Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Moçambique – Atletas da equipa americana Globetrotters em visita de apoio social

Três atletas pertencentes aos Harlem Globetrotters, uma equipa de basquetebol profissional norte-americana, estiveram recentemente na província de Gaza, tendo escalado, entre outros locais, o distrito de Mandlakazi, para a interacção e transmissão de técnicas aos alunos e praticantes daquela modalidade, nas escolas primária de Chitsombelane e secundária Samora Machel.

A visita daqueles desportistas a Moçambique insere-se no âmbito da parceria entre os Harlem Globetrotters e a Visão Mundial, uma organização não-governamental que actua em Moçambique, virada fundamentalmente à promoção dos direitos da criança e apoio aos grupos sociais e comunidades em situação de vulnerabilidade.

“Estamos em parceria com os Harlem Globetrotters e parte dos jogadores desta equipa decidiu, no âmbito da parceria existente com a nossa organização, virem espelhar a situação que algumas crianças ainda enfrentam no seu quotidiano em Gaza, e se colocarem como parte da solução”, disse Graham Strongs, director nacional da Visão Mundial em Moçambique, falando em entrevista colectiva no distrito de Mandlakazi.

“Estamos entusiasmados por eles terem vindo a Moçambique para promoverem o basquetebol nas nossas crianças e, na verdade, basquetebol é desporto, saúde e bem-estar”, continuou Strongs, referindo-se aos três basquetebolistas norte-americanos, por sinal embaixadores do desporto na Visão Mundial.

O primeiro ponto escalado pelos visitantes foi a Escola Primária de Chitsombelane, onde se depararam com duas salas construídas de material precário, inclusive o gabinete do director e casas de banho sem condições favoráveis, devido ao tipo de material aplicado.

Ademais, as aulas de educação física, naquela escola, contemplam, além do voleibol e entre outras modalidades, o basquetebol e, para a prática desta, as crianças têm recorrido a meios alternativos, a exemplo de colocação de jantas de bicicletas nas árvores para servirem de cestos, tudo na tentativa de garantir a prática do “bola-ao-cesto” pelas crianças.

Este factor, nomeadamente a falta do material adequado para a prática da modalidade, constitui apenas um exemplo de tantos outros pelos quais muitas crianças moçambicanas estão sujeitas. Aliás, foi a partir destes e outros cenários que Graham Strongs chegou mesmo a afirmar que Moçambique “necessita de mais apoios”, sobretudo para as áreas de educação, desporto, água e saneamento do meio, entre outras.

“Acreditamos que no seu regresso aos EUA poderão contar estas histórias para que percebam que Moçambique precisa de mais apoios para progredir e desenvolver a nação e os recursos que advierem destes países chegarão para apoiar nas diferentes áreas, saúde, educação, água e saneamento”, explicou Strongs.

Por seu turno, Anthony Buckets Blakes, um dos três basquetebolistas da equipa norte-americana, os Harlem Globetrotters, disse ter encontrado em Mandlakazi “bons talentos”, de diferentes géneros.

“É importante realçar isto porque a nossa equipa (Harlem Globetrotters) é composta por homens e mulheres. E nós aqui tivemos a oportunidade de ver meninas e meninos a jogarem. As crianças têm um bom potencial, eles parecem que trabalham arduamente e que têm bons treinadores”, disse Anthony Buckets Blakes, um dos jogadores dos Harlem Globetrotters, equipa de basquetebol profissional norte-americana que ganhou a alcunha de “equipa de básquete mais famosa do mundo”, por fazer de suas partidas uma mistura de entretenimento e exibição de habilidades técnicas. A colectividade viaja o mundo e já fez mais de 25 mil apresentações em 118 países, segundo apurou o “Diário de Moçambique”.

“Estamos não apenas para mostrar habilidades de basquetebol, mas também somos embaixadores de boa vontade que partilham o seu tempo para ajudarem a forjar bons seres humanos. Juntos com a Visão Mundial pretendemos ajudar as crianças em situação difícil e, outrossim, tornar as comunidades vulneráveis a serem auto-sustentáveis”, acrescentou Blakes.

Neusa Abdul Cassamo é uma das alunas da Escola Secundária Samora Machel de Mandlakazi e praticante de basquetebol naquela instituição de ensino, e à nossa reportagem disse, momentos depois do jogo de transmissão de técnicas, que “aprendemos muita coisas, sobretudo as regras elementares do basquetebol, com muito entretenimento e habilidades performativas à mistura. Foi momento ímpar e deu para aproveitar. Gostaríamos que viessem por mais vezes”. Neusa, de 14 anos de idade, estuda na oitava classe e sonha ser basquetebolista de profissão. Victor Muvale – Moçambique in “Diário de Moçambique”

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