Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Internacional – Cientistas portugueses estudam forma de produzir oxigénio em Marte



Salvação da missão

A ideia de ir a Marte antes de colonizar a Lua anda meio em decadência ultimamente, por isso alguns pesquisadores estão procurando formas de facilitar a ida ao Planeta Vermelho - se for mais simples e mais barato, talvez valha a pena.

Vasco Guerra, da Universidade de Lisboa, em Portugal, faz parte desse time.

Ele lembra que a atmosfera de Marte consiste em nada menos do que 96% de dióxido de carbono.

Embora não seja suficiente para produzir um efeito estufa suficiente para aquecer o planeta, as moléculas de CO2 podem ser quebradas para produzir oxigênio respirável e monóxido de carbono, o precursor de um combustível que poderia significar um "posto de gasolina no planeta vermelho".

Quebra do CO2 com plasma

Guerra e sua equipe calcularam que criar um plasma de dióxido de carbono - uma massa de íons gerada passando uma corrente elétrica através de um gás - pode dividir o CO2 com mais facilidade em Marte do que na Terra porque a pressão atmosférica mais baixa em Marte permite criar plasmas sem as bombas de vácuo ou compressores necessários na Terra.

Além disso, a temperatura de cerca de -60 °C é perfeita para que o plasma quebre mais facilmente um dos laços químicos que mantêm o carbono e o oxigênio firmemente ancorados, ao mesmo tempo impedindo a recombinação do dióxido de carbono.

Por enquanto, tudo é amplamente teórico, mas a equipe afirma que um sistema desse tipo precisará de apenas 150 a 200 Watts por 4 horas a cada dia de 25 horas de Marte para produzir de 8 a 16 quilogramas de oxigênio. "A Estação Espacial Internacional atualmente consome oxigênio na faixa de 2 a 5 quilogramas por dia, então isso seria suficiente para suportar um pequeno assentamento," disse Guerra.

Mais avançado

Como o sistema não exigiria calor ou pressão adicionais, ele poderia ser mais leve do que outras propostas, como o MOXIE (sigla em inglês para Experimento Oxigênio Local em Marte), um sistema que divide dióxido de carbono usando eletrólise e que será testado pelo robô da missão Mars 2020. O MOXIE precisa de temperaturas de 800 °C e compressores.

Os criadores do MOXIE defenderam-se rapidamente do ataque português, afirmando que seu sistema é mais avançado do que o sistema a plasma. "Eles se esqueceram de como o dióxido de carbono é coletado e como o oxigênio é separado dos outros gases. O diabo está nos detalhes," disse Michael Hecht, membro da iniciativa MOXIE.

A palavra agora está de volta com a equipe portuguesa, que ainda está estudando como resolver esses detalhes. In “Inovação Tecnológica” – Brasil com "New Scientist"

Bibliografia:

The case for in situ resource utilisation for oxygen production on Mars by non-equilibrium plasmas
Vasco Guerra, Tiago Silva, Polina Ogloblina, Marija Grofulovic, Loann Terraz, Mário Lino da Silva, Carlos D. Pintassilgo, Luís L. Alves, Olivier Guaitella3
Plasma Sources Science and Technology
Vol.: 26, Number 11
DOI: 10.1088/1361-6595/aa8dcc

Biografia:
 
Vasco Guerra - Sou professor associado da Agregação no Departamento de Física do IST e membro do Grupo de Descarga de Gás e Gases ( GEDG ) do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear ( IPFN ).

Nasci a 12 de dezembro de 1968, em Torres Vedras, a cerca de 50 km a norte de Lisboa. Graduei-me em Engenharia Física no IST em 1991. Recebi os diplomas de Mestrado e Doutorado em Física pela Universidade Técnica de Lisboa (IST) em 1994 e em 1998, respectivamente.

A minha pesquisa enfoca a modelagem da cinética sem equilíbrio de plasmas moleculares de baixa temperatura. Sou co-autor de mais de 70 trabalhos em revistas internacionais e cerca de 200 comunicações em conferências internacionais. Em 2016, fui premiado com o “European Physical Society William Crookes Plasma Prize", pelo contributo para a modelagem de plasmas moleculares de baixa temperatura.

Atualmente sou Coordenador do Mestrado Integrado em Engenharia de Física do IST e pertenço ao Conselho de Administração da IPFN.

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