Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Macau – Instituto Politécnico quer lançar curso de Ensino de Português

O Instituto Politécnico pretende aprofundar ainda mais o seu papel na plataforma de Macau entre a China e os Países Lusófonos, através do lançamento de uma nova licenciatura em Ensino de Português. Este curso, garante o presidente da instituição, possibilitará resolver o problema da formação de quadros “pela raiz”, pois visa formar professores

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) prepara-se para alargar o leque da oferta pedagógica com um novo curso de Português com vertente de ensino.

“Na construção da plataforma de Macau entre a China e os países de língua portuguesa, consideramos que a formação de professores é resolver o problema pela raiz”, afirmou Lei Heong Iok, presidente do IPM, ao Jornal Tribuna de Macau.

Recordando que a instituição tem o curso mais antigo no território na área de Tradução e Interpretação, bem como as licenciaturas de Relações Comerciais China-Países Lusófonos e de Ensino de Língua Chinesa como Língua Estrangeira, Lei Heong Iok sublinhou que mesmo assim faltava o elemento “mais fundamental”.

“O mais importante e vital é a formação de professores de Português, não só para assegurar o futuro do ensino, mas também para colmatar as lacunas [da plataforma] pela raiz”, declarou o presidente do IPM.

Para Lei Heong Iok, que vive no território desde o período anterior à transferência de soberania, a falta de docentes de Português é uma “lacuna” que vem desde aí. “Sem docentes como é que se assegura o ensino de Português, não só em termos quantitativos, mas também qualitativos?”, indagou o responsável.

“Este é o sonho do IPM: formar docentes de Português. E, agora, o IPM tem uma equipa liderada pelo professor Luciano Almeida que, em conjunto com o professor Carlos André, preparou uma licenciatura de Língua Portuguesa para ensino”, avançou.

De acordo com o presidente do IPM, a proposta da licenciatura está pronta, restando agora submetê-la à aprovação do Governo da RAEM. Lei Heong Iok sublinha ainda que o curso já recebeu pareceres favoráveis de Portugal. “Para leccionar Português temos naturalmente de auscultar as opiniões e orientações de universidades portuguesas, como a Universidade de Lisboa”, explicou.

Ao Jornal Tribuna de Macau, Carlos André, director do Centro Pedagógico e Científico de Português do IPM, garantiu que o projecto está finalizado e tem muito potencial. “Não temos noção do tipo de crescimento que o Português vai ter na China, mas está a crescer muito. Só tenho sinal de uma universidade que hesita em manter o Português, porque não foi suficientemente vantajoso, mas pelo contrário, constantemente universidades pedem ajuda para desenvolver o curso”, afirmou, acrescentando que o Ministério da Educação chinês aprovou recentemente outro curso de Português na Universidade Normal de Hebei.

Sublinhando que anualmente surgem dois ou três de Português, Carlos André questiona: Quem vai dar aulas nesses cursos? “Até agora os professores que leccionam nesses cursos não têm formação de ensino”, disse, referindo que os docentes actuais apenas possuem formação de língua.

Além das necessidades de docentes nas instituições que fazem parte do sistema nacional de educação, existem outras situações em que o ensino de Português “não está rastreado”, mas apresenta as mesmas necessidades de quadros qualificados. “Soube de ensino de Português numa escola de línguas privada que prepara trabalhadores chineses para ir para os países lusófonos e outra antiga aluna que criou um sítio de ensino de Português. Se há uma escola podem haver muitas mais e todas precisam de professores que não estão a ser formados por ninguém”, frisou. Liane Ferreira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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