Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 30 de junho de 2015

UE-CPLP – Apoia certificação da castanha de caju da Guiné-Bissau

O presidente da União de Exportadores da CPLP, Mário Costa, afirmou que esta organização está a ajudar a construir projetos estratégicos nestes países, dando como exemplo a Guiné-Bissau onde vai ser promovida a certificação da castanha de caju.

Mário Costa explicou, no último dia do Fórum da União de Exportadores da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que apesar de este produto ser muito exportado contribui “com pouco emprego e pouca riqueza para o país porque não tem certificado de qualidade”.

Segundo o mesmo responsável, “poucas empresas consomem o produto diretamente da Guiné-Bissau”, já que sem certificação de qualidade “é muito difícil ser aceite nos mercados internacionais”.

A castanha de caju produzida pela Guiné-Bissau é importada sobretudo por empresas indianas, que compram o produto a baixo preço, certificam-no e distribuem-no posteriormente, acrescentando-lhe valor.

A União de Exportadores ofereceu ao Governo da Guiné-Bissau um laboratório de certificação, que “vai ajudar a organizar um setor de atividade bastante importante” para este país africano, salientou Mário Costa, adiantando que contactou com importadores e distribuidores de castanha de caju que asseguraram a compra da totalidade do produto produzido na Guiné- Bissau.

Mário Costa revelou que também São Tomé e Príncipe vai poder contar com um laboratório de certificação de produtos, bem como uma incubadora de empresas para formar jovens agricultores são-tomenses.

A agricultura, adiantou, foi identificada como um dos setores estratégicos para este país, a par do turismo e das pescas.

“O governo [de São Tomé e Príncipe] já tomou consciência de que tem de diversificar a economia para não acontecer aquilo que está a acontecer em Angola”, sublinhou Mário Costa, alertando para a dependência do petróleo e do gás. In “Oje” - Portugal

Moçambique - Objetivo de redução da fome atingido

Moçambique atingiu o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio de redução da fome, mas um quarto da população continua afetada, anunciou hoje a FAO em Maputo.

"A proporção de pessoas que sofrem de fome em Moçambique baixou de cerca de 56%, na década 90, para cerca de 24% na atualidade", disse Castro Camarada, representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Moçambique, durante a cerimónia de atribuição de um prémio ao Governo moçambicano de reconhecimento dos progressos nesta área nos últimos 15 anos.

Além de se destacar entre os 72 países que atingiram o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio, os dados da FAO indicam que Moçambique registou também progressos na meta assumida na Cimeira Mundial de Alimentação, em Roma em 1996, prevendo a redução para metade do número de pessoas subnutridas no país.

"Estes dados não significam que não existam problemas de alimentação no país, pelo contrário, os atuais níveis de pobreza significam que ainda temos indicadores de insegurança alimentar e, sobretudo, de desnutrição crónica, principalmente em crianças", afirmou Castro Camarada, lembrando que o país ainda possui muito trabalho pela frente.

Dados oficiais indicam que mais de 40% das crianças sofrem de desnutrição crónica em Moçambique e, pelo menos, 80 mil morrem anualmente em todo país, um fenómeno que afeta principalmente as zonas rurais, onde o acesso aos serviços de saúde ainda é deficitário.

"Estamos todos conscientes de que existem desafios, é preciso melhorar os indicadores, tanto da segurança alimentar como da desnutrição crónica, através de ações multissetoriais concertadas", declarou o representante da FAO em Moçambique, lembrando que, em breve, os objetivos do programa serão substituídos por outros mais ambiciosos.

De acordo com o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar em Moçambique, em oito anos, a desnutrição crónica de menores de cinco anos reduziu apenas em 3% para os atuais 43%.

O ministro moçambicano da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, falando durante a cerimónia, admitiu que, 40 anos após a independência de Moçambique, a desnutrição crónica constitui um desafio para o Governo, apontando, entretanto, a guerra civil como um dos fatores que contribuiu para o agravamento dos índices da pobreza.

"Eu manifesto a minha satisfação pelos avanços, mas, ao mesmo tempo, tenho ainda uma inquietação por saber que 24% dos meus concidadãos ainda enfrentam o problema de insegurança alimentar e, deste grupo, a maioria são crianças", lamentou José Pacheco.

O titular da pasta da Agricultura e Segurança Alimentar anunciou a adoção de estratégias de intervenção direta para redução de índices de pobreza que ainda prevalecem no país, destacando o incentivo à atividade agrária como forma de dinamizar o desenvolvimento, principalmente nas zonas rurais.

"Em Moçambique, nós temos comunidades altamente produtivas, mas, durante os processos de avaliação da segurança alimentar, encontramos resultados que não condizem com aquilo que essas populações produzem", afirmou o governante, que destaca a baixa inflação anual nos preços dos alimentos em Moçambique como um dos fatores que contribuíram para a redução da insegurança alimentar nos anos.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, discutidos recentemente durante um seminário sobre a metodologia de avaliação multidimensional de pobreza e bem-estar em Maputo, indicam que, entre 2003 e 2008, a pobreza no país estava estagnada, continuando nos 54%.

Cerca de 695 milhões de pessoas ainda sofrem de fome em todo mundo e uma em cada nove pessoas sofre de insegurança alimentar, segundo um relatório da FAO apresentado recentemente. In “Diário Agrário” - Portugal

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Galiza - A bandeira nacional da Gallaecia

Palavra comum é uma publicação dirigida a fazermos comum um espaço de cultura, além de fronteiras artificiais. Permita-se-me logo recuperar para ela uma nota vivencial que junta tudo em termos de vida, do que se faz vivendo: comer, viajar, falar, sonhar com as pálpebras fechadas ou abertas.

Há mais de sete anos que a escrevi a gentil demanda do Eixo Atlântico, conformado pelas principais cidades da euro-região Galiza-Norte de Portugal. E ainda vale, como valerá, porque as circunstâncias essenciais não mudaram.

Contudo, já fecharam três negócios que juntavam galegos e portugueses na capital da União Europeia: o restaurante Madredeus, a butique Gallaecia de delikatessen galegas e a vizinha livraria Orfeu. C’est la vie…

Bruxelas, Janeiro de 2008, Rue des deux Eglises, restaurantezinho de cuisine portugaise. Sentam à mesa dois amigos, um deles criado entre Ferrol e Pontedeume; o outro, entre a Foz do Douro e o Porto. Vêm de ver uma magnífica exposição em Bozar sobre as descobertas do mundo e a participação portuguesa nelas. A conversa, geográfica, segue por cima de bom vinho e melhor bacalhau.

O empregado entra nela, prudente e distante ante a sabedoria que mostram aqueles “doutores”, muito viajados, e, quando se dão conta, os três estão a falar de grelos, da saudade pelos grelos. O empregado confessa que, por vezes, sem perguntar muito de onde vieram, consegue grelos na loja de legumes dum marroquino. Também se fala duma loja já clássica em Bruxelas, de clássico nome, Gallaecia, onde nunca faltam grelos em lata, preparados para matarem morrinhas estomacais.

A seguir, os amigos vão traçando o mapa do mundo onde os grelos existem para definirem país: o Ocidente asturiano, o Berço, a Sanábria, Galiza, Trás-os-Montes, o Minho, o Douro, terras ainda além do Douro. E às famosas folhas do nabo juntam peixes: principalmente bacalhau e pescada.


O da Ferrolterra lembra tempos de estudante em Madrid e recorda um túnel da estrada geral da Castela, em Vilafranca do Berço. Esse túnel, perto da entrada á Galiza oficial, era chamado “a Cortina de Grelos” quando a Europa, agora unida, estava dividida pela Cortina de Ferro.

O da Foz do Douro põe cara de transcendência para pronunciar uma frase portuguesíssima:

– Quanto português terá morrido no Japão ou na Índia a sonhar com um prato de pescada com grelos!

E o seu colega, para assombro do empregado, define, rotundo:

– A pescada com grelos é a bandeira nacional das terras que formaram a antiga Gallaecia…

Em Bruxelas constituiu-se uma “associação cultural galaico-portuguesa” de nome que não deixa lugar a dúvidas: Couto Mixto.

Da capital da União Europeia vê-se a Europa formada pelas suas regiões naturais, e pelas euro-regiões que superam as fronteiras felizmente derrubadas. Entre estas, como exemplo de esperança numa União frutífera, contempla-se a que formam o Norte de Portugal e a Galiza: terras coloridas dum verde tenro e fresco como o do legume da historieta bruxelense, abertas ao longo duma delgada raia imaginária que o Couto Mixto alargou durante séculos.

Essa euro-região está duramente marcada pelo clima e a geologia, pela geografia, pelo vinho claro e o granito escuro dos espigueiros e os paços, pela genética e a toponímia, pelas sardinhas e o polvo; por uma maneira de trabalhar calada e rija que forma parte da epopeia ibero-americana; pela fala que se fez língua portuguesa caminho do Sul e a partir de Lisboa ganhou quatro continentes.

A união das gentes entre a Ribeira atlântica do Douro e a Marinha cantábrica de Lugo é tão natural como o nevoeiro que às vezes cobre o Finis Terrae europeu e traz confusões às mentes. O seu fado comum – apesar das névoas – é viverem em rede, em contínuo movimento sobre estradas de grande capacidade e caminhos-de-ferro de alta velocidade, a fazerem negócios e cultura.

A partir do Eixo Atlántico que lhes dá comum ilusão, vai-se desenvolvendo a malha que lhes dá coesão. Naturalmente… Xavier Alcalá – Galiza in “xavieralcala.blogaliza.org

Xavier Alcalá - Eu nacín en Miguelturra, no máis seco da seca Mancha, que é parte de Castela a Nova onde se fala castelán con propiedade e graza de lingua sen dúbidas. Ese foi o meu idioma primeiro. O segundo sería o galego, Ecce Homo dos idiomas, como escribín nos fértiles vinte anos, cando tentaba ser poeta.Desde cativo souben o que era a loita desigual entre dúas linguas, e -porque algo me manda andar a contrafío- tomei partida pola dos perdedores.
Sei que isto non é un mérito senón unha cuestión de carácter, e quero deixar constancia do que penso cando xa vou vello e teño quen me agarime as barbas mentres me chama “avó”.

Fíxenme persoa en Ferrol, terra de aluvión. Son inmigrante en país de emigrantes e non dou lembrado os pagos da miña orixe fortuíta (porque a memoria dos pequenos é parcial: feita só de luzadas imposibles de situar). Como outros que tampouco recordan onde naceron, tento xustificar a vida agarrándome aos cabos da infancia que se fai adolescencia para logo ser mocidade: declaro o meu amor sen límite á Ferrolterra e ao recanto eumés.

Portugal – Fundos de investimentos imobiliário

Em Portugal, há muitas famílias sem habitação condigna. E, no entanto, há quase dois milhões de casas vazias. Muitas estão em nome de fundos de investimentos imobiliário, porque os seus donos, poderosos, querem ter isenções de IMI.

O nosso país é até dos que, na Europa, tem mais casas por família. Tanta gente sem casa e tanta casa sem gente. Paulo Morais – Portugal in “Correio da Manhã”

domingo, 28 de junho de 2015

Internacional – 56ª Olimpíada Internacional da Matemática

Realiza-se de 04 a 16 de Julho de 2015 a 56ª Olimpíada Internacional da Matemática em Chiang Mai na Tailândia.

O programa inicia-se a 04 de Julho com a chegada dos líderes das equipas presentes, continuando no dia 08 com a chegada das equipas nacionais que participarão na Olimpíada.

No dia 09 de Julho será a cerimónia de abertura da Olimpíada Internacional da Matemática, estando a competição marcada para os dias seguintes, 10 e 11 de Julho. A cerimónia de encerramento será no dia 15 e a partida das delegações no dia 16.

Para mais informações sobre a 56ª Olimpíada Internacional da Matemática aceda aqui em língua inglesa. Baía da Lusofonia


Internacional - Portos na América Latina: um diagnóstico

SÃO PAULO – Relatório preparado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), organismo criado em 1948 pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU) para monitorar políticas de desenvolvimento na região, mostra que a situação da infraestrutura dos portos no Brasil não é diferente daquela que se vê no resto do continente. Ou seja, há uma indefinição quanto à infraestrutura que se quer para as próximas décadas, diante de uma realidade a que não se pode fugir: a região exporta hoje menos produtos de valor agregado que há quinze anos.

Diante disso, as autoridades latino-americanas, de um modo geral, não sabem se continuam a avançar na criação de uma infraestrutura para escoar commodities ou para exportar produtos de valor agregado. Até porque a tendência de cargas a granel que passam para contêineres parece ter chegado a um momento-limite e não deverá ir muito mais além.

Na verdade, apostar na expansão da infraestrutura para a exportação de matérias-primas significa admitir a submissão aos padrões impostos pelos países mais desenvolvidos, ou seja, aceitar como inevitável uma nova forma de colonialismo. Só que avançar na direção contrária pode significar também desperdício de investimentos na medida em que o continente passa hoje de uma fase de desindustrialização para uma total quebra das empresas. Basta ver que, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a indústria brasileira de bens de capital vem apresentando resultados cada vez mais baixos de ocupação de sua capacidade instalada, chegando a 65,7% em maio de 2015.

Seja como for, segundo o relatório da Cepal, o que se tem hoje na América Latina é resultado de pouco investimento em infraestrutura portuária. Na década de 1980, esse investimento alcançou 4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas na década de 1990 caiu para 2%, tendo ocorrido uma melhora para 3,7% ao final do século XX, o que levou muitos especialistas a imaginar que a substituição do investimento público pelo privado seria a solução. Só que essa substituição não ocorreu na medida em que se esperava e, atualmente, a demanda de transporte é maior que a oferta. Ou seja, lamentavelmente, os latino-americanos vivem hoje da infraestrutura deixada por seus avós. Com isso, é grande a possibilidade de que muitos navios de 10 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) comecem a chegar à América do Sul com muita capacidade ociosa.

Os números da Cepal mostram ainda que houve, na América Latina, de 2000 a 2013, um crescimento de 68% na construção de cais nos portos, passando-se de 13.600 metros para 22 mil metros. E que, em termos de volumes, no mesmo período, passou-se a movimentar de 4,39 milhões de TEUs para 24 milhões, com um aumento de 460% na produtividade. Se se tomar como parâmetro o ano de 1990, essa produtividade cresceu 770%. Hoje, porém, diante do atual quadro desfavorável e da falta de perspectivas, duvida-se que seja possível crescer nesse ritmo por falta de infraestrutura portuária suficiente. Milton Lourenço – Brasil

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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

sábado, 27 de junho de 2015

Brasil - Indicadores Económicos





































In “Portal dos Bancos Centrais de Países de Língua Portuguesa”

Brasil - Santos: um porto em busca de sua vocação

SÃO PAULO - Numa época de descalabro nas contas públicas provocado por uma política econômica irresponsável que se baseou em farta distribuição de benesses sociais com objetivos eleitoreiros, na disparada do consumo e no desestímulo ao investimento, não deixa de ser alvissareiro o novo recorde operacional de movimentação de cargas batido pelo porto de Santos. Segundo relatório da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), houve em maio de 2015 um crescimento de 13,7% sobre o mesmo mês de 2014, com mais de 10 milhões de toneladas movimentadas.

É de assinalar, porém, que os produtos responsáveis pelo aumento foram o açúcar e a soja, commodities exportadas que registraram um crescimento de 34,8% e 36,3%, respectivamente. Isso mostra também que Santos deixou ser um porto especializado na exportação de produtos com valor agregado para se tornar um complexo voltado para a exportação de produtos agrícolas, especialmente das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Essa tendência, com certeza, haverá de se reforçar ainda mais com a licitação prevista para o primeiro semestre de 2016 de dois terminais na Margem Esquerda: em Conceiçãozinha, em Guarujá, destinado à movimentação de grãos; e na Ilha Barnabé, em Santos, voltado à movimentação de granéis líquidos.

Ainda que essa tendência não se afigure comprometedora para o futuro do porto santista, é preocupante na medida em que o escoamento natural da produção agrícola do Centro-Oeste haverá de ser, um dia, pelos portos do Pará, de Barcarena a Santarém, que vêm recebendo investimentos cada vez maiores de empresas privadas, mesmo com a lentidão que tem marcado o asfaltamento da BR-163 em território paraense. Se essa tendência vier a se reforçar nos próximos anos, o porto de Santos, fatalmente, irá se tornar um hub port especializado na movimentação de contêineres.

Afinal, ainda que os contêineres hoje transportem também produtos agrícolas, como açúcar e milho, sua vocação parece ser a de transportar produtos de valor agregado. Por isso, é de assinalar também o aumento de 13% em tonelagem em contêineres registrado em maio passado, o que representou uma evolução de 8,8% em unidades e 7,5% em TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). E também um novo recorde para o mês, ainda que tivesse sido inferior à média dos cinco primeiros meses de 2015: 16% em tonelagem e 8,7% em TEUs.

Esses números mostram ainda que o porto de Santos, responsável por 27% do comércio exterior brasileiro, continua a desempenhar um papel-chave na economia do País, o que justifica os esforços da Secretaria de Portos (SEP) para agilizar a licitação das obras de ampliação da profundidade de seu canal de navegação, depois do atraso provocado por questiúnculas judiciais. Milton Lourenço - Brasil


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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Panamá - Canal do Panamá inicia testes em novas eclusas

O novo conjunto de eclusas do Canal do Panamá, que permitirá a passagem de navios de maiores dimensões pela via interoceânica, passou pelas primeiras provas de funcionamento na última terça-feira (23 de Junho de 2015), informou o consórcio responsável por construir as estruturas.

Os testes envolvem a abertura e o fechamento das comportas. As avaliações realizadas na terça-feira foram feitas nas eclusas de Agua Clara, em Gatún, na província de Colón, no lado do canal às margens do Oceano Atlântico.

“Hoje (terça-feira,23) foi concluída, com sucesso, a primeira prova eletromecânica do movimento da comporta 8 na câmara baixa da nova eclusa do setor Atlântico”, informou, em um comunicado, o consórcio Grupo Unidos Por el Canal (GUPC), contratado para a expansão do canal. “Estamos orgulhosos dos avanços da obra. As provas seguem conforme o cronograma estabelecido”, relatou o GUPC.

Para passar pelas avaliações, as eclusas começaram a ser inundadas. Há duas semanas, essa operação teve início nas estruturas do lado do Atlântico. Na última segunda-feira, os trabalhos começaram na região do Pacífico. A fase de testes irá durar de três a quatro meses em cada eclusa. A primeira prova com a passagem de um navio será no final do ano ou no começo do próximo.

As obras para a ampliação do Canal do Panamá começaram em 2007. Elas envolvem a construção de eclusas maiores, possibilitando a passagem de cargueiros de maiores dimensões. As estruturas originais, com 33,5 metros de largura e 12,8 metros de profundidade, permitem a navegação de navios capazes de carregar até 4,4 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). As novas, com 55 metros de largura e 18,3 metros de profundidade, podem receber embarcações de até 12 mil TEU. In “A Tribuna” - Brasil

Angola – Fórum Empresarial Angola-Portugal

Decorreu esta semana, 23 de Junho de 2015, em Luanda, um encontro de empresários e responsáveis políticos dos dois países. O evento – o Fórum Empresarial Angola-Portugal, construído sob o lema “Juntos na Diversificação da Economia” – foi organizado pelo Ministério de Economia de Angola, a Embaixada de Portugal em Luanda e a AICEP, contando com os Apoios de ANIP, Instituto do Fomento Empresarial, CCIPA e CEEIA.

Tendo tido o privilégio de participar, destaco o momento do evento. Numa altura muito desafiante da conjuntura económica angolana, Portugal diz: “Presente!”, e reforçando assim a perceção de um país empenhado e auto comprometido em estar ao lado de Angola em todos os momentos. Destaco a cerimónia de assinatura da Criação do Observatório do Investimento Conjunto pelos Ministro da Economia de Angola Ministro da Economia de Portugal (dr. Abrahão Gourgel e dr. António Pires de Lima, respetivamente).

Destaco a quantidade de participantes (mais de 500). A adesão foi bastante alta pois vários profissionais ficaram em lista de espera e não conseguiram ver confirmadas as suas presenças; e ainda a qualidade dos Participantes quer institucionais, com a presença de vários ministros, líderes associativos, e quadros de topo das empresas.

De realçar a apresentação de programas de desenvolvimento e respetivos planos de investimentos estruturantes até 2017 (ex. em infraestruturas: construção, energia, agricultura, industria e transportes); ainda o enquadramento dos programas angolanos nos programas regionais dos países da África Austral (ex. de estradas e do turismo); ou o networking entre os participantes (ex. o intervalo para almoço foi de duas horas, dando tempo para os participantes conversarem) e no fim houve uma prova de vinhos.

De sublinhar ainda o anúncio da realização de um seminário de promoção da província do Cuando Cubango como destino de investimentos, a realizar em Lisboa no dia 17 de Julho e que contará com a presença do seu Governador Provincial, General Higino Carneiro.

Considero que foi um bom e muito proveitoso evento e que contribui para aumentar os investimentos bilaterais. Muitos parabéns aos organizadores e a quem aderiu ao desafio. Valter Barreira – Portugal in “Oje”





Angola - Indicadores Económicos

Apresentamos a partir de hoje, indicadores económicos dos países de língua portuguesa divulgados pelo Portal dos Bancos Centrais de Países de Língua Portuguesa (BCPLP).

Os dados apresentados referem-se aos anos de 2012, 2013 e 2014, sendo preliminares os valores do último ano. Baía da Lusofonia



Moçambique - Cimpor investe em nova fábrica de cimentos

Cimentos. A nova unidade industrial deverá entrar em funcionamento em 2018

A nova unidade, que se vai juntar a outras cinco que a empresa já possui em Moçambique, entrará em funcionamento até 2018, com a capacidade de produção de 1,5 milhões de toneladas por ano, e vai criar 500 postos de trabalho, avançou Jorge Reis, diretor-geral da Cimentos de Moçambique, à Lusa.

Segundo a empresa, a fábrica de Nampula prevê uma produção integral de cimento, incluindo da sua principal matéria-prima, clínquer, o que permitirá reduzir as importações deste componente, num valor até cem milhões de dólares (89,5 milhões de euros) por ano, e baixar o preço final junto do consumidor.

A Cimentos de Moçambique é detida maioritariamente pela Cimpor e pela sua subsidiária na África do Sul, Natal Portland, e integra o universo do grupo Intercement, contando também com uma participação de 18% do Estado moçambicano, por via do Instituto de Gestão Empresarial de Participações do Estado, dos Caminhos de Ferro de Moçambique e da Empresa Moçambicana de Seguros (Emose).

A Intercement é o oitavo maior produtor de cimento do mundo, com presença em oito países e líder de mercado em Moçambique, Portugal, Argentina e Cabo Verde.

Em Moçambique, a empresa produz, atualmente, 3,1 milhões de toneladas de cimento por ano, numa fábrica integral na Matola, nos arredores de Maputo, além de quatro unidades de moagem, uma das quais também na Matola, outras duas em Nacala e uma no Dondo, província de Sofala, centro do país, mantendo um total de 1.200 colaboradores.

O investimento hoje anunciado soma-se a outros 100 milhões de dólares aplicados nos últimos três anos em Moçambique, um país onde, segundo Jorge Reis, "está tudo por fazer" em estradas, pontes e habitações, "e o potencial é muito grande, à semelhança de outros países emergentes".

Apoiando-se em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a empresa aposta numa economia a crescer acima dos 7% por ano e que, em 2020, poderá duplicar por conta do início da exploração do gás natural em Cabo Delgado, além do aumento da população, atualmente estimada em mais de 25 milhões de pessoas, mas que deverá subir nos próximos cinco anos para 30 milhões.

"Moçambique será um dos países mais promissores na próxima década", prevê Jorge Reis, encontrando-se no início de uma fase de consumo crescente de cimento 'per capita', um percurso já realizado por vários países, incluindo Portugal, onde as principais infraestruturas estão feitas.

Este investimento é revelado um dia depois de o grupo turco Limak Holding ter anunciado que vai investir 132 milhões de euros na construção de duas fábricas de cimento em Moçambique, com capacidade de processamento de dois milhões de toneladas por ano. In “Dinheiro Digital” - Portugal

quinta-feira, 25 de junho de 2015

UE-CPLP – Presidente da Organização entrevistado pelo Diário de Notícias





A União de Exportadores da CPLP organiza esta sexta e sábado um fórum em Lisboa com seminários e salas para negócios. Mário Costa, Presidente da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP) foi entrevistado pelo jornal “Diário de Notícias”.



Durante dois dias, empresários, gestores e entidades oficiais dos nove países da CPLP vão juntar-se no Centro de Congressos de Lisboa para comparar experiências e discutir negócios. No primeiro Fórum organizado pela União de Exportadores da CPLP cerca de 1500 empresários dos países de língua oficial portuguesa vão reunir-se num mesmo espaço, sexta e sábado, para assistir aos seminários mas também para fazer negócios. “Com este fórum queremos criar um novo paradigma, acabando com aquele modelo de assinatura de protocolos, de muita conversa e pouca prática” explicou Mário Costa. “A mostra empresarial serve para as delegações apresentarem os seus produtos e serviços. E há reuniões B2B para que os empresários possam conversar entre si e concretizar negócios. Neste momento, temos já mais de 120 encontros B2B agendados” contou. A ideia de dar um cunho empresarial ao encontro, está também nas salas temáticas onde as delegações apresentam a situação concreta de cada país. “Há várias sessões por dia, na sexta-feira, sobre cada país, para que os participantes possam circular. É nessas salas que será apresentada também a missão da UE-CPLP”. No sábado, o debate sobre os grandes objetivos da União de Exportadores incluirá os contributos do comendador Jorge Rocha de Matos, de Marcelo Rebelo de Sousa, de João Vieira Lopes (presidente da CCP), Luís Amado (ex-ministro dos Negócios Estrangeiros) ou Mari Alkatiri, entre muitos outros. “Esta missão não acaba quando terminar o fórum. Vamos continuar a percorrer os países e a potenciar esta rede.”

Qual o principal papel da União de Exportadores CPLP?

A União de Exportadores foi constituída após a cimeira de chefes de Estado e de governo do ano passado, em Dili, quando a CPLP fez um desafio à sua confederação empresarial: deixar de ser uma estrutura de Estados e passar a ter ligação ao mundo empresarial. Por não ter essa vocação, a confederação desafiou os associados a criar um organismo para promover negócios, sobretudo entre PME. Na prática, tem a missão de relação institucional entre as empresas e os Estados, faz a ligação entre empresários e políticos.

Que benefícios pode esta União trazer às empresas desses países?

O que fazemos é preparar as empresas para a internacionalização, acompanhá-las no processo tendo sempre dos dois lados um elemento da União de Exportadores que conhece muito bem o terreno no país de origem e no destino. No fundo, prestamos um serviço que até agora só existia para as grandes multinacionais, para fazer negócios com qualidade e segurança. Estamos nos nove países da CPLP e, em cada país por onde passamos nas missões empresariais temos angariado associados, concretizado parcerias e protocolos de cooperação. Temos uma rede de suporte às empresas com aconselhamento jurídico, logístico, fiscal, etc. muito favorável.

Estamos a falar de que volume de negócios?

Se olharmos para o universo da CPLP em termos de PIB, população, consumidores, é o terceiro maior bloco mundial a nível económico. Tem um PIB agregado superior a 2,5 mil milhões de dólares e mais de um milhão de empresas. Além dos mercados internos, há os das diferentes regiões económicas associadas aos países da CPLP num total de 86 países, passando de 260 milhões de consumidores para um mercado potencial de 1,8 mil milhões, o que se traduz em milhares de milhões de euros de negócios potenciais.

Essa dimensão não é aproveitada

A CPLP tem a dimensão política e institucional a ligar os países mas não aproveita verdadeiramente a económica, que é fundamental. Se conseguirmos dar o cunho empresarial a este bloco, ele pode tomar-se um caso sério de sucesso.

Num mercado potencial de 1,8 mil milhões de consumidores, que áreas de desenvolvimento prioritário beneficiariam as empresas destes países e da União Europeia?

Neste universo temos duas realidades de desenvolvimento económico: Portugal e Brasil em estádio muito avançado e depois os países africanos e Timor-Leste numa fase quase virgem do desenvolvimento económico. Há países com muitos recursos naturais mas onde falta quase tudo: formação, desenvolver a agricultura, a indústria, o comércio. Por isso, a relação entre estes países é fundamental. No caso de Portugal, representa uma porta aberta para a União Europeia. E o Brasil, com dimensão de um continente, é uma porta aberta para o Mercosul.

E o potencial da língua poderia ser mais explorado? Deveriam os representantes dos países da CPLP, por exemplo, impor o português nos seus negócios?

É um facto. Neste momento, a comunicação em diferentes línguas representa um custo de 17% no total do custo do produto. Sendo o português falado em todos os continentes, se conseguíssemos impor que o negócio fosse feito na nossa língua, isso representaria uma poupança muito significativa, com reflexo na competitividade.

De que forma é que o Fórum de sexta e sábado complementa a missão da UE-CPLP?

Temos realizado missões empresariais em todos os países e divulgámos a União de Exportadores e a sua missão. Neste fim de semana vamos conseguir reunir todos num espaço. Os participantes vão ter oportunidade de conhecer a situação empresarial concreta de cada país, o que oferece, que carências tem, como está o seu sistema financeiro, jurídico, etc. Com essa informação, e com a possibilidade de contactar de imediato com outros empresários destes países, o empresário pode decidir se faz sentido deslocalizar-se para ali, encontrar parceiros, etc. Joana Petiz – Portugal in “Diário de Notícias”

Internacional - Contêiner, o trunfo para agilizar o processo logístico

Equipamento padronizou as medidas de transportes e facilitou as operações

Com o passar dos anos, o transporte de mercadorias ocorre de forma cada vez mais rápida. Para que essa evolução acontecesse, a criação do contêiner foi de suma importância, mudando o acondicionamento e a movimentação de cargas. Este equipamento padronizou as medidas de transportes e facilitou a operação de produtos em todos os modais.

No começo do transporte marítimo, as cargas eram movimentadas de diversas maneiras, com medidas variando a cada região. Pensando em agilizar o processo logístico, o americano Malcom McLean, motorista e dono de uma pequena empresa de caminhões, observou as operações no Porto de Nova Iorque e, em 1937, pensou em transportar aquelas mercadorias em grandes caixas de aço. Assim surgiu o contêiner.

McLean aprimorou os métodos de trabalho e expandiu sua companhia, a Sea Land Service, comprando 37 navios adaptados para o transporte de contêineres. Com isso se tronou um dos pioneiros no transporte intermodal de cargas.

Porém com a chegada da Segunda Guerra Mundial (1939 -1945), suas tentativas foram prejudicadas. A primeira experiência na área internacional, aconteceu em 1966, quando McLean enviou um navio com seus contêineres para o maior porto da época, Roterdã, nos Países Baixos. O desembarque ocorreu com um guindaste criado pelo próprio McLean, já que os estivadores não tinham experiência com este tipo de transporte. Essa nova maneira de movimentação de cargas agilizou e diminuiu os custos de embarque e desembarque, além de evitar quebras, deteriorações e desvios de mercadoria, o que acontecia frequentemente.

Atualmente, o padrão de tamanho de um contêiner adotado é de 20 ou 40 pés. Existem diversas configurações de contêiner, que variam conforme as cargas em seu interior. Entre eles, está o dry box (tradicional), o open top (aberto na parte superior), os refrigerados (Reefer), os High Cube (um pouco mais altos), os tanques e os configurados para levar carros e animais.

No Porto de Santos, as operações deste tipo começaram na década de 60. Mas foi em 1980 que a atividade foi impulsionada, com inauguração do Terminal de Contêineres (Tecon), na Margem Esquerda (Guarujá). Atualmente, o complexo santista conta com outros cinco terminais especializados – os da Libra Terminais, o Ecoporto, o da Rodrimar, o da Brasil Terminal Portuário (BTP) e o da Embraport. In “A Tribuna” - Brasil

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CPLP – VI Conferência de Estatística







Durante esta Conferência o INE de Angola passou o testemunho da Presidência, rotativa, do Órgão, que vem exercendo desde 2012, para o INE da República de Timor Leste.

Decorreu em Dili, de 08 a 10 de Junho de 2015, a VI Conferência de Estatística da CPLP e Reunião dos Presidentes e Directores Gerais dos INE’s da CPLP. Estiverem presentes nesse encontro o Director Geral da Estatística do Timor Leste e de S. Tomé e os Presidentes dos INE ‘s de Angola, Cabo Verde, Moçambique e Portugal.



No dia 08 de Junho, a convite do DG de Timor as delegações da VI Conferência participarem no seminário promovido pela G7+ (Organização Intergovernamental de Países Afectados por Conflitos), intitulada “International Seminar ofthe Post 2015 MDGs and Data Revolution in the Contexto f the Development Goals (SDGS). A abertura oficial deste seminário coube ao Vice Ministro das Finanças de Timor Leste, e intervieram também na sessão a Sra. Ex. Ministra das Finanças de Timor Leste e o Sr. DG da Estatística do Timor Leste. O objectivo deste encontro foi debruçar sobre o ODS 16, particularmente analisar os desafios de como desenvolver acções sustentáveis em estados frágeis. O Presidente do INE de Cabo Verde foi convidado a fazer uma apresentação sobre o Grupo Praia em Estatística da Governança devido ao facto deste grupo apoiar o processo dos ODS 16. Na sua apresentação o Presidente do INE CV debruçou sobre os três projectos em que o INECV trabalha (nacional- instituições da Justiça; regional- SHASA GPS; global- Grupo Praia), o processo de criação de grupo Praia, os seus objectivos e actividades desenvolvidas e a desenvolver.

Em simultâneo a esse seminário, decorreu no período da tarde, o encontro dos Responsáveis da Cooperação dos INE’s da CPLP. O objectivo do encontro foi a partilha de experiencias entre os responsáveis desse serviço, especificamente no fomento a partilha de boas práticas e perspectivas; na partilha de informação acerca de acontecimentos relevantes da actividade estatística nacional; na possibilidade de estruturação de planos de acção comuns, baseados na reciprocidade e nos benefícios mútuos e promoção da especialização funcional em INEs sem Serviço Internacional específico.



A Reunião dos Presidentes e Directores Gerais dos INE’s da CPLP decorreu de 09 a 10 de Junho, e a abertura oficial foi feita pela Ex. Ministra das Finanças, a Sra. Emília Pires, e o DG do Timor Leste, Sr. António Freitas deu as boas-vindas aos participantes. O lema dessa reunião foi “ Juntos Desenvolvemos os Países da CPLP através da Utilização de Dados Estatísticos”

Durante esses dois dias tiveram varias sessões de trabalho e em cada sessão vários temas foram apresentados, a saber:

- Estatística como Suporte a Decisão- dentro dessa sessão foram apresentados os seguintes temas: “MPI/ Multidimensional Poverty Index”, pela Dra. Beariz Godoy, representante do Banco Mundial em Timor; “Dados Empresariais como contributo para as contas nacionais apresentada pela Dr. Darriam Collins, da Australian Bureau os Statistic; Dados Demográficos e Apoio da Agencia UNFPA para as Contas Nacionais” foi apresentado pelo Dr. Christophe Letranc, da Regional Office Bangkok/ Thailand.

- Na Agenda pós 2015 houve duas apresentações importantes a da representante da G7+, Sra Francesca Bomboko, e a do Presidente do INE de Cabo Verde, Sr. António Duarte, onde debruçaram sobre a importância da estatística na Agenda pós 2015 e o contributo do Grupo Praia para o ODS 16. Para além disso, o Presidente do INECV expôs sobre a Data Revolution, ou seja, sobre os seus componentes quais sejam a literacia estatísticas, o Big Data  e o uso das novas tecnologias na recolha dos dados. Esse tema suscitou grande debate devido ao conceito Big Data que para muitos ainda não é claro.

No dia 10 de Junho, a sessão de trabalho foi iniciado com a apresentação e aprovação da ordem de trabalho e Acta da Reunião anterior, que teve lugar em 2012, em Luanda, pelo Presidente Cessante, Dr. Camilo Ceita.

Nesse dia foram apresentados e debatidos vários temas a saber: o Balanço do Programa da Capacitação dos Palops e Timor Leste, Publicação Estatística da CPLP e o Projecto Estatísticas das Migrações, pelo INE de Portugal; Ronda dos Censos da População e Habitação, exposto por todos os países; Prioridade da Actividade Estatística dos INE’s da CPLP para 2015, onde cada país apresentou as suas prioridades para o ano em curso.

É de salientar que nas recomendações e conclusões, a VI Conferencia da CPLP congratulou o INE de Cabo Verde pelo prémio “Special Achievement in GIS Award Notification” que lhe foi atribuído pela ESRI (Environmental System Research Institute), de entre cerca de cem mil instituições avaliadas; e também apoiou o INECV pela iniciativa em liderar o “Grupo Praia em Estatísticas de Governança”. Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde – Cabo Verde



Brasil - Afirma a sua influência em todo o Atlântico

Depois de anos consolidando acordos de segurança na América Latina e no Caribe, o Brasil começa a olhar para mais longe, confirmando a sua influência do outro lado do Atlântico. Tudo começou silenciosamente, com o país proporcionando assistência técnica em ciência, tecnologia e desenvolvimento profissional a diversos países do continente africano.

Ao longo da última década, porém, as iniciativas de soft power somaram-se a um aumento dramático na cooperação militar com a África, com a realização de exercícios navais conjuntos, transferência de treinamento militar e armamentos, e a criação de postos avançados em portos localizados em toda a costa oeste do continente. Hoje, a postura oficial da Defesa brasileira tem um alcance ainda maior, com capacidade de projeção de poder indo da Antártida à África.

As parcerias transatlânticas estabelecidas pelo Brasil são o resultado de uma ambição antiga. Em 1986, junto com Argentina, Uruguai e 21 países africanos, o Brasil propôs a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul. O objetivo não declarado era, assim como agora, minimizar a interferência externa na região, especialmente da OTAN.

O desejo de manter “estrangeiros” longe do Atlântico Sul é motivado, em grande parte, por interesses comerciais. O Brasil, em particular, quer proteger seus recursos naturais na costa e em offshore, que a Marinha do Brasil chama de Amazônia Azul. Esta área abriga extensas reservas de petróleo e gás, bem como concessões de pesca e de mineração dentro e fora de suas atuais fronteiras marítimas.

Para os líderes brasileiros, preservar a influência sobre a Amazônia Azul é uma questão de segurança nacional e de soberania. O programa PROMAR, da Marinha do Brasil, promove campanhas de conscientização pública que exaltam a importância econômica, ambiental e científica do Atlântico Sul.

Para proteger as fronteiras da Amazônia Azul, o Brasil está requerendo na Comissão da ONU sobre os Limites da Plataforma Continental a extensão de sua zona econômica exclusiva, área que se estende a 200 milhas náuticas da costa, em que um país tem direitos especiais de exploração e utilização dos recursos marinhos.

Para embasar a demanda, o Brasil está criando um sofisticado sistema de vigilância e monitoramento da Amazônia Azul. O chamado Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul pretende digitalizar mais de 4.600 milhas de costa para navios militares e comerciais estrangeiros através de uma combinação de satélites, radares, drones, navios de guerra e submarinos.

Em janeiro, o país escolheu três finalistas para desenvolver o projeto de 4 bilhões de dólares: um consórcio liderado pelo conglomerado aeroespacial Embraer, outro liderado pela empresa multinacional de construção Odebrecht, e um terceiro pelo jovem grupo Orbital Engenharia. O exército brasileiro também está construindo um sistema multibilionário para monitoramento e vigilância das fronteiras. Os dois programas podem, eventualmente, ser integrados.

Fonte: Foreign Affairs


Rumo à África

Na África, a influência do Brasil vai muito além dos seis países de língua portuguesa do continente. As trocas comerciais totais com países africanos pularam de cerca de 4,3 bilhões dólares, em 2000, para 28,5 bilhões de dólares em 2013. Não surpreende que os acordos de segurança entre o Brasil e a África sejam motivados, em grande medida, pelo desejo de expandir oportunidades de negócios para empresas brasileiras de defesa.

Em 1994, por exemplo, o Brasil assinou um acordo de cooperação de defesa com a Namíbia; hoje, o Brasil é o principal fornecedor e parceiro de treinamentos da Marinha da Namíbia. Em 2001, o Brasil garantiu sua presença na África Meridional ao abrir uma missão naval em Walvis Bay, o maior porto comercial e único porto de águas profundas da Namíbia.

A Namíbia foi só a primeira. O Brasil também assinou acordos de cooperação de defesa com Cabo Verde (1994), África do Sul (2003), Guiné-Bissau (2006), Moçambique (2009), Nigéria (2010), Senegal (2010), Angola (2010), e Guiné Equatorial (2010 e 2013). Após exercícios conjuntos com a Marinha de Benin, Cabo Verde, Nigéria e São Tomé e Príncipe, em 2012, e exercícios adicionais com Angola, Mauritânia, Namíbia e Senegal, no ano seguinte o Brasil implantou outra missão naval brasileira, em Cabo Verde.

Enquanto isso, está atualmente em revisão um acordo de cooperação de defesa com o Mali, e o Ministério da Defesa do Brasil anunciou ter planos de criar ainda este ano uma terceira missão naval, em São Tomé e Príncipe.

O Brasil também está fornecendo à África treinamento militar, aéreo, e naval. Entre 2003 e 2013, a Escola Naval e a Escola de Guerra Naval treinaram cerca de dois mil oficiais militares da Namíbia. A Força Aérea Brasileira tem dado suporte a pilotos de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. E desde 2009, a Agência Brasileira de Cooperação tem uma parceria com o Ministério da Defesa, com orçamento aproximado de 3,2 milhões de dólares entre 2009 e 2013, para programas de formação de militares africanos.

A enxurrada de acordos de cooperação é um forte estímulo para os empresários do setor de defesa brasileiros fazerem negócios na África. Empresas públicas e privadas estão fazendo fila pelas oportunidades, assim como organizações de comércio como a Associação Brasileira de Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, Comdefesa, e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Os fabricantes brasileiros de armas redobraram esforços para alinhar o desenvolvimento de armas e canais de produção de tecnologia com a demanda africana. A Embraer, por exemplo, intermediou vários acordos para vender suas aeronaves Super Tucano A-29, além de programas de treinamento e assistência técnica. A empresa assinou contratos com Angola, Burkina Faso e Mauritânia no valor de mais de 180 milhões de dólares no total.

Da mesma forma, Gana, Mali e Senegal assinaram acordos de compra ou manifestaram a intenção de comprar Super Tucanos da Embraer. Estes acordos são insignificantes se comparados aos feitos pela empresa com Estados Unidos, Suécia, e Emirados Árabes Unidos, mas eles são significativos uma vez que eles representam um aprofundamento das relações com o Brasil.

O Brasil também está faturando em feiras internacionais de armamentos, e alguns de seus principais clientes estão na África. O país exportou mais de 70 milhões de dólares em armas de pequeno porte e munição para 28 países africanos entre 2000 e 2013, de acordo com os últimos dados disponíveis da ONU. A Argélia encabeça a lista de clientes de armas de pequeno porte e munição made in Brasil, com gastos de mais de 23 milhões de dólares. Depois da Argélia vêm Botswana, África do Sul, Quênia e Angola.

Feiras de armas representam oportunidades importantes para o Brasil aprofundar a cooperação Sul-Sul com a África. Na edição de 2013 da LAAD (Latin America Aerospace and Defense Fair), a maior da região, ao longo de três dias, o ministro da Defesa do Brasil reuniu-se com 14 ministros ou vice-ministros de países africanos e latino-americanos. Tais fatos confirmam que o Brasil está endurecendo seu soft power no Atlântico Sul. Neste processo, sua movimentação na África sinaliza que o Brasil tem hoje um papel relevante no cenário mundial. Nathan Thompson e Robert Muggah – Estados Unidos da América in “Foreign Affairs”. Tradução de Clarisse Meireles in “Carta Maior”

Guiné-Bissau – Empresa de pesca chinesa vai iniciar actividade

Bissau - O embaixador da China na Guiné-Bissau, Wuang Hua anunciou no passado domingo, 21 de Junho de 2015, em Bissau que o seu governo vai investir 10 milhões de dólares para melhorar o abastecimento do mercado doméstico guineense em pescado.

O gesto do executivo chinês, segundo o embaixador visa acabar com a escassez de pescado que, nos últimos tempos, se faz sentir no mercado interno da Guiné-Bissau.

Para a materialização deste projecto, o embaixador da China anunciou que, em breve, uma nova empresa de pesca chinesa irá abrir as suas portas em Bissau, dando emprego directo a 400 pessoas.

“Trata-se de uma moderna empresa de pesca chinesa que passará a processar as capturas da pesca artesanal e estabelecer uma rede de comercialização no mercado interno do país, particularmente nas províncias do interior”, sublinhou o diplomata chinês.

O embaixador revelou que o seu país pretende transformar a Guiné-Bissau em celeiro de arroz e torná-la numa nação que exporta este cereal.

Neste quadro, um grupo de 30 jovens e técnicos ligados à agricultura parte na próxima semana para a China, onde irão beneficiar de formação sobre técnicas de produção de arroz.

De acordo com Huang Wua, trata-se de um curso especial organizado pelo governo chinês em colaboração com o Ministério da Agricultura e a presidência da República Guineense.

O diplomata chinês esclareceu que a construção de um palácio da Comunicação Social, que tanto se fala no país, está dependente da decisão do governo guineense e reiterou a “habitual” disponibilidade do seu país em prestar apoios à Guiné-Bissau. In “Agência de Notícias da Guiné – Guiné-Bissau