serão investidos em um centro de manutenção no aeroporto de Viracopos, em Campinas, principal hub (terminal de conexões) da empresa criada em 2008 pelo empresário David Neeleman, hoje a terceira maior do país, dona de 17% do mercado.

"No início da operação da empresa, não há volume que justifique uma área própria de manutenção, ainda mais se existem no país oficinas que atendem demanda e são certificadas, caso da TAP ME", diz o vice presidente técnico operacional da Azul, Flavio Costa.

Hoje, grande parte da manutenção pesada da Azul é feita nos centros de manutenção localizados no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro - que pertenciam à Varig e que foram compradas pela portuguesa TAP.

"Na medida em que fomos crescendo o valor da contratação de manutenção foi subindo. Além disso, esses centros de terceiros não estão necessariamente nos nossos hubs e ainda atendem outras empresas. Precisamos cada vez mais de prioridades e logística favorável. A Azul chegou a esse ponto em que faz sentido econômico ter o próprio centro de manutenção", diz Costa.

As obras do centro de manutenção da Azul em Campinas começam em janeiro. Depois que a infraestrutura estiver pronta, a companhia vai em busca das certificações, locais e estrangeiras. "Plano é buscar certificação para as três frotas, de Airbus, Embraer e ATRs", disse o vice presidente da Azul sobre os modelos que formam a frota de 140 aeronaves.

Presente em 102 aeroportos, a Azul faz as revisões leves de rotina, os checks A, nesses terminais, com uma equipe de 1,2 mil técnicos. Esses processos continuarão sendo realizados nos terminais por onde trafegam os aviões da companhia.

Anac começa a negociar com EUA

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem agendados encontros em janeiro com a Federal Aviation Administration (FAA), órgão regulador dos Estados Unidos, com objetivo de chegar ainda este ano a um acordo bilateral que deve aumentar a demanda potencial para as oficinas brasileiras na aviação.

"É um processo longo, mas que começamos a caminhar de forma mais efetiva a partir de janeiro, quando vamos ter reuniões com a equipe do FAA", disse ao Valor o gerente de coordenação da vigilância continuada da Anac, Henri Salvatore Bigatti.

No mundo, a certificação para manutenção de aeronaves é de responsabilidade dos órgãos reguladores de cada país. Assim, aviões que têm matrículas brasileiras devem ser vistoriados em oficinas certificadas pela Anac; aeronaves dos Estados Unidos pela FAA; modelos que voam na Europa pela Easa - European Aviation Safety Agency - e assim por diante.

Aviões americanos podem passar por oficinas de outros países desde que elas tenham sido certificadas pelo FAA - que tem 700 centros autorizados fora dos Estados Unidos. Da mesma forma, a Anac tem 152 oficinas certificadas fora do Brasil.

Mas a fiscalização desses centros fora dos respectivos países custa recursos e horas/trabalho públicos de cada governo. Por exemplo: toda vez que uma companhia aérea vai repassar uma aeronave, após anos de uso, a outra companhia, para uma firma de leasing ou mesmo para a fabricante, todos os milhares de itens do avião precisam ser checados por uma oficina certificada no país de destino.

Ou seja, um avião da Gol fabricado pela Boeing precisa passar por uma oficina certificada pela FAA, antes de ser devolvida para outra companhia nos Estados Unidos. Se o avião for da Airbus, destinado à Europa, passaria pela Easa.

A Gol tem suas oficinas certificadas pela FAA, dos Estados Unidos. E o processo de fiscalização dessas oficinas é bancado pelo governo americano.

Além disso, toda peça que não tenha sido revisada por uma oficina certificada pela FAA tem que ser trocada por um item que tenha o selo desta antes de o avião ser devolvido aos Estados Unidos.

Por isso, acordos bilaterais entre as agências reguladoras de diferentes países tendem a tornar esse processo mais ágil e menos custoso. A Anac já tem esse tipo de acordo com a Easa, da Europa, o que tem sido proveitoso para empresas que usam principalmente aviões da Airbus, fabricados na França, como é o caso da TAM, e da Azul, que usa os ATRs, feitos na Itália.

"Esse acordo vai ter um impacto positivo no redelivery de aeronave, que tem um custo elevado por causa da necessidade de levantar o histórico e o tempo de vida dos componentes. Isso demanda auditoria dos componentes", diz o vice-presidente técnico operacional da Azul, Flavio Costa.

O vice-presidente da TAM, Ruy Amparo, observa que o acordo entre Anac e FAA, dos Estados Unidos, vai abrir oportunidades de negócios para o novo centro de manutenção que o grupo terá em Guarulhos, por exemplo. "A Latam já tem uma solução muito competitiva para atender aviões estrangeiros que ficam o dia inteiro em Guarulhos, entre manhã, quando pousam, e a noite, quando decolam para o exterior. Lá podemos fazer o check A, disse, Amparo, referindo-se à manutenção leve de rotina. "Como temos alguns custos fixos que já estão lá, na hora em que você provê serviços no meio do dia isso dilui custos", disse o executivo.

Para Amparo, ao fechar acordos com Easa e FAA, a Anac vai atrair outros órgãos nacionais. "Tendo acordos com FAA e Easa, o resto do mundo segue", afirmou Amparo, projetando que haverá demanda por manutenção de aéreas asiáticas e do Oriente Médio também. In “Defesanet” - Brasil

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Macau – Rendimento Nacional Bruto 2014

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos de Macau o Rendimento Nacional Bruto (RNB) de 2014 a preços correntes cifrou-se em 380,23 mil milhões de Patacas. Quando comparado com o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 a preços correntes (443,30 mil milhões de Patacas), o RNB foi inferior em 63,07 mil milhões de Patacas, o que significa que se registou o mesmo valor das saídas líquidas no saldo dos rendimentos de factores externos, equivalentes a 14,2% do PIB. Quanto ao RNB per capita situou-se em 611999 Patacas, enquanto o PIB per capita correspondeu a 713514 Patacas.














As saídas totais dos rendimentos de factores externos, que se referem aos rendimentos obtidos pelas empresas e investidores não residentes no Território, atingiram 98,13 mil milhões de Patacas em 2014, subindo 11,9%, em termos anuais, em virtude principalmente do aumento de 7,7% dos rendimentos do investimento directo (85,11 mil milhões de Patacas) duma parte das empresas e investidores não residentes no Território. Por seu turno, os rendimentos de outros investimentos (10,50 mil milhões de Patacas) e os rendimentos da carteira de investimento (759 milhões de Patacas) também cresceram 47,8% e 103,4%, respectivamente.

As entradas totais dos rendimentos de factores externos, que se referem aos rendimentos obtidos pelas empresas e investidores residentes no exterior, atingiram 35,06 mil milhões de Patacas no ano em análise, ou seja, verificou-se um crescimento de 53,5%, face a 2013, devido sobretudo à subida dos rendimentos da carteira de investimento (13,40 mil milhões de Patacas) e dos rendimentos de outros investimentos (19,49 mil milhões de Patacas), duma parte das empresas e investidores residentes no exterior, os quais registaram acréscimos de 85,9% e 38,0%, respectivamente. Por seu turno, os rendimentos do investimento directo (829 milhões de Patacas) e os rendimentos de activos de reserva (1,34 mil milhões de Patacas) expandiram-se 170,2% e 11,8% em termos anuais, respectivamente.

O RNB em 2014 cresceu 6,7%, em termos reais, face a 2013 e o RNB per capita também registou um acréscimo de 1,8%, em termos reais, os quais se deveram ao aumento do poder de compra real de Macau no exterior (devido à subida do preço de exportação de bens e serviços ser superior à do preço de importação de bens e serviços) e ao decréscimo nas saídas líquidas do saldo dos rendimentos de factores exteriores relativamente a 2013.

O RNB refere-se ao rendimento total que os residentes de uma economia obtêm por realizarem actividades económicas dentro ou fora dessa economia, correspondendo à soma do PIB mais o rendimento obtido pelos investidores residentes que investiram no exterior, menos o rendimento obtido pelos investidores não residentes em Macau.

Para mais informações, aceda aqui. Direcção dos Serviços de Estatística e Censos de  Macau - Macau


Moçambique – Centro agrícola fundado pela China desenvolve formação

Um centro de tecnologia agrícola fundado pela China em Moçambique já deu formação a mais de 1000 moçambicanos, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua.

Criado na capital moçambicana, Maputo, em 2007, o centro foi o primeiro de uma série de organismos congéneres em África.

De acordo com a Xinhua, a China tem vindo a reforçar a cooperação agrícola com Moçambique, fornecendo ao país equipamento e sementes capazes de permitir o cultivo durante todo o ano.

Por exemplo, a empresa chinesa de processamento de produtos agrícolas Wanbao Grains & Oils Co investiu, entre 2011 e 2013, US$200 milhões num projecto de cultivo de arroz com 20.000 hectares na província moçambicana de Gaza. O objectivo é aumentar a produção deste cereal no país, segundo a Xinhua.

Em declarações à agência noticiosa chinesa, Sérgio Chichava, investigador do Instituto de Estudos Sociais e Económicos de Moçambique, afirmou que os projectos chineses podem ajudar a combater a crise alimentar que a nação africana enfrenta. In “Fórum Macau” - Macau

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Portugal - IKEA Portugal investe 4 M€ para fornecer as lojas com energia solar

A IKEA Portugal vai investir quatro milhões de euros (4M€) na instalação 10000 painéis solares nas três lojas que tem atualmente no país. Segundo anunciou a retalhista sueca de mobiliário doméstico trata-se do maior projeto em Portugal, ao nível de potência energética em coberturas.

A instalação solar fotovoltaica «enquadra-se no objetivo estabelecido pela IKEA de, até 2020, ser autossuficiente a nível energético, conseguindo assim produzir a mesma quantidade de energia renovável que consome em todas as suas unidades, a nível global», explica um comunicado divulgado nesta segunda-feira.

A iniciativa do grupo IKEA em Portugal estará concluída até à próxima primavera e vai permitir que quase toda a energia produzida pelos painéis solares (98%) possa ser utilizada pelas lojas, o que, por sua vez, representa 26% do total da energia consumida pelas lojas IKEA no país.

O investimento energético nas lojas portuguesas da rede sueca vem no seguimento do compromisso dos 1,5 mil milhões de euros pelo grupo e pela IKEA Foundation em energia sustentável e no apoio às comunidades mais afetadas pelas alterações climáticas. In “Dinheiro Digital” - Portugal

Portugal – Convento de São Francisco do Monte em Viana do Castelo ao abandono

Situado na encosta do Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo, o Convento de São Francisco do Monte data dos finais do século XIV e pertenceu à Ordem Franciscana, tendo sido o terceiro desta congregação em Portugal.

Atualmente encontra-se em estado de completo abandono e degradação, sujeito a toda a espécie de pilhagens e até utilizações menos próprias do local como a prática de “cultos” estranhos que podem inclusivamente colocar em risco a segurança da área florestal envolvente. E, a sua sorte parece indiferente a todas as entidades que superintendem a preservação do património histórico e artístico…

Em 2002 foi iniciado o processo de classificação como monumento nacional e foi preciso esperar mais de uma década para a Direcção-Geral do património Cultural chegar à conclusão de que o imóvel não reúne “as condições necessárias a uma distinção de âmbito nacional”, tendo mandado arquivar o processo.

Na sequência da extinção das Ordens Religiosas decretada por Mouzinho da Silveira em 1834, o antigo Convento de São Francisco do Monte foi adquirido em hasta pública pelo Visconde de Carreira, o qual criou uma exploração agrícola na área da cerca conventual. Porém, a partir de meados do século passado, o edifício começou a ficar degradado e, em 1987, foi pelo seu proprietário à época, Rui Feijó, doado à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo. Em 2001, esta entidade procedeu à sua venda ao Instituto Politécnico de Viana do Castelo, pela quantia de 250 mil euros.

Perante o estado de degradação e abandono a que chegou o Convento de São francisco do Monte, em Viana do Castelo, não deixam de ser irónicas as palavras que constaram do relatório enviado ao rei D. Pedro IV por altura da extinção das Ordens Religiosas: "Senhor: Está hoje extinto o prejuízo que durou séculos, de que a existência das Ordens Regulares é indispensável à Religião Católica e útil ao Estado, e a opinião dominante é que a Religião nada lucra com elas, e que a sua conservação não é compatível com a civilização e luzes do século, e com a organização política que convém aos povos".

O Convento de São Francisco do Monte é um monumento histórico que faz parte do nosso património e a sua recuperação interessa a Viana do Castelo e ao próprio país em geral pelo que, perante a inércia dos poderes públicos, deve a sociedade agir em defesa dos seus interesses e do património histórico e artístico que nos foi legado. Carlos Gomes – Portugal in “Blogue do Minho”

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Angola – Porto de águas profundas em Cabinda

As obras de construção do Porto de Águas Profundas de Cabinda, na localidade de Caio Litoral, devem iniciar no primeiro trimestre do ano de 2016, afirmou em Cabinda o presidente do conselho de administração do Porto de Cabinda, Nazareth Neto.

Falando sobre os planos da empresa para o próximo ano, Nazareth Neto referiu que a edificação do Porto de Águas Profundas de Cabinda a partir do primeiro trimestre de 2016, em conjunto com algumas empresas, é das mais importantes apostas. “Estão criadas as condições para o início da construção do Porto de Águas Profundas de Cabinda, depois de ultrapassados todos os constrangimentos vividos em 2015” confirmou.

O PCA do Porto de Cabinda, que falava no habitual balanço anual, avançou também que para o ano de 2016 a empresa portuária de Cabinda arranca com outras obras de destaque, como as do quebra-mar na zona costeira de Cabinda, com o objectivo de abrandar as calemas que assolam a região, dando melhor segurança à atracagem dos navios e às operações de descarga e carga de mercadorias.

Do mesmo modo, foi projectada a construção do Terminal Marítimo de Passageiros, tendo em conta o programa nacional de transporte de cidadãos de Cabinda para outros pontos do país, através de embarcações apropriadas, essencialmente para operar as rotas Cabinda-Soyo-Luanda e vice-versa. O melhoramento do parque do recinto portuário com betão armado, a construção de um pavilhão (armazém) de estrutura metálica modular pré-fabricado e a demolição do antigo edifício onde funcionaram os serviços aduaneiros, são igualmente projectos que, a partir do trimestre do próximo ano, devem ter as obras iniciadas, com o fim de se dar outro alento ao desenvolvimento da empresa portuária de Cabinda e, consequentemente, ao crescimento da província de Cabinda.

A futura infra-estrutura portuária, cujas características assemelham-se às dos portos de Luanda e do Lobito, terá um calado mínimo de 12,5 metros de profundidade, suficientes para receber navios de grande porte vindos da Nigéria, África do Sul e de outros países do mundo, bem como embarcações ao serviço das empresas petrolíferas.

A primeira fase, avaliada em seiscentos milhões de dólares, comporta um terminal com 675 metros de comprimento de cais para navios de grande porte, 31 hectares de área de terreno desenvolvido com quebra-mar, para proteger-se dos ventos e de outras ondulações.

A via de acesso ao porto de água profunda da província de Cabinda terá 12,5 metros, para permitir a entrada fácil de embarcações, assim como contará com uma área de manutenção geral de cargas e pilhas de contentores com respectivo terminal. No final dos trabalhos, estima-se que venha a movimentar anualmente mais de 50 mil contentores, contra os actuais 26 mil 156 de mercadoria diversa. In “Jornal de Angola” - Angola

Angola – Escritor Manuel Rui tem uma nova obra

O escritor Manuel Rui lança amanhã, 29 de Dezembro de 2015, às 18H 00M, no Centro Cultural Português – Instituto Camões, em Luanda, o seu mais recente livro infanto-juvenil, intitulado “Duas Abelhas Amigas de um Girassol”, com ilustrações de Rosa Cubillo.


Com 46 páginas, o livro de poesia infanto-juvenil, ”Duas Abelhas Amigas de um Girassol” chega ao mercado com a chancela da Mayamba Editora. Na obra o autor evidencia a sua mestria e forma singular de captar momentos. Mário Cohen – Angola in “Jornal de Angola”



Manuel Rui Alves Monteiro nasceu no Huambo em 1941, tendo vivido durante anos em Coimbra onde se licenciou em Direito. Em Portugal foi advogado e membro da direcção da revista "Vértice", de que foi colaborador. Regressou a Angola em 1974, onde ocupou diversos cargos políticos, tendo sido Ministro da Informação do Governo de Transição. Foi também professor universitário e Reitor da Universidade de Huambo, um dos principais ficcionistas Angolanos

domingo, 27 de dezembro de 2015

Moçambique - CFM constrói porto seco em Chimbunila

Os Caminhos de Ferro de Moçambique, vão construir um Porto Seco, próximo ano, no povoado de Uti, distrito de Chimbunila, no Niassa, em substituição da actual Estação na Cidade de Lichinga.

O futuro porto seco dista catorze quilómetros da Cidade de Lichinga e vai compreender uma área de cem hectares.

No local, serão erguidos igualmente armazéns, terminal de contentores e parque de viaturas de grande tonelagem, além de outras infra-estruturas.

Até este momento, foram reabilitados mais de oitenta quilómetros da linha férrea Lichinga-Cuamba e espera-se que o comboio inicie a circular nos meados do próximo ano.

O Governador do Niassa, Arlindo Chilundo, disse que a construção do Porto Seco em Uti, deve-se aos grandes encargos financeiros que iria acalentar ao Estado para indemnizar os cidadãos que construíram as suas residências muito próximo da linha, na Cidade de Lichinga.

A reabilitação daquela ferrovia é financiada pelo Banco Emiratos Árabes Unidos com noventa e oito milhões de meticais, numa extensão de cerca de duzentos e cinquenta quilómetros.

O Comboio deixou de circular no troço Cuamba-Lichinga, em dois mil e dez, devido a degradação acentuada da linha, situação que é aliada a dificuldades de trânsito na estrada Lichinga-Cuamba, encarece o custo de vida no Niassa. In “Rádio Moçambique” - Moçambique

Portugal - A russa a caminho do Marão

"É de Sacalina?" E a mulher derreteu-se: "Estou em Portugal há 12 anos. É a primeira pessoa que me disse o nome da minha ilha."

Um amigo e, embora só recentemente conhecido, um rapaz do meu tempo, o embaixador Francisco Seixas da Costa tem um blogue. Há dias, a caminho da sua terra, passou por Amarante, foi atestar a uma bomba e encetou conversa com os olhos não mediterrânicos da garagista. "De onde é?" e tal, seguido de respostas em reticências, de alguém resignado a tão pouco se saber do seu país. Russa... de uma ilha... a norte do Japão... Rapaz do meu tempo, do tempo em que os atlas eram devorados com uma vontade que atestava na suspeita de talvez nunca se ir nem a Badajoz, Seixas da Costa disse-lhe: "É de Sacalina?" E a mulher derreteu-se: "Estou em Portugal há 12 anos. É a primeira pessoa que me disse o nome da minha ilha."

Porque também sou um rapaz do meu tempo, eu também diria Sacalina e, como gosto de apostar, talvez prescindisse da sugestão sobre ser do norte do Japão. A russa: "Sou duma ilha..." E eu, logo: "Sacalina!" E como gosto também de competir aproveitei para mandar ao meu amigo uma pergunta, em SMS: "De que país era capital a cidade antigamente conhecida como Santa Maria Bathurst?" Tinha uma armadilha, a Wikipédia não reconhece esse nome inteiro, só Bathurst, antigo nome da capital da Gâmbia, hoje Banjul. O nome da capital, no meu tempo liceu, incluía a ilha onde Bathurst estava (Santa Maria), nome completo que desapareceu bem antes do advento desse saber universal que é o Google. A resposta veio no quinquagésimo de segundo, afastando a hipótese de pesquisa prévia (que, aliás, não serviria de nada): "Gâmbia." Na verdade, porque ele é diplomata, escreveu em forma de dúvida delicada: "Gâmbia?"

Só confirmei o que já sabia, Seixas da Costa é um trota mundos, o seu blogue chama-se Duas ou Três Coisas, um piscar de olho ao filme de Jean-Luc Godard, Duas ou Três Coisas Que Sei Dela, sendo ela, Paris, onde ele foi embaixador. Apesar de ser sobre Paris, o filme tem como protagonista Marina Vlady (olha, outra russa pelo mundo), atriz a quem o realizador cometeu a tolice de pedir em casamento no começo das filmagens. Tendo levado com os pés, Godard nunca mais falou com a sua atriz durante a rodagem, com exceção de algumas ordens ditas para o microfone de orelha, a que ela tinha de responder olhando a câmara. Um dia, Godard atirou-lhe: "Define-te numa palavra!". Marina Vlady respondeu (e está no filme): "Indiferença." O exato oposto do que define Seixas da Costa, mesmo quando para numa estação de serviço a caminho do Marão.

Aquele breve diálogo quase trasmontano que culminou em Sacalina já me deu para três parágrafos, muitos comentários no tal blogue e, até, a poemas de amigos que partilham com Seixas da Costa uma mesa no bar Procópio, em Lisboa. Julgo que o desinteresse que os jornais colhem nos quiosques tem muito a ver com a indiferença com que eles passam por uma russa numa estação de serviço no caminho para o Marão. E, o que mais é, uma russa de Sacalina.

Um comentador do post prestou uma homenagem: garantiu que conhece uma aventura contada por Hugo Pratt na ilha russa. Estarei talvez enganado mas Corto Maltese nunca desembarcou em Sacalina. Mas há erros que revelam boa ciência: aquelas ilhas agrestes do extremo norte, com povos exagerados como os russos, cruzando-se com civilizações que desaparecem, são cenário típico do marinheiro de perfil cortado à faca. Estou a ver Corto Maltese a gostar do concerto duma nivkh, de um povo perdido que tange os tinrin, instrumentos em que, como todos sabemos, as cordas são vibradas com a língua.

A ilha Sacalina - lá vem o meu liceu, grande como Portugal, 600 mil habitantes, no extremo-nordeste da Ásia - foi disputada durante séculos pela Rússia e o Japão, e depois da II Guerra ficou soviética. Os japoneses levaram os aïnous, os russos ficaram com os nivkhs, cada um com as suas minorias, ambos povos siberianos. No ano passado, a empresa estatal Gazprom descobriu jazidas colossais de petróleo, a juntarem-se ao gás natural da ilha que já era o de maior produção na Rússia.

Já decidi, no próximo Natal vou encher o depósito a uma certa estação de serviços a caminho do Marão. Se a russa não estiver lá, deduzo que acabou a ironia da venda a retalho tão longe da grande produção (de Amarante a Moscovo, 4,5 mil quilómetros, de Moscovo a Sacalina, 9 mil). Se a russa estiver, quero saber dos muitos portugueses que, ao longo de 2016, lhe falaram do nome da sua ilha. Se eu não ficar satisfeito com a curiosidade dos portugueses, sigo outra sugestão de Seixas da Costa e em Amarante compro lérias, papos d"anjo, São Gonçalos, foguetes e brisas do Tâmega, doces de tanger a língua. Ferreira Fernandes – Portugal in “Diário de Notícias”

Síria – Há Natal


As fotos aí de cima foram tiradas em Latakia, na Síria, nas comemorações da noite de Natal. Há muitas mais que você pode ver no twitter de uma moça síria, Lina Arabi, aqui.

Não é outra Síria. É a Síria de verdade, que agora nos acostumamos a ver apenas nas multidões de refugiados e nas atrocidades do “Exército Islâmico”.

Um país multirreligioso, que sempre soube conviver com suas diferenças e do qual temos aqui tantos descendentes, como dos seus irmãos do Líbano, quase um povo só no nome que lhes damos e eles, de bom grado, aceitam: sírio-libaneses.

Mas o Ocidente, para derrubar o que chama de ditadura de Bashar Al-Assad fomentou, financiou e armou a Síria sanguinária, tão próxima da barbárie dos fanáticos do Isis.

Mas há mais humanidade na Síria do que imaginam os tolos, os que discriminam os muçulmanos e árabes como fossem selvagens.

A Al Jazzera noticiou que o Governo sírio permitiu que grupos rebeldes, entre eles muitos do “Exército Islâmico” se retirassem do bairro de Yarmouk, nos subúrbios da capital, Damasco, onde estavam sitiados há tempos. Deram-lhes um salvo-conduto, extensivo às suas famílias para viajarem para onde desejarem, inclusive para as áreas ainda controladas pelo Isis.

De Yarmouk e arredores, certamente, saíram muitos dos refugiados que vimos nos jornais. Da população de 160 mil pessoas, restavam apenas 18 mil sob o controle do Isis e de outros grupos.

E que, quem sabe, quando entenderem que é preciso acabar com o fruto sangrento da intervenção do Ocidente no mundo árabe, possa estar reunida em festas, cristãs ou muçulmanas, outra vez.

Como era na Síria. Fernando Brito – Brasil in “Tijolaco.com.br”

sábado, 26 de dezembro de 2015

Macau - Fotografias espalhadas pelo mundo e ligadas pelo português

Chama-se Projecto @NossaLíngua, nasceu no Brasil e tem como objectivo ligar países e comunidades que falam português, através da fotografia e do aplicativo Instagram, dando a conhecer aspectos desconhecidos de cada elemento geográfico. Com 10 temas e 100 fotografias seleccionadas pelo próprio público, inclui oito obras de residentes do território, que se destacam pela visão pessoal numa linha comum da língua


























Luciane Araújo é a criadora e directora do Projecto @NossaLíngua, que através do Instagram colocou falantes de português em contacto, numa mostra abrangente de cultura desses países e regiões.

“@NossaLíngua nasceu com o objectivo de trocar experiências e de se estabelecer um intercâmbio sociocultural entre os países e comunidades que falam a língua portuguesa. Sabemos muito pouco sobre esses países aqui no Brasil, sua cultura e identidade, como acreditamos acontecer o mesmo em relação ao Brasil. Dessa forma, acreditamos que o movimento @NossaLíngua venha preencher essa lacuna que faltava”, disse Luciane Araújo, em entrevista por email ao Jornal Tribuna de Macau.

Destacando que a língua é o “canal de comunicação”, revelou que o projecto recebeu quase 17 mil imagens, através de 10 missões publicadas no perfil @nossalíngua no Instagram. Os interessados tinham apenas de utilizar o “hashtag” (palavra ou frase antecedida do símbolo cardinal para facilitar pesquisas sobre determinados temas) de cada missão para poder participar e criar essa mega “galeria de acesso global e gratuito”, como a directora do projecto lhe chamou.

Depois disso, uma equipa de curadores do Brasil e de cada país ou região seleccionou 10 fotos de cada missão para integrarem o livro e a exposição. “O resultado foi muito positivo considerando que a participação do público é colaborativa”, afirmou.

Tendo em conta que a mostra tem uma natureza itinerante, Luciane Araújo declarou que gostava que Macau “abraçasse a ideia e convidasse a exposição para apresentar ao público essas imagens representativas do mundo da língua portuguesa”.

“Temos uma distância geográfica que não nos permite ir com tanta facilidade para esses países irmãos da língua”, afirmou, notando que, por outro lado, a internet foi um factor relevante que permitiu chegar com mais facilidade a esses sítios, obtendo uma participação relevante de todos eles.

Questionada sobre o que mais a surpreendeu, destacou o rápido crescimento da rede. “Há uma grande curiosidade geral entre esses países, afinal falamos a mesma língua mas somos diferentes. Cada país possui a sua própria identidade e o movimento @Nossa Língua surgiu com essa proposta. Vamos conhecer-nos através das artes, da literatura, da música, das paisagens, das festas, do lazer e de sua gente”, disse.

No que diz respeito ao documentário, uma equipa viajou até Portugal e Cabo Verde com iPhones e outros equipamentos para entrevistar pessoas comuns, escritores e representantes da cultura com o intuito de “apresentar ao público um panorama linguístico”. “Dessa forma, o movimento @NossaLíngua parte do mundo das imagens para o mundo da palavra”, afirmou Luciane Araújo, indicando que em 2016 será dada continuidade a esta ideia com visitas a outros países.

De Macau para a Lusofonia

Das 17 mil fotografias enviadas, oito das seleccionadas dizem respeito a Macau e foram curadas por Pedro Santos, arquitecto local e também ele fotógrafo.

“Na realidade, foi mais o projecto que me descobriu do que o contrário. Fui contactado pela equipa da Nossa Língua antes ainda de saber do que se tratava”, contou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, referindo que a sua responsabilidade como curador era “promover e ajudar a seleccionar imagens de cá relativas a cada missão semanal”.

Como curador, Pedro Santos explicou que procurou “a herança portuguesa em Macau em imagens que fossem apelativas ou que tivessem algo que cativasse a atenção”. “Talvez por força da minha formação, as imagens de espaços urbanos, de edifícios ou de detalhes arquitectónicos acabam sempre por atrair-me mais”, admitiu.

Outro dos critérios, foi o “contraste entre o presente e a herança de que falava antes, o contraste entre Macau português e Macau chinês, sem querer apontar as diferenças mas antes a forma como se encaixam e como resulta nesta cultura actual”.

Confessando ter ficado duplamente surpreendido pela escolha para curador, mas também “chateado” por não poder participar, realçou que o grupo de imagens seleccionadas foi “muito bom com a visão pessoal” de cada participante sobre cada tema. Apesar disso, no livro os curadores ganham algum destaque, pelo que Pedro Santos pode apresentar alguns dos seus trabalhos sobre o território.

No seu ponto de vista, a iniciativa é “interessante, pois reúne num só espaço a cultura dos quatro cantos do mundo ligada por um elemento forte: a linguagem, a nossa língua portuguesa”.

Segundo revelou, Pedro Santos está a tentar contactar as entidades competentes em Macau para trazer a exposição agora inaugurada no Brasil. “A nossa língua é o português e acho que faria todo o sentido poder ter cá as imagens que fizeram parte deste projecto, até em jeito de reconhecimento ao trabalho de todos, quer seja a organização, quer os participantes”, disse.

Ana Bretes viu duas das suas fotografias serem seleccionadas para integrar o livro e a exposição, depois de ter descoberto o projecto pelo Instagram e imprensa portuguesa.

Para a arquitecta, a fotografia é um hobby e paixão e como reside em Macau, “o território acaba por ser o palco” de algumas das suas imagens.

Em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, considerou que a importância do projecto @NossaLíngua reside no facto de “através da visão de diferentes pessoas, documentar os vários territórios de herança e língua portuguesa; as suas especificidades; as suas diferenças”. “Uma vez que são diferentes territórios e panos de fundos distintos e em localizações geográficas diversas, encontram-se pequenos detalhes onde podemos identificar a influência portuguesa e o que os une”, declarou.

Dos 10 temas apresentados, as fotografias seleccionadas correspondiam ao tema “casa” e a outra ao “lazer”. A primeira fotografia documenta um de muitos prédios de Macau, mostrando o lado sobrepovoado da RAEM e as “grades nas janelas e varandas de todos os apartamentos, ou seja, as ‘gaiolas’ bem características”.

Já a segunda imagem foi tirada no Lago Nam Van durante um treino de Barcos Dragão. “Esta foto acaba por ser muito mais pessoal que a primeira, porque mostra uma actividade desportiva e de lazer característica da China e de Macau, mas que eu também adoptei como minha, uma vez que também sou praticante”, revelou, frisando que a foto transmite o que sente quando treina: “a calma e a paz que se consegue sentir no Lago Nam Van, apesar de rodeado de toda a luz e reboliço dos hotéis e casinos que o rodeiam, e que aparecem na foto como pano de fundo”.

Terra, Trabalho, Fé, Festa, Gente, Raiz, Palavra e Mar foram outras das missões que serviram de mote a fotógrafos em todo o Mundo, permitindo ir além de estereótipos de muitos países e apresentando toda a sua riqueza cultural. Liane Ferreira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Brasil – Emil regressa em 2016

Reunidos em São Paulo, todos os envolvidos na realização do evento literário Emil fizeram um balanço da 1.ª edição e começaram a traçar o formato da segunda edição, que promete fazer parte do calendário cultural da cidade

Os organizadores do 1.º Encontro Mundial da Invenção Literária – Emil – se reuniram esta semana e fizeram um balanço muito positivo do evento. Mais que isso, anunciaram a realização do 2.º Emil, para novembro de 2016. O 1.º Emil teve abertura dia 11 de novembro e a programação foi realizada entre os dias 12 e 15 de novembro, com mais de 200 horas de eventos gratuitos e para todos os públicos. Ao todo foram 35 livrarias e espaços culturais da cidade de São Paulo, com o envolvimento de 120 escritores, 13 deles internacionais.

Durante a reunião de avaliação, todos concordaram que o 1.º Emil teve desempenho acima das expectativas para uma primeira edição. Por isso, a ideia de torná-lo evento anual e inserido no calendário cultural da cidade, se consolidou ainda mais.

De acordo com Gabriel Chalita, secretário Municipal de Educação e presidente da Academia Paulista de Letras (APL), o objetivo do Emil, de chamar a atenção do público e procurar estimular o hábito de leitura a todas as idades foi plenamente atingido.

“Foi uma alegria ver a participação no Emil. Isso em muito pouco tempo entre a definição do evento e a sua realização. Para 2016 queremos engajar ainda mais pessoas, ampliar o número de apoiadores, a partir de uma estruturação cada vez melhor do evento. Nossa intenção é contribuir para a formação de gerações mais conscientes, com menos preconceitos, com maior tolerância. Pela leitura é possível buscar esse poder transformador”.

Para Luís Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Emil é muito importante e deve fixar-se no calendário cultural brasileiro para estreitar o contato com autores e livros dos públicos infantil, jovem, adulto e idoso.

“Foi muito positivo ver a participação das pessoas e o entusiasmo dos escritores. Isso certamente amplifica o poder formativo e educacional da literatura, além de valorizar o papel de dois pilares fundamentais do circuito literário: professores e livreiros, na qualidade, respectivamente, de agentes de incentivo à leitura e de difusão do livro”.

O 1.º Emil teve curadoria do jornalista e crítico literário Manoel da Costa Pinto e da produtora cultural Manuela Leão. Entre os muitos escritores que passaram pelo Emil, nomes como Ruy Castro, Walcyr Carrasco, Anna Maria Martins, Pedro Bandeira, Paulo Lins, Michel Laub, Raimundo Carrero, Rubens Figueiredo, o angolano José Eduardo Agualusa, a portuguesa Teolinda Gersão. Participaram ainda o jovem escritor Taran Matharu e o prêmio Nobel de literatura Wole Soyinka, que estava no Brasil a convite da Flink Sampa e Universidade Zumbi dos Palmares e aceitou participar também do Emil. Houve ainda homenagens aos escritores Ruth Rocha, Maurício de Sousa e Lygia Fagundes Telles.

O Emil é uma iniciativa comum da Academia Paulista de Letras (APL), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Nacional de Livrarias (ANL), com apoio da Abrelivros, Prefeitura de São Paulo, através das secretarias de Cultura e de Educação, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual da Cultura, e do Governo Federal. O 1.º Emil foi incentivado pela Lei Rouanet e teve patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Itaú e Iguatemi Empresa de Shopping Centers S/A.

Para saber mais sobre o Emil, aceda aqui ou no facebook. In “Vá de Cultura” - Brasil

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Mercosul e neocolonialismo

SÃO PAULO – Quem conhece minimamente História sabe das consequências do Tratado de Methuen para Portugal e Brasil. Também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos, esse acordo entre Inglaterra e Portugal, que vigorou de 1703 a 1836 e levou esse nome em homenagem ao negociador pelo lado inglês, o diplomata John Methuen (1650-1706), envolvia a troca entre produtos têxteis ingleses e vinhos portugueses.

Embora lesivo aos interesses lusos, o acordo teve vida longa e, praticamente, destruiu a incipiente indústria portuguesa, com o conseqüente atrelamento da economia do país à Inglaterra. Como a demanda portuguesa por tecidos era bem maior que a riqueza produzida pela venda de vinho à Inglaterra, os portugueses acumularam grandes dívidas pela necessidade crescente de consumir produtos ingleses manufaturados.

Para tanto, durante quase todo o século XVIII, esse déficit foi suprido com o envio de barras de ouro e pedras preciosas que eram extraídas no Brasil. Como dependia da Inglaterra para se manter como nação independente diante da vizinha Espanha, Portugal teve de se submeter aos interesses britânicos, deixando de aproveitar um período em que a prosperidade trazida pelo ouro poderia ter impulsionado a sua modernização.

A que vêm estas reflexões históricas? Vêm a propósito das negociações entre Mercosul e União Europeia (UE) que se arrastam desde 1999 e que, aparentemente, caminhariam para uma conclusão, diante da próxima proposta sul-americana que atenderia à exigência dos europeus de liberação de pelo menos 90% dos produtos trocados pelos dois lados.

Como se sabe, a última proposta do Mercosul, apresentada em 2004, chegou a 87%, mas não houve consenso. Desde então, divergências entre os sócios do Mercosul impediram que o bloco definisse uma nova proposta. Além disso, como os preços das commodities estavam nas alturas, os latino-americanos não pareciam muito interessados em consumar o pacto.

Acontece, porém, que hoje o contexto internacional é outro. A UE claramente espera concluir antes os projetados acordos com EUA, Índia e Japão. Com isso, estará numa situação bem confortável para negociar com o Mercosul, que, por sua vez, ficará praticamente “asfixiado” e condenado a uma posição subalterna, sendo obrigado a aceitar as regras impostas pelos demais blocos, sem condições de discuti-las.

Diante disso, se não for bem negociado, o acordo UE-Mercosul pode vir a constituir uma reedição do Tratado de Methuen. Em outras palavras: a adoção explícita do neocolonialismo. Milton Lourenço – Brasil

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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

UE-CPLP - Exportadores: deslocalizar produção ajuda a resolver crise cambial

O presidente da União de Exportadores da CPLP considerou hoje que a melhor solução para evitar os efeitos da crise cambial em Angola e Moçambique é produzir localmente em vez de exportar para esses países.

"Temos de deixar de encarar cada vez mais os negócios entre países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) como um negócio em que um compra matérias-primas baixas, coloca valor acrescentado e repatria todo o dinheiro, e passar a pensar em estar no local, internacionalizar-se, deslocalizar as empresas", disse Mário Frota.

Em declarações à Lusa, o presidente da associação de exportadores neste espaço geográfico sublinha que a solução "não é exportar, é as empresas internacionalizarem-se, abrir uma empresa de direito local, levar 'know-how', maquinaria, dar formação aos locais, e produzir e reinvestir em moeda local tudo o que receberem e depois tentar exportar para os outros países [das regiões económicas] que não têm tanto problema em repatriar o dinheiro".

O espaço da CPLP é "um mercado de oportunidades" porque, na sua opinião, "o problema é cambial, não é económico, e esse é o mais delicado, mas estamos a viver um período de especulação [com as moedas nacionais] e guerras petrolíferas que afeta gravemente estas economias".

Mário Forta admitiu que a crise cambial tem efeitos adversos, mas considerou que podem ser transformados em oportunidades, e exemplificou: "Moçambique restringiu muito as exportações de madeira, mas isso incentiva a que as empresas vão para lá, principalmente porque há muitas fábricas desativadas em Portugal, com as máquinas paradas, e essa desvalorização deixa de fazer sentido se o dinheiro que estas fábricas fazem voltar a ser investido no próprio mercado".

A desvalorização cambial em Angola e Moçambique, motivada pela quebra do preço do petróleo e consequente descida da entrada de divisas, "preocupa muito os empresários que estão nestes países, mas temos aconselhado a que não tenham em moeda as margens e os lucros, mas sim reinvestir no país e exportar" para outros mercados.

"Os mercados tradicionais continuam a ser importantes mas as empresas começam a ir para o desconhecido, porque Angola e Moçambique todos conhecem, mas Cabo Verde, Guiné Equatorial nunca foram vistos como oportunidades dada a dimensão do mercado, mas se pensarem em termos de abrangência das zonas de comércio que existem já estão a perceber que existem oportunidades de negócio", acrescenta o líder da união dos exportadores lusófonos.

Sobre a evolução da crise cambial, Mário Frota diz que "todos pensam que o preço do petróleo não vai ficar nestes níveis por muito mais tempo", e acrescenta que em dois ou três anos o valor subirá "não para os níveis especulativos anteriores, mas também não os atuais, e já não teremos o problema da depreciação". In “Notícias ao Minuto” - Portugal