Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Internacional - Portuguesas premiadas na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia

Francisca Ribeiro da Costa e Milena Pereira, alunas do Agrupamento de Escolas D. Maria II, de Braga, conquistaram uma menção honrosa durante a Mostratec - Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia

O projeto ‘Sistema Activo de Bio Controlo e Eliminação da Vespa Velutina’, desenvolvido pelas duas alunas, valeu-lhes uma menção honrosa durante a Mostratec, que se realizou de 24 até dia 28 de Outubro, em Novo Hamburgo, no Brasil. Trata-se da maior Feira de Ciências da América Latina, que este ano reuniu cerca de 900 projetos dos quais 650 referentes ao ensino básico e secundário.

Este trabalho já se tinha destacado na 10.ª Mostra Nacional de Ciência, promovida pela Fundação da Juventude, no passado mês de maio. O projeto nacional “criou um inovador e eficaz sistema de captura e eliminação das vespas velutinas, de forma a impedir a propagação da espécie e controlar os desequilíbrios que provocam no ecossistema”.

“Trata-se de mais um reconhecimento para Portugal e para a Educação em Ciência que se faz no nosso país”, revela Ricardo Carvalho, presidente Executivo da Fundação da Juventude. Também para João Vieira, professor orientador do projeto, foi um orgulho e uma experiência enriquecedora pelo facto de permitir, também, “o contacto com professores de muitas partes do mundo, bem como uma enorme oportunidade para perceber a Ciência o que se faz nas escolas dos vários países representados”.

Para Francisca Ribeiro da Costa e Milena Pereira, o sentimento de orgulho também foi enorme assim como, “uma experiência de partilha inesquecível com os restantes alunos presentes, nesta que é uma das maiores feiras mundiais”. Fernanda Pedro – Portugal in “Jornal Económico”

domingo, 30 de outubro de 2016

Amor novo

Luís Rego


















Vamos aprender português, cantando


És a flor que já caiu
deixa que sequem as mágoas
vê como correm as águas
deixa fugir quem fugiu

Viver é saber da vida
o mesmo que sabe o mar
vai-se uma onda perdida
outra onda a enrolar

Vai e volta, volta e vem
amor novo quem o tem
só não vive quem morrer
amor novo, quem o quer?

Velho amor, amor sem graça
velho amor já nada é
mas a onda quando passa
dá onda nova à maré

Mar que acaba e principia
é trazer amor nas veias
praia de maré vazia
cansaço de maré cheia

Vai e volta, volta e vem
amor novo quem o tem
só não vive quem morrer
amor novo, quem o quer?

Saudade poema usado
de quadra tão repetida
enterra a dor esquece o fado
das novas rimas da vida

Já cantou a cotovia
hoje canta o rouxinol
só a nota é que varia
foge a Lua e vem o Sol

Vai e volta, volta e vem
amor novo quem o tem
só não vive quem morrer
amor novo, quem o quer?

Luís Rego – Portugal

Letra: Maria Flávia

Versão Wendy Nazaré

sábado, 29 de outubro de 2016

Namíbia – Exploração de diamantes no fundo do mar

O Wall Street Journal divulgou uma operação de prospecção submarina de diamantes ao largo da Namíbia, que apelida de “remota e secreta”, designada Debmarine Namibia, resultante de uma parceria entre a De Beers, uma unidade da Anglo American, e o Governo da Namíbia.

De acordo com o jornal, apesar do avultado investimento, a operação é altamente lucrativa, na medida em que permite extrair alguns dos diamantes mais valiosos do mundo. Cada quilate vale, em média, cerca de 600 dólares, contra 250 dólares dos diamantes da mina de Jwaneng, no Botswana, igualmente explorada pela De Beers.

Ainda segundo o jornal, até agora, as operações de prospecção marinha da De Beers na Namíbia produziram 16 milhões de quilates, contra 62 milhões em terra, mas a Debmarine considera que existe no mar tanto para explorar como em terra.

Considerando que o projecto tem uma licença para explorar 2.300 milhas quadradas de água, que se acredita que pelo menos um quarto dessa área tem diamantes e que até agora só foram explorados 3%, a prospecção deve demorar, no mínimo, 50 anos, refere o jornal, citando Jan Nel, Gestor de Operações da Debmarine.

Embora responsáveis pelo projecto considerem que o impacte ambiental da operação é reduzido, se comparado com a prospecção em terra, que os fundos marinhos explorados recuperam e que não são utilizados químicos, há quem duvide desta opinião, sobretudo, quando está em causa a exploração de um ecossistema pouco conhecido. “Sabemos mais sobre a lua do que sobre o fundo do oceano”, considera Emily Jeffers, advogada do Center for Biological Diversity, citada pelo jornal. In “Jornal Economia do Mar” - Portugal

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

UCCLA - Promove formação na Ilha de Moçambique

No âmbito do Cluster da Cooperação Portuguesa da Ilha de Moçambique, o técnico da UCCLA, Carlos Brito, irá estar, a partir de hoje, 28 de outubro até ao próximo dia 1 de dezembro, na Ilha de Moçambique, com vista à formação de quadros municipais da área urbana.

A formação em autocad será dada a 6 formandos das áreas dos serviços urbanos do município e de outras instituições locais.

No âmbito da visita do técnico serão feitos, ainda, os seguintes levantamentos:

- levantamento arquitetónico da área definida como requalificação do espaço público na parte insular;

- levantamento de elementos ambientais e habitacionais a manter no processo de conceção do projeto de urbanismo na zona continental.

Estas atividades decorrem no âmbito da 2.ª fase do Cluster da Cooperação Portuguesa da Ilha de Moçambique - Componente 1 - UCCLA: Projeto de Apoio Institucional e Desenvolvimento do Município da Ilha de Moçambique, Eixo 2 - Urbanismo. Entidades executoras: UCCLA em parceira com o Conselho Municipal da cidade da Ilha de Moçambique, Conselho Municipal de Maputo e Câmara Municipal de Lisboa. Financiamento: Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.

De referir que a 2.ª fase centra-se em 4 componentes de intervenção:

Componente 1: Apoio Institucional e Desenvolvimento do Município da Ilha de Moçambique - UCCLA - e que tem 5 eixos de atividade: Eixo 1 - Apoio aos Órgãos Municipais; Eixo 2 - Urbanismo; Eixo 3 - Salubridade Ambiental; Eixo 4 - Educação; Eixo 5 - Promoção do Turismo.

Componente 2: Upgrade Educativo e Formativo da Escola Profissional da Ilha de Moçambique (EPIM);

Componente 3: Promoção e desenvolvimento do ensino pré-escolar no distrito da Ilha de Moçambique;

Componente 4: Apoio Institucional ao Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM). UCCLA

Portugal – A ciência em oposição à ignorância

Roubo de peixe em Olhão põe em risco anos de trabalho em investigação



Quanto é que vale um linguado reprodutor? “Não tem preço”, diz o director da Estação-Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO), Pedro Pousão Ferreira, lamentando a perda de dois linguados e mais dois ou três que ficaram feridos, na sequência de um ataque à forquilha sofrido pelos animais. “Perderam-se dois a cinco anos de estudos científicos”, diz o biólogo, acrescentando que os exemplares foram seleccionados, durante anos, para garantir o apuramento e multiplicação da espécie. Os peixes, avisa, poderiam não estar capazes para consumo.

Embora a estação esteja protegida por videovigilância, não há imagens que possam identificar o autor do crime. O forasteiro, encapuzado, entrou nas instalações na noite do dia 12 de Outubro, sem deixar vestígios que levassem, por enquanto, ao apuramento de responsabilidades. De um dos tanques, situado no exterior do edifício, com a ajuda de uma forquilha de pesca à fisga, retirou os linguados e saiu com a pescaria debaixo do braço. O segurança respondeu ao toque do alarme, mas não chegou a tempo de evitar o furto.

Não é a primeira fez que sucede uma situação destas. “Um reprodutor não é um linguado qualquer”, lembra o investigador, sublinhando que a importância deste acto vai muito para além do valor do peixe no mercado. “Causou uma grande perturbação em todo o trabalho subsequente”, enfatiza. Os animais, até chegar a altura de pôr ovos, ficam três a cinco anos em cativeiro. Uma vez cumprida a função científica, os peixes entram na cadeia alimentar.

Primeiro, passam por um jejum (como mandam as regras de segurança), a seguir acabam no prato. Esta semana foram oferecidas cerca de 1,5 toneladas de corvinas ao Banco Alimentar. “Somos financiados com dinheiro público, temos responsabilidade para com a comunidade.” O perigo de roubo está quase sempre presente. Há três dias, por exemplo, um dos tanques onde se encontravam as corvinas foi alvo de assalto. Porém, quando foi destruído o holofote que iluminava os peixes, disparou o alarme e o furto ficou-se pela tentativa.

Na passado mês de Fevereiro, mais um roubo foi participado às autoridades. Meia dúzia de robalos e linguados, embora marcados com um chip, desapareceram da estação experimental. Pedro Pousão Ferreira presume que os animais possam ter sido vendidos para um dos restaurantes da zona. “Mas os peixes podem não estar próprios para consumo”, sublinha o investigador, lembrando que muitas das vezes são submetidos a antibióticos ou desparasitantes, ficando vestígios do tratamento.

Se não forem respeitados os intervalos de segurança, justifica, há o risco de os “restos de químicos” chegarem até ao consumidor.

Da lista dos furtos, geralmente de pequeno volume, o director da EPPO recorda uma situação ocorrida há cinco anos. Corvinas, com mais de 20 quilos, estavam a ser comercializados no mercado de Tavira, quando lá chegou a ASAE. Foi o “chip”, de vidro, colocado no dorso do animal, que permitiu a sua localização. “O senhor que as comprou tinha factura, passada por um armazenista de Olhão que, por sua vez, comprara a alguém que se terá apresentado como pescador.”

A raridade da sardinha

A estação-piloto, com 2300 metros quadrados de área coberta, beneficia do facto de estar localizada à beira da ria Formosa, no meio de uma comunidade piscatória com tradições e conhecimentos ancestrais. A investigação desenvolve-se a diferentes níveis: maternidade, engorda e ainda uma jaula oceânica ao largo da ilha da Armona. O campo experimental prolonga-se pela zona lagunar numa área de sete hectares. Aos ensaios com robalos, linguados, corvinas e sargos junta-se agora a sardinha. “Comem que se farta”, comenta Pedro Pousão Ferreira, quando alimenta os juvenis. O projecto de investigação sobre esta espécie, que já não chega para a procura, vai ser desenvolvido no próximo ano. Idálio Revez – Portugal in “Jornal Público” irevez@publico.pt

Espanha - Combustível a partir de águas residuais

A Seat e a empresa espanhola Aqualia são, a partir deste mês, parceiros no projeto SMART Green Gas, que tem como objetivo a obtenção de biocombustivel renovável a partir de águas residuais, para veículos a gás natural comprimido (GNC).

O projeto terá a duração de cinco anos, tendo arrancado agora a fase de testes na unidade de tratamento de águas residuais de jerez, usando duas unidades do modelo Leon para aferir a viabilidade da solução, desde a obtenção à utilização do combustível. «Com este projeto de desenvolvimento e de colaboração com a Aqualia, a Seat torna-se a primeira marca do setor automóvel do país a utilizar biometano obtido a partir de águas residuais», explica o vice-presidente para a Investigação e Desenvolvimento da Seat, Dr. Matthias Rabe. O mesmo interlocutor acrescentou: «urna depuradora de águas residuais de tamanho médio, por exemplo, pode produzir mais de 1000 m3 deste biogás por dia, quantidade para que 300 veículos possam percorrer mais de 15.000 km por ano». In “Auto Foco” - Portugal

Moçambique - “Liberdade de Expressão em Tempos de Violência: Soluções para os Jovens”

A Universidade Politécnica acolheu na passada terça-feira, 25 de Outubro de 2016, uma palestra subordinada ao tema “Liberdade de Expressão em Tempos de Violência: Soluções para os Jovens”, que tinha como objectivo promover a liberdade de expressão, de pensamento e de opinião, para além de contribuir para o fortalecimento do diálogo na solução de questões relacionadas com a violência contra jovens, mulheres, crianças e outros grupos vulneráveis, e fortalecer a democracia através do debate de ideias e do envolvimento dos estudantes no debate sobre a agenda nacional do desenvolvimento.

Na ocasião, Hachimo Chagane, representante da Universidade Politécnica, organizadora da palestra, referiu que vários factores podem explicar a falta ou o medo do exercício da liberdade de expressão por parte do indivíduo, dentre os quais a família e a escola, primeira e segunda instituições de socialização, respectivamente.

“Se eu não tenho espaço para exercer a minha liberdade de expressão na família dificilmente conseguirei fazê-lo na sociedade”, disse Hachimo Chagane, que defende que um indivíduo com a auto-estima mal preparada na família certamente perderá segurança e confiança em si próprio. “Mesmo que tenha algo para dizer terá dificuldades para o fazer. Isso abre espaço para que reine a cultura do silêncio”.

Sobre o papel da escola, o representante da Universidade Politécnica é da opinião de que esta deve voltar a ser o local onde o aluno aprende a exercer os seus direitos. “A escola, hoje, tem professores desmotivados, alunos desinteressados, pais distraídos e a sociedade está indiferente a tudo isso”.

Por seu turno, Cármen Bila, do Parlamento Juvenil, disse ser necessário que os cidadãos conheçam e entendam o significado da liberdade de expressão, pois só assim é que poderão saber accionar os mecanismos ou instâncias competentes, tais como a polícia, a procuradoria e os tribunais, sempre que esta for violada.

Mais adiante, Cármen Bila afirmou que os mecanismos de protecção dos direitos em Moçambique são ineficazes, por isso “optamos pelo conformismo e pelo criticismo. Temos muitas leis mas não são respeitadas ou aplicadas. E os cidadãos têm medo de exercer o seu direito à liberdade de expressão por temer represálias, a censura, etc. Acabamos por optar por mecanismos não apropriados, como é o recurso à imprensa”, acrescentou Cármen Bila.

Já a representante da Associação Wansati Pfuka, Felicidade Chirindza, considerou que, para o exercício pleno da liberdade de expressão, as pessoas devem ter habilidades para escutar e analisar.

“Não basta conhecer os seus direitos e liberdades. As pessoas têm de aceitar e saber que a diferença é boa e necessária. Têm de saber acolher um ao outro e isso não se consegue através da força ou coerção, mas sim com base no diálogo”, concluiu. In “Olá Moçambique” - Moçambique

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

China - A cooperação com os países de língua portuguesa subiu para um novo nível

A 5ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) realizou-se, com assinalado sucesso, entre os dias 11 e 12 de outubro, em Macau.

Dos principais eventos constaram a cerimónia de abertura, o lançamento do projeto do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a Conferência Ministerial e a Conferência dos Empresários e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Na cerimónia de abertura destacou-se a presença do primeiro-ministro da República Popular da China, Li Keqiang, que na sua intervenção proferiu um discurso temático, no qual apresentou o novo enquadramento para a promoção da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, tendo ainda. aproveitado a ocasião para enaltecer a contribuição da RAEM, através do seu papel da plataforma, na concretização bem-sucedida da estratégia nacional de "Um país, dois sistemas". Li Keqiang anunciou, em nome do Governo da China, 18 novas medidas para a promoção da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa em cinco áreas de destaque: cooperação da capacidade produtiva, cooperação para o desenvolvimento, cooperação humana e cultural, cooperação no domínio do mar e o papel de Macau como plataforma.

O primeiro-ministro de Portugal e os dirigentes dos países participantes presentes na Conferência Ministerial deixaram palavras de grande apreço pelos excelentes resultados já verificados no domínio da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, sublinharam o desejo de dar ainda um maior destaque ao mecanismo do Fórum de Macau, elevando o nível de cooperação para um novo patamar unindo esforços para a construção conjunta da plataforma de Macau.

Na Conferência Ministerial, as partes dos países participantes assinaram o "Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial (2017-2019)" e o "Memorando de Entendimento sobre a Promoção da Cooperação da Capacidade Produtiva". O plano de ação tem como principal referência a iniciativa "Uma faixa, uma rota", visando alargar as áreas e aumentar o nível de cooperação entre as partes. O referido Memorando de Entendimento incorpora seis aspetos no âmbito da cooperação da capacidade produtiva entre a China e os países de língua portuguesa participantes no Fórum de Macau.

A Conferência Ministerial procurou valorizar ao mais alto nível a construção da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa de Macau, confirmando o apoio a Macau utilizando as suas vantagens singulares para a sua contribuição na afirmação do princípio de "Um país, dois sistemas", elevando cada vez mais o seu papel central na cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

As medidas anunciadas e os resultados obtidos nesta conferência foram reconhecidos e apreciados pelos países de língua portuguesa. Os participantes consideraram, de forma unânime, que o Fórum de Macau abre portas.de cooperação, perspetivando-se que os resultados desta conferência irão elevar o nível de cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa e fomentar o desenvolvimento e a prosperidade comum. Os países participantes ainda afirmaram o seu empenho em aprofundar a sua própria contribuição no mecanismo do Fórum de Macau, comprometendo-se em fazer o melhor acompanhamento para a concretização das metas e objetivos acordados durante a conferência, elevar o nível para um novo patamar e a contribuição de Macau como plataforma, assim como continuar a aprofundar a integração das relações económicas e comerciais bilaterais e multilaterais.

Atualmente, as relações sino-portuguesas estão no melhor período da História.  As relações económicas e comerciais bilaterais estão maduras e estáveis. O comércio bilateral cresceu de forma constante e o investimento da China em Portugal continua a expandir-se, alargando as áreas de cooperação. A cooperação trilateral tem sucessos notáveis. No futuro, vamos trabalhar em conjunto com todos os setores de Portugal a fim de implementar ativamente a 5ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, expandir ainda mais a cooperação bilateral entre a China e Portugal, e promover a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa para um novo nível. Xu Weili – China in “Jornal de Negócios”

Xu Weili - Conselheira Económica e Comercial da Embaixada da China em Portugal

Internacional - Instalações de energia renovável superam em 2015 o carvão enquanto maior fonte de produção de energia

A Agência Internacional de Energia (AIE) revelou em relatório na passada terça-feira, 25 de Outubro, que a energia oriunda de fontes renováveis subiu no ano passado para o valor recorde de 153 gigawatts, o equivalente a 55% de toda a capacidade instalada no ano passado, superando pela primeira vez a capacidade de produção através de carvão.

"Estamos a testemunhar uma transformação nos mercados globais de energia graças às energias renováveis", afirma Fatih Birol, director-executivo da AIE, citado pela Bloomberg.

De acordo com o mesmo relatório, a adopção de novas fontes de energia ocorreu antes do acordo entre governos assinado em Paris no passado mês de Dezembro para reduzir as emissões de dióxido de carbono.

Prevê-se ainda que as energias renováveis atinjam o crescimento mais rápido nos próximos cinco anos, levando a agência a elevar as suas previsões de incorporação destas fontes alternativas. Por volta de 2021, espera-se que as fontes renováveis ultrapassem os 7600 terawatts/hora, o equivalente para sustentar actualmente as necessidades de consumo dos Estados Unidos e a União Europeia juntos.

Entre os vários factores responsáveis pela evolução, a agência sublinha o papel da crescente concorrência, do maior apoio político em mercados específicos e as melhorias tecnológicas.

A par do crescimento da utilização destas novas energias, a AIE antevê também uma redução dos custos associados a painéis solares e turbinas eólicas.

O relatório destaca quatro países a encabeçar os avanços na adopção de novas fontes de energia. A China foi responsável por 40% do aumento de capacidade energética renovável, com a instalação de duas turbinas eólicas por hora em 2015.

Nos EUA, destacam-se os apoios públicos à indústria com a extensão de crédito fiscal para o investimento em energia eólica, enquanto na Índia se espera um crescimento em oito vezes do aproveitamento da energia solar, atingindo os 76 gigawatts. O primeiro-ministro indiano Narendra Modi já prevê uma capacidade de 175 gigawatts em 2022, acima dos actuais 45 gigawatts.

O México prevê quase duplicar a sua capacidade energética renovável em 2021. O país regista um dos preços mais baixos por energia solar e eólica.

Já na União Europeia, o relatório prevê um abrandamento na produção de energia. Espera-se um crescimento de 21% a médio prazo, abaixo dos 62% registados nos últimos seis anos. Entre factores comprometedores do crescimento, a AIE aponta para o Brexit, as medidas alemãs para reduzir os custos de electricidade renovável aos consumidores e as limitações na Polónia à produção de energia solar e eólica. In “Jornal de Negócios” - Portugal

Portugal – Hotel Vila Galé Elvas vai nascer no antigo Convento de São Paulo

No centro histórico da cidade alentejana, no antigo Convento de São Paulo, que depois da extinção das ordens religiosas se tornou tribunal militar, vai nascer um novo hotel: o Vila Galé Elvas. O projeto foi apresentado na sexta-feira, pelo presidente da administração do grupo hoteleiro, Jorge Rebelo de Almeida, na Câmara Municipal da região, onde se deu a assinatura do contrato de exploração. O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho estiveram presentes.

“Esta é uma daquelas circunstâncias em que me sinto muito feliz por ser português”, começou por dizer Jorge Rebelo de Almeida, acrescentando que “a Vila Galé tem que ter desafios e se há coisa maravilhosa, é o Alentejo”. Para o presidente do grupo, “as empresas que estão bem na vida têm a obrigação de fazer coisas públicas e que não são tão óbvias”, nomeadamente, a criação desta unidade em Elvas. “Se todos nós nos envolvermos neste projeto, vai ser um grande destino, tal como foi com Évora”, destacou. Além disso, sublinhou que “Elvas é uma cidade que tem uma oferta hoteleira escassa e que precisa de algum dinamismo”.

Também o presidente da Câmara de Elvas, Nuno Mocinhas, se mostrou entusiasmado referindo ser “com muito gosto que temos esta empresa no nosso concelho”, com a esperança de que “se envolva para além do convento”.

O grupo Vila Galé vai investir cerca de cinco milhões de euros no futuro hotel, que vai ter 64 quatros, dois restaurantes, um bar e uma adega, piscina exterior, Spa com piscina interior e ainda, um salão de eventos. Uma iniciativa que vai gerar entre 25 a 30 novos postos de trabalho na região.

O Convento de São Paulo foi construído entre os séculos XVII e XVIII. Depois da extinção das ordens religiosas foi Tribunal Militar até 2004. A estrutura, já em degradação, foi a primeira a ter assinado o contrato de exploração do projeto Revive, promovido pelo Ministério da Economia, da Cultura e das Finanças, em que se abriu o património ao investimento privado para desenvolvimento de projetos turísticos.

O Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, presente na ocasião, referiu que “o Grupo Vila Galé ensina-nos que o turismo faz-se. Estou certo que ninguém se vai enganar, vamos fazer deste projeto um projeto vencedor para a Vila Galé e para o país”. Ressaltando ainda que “este é o primeiro projeto assinado de uma série, mas queremos ter mais assinados até ao fim do ano. Não podemos deixar o património degradar-se”.

Neste sentido, o presidente do grupo Vila Galé afirmou que “o turismo não é o salvador da pátria, mas é um pilar importante da economia”, e que “contribuir para o desenvolvimento do interior, assim como “recuperar o património, é um dever de todos nós”.

“O Alentejo já tem tudo aqui, só temos que mostrá-lo. Ainda não é um destino, apesar de já ser reconhecido, temos muito trabalho a fazer”, frisou Jorge Rebelo de Almeida. Adiantou ainda que uma das possíveis iniciativas para dinamizar a região é a “recuperação do turismo equestre”, isto porque, “temos uma coisa maravilhosa que é o cavalo lusitano.” In “Ambitur” – Portugal

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Brasil - Suco de laranja "íntegro" para o consumidor suíço

Uma parceria firmada em 2013 para exportação de suco de laranja entre uma cooperativa de pequenos agricultores do Brasil e uma grande rede de supermercados da Suíça é hoje um exemplo de sucesso no esforço dos dois países para a adoção da prática do comércio justo



Conhecida internacionalmente pelo termo em inglês “fair trade”, o conceito de comércio justo valoriza a produção alimentar que tenha 100% de rastreabilidade garantida e, em troca, paga por esses produtos preços acima daqueles normalmente praticados pelo mercado.

Localizada no município de Paranavaí, no Paraná, e formada por 57 pequenos e médios citricultores, a cooperativa Coacipar fechou um contrato com a rede de supermercados Migros para o fornecimento de suco de laranja concentrado. Somente na última safra, foram negociadas duas mil toneladas de suco produzido a partir das laranjas plantadas nas propriedades familiares dos agricultores que compõem a cooperativa. Após chegar à Suíça, o suco de laranja produzido pela Coacipar é processado pela Bischofszell Nahrungsmittel (Bina), empresa que faz parte do Grupo Migros, e transformada nos produtos Gold e M-Classic, que estão entre os mais vendidos em todo o país.

Para se ter uma ideia do valor agregado pelas práticas de comércio justo, cada caixa de tamanho padrão do suco concentrado de laranja no mercado convencional (US$ 3,30) custa quase dois dólares a menos que a caixa com o produto certificado (US$ 5,20) pelo selo concedido pela World Fair Trade Organization (WFTO). Com a margem de ganho adicional, a tonelada do suco produzido no Brasil é vendida a R$ 2,3 mil.

Antes de fundar, em 2012, a Coacipar, os agricultores da cooperativa integravam uma associação, também certificada pela WFTO desde 1999. A mudança começou a acontecer em 2010, quando a empresa que processava o suco produzido pela associação desistiu da parceria: “Não quiseram mais processar porque houve mudanças na certificadora. Na época, o suco convencional estava a US$ 700 a tonelada, e o nosso estava a US$ 1,7 mil. A certificadora exigia que a diferença fosse para o produtor, mas a grande cooperativa que processava nossa laranja não aceitou isso, queria tudo para ela”, conta Vanusa Toledo, diretora da Coacipar.

A solução foi andar com as próprias pernas: “Em 2011 nós rompemos, criamos a cooperativa e passamos a processar em uma indústria pequena. Em 2012 demos um basta na associação e pegamos a certificação da cooperativa. Foi quando nós nos empoderamos mais do processo”, conta a diretora. O resultado dessa maior autonomia foi um aumento de 35% na renda média dos agricultores cooperados.

Universidade

Mas o contato com a Migros só foi possível graças a intervenção de Angelica Rotondaro que, em 2011, era aluna da Universidade de Saint-Gallen, com especialização em fair trade, e hoje comanda o escritório da instituição suíça no Brasil: “Angélica nos procurou, estava fazendo doutorado sobre o fair trade. Ela procurou várias cooperativas aqui no Brasil, nós fizemos uma entrevista com ela. Algum tempo depois ela voltou a entrar em contato conosco porque estava na Max Havelaar da Suíça quando um trader conversou com ela e pediu para ela vir conversar com a gente. Ela perguntou se a gente não venderia o suco diretamente para ele. Aceitamos a proposta, e foi aí que tudo começou”, diz Vanusa.

Desde então, a parceria continua, diz o coordenador de Pesquisas da Universidade de Saint-Gallen no Brasil, Luc Wüst: “Dessa articulação surgiu um projeto de assistência estratégica à Coacipar. Nós fomos a Paranavaí, fizemos um workshop com vários steakholders para mapear problemas que poderiam surgir para a cooperativa. A gente assistiu e apoiou a cooperativa nessa autodeterminação dos próximos passos, para tomar uma decisão estratégica”. Em turmas rotativas a cada dois anos, estudantes suíços prestam consultoria de Planejamento Estratégico e Percepção de Mercados à cooperativa brasileira.

“Nosso escritório no Brasil tem foco em negócios de impacto, finanças sociais e cadeias de valor. Nesta linha, a gente conhece o mercado e seus atores aqui e também desenvolve em conjunto projetos de pesquisa. Nos envolvemos nesses projetos e temos um olhar sob a perspectiva da pesquisa. Queremos olhar mais as cadeias de valor internacionais. Precisamos entrar nessas cadeias para entender e depois publicar artigos científicos. Para isso são precisos dados empíricos”, diz Wüst.

Contato direto

O intercâmbio entre os parceiros é permanente. Este ano, diretores da cooperativa brasileira foram visitar a produtora suíça. Os dois lados afirmam procurar uma parceria estratégica: “Nossa relação é de parceiros e não apenas de produtor e comprador. É importante conhecer as pessoas por trás dos produtos para entender o que elas precisam e como produzem”, diz Arnold Graf, gerente de Produto da Bina.

Representantes da Migros e da Bina também já visitaram Paranavaí: “Vierem em comitiva e conheceram os nossos projetos. Duas vezes por ano eles nos visitam, participam de nossas assembleias, toda a documentação da nossa cooperativa é aberta para eles. A gente tem uma relação bem transparente com a Migros” diz Vanusa Toledo.

“Esse contato direto com o cliente melhorou muito as coisas para nós. Os produtores confiam mais na cooperativa, mostramos com transparência para quem a gente vende e o que é vendido. Os clientes vêm e conversam com os produtores, conhecem nossos projetos para a comunidade e com os trabalhadores. Esse processo de trazer o cliente até o produtor foi muito bom. Isso mudou a história da nossa cooperativa porque até 2010 a gente vendia, mas não sabia quem comprava”, diz a diretora da Coacipar. Maurício Thuswohl – Brasil in “Swissinfo”

Contrapartida social

Além de obter preços mais atraentes para seus produtos, as cooperativas certificadas pela World Fair Trade Organization recebem um prêmio adicional em dinheiro. O montante deve ser usado para projetos sociais, melhorias e investimentos. Segundo as regras do comércio justo, 45% do valor total do prêmio devem ser usados para manutenção da cooperativa, 45% em projetos sociais da comunidade e 10% para os próprios produtores.

“Com o dinheiro do prêmio, a gente ajuda o colhedor, que ganha um valor adicional em dinheiro por aquilo que ele colhe para o fair trade. Conseguimos comprar tratores e máquinas para podar, para fazer o manejo das propriedades de laranja. Mantemos também projetos sociais com crianças carentes da comunidade”, diz Vanusa Toledo, diretora da Coacipar, cooperativa de pequenos agricultores brasileiros que tem contrato de fornecimento de suco de laranja para a rede de supermercados suíça Migros.

Para a Universidade de Saint-Gallen, que acompanha a parceria, a contrapartida social é etapa fundamental do comércio justo: “Uma parte do prêmio é usada para projetos sociais na região de Paranavaí. Há outra parte que é um fundo de reserva para os produtores, uma iniciativa social dentro da cooperativa para assegurar a aposentadoria dos agricultores. A utilização desses prêmios para uso social é um requerimento do próprio fair trade”, diz Luc Wüst, coordenador de Pesquisas da instituição suíça.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Macau - Manual de português vai ser distribuído na China

O manual de ensino “Português Global”, publicado pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), foi lançado oficialmente na China.

O lançamento ocorreu durante V conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), entre os dias 11 e 12 de Outubro.

O acordo alcançado no ano passado com a Commercial Press constitui o primeiro do tipo em que uma editora chinesa vai difundir manuais de ensino de português produzidos fora do interior da China, como explicou, em Abril, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, Carlos André.

O manual é essencialmente o mesmo, com ligeiras variações, a fim de alcançar ainda mais ao público-alvo.

Paralelo ao lançamento do Manual, foi lançado o livro de Carlos André, editado pelo IPM: “Uma língua para ver o mundo: olhando o português a partir de Macau” é o título da “coletânea de ensaios”, todos inéditos à exceção de dois, escritos ao longo do tempo, em particular nos últimos dois anos.

O autor explica que a obra oferece “reflexões”: “É de natureza ensaística, mas não é um livro acadêmico no sentido clássico da palavra. São reflexões”.

Atualmente trinta e três universidades chinesas oferecem o ensino do português, 23 das quais em licenciatura.

Participaram da Conferência os ministros responsáveis pelas áreas econômica e comercial da China, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e do Timor Leste.

A Sexta Conferência Ministerial do Fórum de Macau, será realizada em 2019, na Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China. José da Silva – Brasil in ”Portal Galego da Língua”


José Carlos da Silva - Desde 2008 é correspondente do PGL no Brasil. Residente em Campinas (São Paulo), é produtor cultural e periodista. Como produtor cultural trabalha pela difusão da cultura caipira, que tem na viola de 10 cordas, sua maior expressão.

Portugal – Obras na linha férrea Sines – Caia previstas para 2017

O Governo prevê avançar, em 2017, com a nova ligação ferroviária de mercadorias Sines-Caia, disse hoje o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, prometendo a melhor solução para o contestado traçado em Évora

“Espero que, em 2017, uma parte desse investimento do corredor [Sines-Caia] já esteja no terreno, nomeadamente no troço mais perto da fronteira”, afirmou aos jornalistas o governante, no final de uma reunião de trabalho com autarcas do Alentejo.

O encontro, realizado na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, em Évora, faz parte da iniciativa governamental denominada “Cinco Regiões, Mais Investimento”.

Considerando o projeto da ferrovia Sines-Caia “muito importante para o país”, o ministro referiu que a futura linha, com passagem por Évora, vai “dar mais competitividade” a Sines, “como principal porto para Madrid” e colocar as mercadorias portuguesas em Espanha e na Europa.

Questionado sobre o troço em Évora, que prevê atravessar a cidade e que tem sido contestado pelo município, partidos e população, Pedro Marques frisou que o Governo vai “perspectivar uma solução que venha a ter um bom acolhimento global”.

“Temos tempo e não precisamos de andar de forma apressada a escolher uma boa solução” para o traçado da linha junto a Évora, assinalou, referindo que o investimento vai ser desenvolvido ao longo dos “próximos quatro anos”.

O governante adiantou que o Governo e a empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) já estão a trabalhar com a Câmara de Évora (CDU) para que sejam escolhidas “soluções adequadas”, assegurando que as populações vão ser ouvidas sobre o assunto.

“No contexto dessa solução, ponderaremos o benefício para as populações, a competitividade para o transporte de mercadorias e os custos que estão associadas”, realçou.

Na sua página da Internet, a IP refere que o projeto do corredor ferroviário entre Sines e Caia inclui intervenções já concluídas, entre as quais a modernização do troço Bombel/Casa Branca/Évora, e outras em planeamento.

Entre as obras em planeamento, segundo a IP, está a ligação entre Évora e Caia, na zona raiana de Elvas, cuja contratação do projecto de execução está em curso, estando a conclusão da empreitada prevista para 2020 e a entrada em exploração em 2021. In “Transportes & Negócios” – Portugal

A linha férrea Sines – Caia pode ser uma oportunidade para os mais diversos negócios, principalmente para a costa do sudoeste alentejano.

É uma linha para o transporte de mercadorias entre o porto de Sines e o principal mercado espanhol, a região de Madrid e num futuro próximo uma boa ligação ferroviária ao mercado europeu, retirando a excessiva dependência do transporte de mercadorias rodoviário.

Quando se projecta infraestruturas como esta linha ferroviária há que privilegiar todas as sinergias com as restantes infraestruturas próximas, como é o caso do aeroporto internacional de Beja, que tem a única pista no continente com 60 metros de largura.

Este aeroporto poderá estar para o turismo alentejano como o aeroporto de Faro está para o algarvio. O Alentejo que representa um terço do território continental apenas tem proveitos na área do turismo de cerca de 3% do total nacional.

Uma linha férrea quando se constrói deve permitir a sua utilização em todas as suas valências, tanto mercadorias como passageiros, tendo a maior rentabilidade possível.

Não integrar o aeroporto de Beja no projecto desta linha férrea, permitindo a utilização desta unidade para o escoamento de mercadorias em trânsito para e da Europa ou para uma melhor acessibilidade dos turistas à costa alentejana e a outras zonas desta região, será uma oportunidade perdida, que o futuro encarregará de demonstrar. Baía da Lusofonia

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Moçambique – Inaugurada nova fábrica de cimento em Cabo Delgado

Conforme o “Baía da Lusofonia” anunciou no ano passado, foi inaugurada na passada sexta-feira, na província de Cabo Delgado, distrito de Metuge, a primeira fábrica de cimento nesta província, com a presença do Presidente da República, Filipe Nyusi.

A capacidade de produção anual está estimada em duzentas e cinquenta mil toneladas de cimento.

Poderá aceder ao desenvolvimento da notícia que trouxemos no ano passado, aqui. Baía da Lusofonia

Moçambique – Formação em produção de fruteiras

O Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) está, desde a passada semana, a levar a cabo uma formação para 50 extensionistas das províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, virada à produção de fruteiras como laranjeiras e litcheiras.

A formação, feita em parceria com o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), vai dotar os extensionistas de conhecimentos e técnicas melhoradas assim como inovadas para estabelecer um pomar, gestão de água de rega, identificação dos principais sintomas de pragas e doenças e os respectivos métodos de controlo e prevenção.

Durante as duas semanas de formação, os extensionistas também vão obter conhecimentos úteis para a produção, processamento e armazenamento de fruta, para facilitar o acesso ao mercado tanto nacional quanto internacional de frutas tropicais.

A iniciativa enquadra-se no âmbito do Programa de Massificação da Fruticultura lançado em 2011, com o objectivo de fomentar a fruticultura junto aos pequenos e médios produtores do sector familiar, segundo um comunicado do FDA recebido pela AIM.

O programa compreende quatro componentes principais, nomeadamente capacitação dos extensionistas, viveiristas e assistência técnica.

No período entre 2011/15, o FDA entregou 204582 mudas de mangueiras, laranjeiras, ananaseiros, litcheiras repassadas aos produtores de fruta das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Zambézia, Tete, Nampula, Cabo Delgado e Niassa. In “Jornal de Notícias” – Moçambique

domingo, 23 de outubro de 2016

Construção












Vamos aprender português, cantando


Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer por esse chão para dormir
A certidão pra nascer a concessão para sorrir
Por me deixar respirar por me deixar existir
Deus lhe pague…

Pela cachaça de graça que a gente tem de engolir
Pela fumaça desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague…

Pela mulher carpideira pra nos domar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim nos vai redimir
Deus lhe pague…


Chico Buarque - Brasil