Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 19 de novembro de 2016

Macau - 7º Concurso de Debate em Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau

Concurso de Debate em Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau com a participação de 11 instituições de ensino superior do interior da China, de Macau, da Coreia do Sul e do Vietname












Durante dois dias, o Instituto Politécnico de Macau (IPM) funcionou como ponto de encontro para vários estudantes de 11 universidades do Interior da China, de Macau, da Coreia do Sul e do Vietname com a língua portuguesa a assumir-se como denominador comum.

A 7ª edição do Concurso de Debate em Língua Portuguesa para Instituições de Ensino Superior da China e da Ásia teve a mesma estrutura do ano passado, ano em que foram introduzidas várias alterações, mantendo-se o Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa como organizador do evento.

Para além da vertente competitiva natural de qualquer concurso, os jovens estudantes revelaram-se bastante entusiasmados pela oportunidade de participar, nomeadamente pela componente social da actividade.

Entre os alunos e docentes ouvidos pelo Jornal Tribuna de Macau, o intercâmbio cultural foi apontado, de forma unânime, como sendo uma mais-valia da competição.

A professora Zhi Cheng trouxe ao Concurso de Debate um grupo de três alunos de Português da Universidade de Idiomas Estrangeiros de Hebei. Pela primeira vez no território, a docente considera que a iniciativa é um “grande incentivo” para os estudantes. “Principalmente para o intercâmbio cultural que é fomentado entre as escolas que dão importância ao estudo da Língua Portuguesa”, disse.

Na universidade onde lecciona, entre 250 a 280 alunos chineses estão a aprender a língua de Camões, número que para Zhi Cheng é expressivo e faz sentido quando ainda “é considerada como uma língua que pouca gente fala”. Por isso, afirmou, “isso é sempre uma mais-valia para o futuro profissional desses estudantes”.

Depois de participar em “treinos muito intensivos”, Chang Yu e Alex visitam Macau pela primeira vez para representar a sua universidade num formato (debate) pouco usual no método de ensino chinês. “Quero alargar os meus horizontes e perceber qual é o nível de Português dos outros alunos. Participar neste debate pode ajudar-me a adquirir mais conhecimentos não só sobre a língua mas sobre os temas em si”, explicou Chang Yu.

Para a jovem, que planeia trabalhar na área da tradução, o gosto pelo Português nasceu naturalmente. “A Língua Portuguesa é muito bonita”, disse.

Já Alex, colega de equipa, explicou que o Português foi a opção escolhida em virtude das portas que poderá abrir no futuro em termos profissionais. “É uma língua bonita e depois de concluir o curso será mais fácil de arranjar emprego”.

Com vontade de “trabalhar fora da China”, Alex sublinhou a importância do Concurso de Debate do IPM pelo facto de possibilitar o intercâmbio. “Quero fazer amigos e alargar os meus horizontes”, apontou.

Falta de materiais

A Universidade de Línguas Estrangeiras de Dalian esteve representada no concurso através da dupla formada por Carlos e Lídia, alunos do terceiro ano.

Apontando a gramática da Língua Portuguesa como o aspecto “mais complicado”, Carlos acredita que o concurso em formato de debate poderá ajudar a conhecer “expressões típicas do Português” que “não se aprendem nos livros, mas sim no dia-a-dia”.

Segundo o estudante, o grande problema em aprender Português na China continua a ser a falta de materiais e a carência de professores portugueses no Continente. “O sistema de ensino chinês é muito diferente do português o que complica o ensino e a aprendizagem. Além disso, temos poucos manuais e os que temos são quase sempre procurados pelos professores na internet. Não temos um livro que seja geral a todos os alunos, de todos os níveis, o que dificulta também”, lamentou.

Para Lídia, aspirante a tradutora, ser concorrente possibilitará “percebermos qual o nível dos outros alunos e o que temos de aperfeiçoar”.

De Macau, participou Matthew, aluno do 4º ano do curso de Tradução Português-Chinês e que encara a sua prestação no concurso como uma “experiência para aperfeiçoar o domínio da língua”.

Para o aluno, ganhar não é o mais importante. “Como desta vez também participam alunos da Coreia do Sul isso possibilita um intercâmbio muito interessante”, concluiu. Catarina Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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