Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Portugal – Literatura de Macau presente na 18ª edição do festival literário “Correntes d’Escrita”

Carlos Morais José, escritor e jornalista português radicado em Macau, volta às origens para um debate que se propõe “abrir a porta de entrada para a comunidade literária luso-espanhola”. A edição de 2017 do festival Correntes d’Escrita vai reunir autores que escrevem em língua portuguesa e castelhana. A literatura de Macau está pela primeira vez representada no encontro. A 18ª edição do festival literário arranca a 21 de Fevereiro.

Na 18ª edição do festival literário Correntes d’Escrita, a literatura em língua portuguesa de Macau faz-se representar por Carlos Morais José. Convidado pela organização do evento, promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, o autor de “O Arquivo das Confissões – Bernardo Vasques e a Inveja” – obra lançada em finais de 2016 – vai participar numa das dez mesas redondas que integram o programa do festival.  As iniciativas propõem-se debater as temáticas das oito obras finalistas do Prémio Literário Casino da Póvoa. A Morais José juntam-se autores de vários pontos do globo, incluindo da Guiné-Bissau, de Moçambique e de Portugal.

“Eu acho que será, neste momento, talvez o escritor vivo – digamos – que melhor pode representar Macau pela qualidade do seu trabalho, pela actualidade, porque ainda muito recentemente editou um livro que teve as melhores referências de quem o leu e de alguma crítica também. Portanto acho que ninguém melhor do que ele o poderia fazer”, explicou o editor Rogério Beltrão Coelho ao Ponto Final, sobre o convite do Correntes d’Escrita endereçado ao autor de Macau.

Num fórum onde vão estar “escritores de língua portuguesa e de língua espanhola altamente considerados”, a presença de um autor residente no território abre portas a uma literatura que se depara com grandes dificuldades para entrar no mercado português, esclareceu o responsável pela Livros do Oriente: “É importante que se saiba que, em Macau, também se produz literatura. Portanto, será a primeira vez que se abre uma porta para que dentro da comunidade literária luso-espanhola, se saiba que existem em Macau autores e uma literatura pujante, moderna e de qualidade”, referiu Beltrão Coelho. “Tudo isto são passos significativos para uma divulgação cada vez maior daquilo que se faz em Macau em termos literários”, reiterou.

Rogério Beltrão Coelho assume que a falta de visibilidade da literatura produzida no território “não é de hoje”: “A grande dificuldade foi sempre a de criar espaço em Portugal para a literatura que se produz em Macau. Foram feitas várias tentativas, alguns resultados foram obtidos mas sempre muito pouco significativos, ou, pelo menos, não tanto como se desejaria”, referiu o também jornalista. O responsável pela editora Livros do Oriente sustenta ainda que “o que é um facto é que hoje, em Portugal, nos meios literários, conhece-se muito pouco daquilo que se produz em Macau”.

No último dia do maior festival literário português, à volta da mesa 9 e sob o tema “de um jogo frágil de palavras se faz a literatura” estarão – para além do autor português radicado no território – o escritor, realizador e músico português Afonso Cruz, o escritor guineense Francisco Conduto Pina (que desempenhou funções como deputado, secretário de Estado e ministro na Guiné Bissau), a escritora, actriz e artista plástica portuguesa Marta Bernardes e o escritor e médico moçambicano Mbate Pedro. O debate, que decorrerá pelas 10h, será moderado pelo jornalista João Gobern.

O Correntes d’Escrita decorre entre os dias 21 e 25 deste mês. No dia 22, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, preside à cerimónia oficial de inauguração do festival, que decorre no Casino da Póvoa. Francisco Pinto Balsemão, empresário da comunicação em Portugal, é o convidado para a Conferência de Abertura que acontece no mesmo dia, mas no Cine-Teatro Garrett. In “Ponto Final” - Macau

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