Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Portugal – Nem tudo vai bem na Lisboa turística

Sendo o turismo uma actividade importante para o desenvolvimento de uma cidade, criando postos de trabalho, beneficiando das receitas de impostos que lhes permite recuperar e criar infraestruturas, assistimos aos grandes centros urbanos internacionais a preocuparem-se em preservarem os locais mais importantes e de maior interesse histórico.

Foi notícia há dias, a decisão da presidente da autarquia de Roma, a sra. Virginia Raggi, de aprovar uma lei que proíbe os turistas de se alimentarem junto, num primeiro passo, a fontes históricas, para alargar num futuro próximo a outros monumentos. Este comportamento inadequado dos turistas para a manutenção da higiene e limpeza dos principais monumentos romanos vai ser penalizado com uma coima de 40 a 240 euros.

Foi também notícia num destes dias que a célebre fonte romana “Fontana Di Trevi” deu uma receita líquida no ano passado de 1,3 milhões de euros, proveniente das moedas que os turistas lançam para dentro de fonte.

Em Lisboa, os turistas também deitam moedas para as duas fontes da Pç. D. Pedro IV, popularmente conhecido por Rossio, mas parece que nem um cêntimo chega à tesouraria da autarquia, pois da parte desta não há qualquer preocupação em garantir a segurança das moedas, dos mais diversos valores, venham a chegar aos cofres do município.

Enquanto em Roma proíbem os turistas de comerem junto às fontes, em Lisboa é precisamente o contrário. Sistematicamente, através da autarquia ou da sua junta de freguesia Santa Maria Maior, assistimos à colocação, de tascas, tasquinhas, tasquetas, no meio do largo do Rossio, para que as pessoas possam comer, em concorrência com as lojas envolventes que pagam os seus impostos, criando obstáculos a quem pretende fotografar a bela praça e por fim, quando o arraial é levantado, não há uma agulheta para lavar tudo aquilo que foi conspurcado.

Agulheta também não há para lavar a Rua Augusta, considerada uma das trintas principais artérias a nível mundial, em certas zonas o mau cheiro espalha-se pelas esplanadas onde os turistas petiscam ou refrescam-se. Parte da calçada já não é branca de tanta sujidade.

Há lojas na rua Augusta a venderem óculos, pagam os seus impostos, mas ninguém se preocupa com os vendedores ambulantes que vagueiam pela rua a incomodar os turistas, chegando a colocar óculos nos rostos das turistas, sem a aprovação destas.

Colegas destes vendedores, por vezes eles próprios vendem “louro” aos turistas, não havendo um jovem que não seja incomodado com esta venda agressiva. As autoridades dizem que não podem fazer nada, embora os vendedores digam que é “droga” tudo não passa de folhas de louro. Mas afinal não estamos perante uma burla? Se são folhas de louro, os vendedores passam factura da venda? É o que faz qualquer supermercado quando um cliente vai comprar folhas de louro, passa uma factura.

Bem precisava a rua Augusta de uma tolerância zero para quem suja a artéria e incomoda o turista que encontra em Lisboa uma segurança ausente na maior parte da bacia mediterrânica e depois alargar a mais artérias da baixa pombalina.

Porque estou a escrever hoje sobre esta parte histórica da cidade de Lisboa? Simplesmente que o principal responsável destas situações, o sr. Fernando Medina apresenta-se nesta segunda-feira, 26 de Junho de 2017, como candidato à presidência da autarquia lisboeta. Baía da Lusofonia  

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