Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Moçambique – Empresa chinesa pretende instalar-se para transformação de carvão

Uma empresa chinesa chamada China Brasil Xinnenghuan International Investment (CBStell) está interessada em instalar uma indústria de transformação de carvão metalúrgico em carvão de coque. O interesse foi formalizado na passada sexta-feira, na cidade de Maputo, através da assinatura de um memorando de entendimento entre o Ministério da Indústria e Comércio e a direcção da empresa daquele país asiático.

Caso o projecto seja concretizado, a empresa CBStell vai comprar o carvão metalúrgico extraído na província de Tete pela empresa brasileira Vale e outras companhias para depois transformá-lo em carvão de coque. De seguida, a empresa vai exportar o carvão transformado para abastecer sua indústria siderúrgica localizada no Brasil, especializada na produção de aço.

Para implementar o projecto, a empresa chinesa terá de investir cerca de 1.4 biliões de dólares norte-americanos. O objectivo principal é exportar quatro milhões de toneladas de carvão coque anualmente para o Brasil.

O projecto ainda não foi aprovado pelas autoridades nacionais, mas é apoiado pelo Governo. A empresa China Brasil Xinnenghuan International Investment veio a Moçambique para apurar se há disponibilidade de carvão que necessita para viabilizar o projecto, bem como espaço para instalar a sua indústria na cidade de Nacala. Se tudo correr como está planeado pela empresa, o projecto começa a ser implementado este ano.

Para a implementação do projecto, a empresa contará com um financiamento do governo chinês, assegurou ao “O País”, uma fonte do Ministério da Indústria e Comércio moçambicano. Clemênsio FijamoMoçambique in “O País”

Macau – Universidade de Macau inaugura Centro para a História e Cultura Chinesa

A Universidade de Macau (UM) inaugurou no sábado o Centro de História e Cultura Chinesas, que tem entre os seus objectivos promover o conhecimento nessas áreas nos Países de Língua Portuguesa, anunciou a instituição de ensino superior.

Citada num comunicado, a Secretária para a Administração e Justiça de Macau, Chan Hoi Fan – a substituir, na ocasião, o Chefe do Executivo –, afirmou que “o desenvolvimento, em Macau, da investigação sobre a cultura e a história chinesas irão directamente contribuir para a disseminação da cultura chinesa nos Países de Língua Portuguesa, o que irá aumentar o intercâmbio internacional e a influência da cultura chinesa”.

Entre os outros objectivos do novo centro estão a promoção da investigação da história e cultura chinesas, bem como o reforço do conhecimento sobre essas matérias entre os residentes de Macau, referiu a UM.

De acordo com o comunicado, o centro foi considerado pelo Ministério da Educação da China como uma plataforma-chave de investigação nas áreas das humanidades e das ciências sociais. “A UM irá desenvolver esta plataforma de investigação de nível estatal [em conjunto] com a Universidade de Tsinghua e a East China Normal University,” acrescentou a instituição. In “Fórum Macau” - Macau

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

República Checa - Detectados elevados índices de radiação nos javalis selvagens

Trinta anos depois do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, continuam a aparecer vestígios de radiação nos locais mais inesperados. Desta vez, foram detectados elevados índices de radiação nos javalis selvagens que vagueiam nas florestas e montanhas da República Checa – a 1600 km da central nuclear



A República Checa enfrenta este inverno um problema invulgar com a sua carne de javali, ingrediente principal da sua iguaria nacional. Os javalis estão radioactivos.

Segundo a agência Reuters, a súbita radioactividade registada nos javalis checos é devida à dieta alimentar a que foram forçados este ano. Um inverno invulgarmente frio e nevoso obrigou os javalis a comer uma espécie de cogumelos subterrâneos comum nos montes Sumava, situados entre a República Checa, Alemanha e Áustria.

Estes fungos absorvem elevadas concentrações de césio-137, isótopo radioactivo libertado em grandes quantidades há quase 31 anos durante a catástrofe de 26 de abril de 1986 em Chernobyl – que, aparentemente, vagueou na atmosfera até chegar aos montes Sumava, onde foi absorvido pelos referidos cogumelos.

“Este inverno, forçados a comer os cogumelos radioactivos, os javalis ingeriram césio-137 e ficaram com a sua carne radioactiva também”, explica à Reuters Jiri Drapal, responsável da Administração Veterinária Estatal do país.

“É um problema mais ou menos sazonal”, diz Drapal.

Mas, infelizmente, a época vai ser muito longa. A meia-vida do césio-137, isto é, o tempo que leva a radioactividade de uma dada quantidade de césio-137 a ficar reduzida a metade, é de cerca de 30 anos. E depois, mais 30 para se reduzir a 25%…

Ou seja, daqui a 100 anos, os javalis dos montes Sumava não estarão propriamente a brilhar no escuro, mas ainda terão cerca de 10% dos níveis de radioactividade que apresentam hoje.

Não é a primeira vez que são encontrados elevados níveis de radiação em javalis. Em 2014, um em cada três javalis selvagens das florestas da Saxónia, na Alemanha, apresentavam elevados níveis de radiação. Segundo o The Telegraph, também neste caso a radioactividade foi um legado de Chernobyl.

Em abril do ano passado, havia javalis selvagens radioactivos à solta em todo o norte do Japão, contaminados pelo desastre de Fukushima.

Mas o problema, na República Checa, é que o javali é um dos pratos mais populares no país, onde aparece como ingrediente principal em inúmeras receitas tradicionais – nomeadamente no goulash, o famoso guisado de carne e vegetais com paprika.

Um pouco de césio-137 não transforma os javalis em leitões ninja mutantes adolescentes… mas tampouco os deixa propriamente saborosos.

Mas segundo Jiri Drapal, todos os javalis (e quaisquer outros animais) abatidos para consumo são analisados, e os que apresentam radioactividade são excluídos, pelo que o goulash checo continua a ser completamente seguro.

Além disso, diz Drapal, “teríamos que comer javali radioactivo várias vezes por semana, durante uns quantos meses, até começarmos e sentir-nos doentes“. In “ZAP.aeiou” - Portugal

Macau - Comércio e investimento na rota lusófona

Ma Iao Lai, líder da Associação Comercial de Macau, defendeu duas vias para a promoção do desenvolvimento da RAEM enquanto plataforma de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O empresário sugere um reforço tanto no comércio como no investimento

O presidente da Associação Comercial de Macau considera que o território deve destacar-se em dois pontos-chave para desenvolver o seu papel de plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, sendo que um deles deve ser a promoção do comércio.

Segundo o jornal “Ou Mun”, Ma Iao Lai acredita que Macau deveria focar-se nas empresas que já iniciaram negócios com os países lusófonos reforçando a sensibilização ao nível das vantagens da RAEM no mercado da lusofonia. Indicando que, neste momento, as trocas comerciais centram-se sobretudo no envio dos produtos lusófonos para a China Continental, Ma Iao Lai, acredita que o território poderá ser um intermediário valioso.

Por outro lado, o mesmo responsável sugere como estratégia tentar atrair empresas chinesas para criarem escritórios em Macau, convidando ainda companhias lusófonas a vir apresentar os seus produtos em feiras ou exposições.

Em segundo lugar, o empresário defende um reforço do investimento, por considerar que no universo lusófono faltam capacidades nesta área. Assim, a RAEM pode ser intermediária, promovendo o investimento das companhias chinesas naqueles países.

Ma Iao Lai acredita que a transferência da Sede do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, apresentada pelo Primeiro-Ministro chinês, Li Keqiang, e a construção do edifício do Fórum Macau, que deverá ficar concluída no prazo de dois anos, contribuem para melhorar o “hardware” e trazer outros efeitos positivos.

O empresário referiu ainda que o Governo Central garantiu que ia ajudar Macau a desenvolver o sector da locação financeira, uma área que “deve ser prioritária”, até porque a China está a sentir necessidade de uma revolução ao nível das indústrias, levando a que os produtos financeiros sejam muito procurados.

Isso pode também criar oportunidades para a RAEM, além de dar resposta à estratégia nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, sublinha Ma Iao Lai. Viviana Chan – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Outra vida














Vamos aprender português, cantando


Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
de elefantes, baleias, cais e canções
na preguiça do panda, na destreza do lince
vou abrir a Pandora onde Deus não existe
entre tudo e nada, saber quem sou
e nada, saber quem sou

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
de golfinhos e águias, do silêncio das águas
regressado aos sentidos e à razão dos bichos
dos espaços perdidos, na asa de condor
no fundo do mar, saber quem sou
no mar, saber quem sou

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
porta-voz de ondas, tradutor de ilusões
ser menos ainda que um pequeno carreiro
descobrir o mistério do Universo inteiro
emprestar a vida, descobrir quem sou
na vida, descobrir quem sou
na vida, descobrir quem sou


João Afonso - Portugal

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Moçambique – Instituto Nacional de Segurança Social apoiou vítimas do ciclone Dineo

O Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) doou, recentemente, em Inhambane, um cheque no valor de 300 mil meticais, para mitigar os efeitos nefastos do Ciclone Tropical Dineo, que atingiu o litoral do sul de Moçambique, causando sete mortes e perto de 720 mil pessoas afectadas.

O INSS ficou sensibilizado com a situação que afectou entre as vítimas os beneficiários e pensionistas do Sistema de Segurança Social, tendo disponibilizado o referido donativo a ser aplicado, particularmente na aquisição de produtos alimentares e material de construção para as famílias desabrigadas.

O administrador em representação do Estado no Conselho de Administração do INSS, Eduardo Nhampossa, disse, no acto da entrega do montante, que a instituição decidiu dar o seu apoio para ajudar a minimizar os efeitos devastadores do temporal.

“É uma acção que se enquadra no Programa de Acção Sanitária e Social, daí que o INSS estendeu a mão, dando apoio à província de Inhambane”, explicou.

Por sua vez, Olívio Matsinhe, representante do INGC em Inhambane, referiu que o apoio do INSS vai ajudar a minimizar os danos causados pelo ciclone, numa altura em que o INGC está a prestar a assistência alimentar às populações ao mesmo tempo que procura dar abrigo às pessoas que ficaram sem tecto.

Importa salientar que o Governo precisa de 900 milhões de meticais para repor as infraestruturas destruídas pelo Ciclone Dineo que, além de causar a morte de pessoas e ferir outras, em Inhambane, destruiu 106 edifícios públicos, 70 unidades hospitalares, 998 salas de aula, três torres de comunicação e 48 postos de transporte de energia eléctrica. In “Olá Moçambique” - Moçambique

Galiza - VII edição do festival “Português Perto. Aquelas nossas músicas”

De 6 a 10 de março de 2017 decorrerá em Ourense a VII edição do festival ‘Português Perto. Aquelas nossas músicas’ organizado pola Vice-Reitoria do Campus de Ourense-Universidade de Vigo em colaboração com a Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa (Pró-AGLP), a Associaçom Galega da Língua (AGAL) e a AC. Algaravía.

A atividade com a que dará começo o festival será o OPS ‘O galego como oportunidade competitiva e privilegiada’ que ministrará a professora Tamara Varela para um grupo de alunas e alunos de Empresariais e Turismo.

Segunda-feira 6 de março, às 10h30, na Sala 1.1 da Faculdade de Ciências Empresariais e Turismo do Campus de Ourense.


O Português Perto nasce para aproximar a cultura lusófona ao público universitário e o de Ourense em geral, para que sintam a Lusofonia como lugar próprio da cultura galega. Para mostrar aquele nosso mundo linguístico e cultural; para evidenciar que, como galegas e galegos, podemos desfrutar da produção artística, musical ou cultural de Brasil, Angola, Portugal, Moçambique, Cabo Verde… interatuar com mais de 230 milhões de pessoas.

Ainda, para o público ver que, com a sua língua, tem um horizonte cultural e linguístico muito mais amplo, para tentar quebrar os preconceitos e fronteiras que a maioria das pessoas colocam, e conseguir que sejam conscientes do mundo de possibilidades que esta via abre.

Pessoas e realidades que falam a nossa língua com diferentes musicalidades, cores, sabores e formas. Uma viagem pela língua portuguesa e a sua música. Redescobre a Galiza através do Brasil, Angola, Portugal… In “Portal Galego da Língua” - Galiza


Macau - PIB registou uma contracção real de 2,1% em 2016

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) em 2016 a economia de Macau registou uma contracção real de 2,1%, significativamente inferior à quebra de 21,5% registada em 2015. Enquanto no primeiro semestre registava um recuo homólogo de 9,7%, em termos reais, no segundo semestre inverteu a tendência, apresentando um crescimento económico real de 5,7%.


A contracção económica de 2016 deveu-se principalmente ao comportamento insatisfatório das procuras globais. A procura interna enfraqueceu, com um contracção anual de 5,8%, realçando-se as descidas de 1,3% na despesa de consumo privado e de 13,3% na formação bruta de capital fixo, apesar da subida de 1,7% na despesa de consumo final do Governo. A procura externa melhorou significativamente no segundo semestre, registando-se aumentos contínuos nas entradas de visitantes e na respectiva despesa, pelo que abrandou para 2,5% a tendência descendente das exportações de serviços. Observaram-se quedas de 4,4% nas exportações de serviços do jogo, 1,0% nas exportações de outros serviços turísticos e 21,8% nas exportações de bens.

Em 2016 o PIB atingiu 358,2 mil milhões de Patacas e o PIB per capita cifrou-se em 554619 Patacas (cerca de 69372 dólares americanos). Por seu turno, o deflactor implícito do PIB subiu 0,9% em termos anuais.

No quarto trimestre de 2016 o PIB registou um crescimento real de 7,0%, em termos anuais, superior ao do terceiro trimestre (4,4%), em virtude da subida contínua das exportações de serviços.

O sector do jogo e turismo manteve-se em expansão, impulsionando um aumento de 8,2% nas exportações de serviços, salientando-se que os aumentos de 8,1% nas exportações de serviços do jogo e de 8,4% nas exportações de outros serviços turísticos. Contudo, foi desfavorável o comportamento das exportações de bens, com uma acentuação do declínio até 21,2%.

A procura interna retraiu-se ligeiramente, com uma descida homóloga de 0,5% na despesa de consumo privado, enquanto se mantinha no mesmo nível a despesa de consumo final do Governo e subia ligeiramente (0,2%) a formação bruta de capital fixo.

As importações de bens diminuíram 8,0%, ao contrário das importações de serviços, que aumentaram 1,6%.

Foram revistas para cima as taxas de crescimento real do PIB referentes ao segundo trimestre (-6,8%) e ao terceiro trimestre (+4,4%) de 2016.
A despesa de consumo privado passou de +0,2% no terceiro trimestre para -0,5% no quarto trimestre, em consequência da diminuição da despesa do consumo de bens duradouros, reflectindo o comportamento conservador dos agregados familiares em relação às despesas não essenciais. Salienta-se que as despesas de consumo das famílias no mercado local desceram 1,2%, enquanto as despesas de consumo das famílias no exterior subiram 2,7%.

A despesa de consumo final do Governo passou de +0,1% no terceiro trimestre para a taxa nula de crescimento homólogo no quarto trimestre, visto que a descida das aquisições líquidas de bens e serviços compensou o aumento das remunerações dos empregados.

No quarto trimestre a formação bruta de capital fixo cresceu ligeiramente 0,2%, inferior à do terceiro trimestre (4,0%), em virtude do aumento de 5,1% no investimento do sector privado, em especial os acréscimos de 5,5% em construção e de 0,9% em equipamento. Entretanto, desceu 13,7% o investimento do sector público, quase anulando o aumento do investimento do sector privado, salientando-se os decréscimos de 13,5% em construção pública e de 14,6% em equipamento.

O comércio de bens continuou a baixar no quarto trimestre, com as importações de bens a descerem 8,0% em termos anuais (inferior a -8,7% no terceiro trimestre), devido à queda da procura interna. As exportações de bens caíram 21,2%, superior a -15,7% no terceiro trimestre.

O comércio de serviços manteve a tendência ascendente. As exportações totais de serviços registaram uma subida homóloga de 8,2%, beneficiadas pelos crescimentos da receita bruta do jogo, do número de visitantes e da respectiva despesa. Destacam-se os aumentos de 8,1% nas exportações de serviços do jogo e de 8,4% nas exportações de outros serviços turísticos. Por seu turno, as importações de serviços registaram um acréscimo homólogo de 1,6%, inferior a +6,3% no terceiro trimestre. DSEC - Macau

Brasil - Itamaraty: correção de rota

SÃO PAULO – Apesar das tentativas do lulopetismo, às vezes canhestras e até mal-educadas, para desqualificar o mandato-tampão de Michel Temer, a verdade é que, pelo menos na área de comércio exterior, o atual governo tem registrado inquestionáveis avanços em comparação com os últimos 14 anos, período em que o Brasil, praticamente, ficou isolado e sem representatividade em fóruns internacionais.

Defenestrada a política Sul-Sul, que priorizava o relacionamento com economias pouco representativas do Hemisfério Sul e apresentava os EUA como o grande satã do planeta, o que se viu nos últimos nove meses foi o Itamaraty assumir outra vez o papel de condutor da política externa, sem ser obrigado a prestar vassalagem a algum assessor da presidência da República.

Basta ver que a Câmara de Comércio Exterior (Camex), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) passaram a atuar diretamente sob a tutela do Itamaraty, com o consequente esvaziamento do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Com isso, o País voltou a ganhar visibilidade internacional, saindo do isolamento a que estava relegado nos entendimentos comerciais.

Isso está claro no atual estágio em que se encontram as negociações do Mercosul com a União Europeia, Aliança do Pacífico (Chile e Colômbia, Peru e México) e  Canadá. Para tanto, foi decisiva a reaproximação com a Argentina, a partir da ascensão de Maurício Macri à presidência do país vizinho. Dentro dessa nova visão da política externa, deu-se a realização da primeira reunião de ministros do Cone Sul para discutir o tráfico de drogas, armas e contrabando, além da defesa das fronteiras e a manutenção da paz no Atlântico Sul.

Em contrapartida, os dois países ainda não conseguiram superar as dificuldades criadas pelos entraves colocados pela Argentina, como o licenciamento restrito de importações, o que tem impedido o Mercosul de cumprir os objetivos que marcaram a sua criação em 1991, ou seja, a liberalização de comércio e a abertura dos mercados compartilhados por seus parceiros.

Com o México, os entendimentos parecem mais avançados a partir da missão comercial liderada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que procurou colocar o Brasil como opção para o fornecimento de carne processada, milho e soja para aquele país, diante de um possível estremecimento nas relações entre os governos mexicano e norte-americano. É de se lembrar que o México costuma comprar por ano cerca de US$ 30 bilhões em alimentos do EUA e, se pelo menos 30% desse valor viessem para o Brasil, não seria nada mal.
           
Embora a articulação dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) seja iniciativa dos governos anteriores, o atual governo não se tem mostrado contrário ao aprofundamento do relacionamento com o bloco. Ao mesmo tempo, tem feito esforços para a assinatura de um acordo entre o Mercosul e a Associação Europeia de Comércio Livre (Efta), que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, e mais recentemente com o Reino Unido, que deixou a União Europeia em junho de 2016.

Por fim, o Itamaraty não esconde que tem dado ênfase às negociações com a China, hoje o principal parceiro do País, à frente dos EUA, e com o Japão e a Coreia do Sul com vistas à formalização de acordos comerciais. Obviamente, tudo isso demanda um período de amadurecimento, mas não se pode deixar de reconhecer que esses entendimentos deixam explícito que há um projeto deliberado para inserir o Brasil nos grandes circuitos do comércio internacional. Com a saída do ministro José Serra, por problemas de saúde, o que se espera é que essa correção de rota seja mantida. Milton Lourenço - Brasil


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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Educação para os novos tempos

                                                           I

Nesta época de profunda degradação moral em que está mergulhada a Nação brasileira, a publicação de um livro como Educação em um mundo globalizado (Belo Horizonte: O Lutador, 2014), dos professores Sílvio Firmo do Nascimento e Kennedy Alemar da Silva, ganha redobrada importância, pois discute como educar e formar educadores para essa sociedade que se desenha para o século XXI.
Como observa o professor José Maurício de Carvalho, na época da publicação da obra, do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ-MG), no prefácio que escreveu para esta obra, os autores consideram essencial a construção de uma nova pedagogia para enfrentar os desafios da sociedade tecnológica. De fato, esse é um desafio de proporções ciclópicas, pois a questão da degradação moral vem da própria família brasileira que, ao longo do tempo, deixou de discutir e incutir em seus pósteros os valores morais mais essenciais, deixando a tarefa para a escola que, por sua vez, não tem condições materiais nem espirituais para desenvolver esse trabalho.
O professor de Língua Portuguesa sabe muito bem como chegam os alunos, em grande parte, ao primeiro ano de qualquer curso universitário: não só sem o domínio da técnica de escrever como sem valores morais. Por isso, pedir aos alunos que escrevam uma resenha de algum livro ou um artigo sobre qualquer assunto é preparar-se para receber uma avalanche de textos tirados da Internet e apresentados como se fossem de sua própria autoria.
Quer dizer, a maior parte dos alunos comete o crime do plágio sem a menor cerimônia. E não se pode dizer que, geralmente, são alunos mal saídos da adolescência porque, não raro, também os mais maduros cometem com facilidade esse tipo de crime. Ou seja, como muitos deles são pais de família, é de se imaginar os valores morais que passam para os filhos.
Para combater essa epidemia de desonestidade, o professor precisa sacrificar boa parte do seu tempo fora da classe para pesquisar no Google a fim de comprovar o plágio. Diante de classes superlotadas – com mais de 80 alunos –, já que as universidades privadas estão preocupadas prioritariamente com seus lucros, não poucos professores desistem da carreira. Os que insistem e tentam ensinar como fazer as citações de textos alheios, muitas vezes, pregam no deserto porque muito mais fácil é “copiar e colar”. Não é à toa que, de vez em quando, estouram (não só no Brasil como também no Primeiro Mundo) escândalos em que figuras eminentes são acusadas de publicar livros com extensas citações de textos alheios sem o devido crédito. Às vezes, o livro que teve trechos amplamente copiados está citado apenas na bibliografia. E os autores acreditam que isso resolve tudo.

Aos docentes que permanecem só resta remar contra a corrente e procurar contribuir para a formação da pessoa humana, tentando passar aos alunos o domínio da escrita e leitura, a capacidade de analisar, interpretar e sintetizar dados e compreender e atuar no meio social, como ressaltam os autores de Educação em um mundo globalizado.


                                               II
Para mudar esse quadro, Nascimento e Silva defendem a presença de professores cada vez mais qualificados e com atualização permanente, em vez de docentes que apenas transmitam conhecimento acadêmico. Mas observam que é preciso também que a escola mude, pois o professor sozinho não será capaz de dar conta dos desafios educacionais que se impõem neste começo de século. Obviamente, a escola não pode mudar sozinha, o que significa que a mudança deveria ser acompanhada pelo Estado e pela sociedade. Eis aqui um ideal quase inatingível. Afinal, neste mundo globalizado, os interesses políticos se encontram sempre subordinados aos interesses mercadológicos.
No último capítulo, Nascimento e Silva discutem o impacto da tecnologia na educação, admitindo como irreversível o ensino a distância, que seria mais uma tecnologia colocada a serviço da demanda social. Para os autores, o ensino a distância seria “mais eficaz que o presencial devido ao seu maior alcance, sua melhor razão custo e benefício, sua maior flexibilidade (tanto para docentes como aprendizes) e seu maior potencial de personalização e mesmo individualização”.
Para os estudiosos, a tarefa de discutir, analisar, avaliar e aplicar as informações a tarefas práticas será realizada, mais e mais, não através da escola, mas através de grupos virtuais de discussão, no quais cada um se alterna no papel de ensinar e de aprender. “Se a escola puder se reinventar e tornar-se um ambiente de aprendizagem desse tipo, ela pode sobreviver. Mas a Internet, a Web, correio eletrônico, bate-papos, discussões baseadas em texto (grupos de discussão), videoconferências etc. precisarão estar no centro dela e se tornar parte de sua rotina. O que aqui é dito da escola aplica-se a escolas de todos os níveis, inclusive às universidades”, garantem.
Como diz o professor José Maurício de Carvalho, se esse é o novo paradigma da educação, é preciso criar então uma nova forma de ensinar, e isso nos coloca diante da necessidade de pensar a formação do educador que deve ser preparado para essa nova realidade. Por isso, com base nas ideias do sociólogo suíço Philippe Perrenoud, os autores concluem que “o professor deverá se dotar de conhecimentos, habilidades e atitudes para tornar-se um profissional reflexivo ou investigador, com o objetivo de aprender a interpretar, compreender e refletir sobre a realidade social e a própria docência”.
Esse é o grande desafio da Humanidade hoje, pois não há como discordar de Nascimento e Silva quando dizem que a educação é um dos caminhos importantes para superar a crise do nosso tempo.

                                               III
Silvio Firmo do Nascimento (1956) é graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ - 1987) e em Estudos Sociais e Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque-SC (1983), mestrado em Filosofia pela UFJF-MG (1992) e doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho-RJ (2001). É professor de Filosofia e editor da revista Saberes Interdisciplinares do Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves (IPTAN) e membro efetivo da Academia de Letras de São João del-Rei-MG.

É autor de Teses morais do tradicionalismo do século XIX (Londrina-PR: Humanidades, 2004), A Igreja em Minas Gerais na República Velha (Curitiba: Juruá, 2008), A religião no Brasil após o Vaticano II: uma concepção democrática da religião (Barbacena-MG: UNIPAC, 2005), O homem diante do sagrado: alguns elementos de antropologia da religião (Londrina: Edições Humanidades, 2008), A pessoa humana segundo Erich Fromm (Curitiba: Juruá, 2010), A centralidade da eucaristia na vida da humanidade (Guarapuava-PR: Pão e Vinho, 2001) e Gotas de sabedoria (Curitiba: Instituto Memória, 2012). Desenvolve o trabalho religioso de pároco em Ibituruna-MG e de assessoria bíblica na Diocese de São João del-Rei-MG. 
Kennedy Alemar da Silva (1972) é mestre em Educação pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), de Barbacena-MG, licenciado em Filosofia e especialista em História de Minas Gerais no século XIX pela UFJF-MG. É professor na Fundação Educacional de Lavras-MG e na rede estadual de Minas Gerais na cidade de Itutinga, onde reside. Foi secretário municipal de Educação em Itutinga. Adelto Gonçalves – Brasil

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Educação em um mundo globalizado, de Sílvio Firmo do Nascimento e Kennedy Alemar da Silva, com prefácio de José Maurício de Carvalho. Belo Horizonte: Gráfica e Editora O Lutador, 164 págs., 2014.
E-mails: silviofirmodonascimento@gmail.com
kennedy.silva@unilavras.edu.br

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Adelto Gonçalves, jornalista, mestre em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana e doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), é autor de Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1981; Taubaté, Letra Selvagem, 2015), Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o perfil perdido (Lisboa, Caminho, 2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

Moçambique - Associação do Zimpeto promove feiras do livro em sete escolas secundárias de Maputo

Feira inaugural marcada para 1 de Março na Escola Secundária Quisse Mavota

A associação dos jovens do bairro do Zimpeto está organizar uma série de sete feiras do livro, as quais irão decorrer em Março, Abril, Maio, Agosto, Setembro e Outubro.

O evento que pretende promover a literatura deverá acontecer em várias escolas secundárias de Maputo, como Quisse Mavota, Zedequias Manganhela, Heróis Moçambicanos, Inhagoia, Zona Verde, Malhazine e Força do Povo.

Na feira inaugural, marcada para 1 de Março, na Escola Secundária Quisse Mavota, com início previsto para 8:30h, os organizadores do evento irão oferecer um conjunto de material didáctico para apetrechar a biblioteca da instituição.

Este evento conta com a parceria das livrarias Conhecimento, de acordo com a associação organizadora, a única que se dignou a aceitar o convite para o efeito.

O real motivo da parceira é massificar o livro, sobretudo nas comunidades da periferia de Maputo. Por isso, as obras estarão à venda a preço simbólico para estimular, incentivar e promover a leitura, incluindo acesso à informação e ao conhecimento.

Nesta fase piloto da feira foram escolhidas sete escolas, no entanto, mais tarde, o interesse é realizar feiras de livro em todas as escolas secundárias do Distrito Municipal Kamubukwana, devendo abranger alunos entre 12 e 18 anos de idade.

A Ahi-lhayisani é uma agremiação que congrega jovens, sem fins lucrativos, de Solidariedade Social e que desenvolve as suas actividades no âmbito da acção social, com a infância, jovens, terceira idade e com as comunidades. Actua mais nos campos da saúde e educação, habitação e emprego, desporto, arte e cultura e defesa e conservação do meio ambiente. In “O País” - Moçambique

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Angola – Criação de 44 plataformas logísticas

O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, anunciou no passado sábado, 18 de Fevereiro de 2017, na província do Huambo, a criação, em todo o país, de 44 plataformas logísticas de 1º, 2º e 3º nível nas tipologias urbanas, regionais, portuárias, transfronteiriças e centros de carga aérea nos principais aeroportos.

O governante fez este anúncio durante a conferência regional sobre plataformas logísticas – o caso do Huambo e de apresentação das linhas mestras da estratégia para a saída da crise, testemunhado pelo governador local, João Baptista Kussumua.

Augusto da Silva Tomás afirmou que numa previsão preliminar, estima-se que em cada uma das plataformas urbanas e regionais a criação, numa primeira fase, entre 150 a 300 postos de trabalho directo, e 10 vezes mais em termos de empregabilidade, de forma indirecta.

Perspectivou que depois de cinco anos de funcionamento, as infra-estruturas logísticas podem gerar um grande volume de negócios e o valor acrescentado noutras actividades correlacionadas à montante e à jusante, multiplicando, várias vezes, a riqueza complementar produzida.

O ministro dos Transportes disse que a criação das plataformas vai proporcionar dois aspectos relevantes, designadamente a oferta de um porto seco com a capacidade para contentores em trânsito, na ordem dos 3000 lugares de estacionamento, e da disponibilização de grandes áreas para a construção de instalações de armazenamento de diferentes tipologias, para tratamento, manipulação e actividade de valor acrescentado às cargas.

Acrescentou que estas cargas vão alimentar, de forma regular e contínua, as cadeias de abastecimento, tanto do interior do território nacional como nas relacções comerciais na vertente externa, oferecendo também entrepostos de frio e silos para o armazenamento de cereais, áreas para estacionamento de indústrias de baixa e média densidade e, ainda, espaços comerciais para o fornecimento dos próprios trabalhadores e utilizadores das infra-estruturas.

O ministro Augusto da Silva Tomás assegurou que a criação das plataformas logísticas vai, igualmente, oferecer serviços essenciais à actividade dos operadores tais como, de bombas de combustíveis, oficinas de manutenção e reparação e lojas de conveniência.

Salientou que estas infra-estruturas logísticas transformar-se-ão em verdadeiros pólos de desenvolvimento no interior, servindo de estímulo ao crescimento económico, criando, por via disso, mais emprego e a promoção, de forma exemplar, da coesão territorial e social do todo nacional.

O governante admitiu que a localização actual e prevista da actividade económica e do investimento público/privado conduzem ao seu posicionamento estratégico nos eixos de cruzamento das vias de comunicação terrestres (rodoviário e ferroviário), aéreas e marítimas, configurando a integração e a complementaridade das redes modais de transporte e a rede de plataformas logísticas.

Augusto da Silva Tomás disse que a criação destes empreendimentos proporciona mais investimento e emprego geradores de riqueza e de rendimento, estimulando a aceleração da procura e do consumo de produtos de primeira necessidade, porquanto são um contributo a nível regional, para o esforço de levar até ao interior infra-estruturas básicas no campo da logística, acessibilidade e da mobilidade de pessoas e bens. In “ANGOP” - Angola

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Escócia – Descoberta espada de bronze com três mil anos

Um grupo de arqueólogos encontrou, na cidade de Carnoustie, na Escócia, um verdadeiro tesouro da Idade do Bronze. Entre outros artefatos, foi encontrada a ponta de uma lança decorada com ouro e uma espada de bronze com cerca de 3 mil anos

Os artefactos foram encontrados durante uma avaliação arqueológica no local, antes da construção de dois campos de futebol. A empresa Guard Archaeology afirma que esta é uma “descoberta rara e internacionalmente significativa”.

“Os mitos celtas mais antigos destacavam o reflexo e o brilho das armas. A decoração de ouro terá provavelmente sido acrescentada a essa ponta de lança de bronze para destacá-la tanto pela raridade do material como pelo impacto visual“, explicou o arqueólogo Alan Blair, em entrevista à BBC.

“Cada objeto individual é importante, mas a presença de ouro na ponta da lança torna o artefacto excepcional”, destacou.

A equipa também encontrou uma bainha de couro e madeira (a tampa de proteção sobre a qual repousa a espada), que foi considerada a bainha do fim da Idade do Bronze encontrada em melhor estado na Grã-Bretanha.

“É muito incomum recuperar tais artefactos numa escavação arqueológica moderna. Isto pode revelar muito sobre o contexto do enterro dos objetos”, destacou Blair.

Esta escavação revelou também o maior salão neolítico já encontrado na Escócia, que terá sido construído no ano 4000 a.C. A estrutura descoberta, dizem os arqueólogos, “pode ser tão velha para as pessoas que enterraram os artefactos como essas pessoas são para nós”.

Apesar de o trabalho ainda não estar finalizado, os cientistas descobriram, até agora, cerca de 1000 elementos arqueológicos, entre eles os restos de 12 casas sub-circulares que provavelmente datam da Idade do Bronze juntamente com os restos de duas salas que datam provavelmente do período neolítico. In “Zap.aeiou” - Portugal

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Portugal – Exportação de calçado para a China

Portugal é já o quinto maior fornecedor de calçado da China. E a tendência é para subir no ranking. Em 2009, a indústria portuguesa exportava 34 mil pares de sapatos para a China, no valor de 646,5 mil euros. Ou seja, a um preço médio de 18,86 euros. Sete anos volvidos, o país mais populoso do mundo multiplicou por 20 as suas importações de calçado português. Em valor claro, que atinge já os 12,9 milhões de euros. Em volume, o crescimento é de 2,7 vezes. E o preço médio é já o terceiro mais elevado – 41,06 euros por par.

“É natural que se comece a ter bons resultados na China, fruto de uma aposta consistente nos últimos anos. Acresce que temos algumas empresas portuguesas que são já uma referência no mercado”, diz Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos. Casos como a Tatuaggi, de São João da Madeira, que tem 5 lojas e 2 outlets da marca na China, operados por um parceiro local. Mas também a Nobrand, Profession Bottier ou a Kyaia, entre outros.

“A estratégia de entrada é a habitual na indústria portuguesa, com uma aposta sempre nos segmentos de mercado mais elevados. O que permite que o preço médio cresça sempre mais. E a verdade é que há pouco mercados no mundo dispostos a pagar mais de 40 euros por cada par de sapatos exportado”, refere.

Na verdade, o mercado que mais valoriza os sapatos portugueses é o chinês. A região administrativa especial de Hong Kong comprou, no ano passado, três milhões de euros em sapatos, a um preço médio por par de 44,99 euros. Quase o dobro do preço médio global de exportação do setor, que foi de 23,74 euros. Em segundo lugar surge a Coreia, com 42,59 euros e, em terceiro, a China. A quarta posição no ranking é ocupada pelos Estados Unidos/Canadá a uma distância considerável: 34 euros. Recorde-se que o preço final ao consumidor é, normalmente, o triplo do preço de saída de fábrica. Pelo menos.

Na China há vários anos, a Kyaia, o maior grupo de calçado nacional, detentor da marca Fly London, assume que os números de crescimento no mercado “são abismais”, mas que têm, ainda, um peso diminuto nas vendas totais do grupo. “Todas as épocas crescemos, mas há muita rotatividade de clientes. Mas já temos dois, pelo menos, com os quais trabalhamos há seis épocas consecutivas. O que é muito positivo”, diz Amílcar Monteiro.

A verdade é que, apesar do potencial ser enorme, a realidade é complicada. Não só pela distância, mas pela própria estrutura do mercado, onde o conceito de loja multimarca não existe ainda. Questões que levam Sérgio Cunha, da Nobrand, a assumir que a China “vai ser um mercado enorme, mas faltam anos para isso”. Embora tenha lá um showroom, em Xangai, para ir marcando terreno.

Já a Profession Bottier fechou, em dezembro, o seu showroom local. Não por desinteresse no mercado, que Ruben Avelar classifica de “fascinante”, mas por “falta de capacidade de investimento para alavancar o crescimento”. Ilídia Pinto – Portugal in “Dinheiro Vivo”

Portugal – Altice Labs alarga horizontes tecnológicos

“Cinco séculos depois de as caravelas terem partido de Portugal para descobrir o mundo, nós continuamos a descobri-lo.

Continuamos a mostrar novos mundos ao mundo e continuamos a estar presentes em mais de 30 países espalhados por cinco continentes, onde mais de 250 milhões de pessoas utilizam tecnologia desenvolvida aqui”. As palavras de Alexandre Fonseca, Chief Technology Officer (CTO) da PT, ontem, durante a sessão do primeiro aniversário da Altice Labs, pretenderam enaltecer o papel inovador desempenhado pela equipa sediada em Aveiro, que, no último ano, e na sequência do que já fazia enquanto “PT Inovação”, desbravou um caminho que alargou horizontes tecnológicos, criando novas rotas do conhecimento, apimentadas por especiarias da inovação. Hoje, ao olhar para um mapa-mundo com cada vez menos fronteiras, fruto da internacionalização do conhecimento tecnológico, aquele responsável garante que a influência das descobertas feitas neste cantinho à beira-Ria plantado se estendem por canais digitais, chegando ao outro lado do globo. E essa é a razão pela qual a palavra “orgulho” foi aquela que mais vezes se escutou nos discursos de todos os intervenientes.

Também Michel Combes, CEO da Altice, elogiou o passado da PT, que considerou ter sido “sempre uma referência a nível mundial pela sua capacidade de inovação e de liderar as grandes tendências em telecomunicações e tecnologia. Grande parte destas tendências e soluções foi desenvolvida aqui em Aveiro e este espírito único está intimamente ligado à visão de inovação da Altice”, assegurou.

Conforme foi anunciado ontem, o novo rumo da Altice Labs já está traçado e chama-se 5G. “Ter o 5G estandardizado antes de 2020 vai ser muito difícil, mas as primeiras demonstrações deverão ocorrer provavelmente nessa altura”, antecipou em declarações à agência Lusa o director geral da Altice Labs, Alcino Lavrador, durante uma visita aos dois novos laboratórios - o de 5G e o Future Lab - com Michel Combes, Paulo Neves, presidente da PT Portugal, e Alexandre Fonseca.

Apresentado laboratório aberto à comunidade

O dia de aniversário foi ainda aproveitado para a Altice Labs apresentar o Future Lab, um espaço aberto a crianças, estudantes e à sociedade em geral, para experimentação e prototipagem de novas ideias, em áreas como a electrónica associada à realidade aumentada, robótica, reprodução de hologramas, entres outras.

“Queremos trazer a comunidade cá para dentro. As pessoas podem desenvolver rapidamente um protótipo, este pode falhar rapidamente, mas também pode sair daí um negócio”, defendeu Alcino Lavrador. Adérito Esteves – Portugal in “Diário de Aveiro”


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Guiné-Bissau - 8º Fórum das Comunicações da CPLP

Bissau - Os países da comunidade lusófona «estão muito atrasados» no que diz respeito à tecnologia digital e «é preciso colocar em prática uma Agenda Digital rapidamente», defendeu, em Bissau, Filipe Baptista, secretário-geral da Associação de Reguladores de Comunicações e Telecomunicações da CPLP (Arctel).

O secretário-geral da Arctel deu estas indicações em declarações aos jornalistas no encerramento de um fórum sobre o digital, que juntou representantes dos nove países da comunidade.

Na sua opinião, os países lusófonos estão «a ficar para trás no que concerne ao mundo digital», o que se pode ver no facto de os ministros das telecomunicações da comunidade «terem ficado 12 anos sem se reunirem».

Nestes 12 anos, referiu ainda Filipe Baptista, o sector das telecomunicações conheceu avanços consideráveis pelo que a CPLP (terá que «correr agora contra o tempo» para recuperar os atrasos, acrescentou.

O secretário-geral da Arctel pretende ter «uma primeira ideia de Agenda de Projetos Digitais a serem implementados nos países lusófonos em 2018 e levar os ministros das telecomunicações da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) a discutirem os projetos logo de seguida».

Até à próxima reunião dos ministros, marcada para outubro de 2018 na Guiné-Equatorial, a Arctel está incumbida de fazer um levantamento das estratégias de cada país para o setor do digital numa ação executada em colaboração com a Organização Internacional das Telecomunicações (OIT). In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau