Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 31 de março de 2017

Portugal – Nova companhia de navegação, a TSL – Tejo Shipping Lines quer conquistar mercado ibérico e de expressão portuguesa

A mais recente companhia de navegação portuguesa, a TSL – Tejo Shipping Lines, que tem dois navios, espera ampliar a frota num prazo de dois a três anos, se o mercado o permitir, e mesmo “encomendar novos navios, se possível, na Península Ibérica e preferencialmente em Portugal”, segundo fonte da empresa.

Constituída em 20 de Janeiro, conforme já demos conta neste jornal, a empresa tem 51% de capital nacional (da Arkon Shipping Portugal, resultante de um investimento da alemã Arkon, um broker exclusivo de uma cooperativa de armadores e que explora comercialmente navios) e 49% de capital alemão e português.

Conforme foi publicamente divulgado e por nós confirmado junto da empresa, a TSL possui dois navios (o Tejo Belém – antigo Chaves -, adquirido num leilão à massa falida da Naveiro, construído em 2009, com 2956 toneladas de arqueação, ou gross tonnage, e 4264 toneladas de porte, ou deadwight tonnage, e o Tejo Algés – antigo Parma – adquirido à Novum, construído em 2001, com 2999 toneladas de porte bruto e 4247 toneladas de peso morto).

Por opção estratégica, segundo nos foi explicado, a empresa optou por registar os navios no Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), apesar de “ter sido equacionada a hipótese de os registar no registo português convencional”. Igualmente por opção estratégica, a empresa mantém alguma reserva relativamente à quantificação de objectivos e a algumas medidas que prefere não divulgar por agora.

A empresa, actualmente com quatro pessoas, mantém um contrato de management com a Bensaúde (faz a gestão técnica dos navios) que por sua vez tem um contrato de tripulação com a Promarinha (faz a gestão da tripulação), ficando a gestão comercial a cargo da Arkon Shipping Portugal. A tripulação é toda portuguesa, grande parte formada na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH).

Vocacionada para o short sea shipping, ou transporte marítimo de curta distância, a TSL aposta nos mercados do Mediterrâneo, Norte da Europa e Báltico, Atlântico Norte e Norte de África. “Os nossos navios andam no trumping, vão para onde a carga vai, não somos uma companhia de linha”, refere fonte da empresa. E a mercadoria é todo o tipo de carga seca.

Este projecto foi amadurecido durante alguns anos, a partir do investimento feito em Portugal pela Arkon em 2012. Foi nesse momento que se pensou em criar uma empresa de short sea shipping no âmbito da Arkon Portugal, “para eventualmente ocupar o vazio deixado pela Naveiro”, com objectivo de conquistar o mercado ibérico e o de expressão portuguesa, refere fonte da empresa.

Entretanto, a companhia de logística alemã Rhenus Group assumiu parte da Arkon Shipping, na sequência de um aumento de capital em 40%, dando origem à firma de investimento Rhenus-Arkon-Shipinvest, refere o World Maritime News. In “Jornal Economia do Mar” - Portugal

Brasil - Um balanço positivo, até agora

SÃO PAULO – Na História do Brasil, só em duas ocasiões o País registrou um Produto Interno Bruto (PIB) negativo, ao menos a partir de 1901, quando se iniciou esse tipo de levantamento: a primeira vez foi em 1930 e 1931, em razão da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, que afetou drasticamente a exportação de café, que era a base da economia nacional.

O outro momento em que se deu esse desastre foi agora em 2015 e 2016, em função do desgoverno lulopetista. A presidente eleita foi defenestrada, a exemplo do que ocorreu em 1992, quando o então presidente Fernando Collor sofreu o processo de impeachment, mas, desta vez, há um dado complicador: àquela época, não havia o atual quadro de crise econômica e desmoralização da classe política, o que permitiu ao governo de Itamar Franco (1992-1994) fazer a travessia sem maiores sobressaltos e ainda eleger o sucessor.

Desta vez, porém, o governo de transição de Michel Temer está diante de um desafio ainda maior, até porque não passa um dia sem que um de seus ministros não apareça citado nas investigações da operação Lava-Jato. Sem contar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga ação de despesas ilegais na campanha Dilma-Temer em 2014, pode até concluir por uma eleição presidencial direta ainda em 2017.

Seja como for, não se pode deixar de reconhecer que, diante de circunstâncias tão dramáticas, o atual governo tem feito a sua parte, ainda que seja alvo de críticas por parte daqueles que apostam no quanto pior, melhor. Afinal, em menos de um ano de mandato, já conseguiu até superar as expectativas, ao obter no Congresso Nacional a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto dos gastos ou do equilíbrio fiscal, além de reduzir de maneira significativa a inflação e procurar avançar a reforma da Previdência Social.

Na área de comércio exterior, se até o último dia de 2018, o governo Temer conseguir assinar, por meio do Mercosul, pelo menos um acordo de livre-comércio com a União Europeia ou com a Associação Europeia de Livre-Comércio (Efta, na sigla em inglês), minibloco que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, com certeza, passará para a História. Afinal, desde 1991, o Brasil só fechou três acordos de livre-comércio, ou seja, com Israel, Palestina e Egito, mas desses apenas o tratado com o primeiro país está em vigor.

Se esse objetivo ficar para mais tarde ou cair nas calendas gregas, ao menos que se chegue ao tratado próximo do livre-comércio que se discute com o México, que prevê o aprofundamento do acordo de preferência tarifária em vigor desde 2003, com redução das alíquotas dos 793 produtos já incluídos e ampliação do número de produtos manufaturados contemplados para mais de seis mil itens.

O possível acordo prevê ainda a abertura de uma rodada de liberalização, que englobaria todas as áreas do comércio exterior (produtos agrícolas, serviço, compras governamentais, propriedade intelectual, cooperação aduaneira, questões fitossanitárias e facilitação de comércio). Já não seria pouco. Milton Lourenço - Brasil

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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br

quinta-feira, 30 de março de 2017

O Sopro de Pak Tai: Veloso, Monteiro e o Campo Português



O budismo hinayanna continua a ser a religião dominante no Camboja, apesar de todos os vendavais políticos. Nos anos de terror e genocídio, a maioria dos monges budistas foi assassinada pelos Khmeres Vermelhos, que praticamente destruíram os três mil mosteiros e templos existentes no país. Só em 1980 o budismo seria reinstalado como religião oficial do regime, e, desde o início da década de 1990, assistiu-se a uma sistemática restauração desses edifícios religiosos.
O dominicano Frei Gaspar da Cruz, um dos primeiros portugueses a visitar a região, no início do século XVI, descrevia “estes sacerdotes de seus ídolos” como alguém que vestia “panos amarelos cingidos como a demais gente e uma maneira de estolas também amarelas com certas dobras e costuras em que têm suas superstições”. Mas apesar deste olhar preconceituoso, nem Cruz nem os outros religiosos que ali foram predicar tiveram quaisquer razões de queixa. Como escrevia na sua Ethiopia Oriental Frei João dos Santos, “o rei da terra os recebeu benignamente e os favoreceu muito” dando-lhes até lugar para que pudessem “construir as suas igrejas e fazer os seus baptismos”.
Na peugada dos missionários foram chegando mercadores, quantos deles originários da recém-fundada Cidade do Santo Nome de Deus de Macau. Para a história ficou o “lançado” Diogo Veloso, natural de Amarante, que chegou a ser governador da província de Baphnom, senhor da Ilha do Choro (no meio do Mekong) e marido de uma das primas do soberano khmer, Prah Alamika (ou Satha). A sua memória perdura hoje num monumento mandado erigir em 1934 pelo governador-geral na povoação de Neak Luong, com a seguinte inscrição, em francês: “Diogo Veloso. Né à Amarante, Portugal. Au service du Roi do Cambodje Prah Alamkara, épousa sa cousine, aide à reconquerir son royaume sur un usurpateur. Reçu en recompense la province de Ba Phnom. Mourut en combat en 1599”.
Diogo Veloso veio a ser um dos estrangeiros favoritos na corte do monarca khmer, que, a partir daí, jamais prescindiria dos serviços militares prestados pelos portugueses (e espanhóis também), fundamentais para que lograsse pacificar o país e evitar invasões pelos reinos vizinhos. E foi-o a tal ponto, que a tradição se manteve até à actualidade, pois entre as figuras públicas do Camboja recente, houve, pelo menos, um destacado general de apelido Fernandes e um político com apelido Monteiro.
Dessa comunidade, maioritariamente constituída por comerciantes oriundos de Macau, ou com negócios nessa cidade, e enraizada ao longo dos séculos através de casamentos de interesse e endogénicos, saliente-se então o abastado comerciante Col de Monteiro (1839-1908), que depressa ganharia os favores de Norodom Sihanouk, pai do actual monarca, que o faria seu conselheiro real. E a tradição foi-se perpetuando na família, sendo confiado ao seu filho, Pitou de Monteiro, o conselho dos ministros da Justiça e da Educação, e a um neto seu, Kenthao de Monteiro, a vice-presidência da Assembleia Nacional, o ministério da Educação, tendo-lhe sido atribuído ainda funções diplomáticas na Jugoslávia, Taiwan e no Egipto. Educado em França, Kenthao de Monteiro receberia das mãos de De Gaulle, aquando da sua visita oficial ao Camboja, a mais alta condecoração do estado francês, o Cavaleiro da Legião de Honra, e acabaria por falecer nos EUA, já com provecta idade, em 2006.
Vários membros da família Monteiro fixaram-se na Austrália após a tomada do poder pelos Khmeres Vermelhos, escapando assim a uma morte certa.
Até ao dealbar do protectorado francês, em 1863, os luso-descendentes viveram sempre nas proximidades da corte real, primeiro em Lovek, depois Oudong e, finalmente, em Phnom Pehn. E o resultado deste profícuo intercâmbio luso-khmer está bem patente nos muitos Sousa, Rosário, Noronha, Rodrigues, Almeida e Lopes com que deparamos ao folhear a lista telefónica da capital cambojana, onde existiu outrora um bairro designado “Campo Português”, de que nos deram conhecimento viajantes de meados do século XIX, como o francês Henri Mahout ou o alemão Adolf Bastian, e, mais tarde, já na década de 30 do século XX, o nosso cardeal José da Costa Nunes, que, nalguns dos seus escritos, prestou especial atenção ao kampong cristão centrado na figura do padre e da catedral, e cujos habitantes exerciam funções de carácter militar, administrativo e liberal, ora como simples soldados ou guardas do palácio real, ora como intérpretes, escrivães ou até reputados médicos e mediadores nas relações comerciais de carácter regional ou internacional. O bispo açoriano salienta, nas páginas do seu diário, a existência ainda de um crioulo muito próprio, e um grande apego às tradições e cerimónias cristãs, cujos ritos se tinham vindo a transmitir de geração em geração, desde o século XVI. Magalhães de Castro – Macau in “Ponto Final”

Joaquim Magalhães de Castro, Natural das Caldas de S. Jorge (Santa Maria da Feira), é jornalista freelancer, fotógrafo e investigador da História da Expansão Portuguesa. Colabora na imprensa em Macau, onde habitualmente reside, e em Portugal, sendo presença regular nas revistas UP, Tempo Livre, Notícias Sábado e Volta ao Mundo. É autor dos livros Os Bayingyis do Vale do Mu - Luso Descendentes na Birmânia (2001) e A Maravilha do Outro - No Rasto de Fernão Mendes Pinto (2004), e dos documentários televisivos A Outra Face da Birmânia (2001) e Dund - Viagem à Mongólia (2004).

quarta-feira, 29 de março de 2017

Angola – Cooperação com a Guiné Equatorial

Os governos de Angola e da Guiné Equatorial pretendem reforçar a cooperação bilateral nos domínios da formação de quadros, transportes, agricultura e pescas, foi anunciado, durante a visita de Estado do Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang, a Luanda.

O secretário de Estado dos Assuntos Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial, Domingo Mituy, explicou que a visita realizada Luanda é uma demonstração da vontade de “reforçar a cooperação inexistente” por parte dos dois chefes de Estado.

O governante acrescentou que, entre outras coisas, a Guiné Equatorial “pode oferecer” a Angola as universidades do país, para formação de quadros. Por sua vez, Angola deve participar no processo de formação de professores para leccionar o português naquele país, desde 2015 membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Durante a visita, de poucas horas, Obiang foi recebido no palácio presidencial pelo chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, tendo ambos reunido em privado, ao mesmo tempo que delegações ministeriais dos dois países acertavam, em conversações oficiais, novos mecanismos de cooperação.

Em declarações aos jornalistas, a secretária de Estado da Cooperação de Angola, Ângela Bragança, explicou que foi aprovada a criação de uma comissão técnica que vai avaliar o cumprimento dos oito acordos de cooperação e dois protocolos assinados entre os dois países, em áreas como a defesa, interior, petróleo e ensino superior, entre outros.

A cooperação, disse ainda, vai ser reforçada com um novo acordo técnico aprovado entre Angola e a Guiné Equatorial.

O estabelecimento de ligações aéreas entre as duas capitais, Luanda e Malabo, está igualmente em cima da mesa.

Angola está a formar 200 oficiais das forças de segurança da Guiné Equatorial e as duas petrolíferas estatais estão a estudar um reforço da cooperação, nomeadamente na área do gás. In “Rede Angola” - Angola

terça-feira, 28 de março de 2017

Moçambique – Inauguração da Central Hidroeléctrica de Mavuzi

O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu, ontem segunda-feira, 27 de Março de 2017, no distrito de Sussundenga, em Manica, a cerimónia da reabilitação da Central Hidroeléctrica de Mavuzi.

A Central, em paralelo com a de Chicamba, fornece energia ao Centro do país, nas cidades da Beira, Dondo, em Sofala, Chimoio e Manica, na província do mesmo nome, e Mutare, no vizinho Zimbabwe, em complemento à corrente adquirida pela Electricidade de Moçambique, junto à Barragem de Cahora-Bassa.

A mesma foi construída na década 50, século passado, e até ao início da reabilitação, o seu estado caracterizava-se pela antiguidade das infra-estruturas que suportaram a falta de manutenção e os danos causados pela guerra civil.

A reabilitação da central de Mavuzi consistiu no melhoramento e modernização dos equipamentos elevando para 42 megawatts, a capacidade instalada contra a metade que vinha sendo a produção, nos últimos anos.

As obras consistiram ainda na intervenção das componentes construção civil e mecânica, na substituição dos equipamentos em estado avançado de desgaste, em modernos, para garantir a eficácia e segurança das mesmas.

A reabilitação vai habilitar a central a responder o crescimento das necessidades eléctricas no país, a uma melhor segurança no fornecimento e crescimento da capacidade de produção e economizar a compra a custo elevado na rede da África Austral e em caso da indisponibilidade da Hidroeléctrica de Cahora-Bassa em assegurar o fornecimento da região Centro.

A empreitada durou dois anos e foi adjudicada a um consórcio constituído por grupos franceses e noruegueses.

Foram aplicados para esta central e a do Chicamba, ainda em reabilitação, mais de 122 milhões de dólares norte americanos, o equivalente a 8 mil e quinhentos e quarenta milhões de meticais.

Filipe Nyusi, inaugurou também o Centro de Ensino à Distancia, na cidade de Chimoio.

Em Manica, o Chefe de Estado, escala hoje, o distrito de Barué, para dirigir as cerimónias da celebração da Revolta de Barué, acto antecedido pela inauguração do Monumento Makombe.

Na deslocação a Manica, Filipe Nyusi, faz-se acompanhar por membros do governo e outros quadros, a diversos níveis. In “Rádio Moçambique” - Moçambique

segunda-feira, 27 de março de 2017

Portugal - Extensão da Plataforma Continental avança nas Nações Unidas

A proposta portuguesa de extensão da plataforma continental vai começar a ser negociada nas Nações Unidas em Agosto próximo, ultrapassando assim a primeira fase de um processo prolongado desencadeado em 2009.


Segundo um comunicado do Ministério do Mar, liderado por Ana Paula Vitorino, a primeira reunião de negociações está já marcada para 14 de Agosto no âmbito do grupo de trabalho que a Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) acaba de criar para analisar a proposta portuguesa, a qual pretende alargar em dois milhões de quilómetros quadrados a área marítima sob jurisdição nacional, o dobro da actual.

A criação desta subcomissão constitui um “passo decisivo num processo que uma vez terminado junto da ONU, permitirá a Portugal o exercício de direitos soberanos sobre a plataforma continental para efeitos de conhecimento e aproveitamento dos seus recursos naturais”, acrescenta a mesma nota.

De acordo com o artigo 76º da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar a plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o sub-solo das áreas marinhas que se estendem para além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre.

21 peritos em hidrografia a analisar

A CLPC é constituída por 21 Comissários, peritos em hidrografia, geologia e geofísica. Sete destes Comissários irão formar a subcomissão que vai avaliar a proposta portuguesa.

O projecto de extensão português é coordenado, desde 2005, pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), na tutela da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, a quem compete prosseguir os trabalhos de reforço da fundamentação e da negociação da proposta de Portugal junto das Nações Unidas. Carlos Caldeira – Portugal in “Agricultura e Mar Actual”

domingo, 26 de março de 2017

Internacional – Tardigrado ou urso-de-água o melhor candidato a colonizar outros mundos

Não é um extraterrestre, mas é a espécie animal que melhor sobrevive a condições extremas

Explicação: é isto um extraterrestre? Provavelmente não; mas de todos os animais da Terra, os tardígrados seriam os melhores candidatos. Isso ocorre porque sabemos que os tardígrados são capazes de viver décadas sem comida nem água, sobreviver a temperaturas de cerca de zero absoluto a bem acima do ponto de ebulição da água, sobreviver a pressão perto de zero até bem acima das que existem nos fundos oceânicos e sobreviver à exposição directa a radiações perigosas. O vasto leque de sobrevivência destes extremófilos foi testada em 2011 no exterior de uma nave espacial em órbita. Os tardígrados são tão perduráveis em parte porque eles podem reparar o seu próprio DNA e reduzir o teor de água do seu corpo a uma pequena percentagem. Alguns destes ursos –de-água em miniatura quase voltaram extraterrestres recentemente quando viajaram para a lua marciana Phobos a bordo da missão russa Fobos-Grunt, mas ficaram sendo terrestres quando um foguete falhou e a cápsula ficou em órbita da Terra. Os tardígrados são mais comuns do que os humanos por toda a Terra. Fotografado aqui em uma micrografía eletrônica, salientando as cores, um Tardigrado de um milímetro de comprimento a gatinhar no musgo. Dosi Veiga - Galiza In “G Ciência” 

Macau – IPOR terá certificação de português para crianças

Vai ser criada no Instituto Português do Oriente (IPOR) uma certificação de conhecimento de língua portuguesa “reconhecida internacionalmente” para crianças e jovens até aos 17 anos, à semelhança do Programa “Camões Júnior”, a ser lançado em Portugal ainda no primeiro semestre. A presidente do Instituto Camões destaca a importância da iniciativa tendo em conta o maior investimento do Executivo da RAEM no ensino do Português a partir do ensino básico


No plano de actividades do Instituto Português do Oriente (IPOR) para este ano está o lançamento de uma “certificação reconhecida internacionalmente dirigida aos mais novos”, à semelhança do programa “Camões Júnior” em Portugal. A informação foi avançada ao Jornal Tribuna de Macau pela presidente do Instituto Camões.

“Esta certificação dirigida aos mais jovens faz-se com avaliações específicas e por via digital, e parece-nos que poderá ser útil, tendo em conta o investimento cada vez maior das autoridades da RAEM no ensino da língua portuguesa, nomeadamente ao nível do ensino básico e secundário”, sublinhou Ana Paula Laborinho.

“Os mais jovens são um público em que cada vez mais o Governo da RAEM aposta e pretendemos ter uma articulação muito estreita através do IPOR”, destacou, explicando que para obter este género de certificação é necessário um certo nível de língua, pelo que o programa será direccionado a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 10 e 17 anos.

O programa “Camões Júnior” será lançado, em Portugal, “muito provavelmente no primeiro semestre”. “Logo a seguir teremos que articular com o IPOR, mas estamos convencidos que no final deste ano há condições para o lançar, naturalmente em articulação com as autoridades da RAEM”, apontou a presidente do Instituto Camões.

No plano de actividades para 2017, apresentado ontem durante a Assembleia Geral e Ordinária do IPOR, está também manifesta a intenção de desenvolver as plataformas digitais. “Sabemos que se pode, por esse meio, chegar a outros públicos e é também isso que pretendemos, cada vez disponibilizar mais materiais através dessas plataformas que permitam uma aprendizagem célere, interessada” além de ser “uma forma útil de desenvolver o ensino da língua”.

Em jeito de balanço, Ana Paula Laborinho destacou que “cada vez mais o IPOR tem trabalhado, não só para Macau, mas para toda a Ásia-Pacífico, em linha com o que são as orientações do Instituto Camões”. “A formação que tenho feito em países como a Austrália, a articulação com outros pontos como o Vietname, Goa ou Tailândia, tem no IPOR um parceiro privilegiado que cada vez mais queremos valorizar pelas suas capacidades, experiência e proximidade a todos estes países”, frisou. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

Galiza – Eucalipto zero, como na Europa!

Máis eucaliptos, máis absentismo, máis incendios, máis despoboamento…  É este o futuro que queremos para o rural galego? Eucalipto zero, como na Europa! 6 medidas urgentes para salvar nossas florestas e colocar couto ao eucalipto

A crecente inquedanza social pola imparábel estensión do eucalipto, que xa acada en Galiza máis de 500.000 ha, fai precisa dunha reacción por parte da cidadanía galega e por suposto, tamén da Xunta. A especie cobre xa case o 17% de todo o territorio galego, mentras que en Portugal non chega ao 9%. A intensidade de ocupación da nosa terra é portanto dupla que no país veciño. Este dato chama a atención non só pola importante superficie que representa, senón tamén porque de todos os estados europeos, só España e Portugal permiten o monocultivo desta árbore. Que razóns xustifican esta anomalía?

A expansión do eucalipto vese favorecida por un modelo de explotación do monte intensamente forestalista, que aposta pola produción de madeira con pouco valor engadido, e acusa á continua presión do lobby pasteiro-enerxético para ocupar con novas especies como o Eucaliptus nitens áreas anteriormente vetadas ao E. globulus.

A recente desregulación do sector da biomasa, trala derrogación do decreto 149/2008, vai ter un efecto chamada sobre os plantíos para queimar, nomeadamente de E. Nitens. O obxectivo do sector pasteiro-enerxético encabezado por ENCE é estender o seu modelo de xeración eléctrica baseado nas grandes centrais térmicas de 50, 100MW, mediante os cultivos enerxéticos (plantar-queimar-plantar). Isto xa está a provocar unha nova vaga eucaliptizadora no país.

Tendo en conta que superfície agraria útil (SAU) na Galiza é de 8,4 ha por explotación, mentras que no estado chega ás 24,7 ha, e que nos dous últimos anos desapareceron no noso país unhas 1200 explotacións, estamos a falar de 10.000 ha que en grande parte teñen sido ocupadas polo eucalipto. Terreos rústicos de protección ordinaria destinados a cultivo e terreos rústicos de especial proteción agropecuaria que non poderían ser forestados, remataron inzados de eucaliptos diante da pasividade da Xunta.  

As consecuencias destas políticas sobre o agro, o monte e a sociedade galega son catastróficas: perda de soberanía alimentar; abandono do medio rural; reconversión das iniciativas produtivas vencelladas á terra en absentismo urbanita con rentistas do eucalipto desconectados do territorio... E no eido ambiental e patrimonial, empobrecemento da biodiversidade, perda de fertilidade, aumento da erosión, escaseza de auga, maior intensidade dos lumes forestais, perda do patrimonio arqueolóxico…

Medio millón de hectáreas de eucalipto xa é dabondo: aínda non é tarde para reaxir!

Para tentar reverter esta situación, os colectivos integrados na iniciativa “Cousa de Raíces” reclamamos ás administración a adopción con carácter urxente das seguintes 6 medidas:

1. Moratoria para novos plantíos de Eucaliptus: Ao igual que acaba de facer Portugal, debería prohibirse a ocupación de novas con especies do xénero Eucaliptus, cando menos até que se avalíen os impactos desta árbore sobre os ecosistemas naturais logo de 40 anos de monocultivo intensivo, se realice o inventario de masas de frondosas autóctonas e se redacte un novo Plano Forestal que ordene os aproveitamentos do monte con criterios de sustentabilidade. Ademais debería aplicarse estritamente a Lei de Montes para impedir a forestación de terras agrarias e os plantíos sobre hábitats de interese.

2. Prohibición do Eucaliptus nitens: Esta árbore está considerada polo Comité científico do Ministerio español do ambiente como unha “especie exótica en expansión, con alto risco de invasión e perigosa para a biodiversidade e a funcionalidade dos ecosistemas”. Malia a non estar formalmente incluido no Catálogo estatal de especies exóticas e invasoras, o E. nitens éo. En consecuencia, e como acontece coas demais especies invasoras, Estado e Xunta deberían incluir a esta especie no catálogo e prohibir a súa plantación, trafego e aproveitamento para preservar a integridade do noso patrimonio natural.

3. Freo aos cultivos enerxéticos no novo Plano Forestal: O aproveitamento da biomasa forestal con fins enerxéticas non pode ser un obxectivo en si mesmo. Debe estar orientada á prevención dos incendios e a servir de apoio aos tratamentos silvícolas, para producir un incremento dos volumes de madeira de alta calidade e favorecer a conservación dos ecosistemas forestais e as condicións fitosanitarias dos bosques galegos. O aproveitamento da biomasa consonte a estes criterios debería reverter nas comunidades locais, como un complemento máis das iniciativas vencelladas ao territorio, e non converterse en obxecto de especulación por parte das grandes corporacións. Neste senso, os denominados cultivos enerxéticos (plantar-queimar-plantar) deberían estar ausentes das políticas agroforestais.

4. Cumprimento estrito da lexislación para impedir a forestación de terras agrarias e os plantíos sobre hábitats de interese: A proibición de forestar as terras agrarias debería ser respectada aplicando as correspondentes sancións aos infratores. A administración debería iniciar un proceso de reversión, mesmo mediante a execución subsidiaria, para que as terras agrarias hoxe ocupadas por plantacións forestais retornaran ao seu uso orixinario. Esta iniciativa debería complementarse cun Plano de ordeamento territorial e de orientación de cultivos, para potenciar a mobilidade das terras e o correto aproveitamento da superficie agraria util. Tamén resulta fundamental garantir o cumprimento das normas que impiden a susbtitución de carballeiras e doutro tipo de formacións e hábitats de interese por eucaliptais, revertindo as afeccións e restaurando as funcións ecolóxicas destes espazos.

5. Establecemento dunha fiscalidade “verde” para o eucalipto: O aproveitamento intensivo desta especie comporta o deterioro de servizos ecosistémicos que como a diversidade natural, a dispoñibilidade de auga, a fertilidade do solo, ou a calidade paisaxística, son importantes para a vida e o mantemento das actividades económicas da nosa sociedade. Os eucaliptais inciden tamén na maior frecuencia e intensidade dos lumes; na contaminación de terras e rías con agroquímicos e subprodutos das celulosas; no empobrecemento da biodiversidade e no avanzo da erosión, provocando perdas económicas directas. Tamén, o eucalipto contribúe a fosilizar importantes cantidades de recursos públicos: o PLADIGA -plano de loita contra o lume- custa anualmente máis de 150 millóns de €. En consecuencia, o aproveitamento do eucalipto debería estar gravado cun imposto que contribuira a reverter os danos que provoca no medio e as perdas económicas que este modelo causa á sociedade.

6. Promoción dos aproveitamentos sustentábeis e da conservación dos bosques naturais: Os modelos de aproveitamento que apostan pola multifuncionalidade do monte e baseados na utilización das especies autóctonas, deberían estar primados con incentivos, mesmo sen ter unha fin produtiva. Os nosos bosques naturais prestan un importante servizo á sociedade, polo que semella lóxico que esta repercuta parte dos beneficios a aquelas comunidades e propietarios/as que apostan pola súa conservación. In “ADEGA Asociación para a Defensa Ecolóxica de Galiza” - Galiza

Uruguai - Registra aumento de 1,5% do PIB em 2016

Economia uruguaia, país Observador Associado da CPLP, acelerou no último ano, já que em 2015 a expansão do PIB foi de 1%; país se distancia de problemas econômicos enfrentados por vizinhos Brasil e Argentina

A economia uruguaia alcançou em 2016 seu 14º ano consecutivo de crescimento, com o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) registrado no ano de 1,5%, chegando a US$ 55,266 bilhões, informou na quinta-feira (23/03) o Banco Central do Uruguai (BCU).

A cifra indica a aceleração da economia uruguaia no último ano, já que em 2015 a expansão do PIB foi de 1%, assim como o distanciamento do Uruguai dos problemas econômicos enfrentados por seus vizinhos – em 2016, o PIB do Brasil teve redução de 3,6%, enquanto o da Argentina caiu 2,3%.

Segundo a consultora econômica CPA Ferrere indicou ao jornal uruguaio El País, Montevidéu registrou crescimento médio de 1,7% nos últimos três anos, enquanto Buenos Aires e Brasília tiveram contração de -2,3% e -0,8%, respectivamente.

Danilo Astori, ministro de Economia e Finanças do Uruguai, declarou na última semana que o país “se sobrepôs a este impacto” regional e “agora esperamos começar lentamente a recuperar níveis de crescimento maiores do que os que temos tido nos últimos dois anos”.

Como indicou o BCU, “o incremento no nível de atividade em 2016 se explica pelas taxas positivas na maioria dos setores, destacando-se por sua incidência os aumentos em transporte, armazenamento e comunicações, como resultado do crescimento das telecomunicações e do fornecimento de eletricidade, gás e água (de 15,6%), devido à maior proporção de energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis”.

A instituição afirmou também que o aumento nestes setores “foi parcialmente neutralizado por quedas na construção e em comércio, reparos, restaurantes e hotéis, explicado pela queda na atividade comercial”. As exportações tiveram queda de 1,4%, assim como as importações, de 2,9%, o que determinou “que o volume do saldo comercial com o exterior resultasse menos negativo do que o do ano anterior”, disse o BCU.

Consultoras financeiras ouvidas pelo El País expressaram seu otimismo e colocaram sua previsão de crescimento para a economia do Uruguai em 2017 entre 2% e 3%. In “Opera Mundi” - Brasil

Restolho

















Vamos aprender português, cantando


Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário.

Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade.

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver

E a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver

E a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração


Mafalda Veiga - Portugal

sábado, 25 de março de 2017

Guiné-Bissau - BOAD financia rede de energia eléctrica

O Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) concedeu na 104ª sessão ordinária, um financiamento de 14,7 mil milhões de francos suíços (mais de US $24 milhões) para a Guiné-Bissau desenvolver a sua rede de eletricidade.

Os recursos serão utilizados para colocar no país, postos de transformação, relativa à interligação 225 kV na rede da Organização para o Desenvolvimento do Rio Gâmbia (OMVG). A introdução deste equipamento permitirá injectar energia produzida pelas barragens da organização na rede nacional da Guiné-Bissau e fornecer electricidade a 350 000 pessoas, ou seja, 22% da população guineense.

A concessão deste financiamento no quadro do projeto de energia OMVG inclui a construção pela empresa marroquina Vinci Energie-Cegelec de 1 667 km de linha de interconexão elétrica e a instalação de 15 subestações repartidas pelos quatro países membros que são a Gâmbia, a Guiné, o Senegal e a Guiné-Bissau. Balanta Mané – Guiné-Bissau in “Journal du Pays”

Congresso Internacional Filosofia e Literatura: entre Portugal e Macau

Durante quatro dias, três instituições de ensino superior de Macau vão acolher o Congresso Internacional Filosofia e Literatura, um evento que reunirá mais de 20 académicos e oradores para analisar a lusofonia enquanto utopia criadora. O congresso decorrerá entre os dias 27 e 30 deste mês para, a partir de 4 de Abril, o tema ser desenvolvido em Portugal

A terceira edição do “Congresso Internacional Filosofia e Literatura: entre Portugal e Macau” reunirá na próxima semana na RAEM mais de 20 oradores que, através de diferentes comunicações em várias instituições académicas, pretendem responder à questão “Lusofonia, utopia criadora?”.

O ponto de partida dá-se na segunda-feira no Instituto Internacional de Macau, com uma sessão de boas-vindas. A primeira intervenção caberá a Maria Antónia Espadinha, no Instituto Politécnico de Macau (IPM), sobre as “Tradições, Mitos e Costumes Chineses”.

Ao Jornal Tribuna de Macau, a vice-reitora da Universidade de São José, explicou que a sua intervenção, ainda que sumária, pretende explicar quais os “aspectos dessas superstições, mitos urbanos ou não, que se espelham na literatura de Macau em língua portuguesa”.

Para isso, serão dados exemplos dos textos de Deolinda da Conceição e de Henrique de Senna Fernandes. “Os mitos e as próprias superstições também estão ligados à filosofia e muitas dessas crenças, também associadas à religião, têm a ver com o confucionismo”, rematou Maria Antónia Espadinha.


Por outro lado, o poeta Camilo Pessanha será também referenciado nas duas intervenções de Adelto Gonçalves e Celina Veiga Oliveira. Em particular, serão discutidos os temas “O Poema de Forma Livre: oito elegias chinesas, de Camilo Pessanha” e “Camilo Pessanha e o abismo chinês”, respectivamente.


As sessões no IPM terminam com três sessões a cargo de Ilda Teresa de Castro, Vítor Rua e Vera Borges, docente na USJ que irá descortinar o “mito na definição de uma poética especificamente portuguesa” nomeadamente no momento das Descobertas.

“Desde a pedra angular que Os Lusíadas constituem, há uma linha de inquirição, na poesia que em português se escreve, identificando o movimento histórico e mítico das Descobertas com a própria natureza da poesia”, apontou Vera Borges ao Jornal Tribuna de Macau.

“Em poetas como Sophia de Mello Breyner, Ruy Cinnatti, Manuel Alegre, Fernanda Dias e Sales Lopes, encontramos elementos de uma poética particular, celebratória do olhar e de uma luz inaugural, decorrente dos Descobrimentos. Essa poética específica, que explora as afinidades entre discurso poético e mapeamento ou cartografia, representação por analogia, translação exata e invenção do real, devolver-nos-á à questão da identidade própria”, concluiu a docente.

No dia 29, o congresso chega à Universidade de Macau (UM) com sessões a partir das 09:30 até às 14:30 nas quais serão abordadas as “Representações culturais da lusofonia a partir de Macau”, “A literatura como forma de conhecimento do outro”, entre outras.

A última sessão em Macau realiza-se na USJ. A 9 de Maio, o congresso “viaja” até Portugal, para ter lugar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A utopia na escrita africana

Uma das últimas intervenções em Macau estará a cargo de Inocência Mata. “A minha comunicação vai ser sobre a escrita da utopia nas literaturas africanas, particularmente na literatura angolana. Vou falar sobre a escrita como forma de expressão e reflexão que visou novos valores, racionalidades e éticas”, disse a docente da UM ao Jornal Tribuna de Macau.

A comunicação de Inocência Mata será a única, em todo o congresso no território, a fazer uma incursão pela literatura de África. “Vou apresentar a utopia como uma posição estruturante dos sistemas literários africanos, com particular incidência na literatura angolana do século XIX”, acrescentou.

Para a docente, este encontro de vários académicos é pertinente na medida em que se pretende “trazer outros pedaços da literatura portuguesa” para um diálogo entre a filosofia e a literatura.

Segundo revelou, a quarta edição deste evento poderá realizar-se em Goa. Contudo, ainda não há certezas concretas sobre essa possibilidade.

“Será para pôr em diálogo através da relação entre literatura e filosofia os vários mundos da língua portuguesa. A mais-valia é precisamente trazer Macau como um elemento estruturante desse mundo da língua portuguesa”, concluiu Inocência Mata.

A Comissão Organizadora do evento integra o professor Carlos Ascenso André, do Instituto Politécnico de Macau, a professora Inocência Mata, da UM, Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau e Maria Antónia Espadinha, vice-reitora da USJ. Estas sessões surgem no seguimento do Congresso Internacional Errâncias de um Imaginário, no Brasil, em Portugal e em Cabo Verde, bem como da publicação de um livro electrónico “Congresso Internacional de Língua Portuguesa: Filosofia e Poesia” e do Congresso Internacional Filosofia e Literatura: Fidelino de Figueiredo. Catarina Almeida –Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

sexta-feira, 24 de março de 2017

UCCLA - Acolhe debate sobre Desporto e Educação e homenageia antigas glórias do futebol

A Casa de Moçambique vai promover o debate “Desporto e Educação Económica”, no dia 30 de março, a partir das 9 horas, na sede da UCCLA. Na ocasião serão homenageadas as antigas glórias do futebol Mário Coluna, Matateu, Lucas Vicente, Augusto Matine e Hilário da Conceição.

A abertura do evento será feita pelo Secretário-Geral da UCCLA, Vítor Ramalho, e pelo presidente da Casa de Moçambique, Enoque João.

O debate contará com a presença do Secretário de Estado da Juventude e Desportos de Portugal, João Paulo Rebelo, dos vereadores da Câmara Municipal de Lisboa com responsabilidades na área do Desporto e da Educação, Jorge Máximo e Catarina Albergaria, do Cônsul Geral de Moçambique em Portugal, Geraldo Saranga, do ex vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Gomes da Silva, entre outras individualidades, incluindo responsáveis desportivos.

O debate conta com o apoio institucional da UCCLA e decorre no âmbito do ciclo de debates sobre "A Língua como Bandeira Económica” promovidos pela Casa de Moçambique. 

Aceda ao programa aqui. UCCLA



Morada:
Avenida da Índia, n.º 110 (entre a Cordoaria Nacional e o Museu dos Coches), em Lisboa
Autocarros e Elétrico (Rua da Junqueira): 15E, 18E, 714, 727, 728, 729 e 751
Comboio: Estação de Belém
Coordenadas GPS: 38°41’46.9″N 9°11’52.4″W

Moçambique - Segundo ciclo de conferências “Tertúlias Itinerantes”

Subordinada ao tema “Articulação entre os conceitos: práticas sociais, culturais e inovação”, decorreu na passada terça-feira, 21 de Março, na cidade de Maputo, a segunda sessão do segundo ciclo de conferências designado por Tertúlias Itinerantes.

O seminário decorreu na Universidade Politécnica e teve como orador Carlos Sotomane, especialista em Gestão de Recursos Humanos e docente nesta instituição privada de ensino superior.

Contextualizando o tema do seminário, o orador referiu que é com base nos três conceitos, nomeadamente das práticas sociais, culturais e inovação, que as pessoas devem ser capazes de fazer a interpretação das dinâmicas organizacionais e poderem perceber porque elas se comportam em determinado tempo e espaço.

"A ideia fundamental deste tema é de que, através da interacção entre estes três conceitos, sejamos capazes de poder compreender até que ponto as manifestações culturais influenciam as práticas organizacionais, sejam elas da família, de uma empresa ou de qualquer outro lugar", explicou.

Carlos Sotomane esclareceu, ainda, que a escolha deste tema partiu da sua tese de doutoramento na qual discutiu e analisou, a partir de uma organização concreta moçambicana, até que ponto as práticas sócio-culturais podem intervir naquilo que são as dinâmicas de gestão de uma organização.

"A tese provou que uma boa parte das nossas organizações dependem da forma como nós assumimos a organização nos seus aspectos sociais e suas práticas culturais", assegurou.

Importa lembrar que este seminário surge na sequência da 2ª edição do ciclo de conferências Tertúlias Itinerantes – Fluxos de comunicação intercultural no espaço de língua portuguesa: debater o desconhecimento mútuo no contexto da era global.

Trata-se de um evento académico que traz, mais uma vez a Maputo, reflexões de investigadores de Moçambique, Brasil e Portugal sobre as dinâmicas da sociedade global. In “Olá Moçambique” - Moçambique

III Encontro Minho - Galiza

Realiza-se a 01 de abril de 2017 o III Encontro Minho-Galiza, desta vez no Auditório de Goián, em Tominho, na Galiza. Nesta edição o mote do debate será a música e as palavras que ela transporta para a interculturalidade e para a identidade da língua. Vai contar com a participação de representantes reconhecidos da intervenção, composição/interpretação musical popular e contemporânea de cada um dos países, entre outros: Pedro Abrunhosa e Ses (Maria Xosé Silvar).

O III Encontro irá desenrolar-se em dois painéis de debate, com convidados e moderadores (ver anexo): o da manhã incidirá sobre a música popular e tradicional; e o da tarde sobre a música contemporânea. Ao longo do dia haverá vários apontamentos musicais, a começar pela anfitriã Banda da Escola de Música de Goián, além de outras surpresas.

O objetivo dos mentores do projeto cultural Encontro Minho-Galiza é o de provocar o contacto entre pessoas das duas regiões, a partir de um mote – o teatro, o cinema, a música…– que despolete o debate e contribua, por pouco que seja, para o reconhecimento mútuo. É que, se excetuarmos as ligações entre algumas populações raianas, persiste um atavismo, inculcado secularmente, na senda da política das “costas voltadas” entre os povos dos dois lados do rio Minho. Não admira, por isso, que ambos não se reconheçam como fazendo parte de um património cultural e linguístico que tem muito em comum, malgrado o pressintam sempre que se encontram.

É verdade que o contacto entre as gentes do Minho e da Galiza tem aumentado; que têm sido dados alguns passos institucionais nesse sentido, embora tímidos. Mas a consciência coletiva mantém-se ainda presa a estereótipos sedimentados; à sociedade civil cabe fazer algo mais para ultrapassá-los. E este Encontro tenta fazê-lo.

Nas edições anteriores:

O I Encontro aconteceu em Braga, com o apoio imediato do Centro de Estudos Galegos (CEG) da Universidade do Minho (UMinho). Foi numa Oficina de Teatro Galego, que se reuniu, durante dois dias, no salão da Junta de Freguesia da Sé, um grupo de pessoas, à volta da palestra e oficina, prestada pela atriz e dramaturga galega Vanesa Sotelo. Do debate e dos exercícios teatrais, resultou o conhecimento dessas pessoas acerca da existência e da pujança do teatro na Galiza, assim o lançamento de pontes entre os presentes, incluindo a formadora, que perduram.

No II Encontro, realizado na Casa Museu de Monção, além do CEG, juntou-se à organização o estrado em Comunicação, Arte e Cultura (MCAC) e o Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS) da UMinho. Aproximamo-nos do rio Minho, tentando atrair interessados de ambas as regiões. Desta vez discutimos o poder do cinema e do audiovisual na interculturalidade. Cerca de sessenta pessoas, onde não abundavam galegos ou galegas, ouviram e conversaram durante um dia, com Nelson Zagalo, investigador em Media Interativos, da UMinho; Manolo González, documentarista, da Associação Galega do Audiovisual; e com Diana Gonçalves, documentarista Luso-Galega. O resultado foi idêntico ao do Encontro anterior, só que um pouco mais consolidado e a pedir continuidade.

Daí que, nesta terceira edição, com a Música como tema, ousássemos dar mais um passo, seja na direção da Galiza, seja na escolha dos convidados. Mantendo o apoio das mesmas instituições da UMinho, assim como, desde sempre, da Xunta de Galícia e da Rádio Universitária do Minho, junta-se, pela segunda vez, a Radio Municipal de Tui e, este ano, o Concello de Tomiño e a Paróquia de Goián, que nos recebem gentilmente no seu auditório.
As expectativas acerca do contributo destes Encontros Minho-Galiza para o reconhecimento entre os povos das duas regiões são modestas. Pretendem ser apenas ser uma pequena semente, na convicção de que é possível mais se outros se lhe juntarem. In “Palavra Comum” - Galiza