Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 25 de junho de 2017

Como a União Europeia fez da Grécia um gueto muçulmano

"Começarei pedindo desculpa aos Eslavos dos quais sou mestiça: embora seja ucraniana, sou também grega. (Logo na abertura do vídeo é mostrado o presidente Donald Trump dizendo que ama muito os Gregos, ao lado de autoridades gregas.) Também enquanto geralmente tenho em mente Eslavos que se sentam bebendo, usando trajes esportivos, divertindo-se com minhas tagarelices, este vídeo é dedicado aos meus compatriotas Gregos. Francamente, não sei se é por exaustão após a crise econômica, os bailouts ¹, a austeridade e todo o inferno que deixaram para trás lá, parece que todos os analistas no Ocidente falam constantemente da morte da França, da Alemanha e da Suécia pela globalização islâmica e esqueceram-se da Grécia. (Aqui é mostrado um gráfico sobre as taxas de desemprego na Grécia, sendo de 50% para os gregos bem jovens (entre 15 e 24 anos de idade), 33% (entre 25 e 34 anos), 24% (entre 35 e 44 anos), 21% (entre 45 e 54 anos) e 19% (entre 55 e 64 anos).)

Se me permitem, em cinco minutos lhes direi porque o meu coração se despedaça pela Grécia. Esta semana, os Gregos por toda a parte festejam o Dia de sua Independência e um dia eu também fui uma das que festejou. Neste ano, porém, recusei-me a fazê-lo. Porquê? Não porque não respeite a história do nosso país, mas porque estou convencida de que a verdade é que os Gregos não são mais independentes. A Grécia perdeu a sua independência. A irônica injustiça é evidente, pense nisso.

Então, os Gregos festejam o Dia de sua Independência. Com poucas palavras, os patriotas gregos combateram e venceram na Revolução contra as dinastias muçulmanas turcas. Antes de sua independência, os Otomanos exerciam domínio sobre os Gregos com seu punho islâmico de ferro, estabelecendo um regime de "apartheid" e escravizando populações inteiras de nossos antepassados durante 400 anos. Por cerca de 10 anos aconteceu a guerra da Independência com massacres completos de Gregos na Jônia, em Creta, em Constantinopla, na Macedônia, nas ilhas do Egeu e noutros locais onde sucederam. Comunidades inteiras, por toda a Grécia, foram exterminadas. Um banho de sangue foi derramado em nome da Independência dos Gregos pelos Turcos muçulmanos. Finalmente, quando os Turcos foram depostos do poder, os Gregos iniciaram uma nova era de desenvolvimento e de inabalável e corajoso nacionalismo, em grande parte graças aos esforços da Igreja Ortodoxa. Não quero sobrecarregá-los com muito mais história.

Mas gostaria de lhes dizer isso: os Gregos possuem muitas coisas pelas quais podem se orgulhar, uma longa história de milênios. A Grécia foi o berço da Civilização Ocidental, com feitos magníficos na administração, onde nasceu a Democracia afinal, as Ciências, a Matemática, a Filosofia, a Arquitetura e as Artes, a maioria das quais influencia as nossas vidas hoje; (cabe ainda mencionar) as suas montanhas e o Mediterrâneo e sua comida e sua base de nível moral que intensificaram o patriotismo helênico.

Mas, hoje, é uma história diferente. Certamente os Gregos continuam a amar a sua história e seu país, mas a verdade é que a Grécia não é mais deles. Eles a venderam e permitiram que ela fosse invadida. A independência grega é um fantasma oco do nosso passado que todo ano encaramos como outra realidade que nos assombra, realidade na qual os Gregos outrora independentes viraram escravos de novo. Sim, escravos de uma dívida por um Império que possui de novo distintivamente um matiz islamofílico.

Agora, (convido-os a) uma rápida olhadela no assunto econômico. Não tomarei muito tempo: a Eurozona entrou na previsível crise sistêmica, num esforço de unir 19 países com diferentes políticas fiscais, com diferentes indicadores de desemprego, com lacunas por toda a parte, parece também ter fracassado em possuir simbolismos comuns e ter algumas pontes neutras sobre seus papéis-moeda. Segue a incapacidade da Grécia de conformar-se a seguir as cláusulas mais loucas do plano de socorro financeiro que jamais se viram; a Grécia continuamente o violou do lado econômico. (Nesta altura, aparece um cartaz no canto superior direito do vídeo com os dizeres, recomendando sua leitura: "Grécia: um País à Venda", por Eleni Portaliou ² - Subtítulo: Alexis Tsipras e seu governo do partido Syriza têm supervisionado as privatizações numa escala nunca vista desde a reunificação alemã.)

Depois de anos de cláusulas anti-helênicas que o governo do Syriza subscreveu (e a Nova Democracia antes dele), os memorandos entregam os recursos nacionais da Grécia pelo século seguinte a mãos estrangeiras. Os estrangeiros controlarão a eletricidade, as comunicações, a água, os portos, inclusive o de Piréus, os meios de transportes, marinas e todos os aeroportos, bens turísticos e públicos, estradas, gás natural e petróleo e quaisquer outras fontes de recursos nacionais. Graças ao FMI, ao Banco Central Europeu, à União Europeia e aos traidores do governo grego, que se tornaram as prostitutas de luxo dos agiotas estrangeiros, a Grécia perdeu a soberania econômica e nacional.

O país não é independente: foi convertido num protetorado de potências estrangeiras, no qual os agricultores, os criadores de gado, os produtores locais afinal pagam o preço de cortes de aposentadorias e os impostos de consumo sobem até mesmo 25%.

Então, com toda a franqueza, com o verão se aproximando, não me incomoda tanto a escravidão da dívida quanto a imigração. A Grécia se transformou no gueto regional de imigrantes ilegais. Graças à chanceler Angela Merkel, à super-potência da União Europeia e aos infiéis membros vendidos do Parlamento grego, a Grécia acabou sendo um depósito de imigrantes clandestinos. (Nesta altura do vídeo é mostrada a imagem de Merkel sobrepondo-se a todo o continente europeu.) Por causa da localização em que se encontra a Grécia, é o ponto de entrada principalmente de homens mulçumanos, que aceitaram o convite de Merkel, para os abonos europeus oferecidos pelo Estado-Providência ³. (Nesta altura, o vídeo mostra o mapa do Mediterrâneo, pondo a Grécia com suas ilhas em relevo.)

Sabem? Há dois anos atrás, tive a intenção de visitar as ilhas de Samos ⁴ e Lesbos ⁵, na companhia de meu pai, e fomos comprar os bilhetes do navio no guichê. A pessoa lá nos disse: "Oh, não, tomara que vocês não vão lá... agora as pessoas lá fazem as suas necessidades na rua... toda a ilha foi destruída... pode ser que os ataquem... nem os nativos querem estar ali... não é um bom lugar para turistas..." Isso aconteceu há dois anos. Hoje, Lesbos, Kós, Samos, Leros, Kálymnos, Rodes, Syme, Chios, Agathonísi, todas essas ilhas foram completamente ocupadas. Elas são algumas das mais lindas ilhas, não só do país, mas também do mundo. Ilhas, que floresciam com o turismo, a base da economia grega, agora se tornaram míni Sírias e Afeganistão. Isso não é independência. Isso é um império muçulmano. Isso é uma conquista muçulmana por meio da migração clandestina, que o governo grego consentiu sob as ordens da Alemanha e da União Europeia. Sim, é uma história deprimente, se tu és Grego como eu. Então é duplamente deprimente.

Então, existe uma esperança no horizonte? É possível no assunto da migração. Esta semana, o ministro grego de migração (Yannis Mouzalas) advertiu a União Europeia de que a Grécia não pode lidar com mais imigrantes. Mas vocês podem estar pensando: daqui a pouco, afinal de contas, (tudo estará resolvido, pois) esses imigrantes simplesmente passam pela Grécia, dirigindo-se a países mais ricos ao Norte e Oeste da Europa. Não exatamente. Berlim agora está assinalando que quer regressar à controversa Convenção de Dublin, que, quando aplicada, manda os migrantes à responsabilidade do primeiro país de entrada. Se vocês sabem geografia, isso significa "o fim da Grécia". Os imigrantes que chegam à Alemanha ou à Suécia através da Grécia, se não receberem o asilo que eles procuram daqueles países, então, de acordo com a Convenção de Dublin, têm que ser restituídos à Grécia em vez de gozar naqueles países de sua procedência. Este é um sistema totalmente monstruoso que sucumbirá imediatamente na próxima tempestade de imigrantes.

Então, minha mensagem para os Gregos e para o governo grego: Como essa semana lembramos nossa perdida independência, digam NÃO à Convenção de Dublin. Digam à chanceler Merkel que os imigrantes que vêm à Europa, fiquem lá porque os convidou, de modo a mantê-los. Oxalá os Gregos tivessem saído da União Europeia quando tiveram a oportunidade. Oxalá pudéssemos reivindicar nossa soberania nacional, a posse de uma das mais belas porções da terra e do mar no planeta. É hora de pararmos de fingir. É hora de pararmos de viver no passado. É hora de seguirmos o exemplo dos nossos ancestrais, olharmos nossos conquistadores nos olhos e dizermos: NÃO! E então talvez venha o dia que possamos festejar, de verdade, o dia da nossa independência de novo. Faith Goldy – Ucrânia Tradução: Francisco José dos Santos Braga - Brasil (bragamusician.blogspot.com)

Para mais informações aceda aqui.

NOTAS  EXPLICATIVAS, pelo tradutor Francisco José dos Santos Braga

¹ "Bailout" é uma palavra inglesa que, em economia e finanças, significa uma injeção de liquidez dada a uma empresa, banco ou governo falido ou próximo da falência a fim de que possa honrar seus compromissos de curto prazo.


³ Ou Estado social, ou Estado de bem estar social. Welfare State, em inglês.

⁴  Ilha grega no leste do mar Egeu. Segundo o geógrafo Pausânias, em visita à ilha no século II d.C., ouviu os nativos dizerem que ali tinha nascido a esposa de Zeus, Hera (Descrição da Grécia, 7.4.4), razão por que havia na ilha um santuário muito antigo dedicado à deusa. Também foi o local de nascimento de Pitágoras (︎ ilha de Samos, c. 570 a.C.- ilha de Crotona, no sul da Itália (Magna Grécia), c. 495 a.C.).

⁵  A ilha de Lesbos está localizada a nordeste do mar Egeu, na costa da península anatoliana (Turquia asiática), e a noroeste de Esmirna.




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1 comentário:

  1. Prezado João Seixas,
    Venho agradecer-te a hospedagem da minha contribuição para a causa grega, que, no momento, está a exigir de nós, “filélines” de todas as raças e de todos os credos, um pouco mais de nosso tempo para preservar nossos valores ocidentais, originados em terras gregas, como sabes.
    Ao mesmo tempo, cumprimento-te pelo seu artigo “Grécia – Um lamento. Onde está a verdade?”, que já estou a repassar a diversos amigos brasileiros que se interessam pelo tema.
    Cordial abraço,
    Francisco José dos Santos Braga
    Gerente do Blog do Braga

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